INTRODUÇÃO
-
Estudaremos a história do patriarca José, o filho de Jacó que foi o instrumento
divino para a preservação do povo de Israel, então apenas um clã, para que se
desse a sua formação como uma nação.
- Deus não
só escolheu José para ser este instrumento para a complementação da formação do
Seu povo, mas também para ser um exemplo de que a piedade e o temor a Deus são
indispensáveis na vida do servo de Deus e independem das circunstâncias da vida
debaixo do sol.
A BIOGRAFIA
DE JOSÉ: DE FILHO PREDILETO A ESCRAVO EM TERRA ESTRANGEIRA
- A vida do
patriarca José, filho de Jacó e de Raquel, que ocupa a posição central na
narrativa do livro do Gênesis, a partir do capítulo 37, parte conhecida pelos
estudiosos das Escrituras como “o ciclo de José”.
De todos os filhos de Jacó, que são os “patriarcas das tribos”, José é, de longe, o mais focalizado pelo texto sagrado, pois, além de ter sido o instrumento de Deus para que Israel de clã viesse a se tornar uma nação, também é um vigoroso exemplo de como deve ser o caráter de um servo do Senhor neste mundo sem Deus e sem salvação.
De todos os filhos de Jacó, que são os “patriarcas das tribos”, José é, de longe, o mais focalizado pelo texto sagrado, pois, além de ter sido o instrumento de Deus para que Israel de clã viesse a se tornar uma nação, também é um vigoroso exemplo de como deve ser o caráter de um servo do Senhor neste mundo sem Deus e sem salvação.
- José é
mencionado, pela vez primeira, nas Escrituras Sagradas, em Gênesis 30:24,
quando se noticia o seu nascimento miraculoso. Raquel, sua mãe e a mulher
predileta de Jacó, por quem o velho patriarca havia trabalhado para Labão
durante quatorze anos, era estéril.
Entretanto, Deus lhe abriu a madre e José nasceu, revelando, desde logo, que se tratava de uma pessoa com uma missão especial no plano divino para a salvação do homem.
Entretanto, Deus lhe abriu a madre e José nasceu, revelando, desde logo, que se tratava de uma pessoa com uma missão especial no plano divino para a salvação do homem.
Seu nome, “José” (em
hebraico, “Iossêf”) significa “Deus acrescenta” ou “aquele que acrescenta”,
nome dado por Raquel para expressar ao Senhor seu desejo de ter mais um filho,
desejo que foi atendido, embora Raquel tenha morrido neste seu segundo parto
(Gênesis 35.16-19).
- Por ser o
primeiro (e, durante algum tempo, o único) filho de Raquel, a mulher que Jacó
amava, José estava destinado a ser o filho predileto de Israel. Lembremo-nos,
ademais, que Jacó fora criado num lar onde, infelizmente, lhe fora ensinado o
tratamento diferenciado e parcial dos filhos (Gênesis 25.28).
Vemos, assim, que
o mau exemplo dos pais, tanto como o bom exemplo, são apreendidos pelos filhos,
que manterão os erros e acertos da educação que receberem de seus pais.
Não é por
outro motivo que o Senhor determinou que os pais israelitas ensinassem a lei
aos seus filhos (Deuteronômio 6.7 "E as
ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te".)
Bem como
Salomão salientou que, se os filhos fossem instruídos no caminho em que devam
andar, não se desviariam deles quando envelhecessem (Provérbios 22.6 "Educa a
criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará
dele".).
- Não
bastasse esta predileção inicial e evidente, que não conseguiria ser disfarçada
ante a própria criação que Jacó tivera, o texto sagrado mostra-nos que, antes
mesmo do nascimento de José, uma série de fatos envolvendo os seus filhos trouxeram
desgosto a Jacó.
Com efeito,
Diná, a sua única filha mulher, havia se envolvido sexualmente com um heveu,
Siquém (Gênesis 34.2), o que acabou por resultar em uma mortandade à traição
promovida por Simeão e Levi, outros filhos de Jacó (Gênesis 34.25), o que foi
reprovado pelo velho patriarca, repreensão, porém, que não demoveu os
sentimentos dos dois filhos (Gênesis 24.30-31).
Por fim, Rúben, o primogênito
de Jacó, já depois do nascimento de José, cometeu ato de desrespeito e
imoralidade ao manter relações sexuais com Bila, concubina de Jacó e mãe de Dã
e Naftali, ato que chegou ao conhecimento de Jacó (Gênesis 35.22).
- Natural,
portanto, que, diante de tantos problemas familiares, Jacó viesse a dar um
tratamento diferenciado a José, sendo, neste ponto, enfática a Bíblia ao
afirmar que “…Israel amava a
José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice” (Gênesis 37.3 “in medio”).
José, pelo
que se verifica do texto sagrado, era um filho obediente e que cumpria à risca
as ordens de seu pai, algo que apenas fortalecia a sua situação de predileção,
já que, como vimos, os filhos de Jacó não eram dados à obediência e à
reverência.
Era um rapaz trabalhador, que não se furtava de ajudar seus irmãos
no principal serviço da família, que era o de apascentar ovelhas (Gênesis
37.2), além do que era pessoa de confiança de seu pai, pois sempre incumbido de
lhe trazer informações do que ocorria (Gênesis 37.13,14).
- O fato de
Jacó mandar sempre que José lhe trouxesse informações, mostra que José era uma
pessoa cuidadosa, fiel e observadora, o que parece não se repetia na conduta de
seus irmãos.
Em Gênesis 37.14, por exemplo, Jacó pediu a José que trouxesse informações não só a respeito dos seus outros filhos, mas também do rebanho, circunstância que revela a falta de confiança que Jacó tinha em relação aos seus filhos, bem como a própria falta de qualidade no serviço deles.
Em Gênesis 37.14, por exemplo, Jacó pediu a José que trouxesse informações não só a respeito dos seus outros filhos, mas também do rebanho, circunstância que revela a falta de confiança que Jacó tinha em relação aos seus filhos, bem como a própria falta de qualidade no serviço deles.
- De pronto,
vemos que José, ainda com 17 anos, já se revelava uma pessoa que cumpria
rigorosamente com seus deveres, que apresentava sempre um serviço de qualidade,
cuja excelência no trabalho se revelava como um importante diferencial em
relação às pessoas que o cercavam.
O serviço de
qualidade, como nos ensina o apóstolo Paulo, é uma eloquente manifestação do
testemunho cristão (Efésios 6.5-8 "Vós,
servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na
sinceridade de vosso coração, como a Cristo;
Não
servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo,
fazendo de coração a vontade de Deus;
Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens.
Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre".).
Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens.
Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre".).
Esta
característica, indispensável para quem diz servir a Deus, tem rareado no mundo
do trabalho dos nossos dias. É lamentável que muitos locais estejam a
discriminar a contratação de pessoas que dizem ser crentes em Cristo Jesus por
causa das péssimas experiências que tiveram com “crentes”, que, em tudo, se
assemelham aos irmãos de José, quando deveriam repetir o exemplo de José, não
só na casa de seu pai, mas, como veremos, ao longo de toda a sua vida.
Que
possamos ser pessoas dedicadas e excelentes nos nossos locais de trabalho, para
que o nome do Senhor seja glorificado.
- Mas, se
José se apresentava como um servidor excelente de seu pai, também refletia um
traço de caráter que lhe traria muito transtorno. Embora trabalhasse bem, fosse
digno de confiança de seu pai e pessoa cuidadosa, era um jovem que fazia
questão de se fortalecer à custa da desgraça alheia. Com efeito, a Bíblia nos
diz que “…José trazia uma má fama deles(dos seus irmãos, observação nossa) a
seu pai” (Gênesis 37.2).
Embora os
seus irmãos não fossem “flor que se cheire”, como se costuma dizer, será que só
faziam o mal? Não haveria qualquer coisa boa que eles tivessem feito? Mas José,
talvez para se fortalecer ainda mais diante de seu pai, fazia questão de
somente contar as coisas ruins, de alimentar a “má fama”, de “difamar”, isto é,
“afirmar e divulgar fatos que ofendem a reputação de outrem”.
José não se
importou em destruir a reputação de seus irmãos junto a seu pai e, por isso, ao
longo de sua vida, terá sempre a sua reputação ferida, num clássico exemplo
bíblico da “lei da semeadura” (Gálatas 6.7 "Não
erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso
também ceifará".).
- Observemos
que José tinha o dever de relatar toda a verdade a seu pai e, por isso,
alcançara uma posição de confiança junto a Jacó. O texto sagrado, porém, mostra
que havia um certo esforço de José para que seus irmãos mantivessem uma má fama
diante do pai e, assim, José se fortaleceria dentro do clã (i.e., agrupamento
familiar comum).
Como já
dissemos: será que os irmãos de Jacó só faziam coisas ruins? Não havia notícia
boa alguma a dar ou a realçar? José, no entanto, especializara-se em ser o
“portador de más novas” e o resultado disto foi o aparecimento de um
aborrecimento entre José e seus irmãos, que não podiam falar com ele
pacificamente (Gênesis 37.4).
- Devemos
evitar toda e qualquer situação que nos tragam inimigos. O apóstolo diz que “se
for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”
(Romanos 12.18).
Assim, se é certo que o servo do Senhor terá sempre inimigos,
pois lutamos contra o diabo e suas hostes e estes têm sempre seus instrumentos,
tais inimigos não devem surgir por causa de fatores que estão sujeitos ao nosso
livre-arbítrio, às nossas atitudes, à nossa ação na vida debaixo do sol, pois,
se isto ocorrer, sofreremos as consequências, consoante a “lei da semeadura”.
Foi o que ocorreu com José que, podendo ser equilibrado e não apenas um
difamador, aguçou a inveja de seus irmãos, a ponto de impedir uma convivência
pacífica com eles.
- Apesar
desta situação de beligerância (i.e., de guerra), José não se intimidou em
contar a seus irmãos e a seu pai os sonhos que teve, sonhos que vieram da parte
de Deus, mas que foram revelados por José de modo precipitado e, até certo
ponto, ingênuo.
Foram dois
sonhos. O primeiro em que os filhos de Jacó atavam molhos no meio do campo e o
molho de José se levantava e ficava em pé, enquanto que os demais molhos o
rodeavam e se inclinavam ao seu molho (Gênesis 37.6-8).
Ao contar o sonho aos
seus irmãos, isto aumentou ainda mais o aborrecimento deles em relação a José,
pois era nítida a interpretação de que José deveria reinar ou dominar sobre
eles.
- Neste
primeiro sonho, temos que José se dirige apenas a seus irmãos, até porque o
sonho envolve tão somente ele e seus irmãos. José revela imaturidade, o que é
próprio para quem tinha a sua idade. José deveria ter guardado o sonho para si
ou, quem sabe, pedir a seu pai, que, certamente, já lhe dissera a respeito das
experiências que tivera com o Senhor, inclusive a visão em Betel, alguma
orientação.
Entretanto, José quis, com o sonho, alterar a sua posição diante de
seus irmãos, esquecido que não é desta maneira que alguém se impõe. "Não é por força, nem por
violência, mas pelo Espírito Santo" que
uma liderança escolhida por Deus se impõe aos demais (cf. Zacarias 4.6 “in
fine”). Esta experiência José ainda não possuía e deveria aprendê-la ao longo
de sua vida.
- José tem,
ainda, um outro sonho, em que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam a ele
(Gênesis 37.9). Este sonho foi contado tanto a seus irmãos, como a seu pai e,
neste instante, até mesmo Jacó não gostou do sonho, repreendendo a José, não
porque não cresse nos sonhos, mas pela própria inexperiência do filho, tanto
que o velho patriarca guardou estas coisas em seu coração (Gênesis 37.11).
Entretanto, os sonhos apenas aguçaram a beligerância entre José e seus irmãos,
cuja inveja já era, então, explícita.
- Nesta
passagem, aprendemos que devemos ser prudentes no tocante às revelações que
recebamos da parte de Deus. Verdade é que era necessário, no plano divino, que
José contasse os sonhos a seus irmãos, para que se tivesse a situação que o
levou ao Egito como escravo, mas isto nos serve de lição para que tenhamos
muita prudência e cuidado no que toca à divulgação de nosso relacionamento com
o Senhor.
Há um espaço
de intimidade entre o crente e o Senhor (Mateus 6.6 "Mas tu,
quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que
está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará
publicamente"); Espaço este que não deve ser divulgado a ninguém, a menos que
haja uma determinação neste sentido da parte do Senhor.
Não podemos
nos esquecer que vivemos num mundo mau e que nem todos são nossos amigos. (1
Pedro 5.8 "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso
adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa
tragar;").
- Vários
estudiosos e pregadores da Palavra de Deus têm associado cada fase da vida de
José a uma túnica, já que o texto bíblico sempre dá referência da vestimenta de
José em cada instante de sua biografia. Nesta primeira parte de sua história,
José é apresentado com uma túnica de várias cores, que foi feita especialmente
para ele pelo seu pai (Gênesis 37.3).
Foi com esta túnica, que revela a
situação privilegiada que José possuía na casa do seu pai e que gerou a
beligerância e inveja de seus irmãos, que José foi verificar a situação de seus
irmãos e do rebanho no vale de Hebrom, em Siquém (Gênesis 37.14).
- Vemos,
aqui, pela vez primeira, a autoconfiança decorrente da inexperiência que tinha
o jovem José. Apesar de toda a situação de conflito e de inveja existentes,
José vai totalmente desguarnecido ao encontro de seus irmãos, demonstrando uma
ingenuidade que beirava à imprudência e, ainda por cima, trajando a túnica que,
certamente, era o próprio símbolo de todo o mal-estar existente dentro da
família.
Em Dotã, onde encontrou seus irmãos, José é alvo de uma terrível
traição. Seus irmãos, totalmente envolvidos pela inveja, ao avistarem José de
longe decidiram matá-lo (Gênesis 37.18) e o teriam feito se Ruben, o
primogênito, não lhes tivesse demovido o intento (Gênesis 37.18-21).
- José é,
então, lançado numa cova até que se resolvesse o que se faria com ele, já sem a
túnica de várias cores que recebera de seu pai. Temos aqui o início da provação
a que Deus submeteria José para torná-lo capaz de receber a liderança que já
lhe fora revelada.
Esta
circunstância mostra-nos de que aqueles que recebem uma promessa divina se
devem estar certos de que Deus a cumprirá. (Números 23. 19 "Deus não é
homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura
diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?"), Também
devem ter a consciência de que será necessária uma capacitação para que se
alcance a promessa.
Nos dias em
que vivemos, muitos pregam a respeito das promessas de Deus e da Sua
fidelidade, mas omitem o preço que deve ser pago para se apropriar de tais
promessas. Jesus, o nosso exemplo (1 Pedro 2.21"Porque
para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o
exemplo, para que sigais as suas pisadas".),
Para
alcançar o gozo que Lhe estava proposto, teve de suportar a cruz e desprezar a
afronta (Hebreus 12.2 "Olhando
para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava
proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do
trono de Deus".).
Irmãos, não
nos esqueçamos do Calvário, da renúncia de si mesmo e da cruz que temos de
tomar para seguir a Cristo (Marcos 8.34 "E chamando
a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após
mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me".); Para que
não venhamos a ser enganados por este falso evangelho de facilidades que têm
levado muitos à frustração e à apostasia.
- José
perdeu, de um momento para outro, toda a sua posição privilegiada que tinha na
casa de seu pai. Perdeu a “túnica de várias cores” e é posto numa cova no
deserto, uma cova vazia e sem água (Gênesis 37.24). Seus irmãos, insensíveis e
cegos pelo ódio e pela inveja, comiam pão enquanto seu irmão estava a sofrer
terrivelmente naquela cova.
José estava
só, abandonado pelos seus próprios irmãos. Um
líder precisa aprender a ficar só e a depender única e exclusivamente de Deus.
Era esta a primeira lição que Deus dava a José e uma lição que dá a cada um de
Seus servos que tem chamado para fazer parte de Sua Igreja.
Precisamos aprender a ter uma
intimidade com Deus, a entrar em nosso aposento e manter uma privacidade com o
Senhor.
- Judá livra
José da morte, convencendo seus irmãos a vendê-lo a mercadores do deserto,
ismaelitas e/ou midianitas (Gênesis 37.27-28) e José, de filho predileto,
torna-se uma mercadoria, um escravo, sendo vendido por vinte moedas de prata,
tudo sendo feito à revelia de Ruben, que tencionava devolvê-lo a Jacó (Gênesis
37.22).
A túnica de várias cores foi rasgada, puseram sangue de um animal e
enganaram a Jacó, dizendo que José havia morrido. Jacó lamentou-se muitíssimo e
recusou ser consolado (Gênesis 37.31-35).
José, por
sua vez, foi levado para o Egito, então a potência política da época, onde foi
vendido a Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda (Gênesis 37.36).
Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!
Repasse essa mensagem para outras pessoas. Vamos semear!
Deus te abençoe!