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O pentecoste produziu mudanças profundas na sociedade




O genuíno avivamento reverbera sua influencia para além das fronteiras da igreja. O avivamento bíblico vaza e transpira para fora dos portões da igreja, produzindo impacto e mudanças profundas na sociedade.


Stanley Jones, renomado missionário e ilustrado escritor, alista em seu livro O Cristo de todos os caminhos várias mudanças que o Pentecoste produziu na igreja e na sociedade. De forma sucinta, quero comentar algumas dessas mudanças:


  • No pentecoste, a religião desprendeu-se dos lugares especialmente destinados ao culto e centralizou-se num lugar universal de vida, o lar (Atos 2.42-46)


Depois do Pentecoste, a religião deixou de estar vinculada a lugares sagrados para penetrar na tessitura da vida. O lar, o lugar mais comum, mais universal, deve ser o lugar mais sagrado, uma verdadeira Betel, casa de Deus. O nosso lar deve ser um templo do Deus vivo, onde se reúne uma igreja santa, amorosa e cheia de poder.


Muitas vezes, colocamos a religião num dia sagrado: o domingo; ou, num lugar sagrado: o templo; e lá deixamos embalsamada. O Pentecoste colocou a religião nos lares. A religião dos templos não nos salvará se os lares estiverem longe de Deus. Tudo na nossa vida deve ser vazado pelo sagrado.


A igreja primitiva se reunia nos lares. A igreja cresceu e dominou todos os rincões do império romano, reunindo-se de casa em casa. A vida familiar era litúrgica. Não havia dicotomia entre o templo e a casa, entre a igreja e a família. No lar a igreja desfrutava de maior comunhão e estava mais próxima das pessoas para evangelizá-las e assisti-las.


O lar era o quartel-general da igreja, a cabeça de ponte de ponte para ela alcançar o mundo para Jesus. Quando a igreja se reúne nos lares, as famílias tornam-se não só o maior alvo da evangelização, mas também o seu mais eficaz instrumento.


É triste constatar hoje o grande abismo entre o que as pessoas são na igreja e o que são dentro de casa. Certa vez, dando um seminário para casais, li um bilhete anônimo de uma esposa: "Meu marido ora na igreja uma hora por dia, mas quando chega em casa é um cavalo". 


Há pessoas que são como Naamã; tem fama e prestigio lá fora, mas, quando chegam em casa e tiram a indumentária, revelam a sua lepra. Há pessoas que são uma bênção na igreja e uma maldição em casa. 


Levantam as mãos no louvor da igreja e, em casa, descem a mão na esposa e nos filhos. O Pentecoste veio para construir uma ponte entre o templo e a casa, entre a igreja e a família, fazendo do lar o centro da religião cristã.


  • O Espírito Santo liberou a região da ideia de uma classe sagrada (Atos 1.14; 2.4).


O Espírito Santo veio não somente para os dozes apóstolos, mas para os 120 discípulos que estavam reunidos. Não existe uma estratificação de poder no reino de Deus. Não existe aristocracia espiritual na igreja. Não existe uma casta sagrada, superior, beatificada, empoleirada no topo dos privilégios especiais.


Não há hierarquia espiritual na igreja. Não existem clérigos e leigos. O poder do Espírito não é possessão de uma casta sagrada. Todos os cristãos foram constituídos sacerdócio real. Pedro e Maria não são melhores que outros membros. 


Eles não receberam mais o Espírito que os outros. Não há lugar para estrelismo no reino de Deus. Não há espaço para pretensões orgulhosas. Todos na igreja são nivelados num mesmo patamar: todos são servos de Cristo. Quem quiser ser o maior, deve ser servo de todos. 


Os apóstolos, longe de buscar os aplausos do mundo, consideram-se o lixo do mundo, a escória de todos ( "E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos;

Somos blasfemados, e rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos.
Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados.
Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo.
Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores. 1 Coríntios 4:12-16"
).

O próprio Jesus não veio para ser servido, mas para servir. Ele, sendo Deus, fez-se homem; sendo rico fez-se pobre; sendo Santo fez-se pecado; sendo bendito, fez-se maldição; sendo transcendente, esvaziou-se; sendo Pai da eternidade, entrou na história; sendo todo-poderoso, numa manjedoura; sendo o autor da vida, morreu numa cruz para nos salvar.

  • No Pentecoste as mulheres recebem o Espírito Santo nas mesmas condições que os homens (Atos 1.14; 2.1,4,17).

No Pentecoste, o Santo dos Santos foi francamente aberto às mulheres, e a religião libertou-se da ideia de superioridade de sexo. A promessa do Pai, de derramamento do Espírito, veio sobre os filhos e filhas, sobre servos e servas, leia (Joel 2.28-30).

Acabaram-se os preconceitos . Os grilhões da tirania foram quebrados pelo poder do Espírito, pois onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

Quando o Espírito foi derramado, havia entre o grupo de várias mulheres. Elas também ficaram cheias do Espírito Santo e receberam o dom do Espírito. Elas não foram discriminadas nem excluídas. Foram também revestidas de poder.

O Pentecoste ressalta a dignidade que Deus sempre deu à mulher. Ao longo dos séculos, a mulher foi espoliada de seus direitos, aviltada em sua honra e roubada de sua dignidade como pessoa. Um sistema opressor foi achatando a mulher.

Ela perdeu sua identidade, seu valor, sua voz. Passou a ser apenas uma propriedade do pai, quando solteira, e do marido quando casada. Não tinha direito à herança da família. Não tinha direito à plena cidadania. Até mesmo seus sentimentos eram aviltados.

Assim, a mulher foi vítima de preconceitos esmagadores em todas as civilizações ao longo da história.

Mas esse nunca foi o propósito de Deus, que sempre honrou a mulher. Ela foi feita de uma obra-prima melhorada. Deus não colocou a mão no barro para formá-la, mas a fez da costela de Adão.

Deus não a fez nem superior nem inferior ao homem, por isso não a tomou da cabeça nem dos pés de Adão, mas da costela, para que fosse companheira coigual, amada, amparada, o centro dos seus afetos. Quando formou o homem à sua imagem e semelhança, Deus o fez homem e mulher.

A mulher foi dada ao homem como carne da sua carne e osso dos seus ossos, portanto em nada inferior. A mulher foi dada ao homem como companheira idônea, isto é, como aquela que olha nos olhos, que está no mesmo nível.

A diferença de papéis e funções no casamento não torna o homem nem a mulher inferior.  O homem não possui mais direitos do que a mulher. A fidelidade conjugal que a mulher deve ao no casamento, o marido deve também a mulher.

Não existe um código de conduta para a mulher e outro para o homem. Os princípios de Deus não são mais suaves para o homem e mais rígidos para a mulher. Em Cristo, homem e mulher são um, tem os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades.

O Pentecoste veio para pontuar de forma gloriosa essa verdade. Na igreja de Deus, a mulher tem espaço, vez e voz. Mesmo no Antigo Testamento, vemos Deus usando em posição de destaque na liderança mulheres como Débora e Ester.

As mulheres acompanharam e apoiaram o ministério de Jesus. Participaram do ministério dos apóstolos. Na igreja primitiva havia profetisas. As mulheres sempre foram um braço forte e um esteio na igreja de Deus.

As mulheres sempre foram sustentáculos na família. Sempre fizeram as coisas acontecer, estribadas na graça de Deus. O Pentecoste veio mais uma vez dizer, alto e bom som, que as mulheres podem e devem ser cheias do Espírito para exercer um glorioso trabalho no reino de Deus.

Que Deus te abençoe, te guarde e te de a paz!!!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...