(Atos 1.14 "Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos." ).
O fato de Maria ser a mãe de Jesus não a destacou do grupo. Não há aristocracia espiritual, hierarquia, beatificação ou canonização no reino de Deus. Todos somos sacerdotes reais.
Todos temos livre acesso à sua presença, pois o véu foi rasgado e agora podemos entrar com ousadia, por meio de Jesus, no Santo dos Santos.
Não honra Maria aqueles que a colocam num pedestal que nem ela nem as Escrituras revelam. Maria foi uma serva do Senhor que se dispôs a fazer e fez a vontade de Deus. Ela foi a mãe do nosso Salvador.
Mas ela não foi imaculada, ou seja, sem pecado, pois todos os que nasceram da semente de Adão pecaram e carecem da glória de Deus. Ela não é mãe de Deus, pois Jesus, como Deus, nunca teve recomeço.
Sendo Deus, ele não foi criado, mas é o Criador. Na condição de Deus, ele não nasceu no tempo, mas é o Pai da eternidade. Maria foi mãe da natureza humana de Cristo, pois Jesus Cristo tinha dupla natureza: uma divina e outra humana.
Maria não é mediadora, pois Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2.5 "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.").
Maria não é corredentora, pois só há salvação no nome de Jesus (Atos 4.12 "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.").
O Pentecoste veio para nos mostrar a verdade de que Maria, embora bem-aventurada e digna de ser imitada pela sua fé, humildade e conduta irrepreensível, não é superior a nenhum dos discípulos de Cristo, pois recebeu do mesmo Espírito, na mesma proporção que os outros no dia de Pentecoste.
- O Pentecoste libertou a religião da ideia de uma idade sagrada (Atos 2.17)
"... vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos" (Atos 2.17).
Na maioria das religiões, especialmente nas religiões orientais e os anciãos têm sido sempre uma classe sagrada. Mas, no Pentecoste, todas as idades se colocam no mesmo nível. Não há conflito de gerações. Não há conservadorismo nem renovacionismo inconsequente.
O Espírito de Deus não tem preconceito de idade. O idoso pode ser cheio do Espírito e sonhar grandes sonhos para Deus. O jovem pode ter grandes visões da obra de Deus. O velho pode ter vigor, e o jovem pode ter sabedoria, quando estão cheios do Espírito.
O velho pode ter doçura, e o jovem pode ter discernimento sob a unção do Espírito. Onde o Espírito de Deus opera, velhos e jovens têm a mesma linguagem, o mesmo ideal, a mesma paixão e o mesmo propósito.
Por deixar de lado os princípios de Deus, o mundo ocidental está assistindo a um dos maiores desastres da história, como um terremoto avassalador, arrebatando com a família: o conflito de gerações. É a guerra entre pais e filhos. É a falta de diálogo, entendimento e comunicação eficaz. Os pais não tem tempo para os filhos, e os filhos entendem os pais.
Os pais correm atrás de dinheiro, e os filhos ficam órfãos dos pais. Em muitos países, as igrejas estão vazias de jovens. Por causa desse abismo de comunicação entre pais e filhos, as igrejas estão com cara de museu.
Mas o Pentecoste veio para mostrar que o lugar de o jovem desfrutar a plenitude da vida não é no mundo, mas na casa de Deus, no altar de Deus, pois ele pode ser cheio do Espírito e usado com grande poder na obra de Deus.
- O Pentecoste desvencilha a religião das posturas sagradas (Atos 2.2)
No Pentecoste, os cento e vinte discípulos reunidos aguardando a promessa do Pai estavam na mais universal das posições: assentados. Nem mesmo ajoelhados estavam. Muitas religiões, como o hinduísmo, pregam posições sagradas como a ioga.
Mas o Espírito de Deus veio para dizer que todas as posturas são sagradas. Deus olha o coração. Ele não se impressiona com nossos gestos nem com nossas formas pomposas de cultos. Por isso Jesus quebrou alguns protocolos. Ele orava de olhos abertos. Comia sem lavar as mãos.
Conversava com gente marginalizada. Curava no sábado. Ele não se preocupava com a forma, pois o que importa para Deus é a motivação, o coração, a sinceridade. No Pentecoste a religião desprende-se do ritualismo e do cerimonialismo. Deus busca adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Deus quer é a verdade no íntimo.
- O Pentecoste veio para mostrar que o poder de que o homem precisa não vem de dentro, mas do alto (Atos 2.2-4)
O que aconteceu ali no cenáculo, o vento impetuoso, as línguas de fogo, o derramamento do Espírito, não foram experiências subjetivas. Aquelas coisas extraordinárias não partiram de dentro das pessoas que estavam reunidas, mas vieram do alto.
As religiões orientais, a Nova Era e a Confissão Positiva dizem que o homem tem poder, e a sua necessidade é despertar esse poder latente dentro dele. O humanismo prega que o homem é o seu próprio deus.
O budismo, em franco crescimento no Brasil, prega que o poder de que o homem precisa vem de dentro. Mas o Pentecoste mostra que o poder de que necessitamos vem do alto, do céu, do trono de Deus.
- O Pentecoste veio para nos libertar dos traumas de fracassos passados (Atos 1.4-5)
Jerusalém seria o último lugar onde os apóstolos gostariam de ficar. Ali eles caíram. Ali eles fracassaram. Mas é a partir dali que Jesus quer restaurá-los. Onde você caiu é que Jesus o quer colocar de pé pelo poder do Espírito Santo.
O Pentecoste nos dá forças não para fugir dos problemas, mas para enfrentá-los e vence-los na força do Espírito. Sem o Pentecoste, a nossa tendência é fugir, e não ficar. O Pentecoste diz que você precisa de poder para mudar, e não de covardia para fugir.
É mais fácil fugir que enfrentar. É mais cômodo ensarilhar as armas e desistir de lutar. É mais seguro ficar trancado dentro de quatro paredes, ainda que com medo, do que sair para as trincheiras da luta. Sem poder, nós nos acovardamos.
Sem a unção de Deus, somos um bando de covardes. Sem revestimento de poder, a igreja recua qual exército de Saul diante de Golias. Sem capacitação do céu, estremecemos diante do inferno e não causamos preocupação ao diabo.
Sem o Pentecoste, a última palavra da nossa vida é o fracasso, a queda, a vergonha da derrota. Mas, quando o Espírito é derramado sobre nós, tornamo-nos valentes como Davi diante de Golias.
Quando Deus sopra sobre nós o hálito do seu Espírito, reagimos com otimismo diante das circunstâncias adversas, como o próprio em Ziclague (1 Samuel 30.6), e saímos à luta, agarrados nas promessas de Deus para triunfar sobre os nossos inimigos e reconquistar tudo aquilo que Deus nos deu.
Quando o óleo de Deus escorre sobre a nossa cabeça, nem açoites, nem cadeias, nem prisões nem a própria morte podem deter-nos.
A igreja hoje precisa urgentemente dessa visitação do Espírito Santo, desse derramar das torrentes do céu, desse revestimento de poder, desse Pentecoste cujo fogo jamais apaga, para sair do seu marasmo, para levantar-se do seu desanimo, para curar-se da sua esterilidade e para ir até aos confins da terra, fazendo discipulos de todas as nações.
Que Deus te abençoe, te guarde e te de a paz!!