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Gênesis 41 - José interpreta os sonhos de Faraó / Faraó põe José como governador do Egito




A BIOGRAFIA DE JOSÉ – O GOVERNADOR DO EGITO QUE SABE SER INSTRUMENTO PARA A CONSERVAÇÃO DE ISRAEL

- Inicia-se, então, a quarta e última fase da vida de José, que terá a duração de 70 anos (pois José morre com 110 anos, tendo assumido o governo do Egito com 30 – Gênesis 50.26): a fase em que José é governador do Egito, em que será considerado “o salvador do mundo”, conforme o nome que lhe pôs Faraó (Zafenate-Panéia – Gênesis 41.45).

- José vê o cumprimento literal da interpretação dada aos sonhos de Faraó. Durante sete anos a terra produziu abundantemente e, conforme havia sugerido a Faraó, José inicia o armazenamento da produção, a fim de enfrentar os anos de fome que se seguiriam aos anos de abundância. José manteve, assim, a excelência do serviço, mesmo agora sendo o governador do Egito. 

A primeira atitude de José foi “passar por toda a terra do Egito” (Gênesis 41.46), atitude extremamente sábia, a fim de conhecer toda a terra que governaria e a usar de toda a observação cuidadosa, que sempre fora a sua qualidade, desde os tempos da casa de seu pai. A constância faz parte da integridade e, por isso, o apóstolo recomenda aos servos do Senhor que sejam firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor (I Coríntios 15.58).

 - Como é triste verificar que muitos que começam bem na vida espiritual, cedo se desvirtuam, cessam de manter a mesma conduta e linha que a levaram até uma posição de destaque, seja na vida secular, seja na vida material. Devemos nos lembrar que a fidelidade não leva em conta se estamos em posição elevada ou em posição humilde. 

A fidelidade tem a ver com o nosso compromisso diante de Deus. Quem é fiel no pouco (e tudo quanto venhamos a angariar neste mundo é pouco ante a glória que nos está reservada – Romanos 8.18), também o será no muito (Mateus 25.21-23). A vitória encontra-se no fim. Nunca nos esqueçamos disto!

 - José, enquanto governador do Egito, continuou a ter a mesma integridade de seu tempo de filho predileto, escravo na casa de Potifar e preso na casa do cárcere. Ele era o mesmo, pois a pessoa íntegra, como vimos supra, é aquela que é o que é, que tem todo o seu ser completamente entregue nas mãos do Senhor, que O serve de coração inteiro. Prova disto é o nome que deu a seus dois filhos. O primeiro recebeu o nome de Manassés (em hebraico, “Menashe”), cujo significado é “que faz esquecer”, porque José entendeu que a vinda de seu filho era uma forma de Deus fazê-lo esquecer o seu sofrimento e a casa de seu pai, já que agora possuía uma família(Gênesis 41.50). 

Nesta sua expressão, vemos como José punha a Deus em primeiro lugar na sua vida e como tinha consciência de que Deus sempre estivera com ele durante todos os anos de provação. O segundo foi chamado Efraim, cujo significado é “frutífero”, querendo com isto dizer que Deus o havia feito crescer na terra da sua aflição (Gênesis 41.52), mais uma vez revelando que Deus continuava a ser o principal alvo de sua vida.

 - A propósito, vemos que José constituiu família, mediante casamento que lhe foi determinado por Faraó, com a filha de Potífera, sacerdote de Om (Gênesis 41.45). 
Vemos, pois, como Deus honra aqueles que O honram. Mesmo em terra estranha, com outros costumes e uma moralidade bem diferente daquela da casa de seu pai, José teve o beneplácito do Senhor que permitiu que, apesar da diversidade de costumes, fosse mantida a moralidade de José. 

José, assim, casou-se e pôde ser pai dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Senhor. Este é um exemplo para nós: ainda que estejamos em culturas diferentes, nada justifica sairmos dos mandamentos e princípios bíblicos, pois a Palavra de Deus é atemporal e não muda onde quer que estejamos, seja qual for a época em que vivamos, pois permanece para sempre (I Pedro 1.25), jamais passará (Lucas 21.33).

 - Passaram-se os anos de abundância e os anos de fome chegaram (Gênesis 41.53). 
Era este o instante do grande teste de José, não só como governador do Egito, mas diante de sua própria família. Jacó mandou que seus filhos fossem buscar alimento no Egito e eles foram imediatamente reconhecidos por José (Gênesis 42.6-7). 

Cumpriu-se, então, o primeiro dos sonhos, quando os irmãos se inclinaram diante de José. Neste instante, José não era mais aquele que queria ser reconhecido como líder junto a seus irmãos. Era alguém que entendia tudo o que se havia passado com ele. Nos anos de fome, fora posto perante o governo do Egito para poder conservar com vida a casa de seu pai e, assim, pudessem ser cumpridas as promessas dadas a Abraão, Isaque e Jacó.

 - José não se fez conhecer logo aos seus irmãos, mas, numa série de testes, procura fazê-los se arrepender do mal que lhe haviam causado. José não quis vingar-se de seus irmãos, pois entendeu qual fora o propósito divino (Gênesis 50.19-21), mas também compreendia que eles precisavam confessar e se arrepender do mal que lhe haviam intentado. O mal fora convertido em bem pelo Senhor, mas tinha de ser confessado pelos seus irmãos, para que a vitória fosse completa.

 - Os testes que José empreende a seus irmãos, desde então, têm esta finalidade e alcançam o seu objetivo. Seus irmãos confessam, diante de Deus (não sabiam sequer que José os compreendia, visto que falavam na sua própria língua no Egito), a falta cometida, trazem Benjamim, o único irmão germano de José, que, assim, comprova que eles não haviam destinado a Benjamim o ódio que tinham tido em relação ao primogênito de Raquel e, ante tais considerações, então, José se faz reconhecer a seus irmãos e se opera a reconciliação.

 - José, então, faz vir todo o clã para o Egito, onde se estabelecem na terra de Gósen, a melhor porção do país, onde continuam a criar o gado, sua principal atividade. Os filhos de Israel ganham, assim, um território e condições altamente favoráveis para a sua multiplicação, iniciando-se a última fase da formação do povo escolhido de Deus. 

Como, sem o saber, profetizara Faraó ao dar o nome egípcio de José, este tinha sido um verdadeiro instrumento de Deus para a salvação da humanidade, na medida em que foi o meio pelo qual o Senhor tratou de formar o povo de onde viria Cristo Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

 - José bem revela esta consciência quando determina que seus ossos sejam levados juntamente com o povo quando eles saíssem do Egito (Gênesis 50.25). 

José sabia que não poderia ser enterrado como seu pai na terra de Canaã, diante de sua posição como governador do Egito, mas também sabia que pertencia ao povo de Israel, que era um instrumento nas mãos de Deus para a preservação deste povo e que, assim como Deus lhe prometera posição de proeminência e cumprira Sua promessa, também cumpriria o que revelara a Abraão (Gênesis 15.13-16). 

Era alguém que, embora tivesse plena consciência de seu papel na face da Terra, não abria mão daquilo que lhe estava reservado no plano espiritual, na dimensão celestial.

- Assim, o José próspero, o José rico, o José governador do Egito, honrado e com vestidos de linho fino era, mais do que tudo, o José que tinha consciência do propósito divino, da necessidade de ser instrumento para a salvação, o José que não queria que nem seus ossos ficassem no Egito. 

Como é diferente este José deste que tem sido pregado pelos arautos da teologia da prosperidade, um José que se compraz com as benesses do Egito. Este José destes pregadores não é, em absoluto, o José da Bíblia, não é o modelo de desprendimento das coisas desta vida que devemos seguir. Que não queiramos nem que nossos ossos permaneçam no Egito!

Conclusão

  • O QUE APRENDEMOS A FAZER COM JOSÉ

 José é, conforme ensinam os estudiosos da Bíblia, um dos mais eloqüentes tipos de Jesus, ou seja, uma personagem que apresenta e antecipa algumas das características do nosso Salvador, que busca nos trazer lições das vidas de personagens bíblicas a fim de que aprimoremos o nosso caráter cristão.

- Mas, em virtude desta “eloqüência tipológica”, temos em José diversas e preciosas lições de condutas que devemos tomar ao longo de nossa vida debaixo do sol. 

A primeira diz respeito à prioridade da comunhão com Deus como atitude que devemos tomar.

- José, em todos os momentos de sua vida, foi uma pessoa que se preocupou em agradar sobretudo a Deusem ter o seu relacionamento com Deus como prioridade

José priorizou este relacionamento com o Senhor e não esmoreceu mesmo quando foi repreendido por seu pai, por causa de um sonho que teve da parte do Senhor ou quando foi para a prisão por ter se recusado a violar a lei do Senhor ante a oferta de adultério por parte da mulher de seu senhor. 
Esta dedicação extrema ao Senhor, devoção, piedade e integridade é, sem dúvida, uma das mais preciosas lições que extraímos da vida de José. 

Pensamos nas coisas que são de cima? (Colossenses 3.1-2 "
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;')  

Estamos realmente mortos para o mundo? (Romanos 6.2 "
De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?")(Colossenses 3.3 "Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus".

Não mais vivemos, mas Cristo vive em nós? (Gálatas 2.20 "
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim".)

A segunda lição que José nos dá é a de que fidelidade a Deus independe das circunstâncias. 

Decidido a servir a Deus, José o faz na casa de seu pai, como escravo em terra estranha, na casa do cárcere como preso injustiçado e no palácio de Faraó, como governador do Egito. José foi fiel a Deus, temeu ao Senhor, não importando o que lhe aconteceu ao longo da vida. Esta firmeza e constância é algo que devemos reproduzir no nosso andar com Cristo até que o Senhor volte ou que nos chame para a Sua glória. 

O Senhor é bem claro em Sua carta à igreja de Esmirna, uma igreja onde não havia qualquer senão: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”(Apocalipse 2.10). 

Como está a nossa fidelidade? Não nos esqueçamos do que diz o apóstolo: “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo” (II Timóteo 2.13).

A terceira lição que aprendemos com José é o da excelência de serviço, da dedicação e do esforço. 

José sempre se apresenta nas Escrituras como uma pessoa zelosa da qualidade de seu serviço, seja como prestador de informações ao seu pai, como escravo na casa de Potifar, como servo dos presos a cargo do carcereiro-mor, seja como governador do Egito. 

José sempre fez o melhor que podia em todas as atividades que assumiu, não sendo preguiçoso, deslocando-se sempre que necessário, sempre pronto a servir e a atender aos seus superiores e a todos quantos lhe procurassem. Conhecido lema diz que “quem não vive para servir, não serve para viver” e esta é uma afirmação que tem pleno respaldo bíblico. 

José era, antes de tudo, um servidor e um servidor de qualidade, cujo trabalho sempre fazia que alcançasse graça aos olhos de seus superiores. 

Devemos servir desta mesma maneira, não só a Deus, mas também a todos quantos o Senhor põe para serem servidos por nós (Efésios 6.5-8 "
Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens. Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre".).

A quarta lição que temos na análise da vida de José é a necessidade de mantermos a pureza, a separação do pecado para que tenhamos a companhia de Deus

Como vimos, mais de uma vez a Bíblia diz que o Senhor estava com José e esta afirmativa encontra uma necessária e indispensável correspondência: José não estava com o pecado. No episódio da mulher de Potifar, vemos bem explicitamente esta correlação, que é fundamental para que sejamos espiritualmente vitoriosos. 

Esta é a realidade que muitos têm procurado esconder. João é bem claro: “Qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não O viu nem O conheceu” (I João 3.8), ou, ainda, “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (I João 5.18). 
Podemos dizer que somos nascidos de Deus, que vemos e conhecemos a Jesus?

A quinta lição que temos ao estudarmos a vida de José é a do perdão. José jamais se vingou daqueles que lhe prejudicaram. 

Tendo comunhão com Deus, soube entender que as adversidades que sofreu na sua vida foram fruto ou de sua imaturidade espiritual ou da provação divina, contrariedades necessárias para que fosse devidamente capacitado para o exercício da tarefa que Deus lhe cometera. Isto vemos claramente quando, após a morte de seu pai, José dirige-se a seus irmãos e afirma que 
Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida. (Gênesis 50.20). 

É o mesmo grau de consciência que teve o apóstolo Paulo ao afirmar aos romanos que 
E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Romanos 8.28).

 - José, mesmo tendo alcançado o governo do Egito, não procurou vingar-se de seus irmãos, nem tampouco da mulher de Potifar. Buscou tão somente compreender o propósito divino para tanto sofrimento e corresponder aos objetivos traçados pelo Senhor neste aprendizado. Assim como ele, devemos também perdoar, para que não soframos como o credor incompassivo da parábola contada pelo Senhor Jesus (Mateus 18.23-35).

A sexta lição que temos com José é o da prioridade das bênçãos espirituais. 

José era governador do Egito, o segundo homem do mais poderoso país daquele tempo, homem que desfrutava da plena confiança de Faraó. Seria natural, ainda mais diante da traição sofrida na casa de seu pai, que se apegasse às riquezas do Egito, à sua posição social, ao seu poder político. No entanto, José fez seus irmãos jurarem que levariam seus ossos para Canaã assim que eles retornassem para a Terra Prometida. 

José não se impressionou com as bênçãos terrenas que receberamas mantinha sua esperança na Terra Prometida, ou seja, nas promessas dadas por Deus a Abraão, Isaque e Jacó. 

José inclui-se entre aqueles que o escritor aos hebreus afirmou que "
Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar." (Hebreus 11.13-15) 

O que temos buscado nesta vida? Uma posição social, riqueza, poder? 

"Se esperamos em Cristo somente nesta vida somos os mais miseráveis dos homens" 
(I Coríntios 15.19). 

Mas aprendamos com José e não tenhamos a nossa vida por preciosa, mas procuremos ter como alvo a vida eterna, considerando a nossa vida debaixo do sol tão somente como uma carreira e um instrumento para exercermos o ministério, o serviço que nos foi dado pelo Senhor Jesus (Atos 20.24 "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.").

A sétima lição que aprendemos com José é decorrência desta consciência, a saber, a humildade de espírito. 

Mais um servo do Senhor que se apresenta como submisso à vontade do Senhor, que sabe que o homem nada mais é que um mordomo do Criador dos céus e da terra. 
José, mesmo sendo governador do Egito, diante de seus irmãos, afirmou que era apenas um instrumento para a conservação do povo de Israel, uma peça no propósito divino. 

José sempre soube manter o seu lugar, seja na casa de Potifar, seja na casa do cárcere, seja no palácio de Faraó. Sempre vemos José se apresentando com lealdade e submissão aos seus superiores, conseqüência direta da vida de comunhão que tinha com Deus. 

Sabemos ocupar convenientemente o nosso lugar? Temos impedido que a vaidade e o orgulho nos dominem?

Neste ponto, aliás, José é, mais uma vez, um tipo de Jesus Cristo, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo (Filipenses 2.6,7 "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;"

(I Coríntios 15.28 "
E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos."). 

(Mateus 11.29 "
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.").
  • O QUE APRENDEMOS A NÃO FAZER COM JOSÉ
A primeira lição do que não fazer com a vida de José tem a ver com a má fama que costumava levar de seus irmãos (Gênesis 37.2)

Embora devamos sempre falar a verdade e a omissão intencional, a chamada “meia-verdade”, seja uma “mentira inteira” e, portanto, não é atitude que possa ser cometida por um servo do Senhor, temos que nem por isso se deva esmerar-se em trazer má fama de terceiros a alguém. O prazer em difamar, a “especialização em encontrar defeitos e erros nos outros” tem como conseqüência única a criação de inimizades e invejas e a Bíblia nos ensina que, "enquanto estiver em nós, devemos ter paz com todos os homens" (Romanos 12.18). 

Foi o que ocorreu com José, que passou a viver uma luta incessante dentro de sua própria casa (Gênesis 37.4), a ponto de terem seus irmãos o aborrecido tanto que o quisessem matar, o que não se fez única e exclusivamente por intervenção do Senhor no negócio.

- Muitos poderiam dizer que era plano de Deus que José fosse enviado ao Egito. Não resta dúvida de que se tratava, mesmo, do propósito divino, mas a situação de beligerância na casa de Jacó, a inimizade, as porfias e o mal-estar resultante da “especialização em divulgação de má fama” por parte de José era fruto único e exclusivo de seus erros, não estava no propósito divino de conservação do povo de Israel. 

As contrariedades e angústias sofridas por José no seu relacionamento com os irmãos eram resultado desta sua ação imatura, nada tendo que ver com o plano divino estabelecido para ele e para Israel.

A segunda lição do que não fazer que José nos dá, é o desejo de nos impormos diante dos nossos semelhantes, ante a revelação divina de nosso chamado. 

José, celeremente, contou a seus irmãos e, depois, a seu pai, os seus sonhos, sonhos que vinham da parte de Deus, com quem tinha comunhão, querendo, com isto, impor-se como líder junto a sua família, não porque fosse ambicioso e almejasse o mando, mas porque tinha a convicção de que fora escolhido por Deus para exercer, na família, uma proeminência.

Entretanto, devemos aprender que aquilo que Deus nos revela não deve ser alardeado aos quatro ventos, senão no momento oportuno. O mesmo Senhor que revela é o Senhor que manifesta o que tem preparado para nós no seio de nossa comunidade (família, igreja local, sociedade), de modo natural e sem qualquer necessidade de coação ou persuasão humana. 

Deus está no completo controle da situação e, quando nos revela algo, devemos tão somente nEle esperar, pois, no momento oportuno, Deus nos levará ao lugar e posição previamente revelados. O objetivo da revelação de Deus a cada um de nós é para que nos preparemos, iniciemos o aprendizado necessário para exercermos aquilo que Deus está a nos dar e não para que, mediante a divulgação da revelação, os outros reconheçam, desde logo, a nossa vocação. 

A vocação (ou chamada) é de Deus para nós, nada tendo os outros que ficar sabendo dela antes do momento oportuno, que é estabelecido por Deus e será manifestado a todos. Até lá, fiquemos em o nosso lugarpreparando-nos e nos esforçando para atendermos a este chamado do Senhor. A vocação é para nós (I Coríntios 7.20 "Cada um fique na vocação em que foi chamado.")

(II Timóteo1.9 "
Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos;"

(II Pedro 1.10 "
Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis."), não para os outros.

A terceira lição que aprendemos com os erros de José é a de jamais podemos ir ao encontro dos inimigos desprevenidos e confiantes em nós mesmos. 

É preciso estarmos vigilantes e não vacilarmos, não só quando formos ao encontro do adversário, como ocorreu com José, mas sabendo que, em os nossos dias, é o adversário que sempre está vindo ao nosso encontro (Tiago 4.7 "
Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.")

(I Pedro 5.8 "Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;"). 

As duas vezes em que José enfrentou seus adversários desta maneira, sofreu revezes. 
Ao ir ao encontro dos irmãos totalmente desguarnecido, confiante apenas na sua “túnica de várias cores”, ou seja, na sua condição de filho predileto, perdeu a túnica, foi lançado na cova, só não foi morto pela misericórdia divina que se utilizou do seu irmão mais velho, Ruben, para impedir o assassínio e foi vendido como escravo. 

Ao ficar sozinho na casa de Potifar, tendo apenas o seu vestido de escravo principal, também foi atacado pela mulher de seu senhor, que conseguiu retirar o seu vestido e caluniá-lo, obrigando seu senhor a mandá-lo para a casa do cárcere.
- Não podemos enfrentar o nosso adversário, que é o diabo (I Pedro 5.8), desguarnecidos, desarmados, desprotegidos. 

Muitos têm fracassado espiritualmente porque vão aonde está o inimigo confiantes em si mesmos, em sua posição, em sua experiência, em sua habilidade. Não podemos ignorar os ardis de Satanás (II Coríntios 2.11) e devemos estar plenamente conscientes de que, para lutarmos contra as hostes espirituais da maldade, é imprescindível que estejamos devidamente armados com a armadura de Deus (Efésios 6.11-13). 

Nos dias difíceis em que vivemos, muitos têm caído nas ciladas do diabo, diabo que faz questão de divulgar, como pai da mentira que é (João 8.44), de que ele não existe ou de que não tem como atacar ou se aproximar dos servos de Deus. Isto é mentira, povo de Deus! 

Ele anda ao derredor buscando a quem possa tragar, tendo uma atividade incessante e crescente em os nossos dias, não cessando de nos acusar dia e noite diante de Deus (Apocalipse 12.10). "Não deis lugar ao diabo" (Efésios 4.27). Não vacilemos, como fez José.

A quarta lição que tem José como contra-exemplo refere-se à “manutenção de um resíduo de ego” na nossa vida com Deus. 

Ao interpretar o sonho do copeiro-mor, José pediu ao alto funcionário de Faraó que se lembrasse dele quando fosse restituído a seu posto. Embora já fosse prudente na divulgação das revelações divinas, embora fosse cuidadoso no relacionamento com as demais pessoas, embora não mais procurasse divulgar má fama de quem quer que fosse, José ainda mantinha um “resíduo de eu”, tinha ainda uma pequena preocupação consigo mesmo e com a sua sorte na vida debaixo do sol.

- O servo do Senhor, porém, diz-nos a Bíblia Sagrada, deve renunciar a si mesmo         (Mateus 16.24 "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;"), renúncia completa e irrestrita, sem qualquer resíduo. 

Quem quiser ganhar a sua vida, perdê-la-á, diz o Senhor Jesus LEIA: (Mateus 10.39;      Mateus 16:25; Marcos 8.35; Lucas 9.24; Lucas 17.33; João 12.25), em diversas oportunidades, ensino repetido em todos os quatro Evangelhos, a demonstrar a sua importância. 

Muitos são os que, nos dias de hoje, perdem a sua vida porque procuram reservar algo para si, ainda que mínimo, não aceitando a oferta de renúncia. Jesus tudo deixou para morrer em nosso lugar e devemos seguir o Seu exemplo. José foi esquecido pelo copeiro-mor, porque este “resíduo de eu” ainda o impedia de poder ser um eficaz instrumento divino para a salvação da humanidade. 

Só depois que houve a completa renúncia, o que se demonstra pela total falta de preocupação consigo mesmo no instante em que José interpretou os sonhos de Faraó é que se teve a exaltação e a colocação de José no lugar que lhe havia sido prometido 17 anos antes. 


Temos estado dispostos a renunciar a nós mesmos?



Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!

Repasse essa mensagem para outras pessoas. Vamos semear!


Deus te abençoe!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...