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2 Reis 4 - Eliseu aumenta o azeite da viúva / O que você tem em casa?





Introdução:

Uma história de fé e confiança no socorro divino. Deus não desampara aqueles que a Ele são fiéis. A multiplicação do azeite da viúva pelo profeta Eliseu, nos traz uma lição de vida acerca do amor do Pai para com os seus pequeninos.

Ele não abandona os seus servos, mas os ouve nas suas angústias. Nas horas mais difíceis Deus está preparado para atender o justo clamor dos necessitados. A fidelidade do Senhor está presente em vida e até depois da morte, pois ainda que nós sejamos infiéis, Ele o Senhor permanece fiel e vela pela sua palavra, para fazer cumprir as suas promessas na nossa vida e da nossa família.

Procuramos neste estudo abordar os pontos mais relevantes do texto de 2 reis 4:1-7, mas antes para entendermos melhor esta passagem, vamos ver como estava a situação das viúvas no antigo testamento, em Israel.

As Viúvas no Antigo Testamento

Esta história em que Eliseu multiplica o azeite da viúva, ilustra um pouco da luta histórica que as mulheres passavam e do estigma religioso que recaía sobre elas. Sobre a mulher pesavam os duros trabalhos do lar, a mulher trabalhava no campo, fazia pão, tecia e etc.
Mas a mulher não herdava de seu marido, nem as filhas de seu pai. O voto de uma mulher casada não tinha validade, a não ser se fosse consentido por seu marido, que tinha o poder de anulá-lo. Na família, a estima da mulher só aumentava quando ela se tornava mãe, sobretudo de um filho varão.
Do ponto de vista social e jurídico, a situação da mulher em Israel era inferior à que tinha nos países vizinhos. A mulher tinha quase sempre, todos os direitos de um chefe de família no Egito. Na Babilônia ela poderia adquirir bens, agir judicialmente, e ter parte na herança de seu marido.
Mas no reino do norte de Israel, muito frequentemente, as viúvas, principalmente as cheias de filhos, encontravam-se em condições miseráveis. E elas eram protegidas pela lei religiosa, parte que os homens pareciam ignorar. A lei recomendava a caridade do povo, juntamente com os órfãos e os estrangeiros.
(Êxodo 22:22-23 "A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor." ).

A História da Viúva do Vaso com Azeite

No antigo oriente, as viúvas por si mesmas já eram muito vulneráveis à pobreza. A viúva de um profeta ficava ainda mais exposta a passar dificuldades, pois os profetas eram muito pobres na época. Eles estavam preocupados em buscar as coisas de cima.
Os profetas não pensavam a vida a não ser em vivê-la por meio da espiritualidade e do entendimento a cerca de Deus e da sua vontade. E a esposa de um desses profetas, desamparada, desesperada, vem ao homem de Deus com um relato dramático:
(2 Reis 4.1 "E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos." ).
A lei israelita permitia, como forma de proteção ao credor, que se tomasse os filhos dos devedores, para que trabalhassem até que a dívida fosse paga. Mas em Deuteronômio 15:1-18, há uma ressalva para que isto não fosse feito em tempos de fome ou grandes necessidades.
As pessoas que viviam na pobreza tinham uma vida muito dura. Eles tinham que enfrentar a desesperança todos os dias. Coisas simples como comida e roupas faziam a diferença entre vida e morte. E os problemas da viúva foram multiplicados com a morte de seu marido, deixando dívidas que ela não podia pagar.
E é fato que esta pobre mulher vem a Eliseu, logo após a guerra entre os reis de Israel (reino do norte) e de Judá (reino do sul), contra o rei dos moabitas. A morte e pobreza extrema estão sempre ligados às misérias da guerra.
Geralmente o tipo de pedido que a viúva fez a Eliseu, era direcionado ao rei, a autoridade judicial suprema do país. Porém como a lei não proibia a tomada dos filhos pelo credor, e como era algo já culturalmente aceito (até nas demais nações em redor de Israel, de acordo com o código de Hamurabi, artigo 117), a viúva não viu outra saída, a não ser clamar pela misericórdia divina.
(Romanos 12:13 "Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade;" ).

"Tu Sabes que Teu Servo Temia ao Senhor"

Profundo o testemunho que esta mulher dá a respeito do seu falecido marido. Ela vem a Eliseu demonstrando muito respeito e humildade. Com seu coração quebrantado, chama-o de Senhor, pois sabia que o seu pedido se dirigia a Deus, através do seu profeta.
A viúva em suas palavras, estava dizendo apenas uma verdade para Eliseu e não uma reclamação. Ela fala do fato inegável de que Eliseu conhecia a lealdade com que seu falecido marido servia a Deus e ao próprio Eliseu. Ela o relembra da vida piedosa que seu marido teve.
E na sua extrema necessidade, apenas apresenta a sua justa causa ao homem de Deus e ao próprio Deus. A causa dela era justa, não pedia por riqueza ou status, ou que Eliseu descumprisse a lei, mas queria apenas um livramento, pela vida de seus filhos.
A forma como fala, demonstra a sua grande fé. Perceba que ela não pede nada a Eliseu, mas apenas o deixa ciente da sua miséria, ou seja, ela confiava que Deus sabia o que era melhor para a sua família. E se colocou totalmente debaixo da providência divina.

Deus Honra Aqueles que São Fiéis à Ele

Também é fato que se Eliseu havia atendido a pessoas importantes como os reis de Israel e os capitães dos seus exércitos, ele da mesma forma não deixou de ouvir o clamor de uma pobre viúva.
Deus não abandona aqueles que lhe são fiéis. Deus é fiel na vida e na morte, e promete proteger até os filhos dos filhos de milhares daqueles que o amam e o obedecem.
(Êxodo 20.6 "E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos." ).
A viúva apresentou e entregou o seu caso nas mãos de Deus, correu para o abrigo certo, o descanso em Deus. E logo veio a resposta divina. O profeta Eliseu, viu que o testemunho de um servo fiel a Deus, mesmo que morto, ainda falava.
(Hebreus 11.4 "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala." ).

Um Pouquinho de Azeite Basta

Então Eliseu pergunta o que a viúva tinha em sua casa, para que Deus usasse em seu socorro.
(2 Reis 4.2 "E Eliseu lhe disse: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite." ).
Na verdade, pela fé, ela já possuía tudo o que precisava. E Eliseu, como homem de fé, que enxergava o sobrenatural, discerniu rapidamente o que Deus queria realizar antes mesmo que ela terminasse de falar.
Era como o que havia ocorrido com Elias, quando orou para que chovesse sobre Israel e mandou o seu servo olhar se já havia alguma nuvem.
(1 Reis 18.44 "E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce, para que a chuva não te impeça." ).
A viúva via uma pequena botija com azeite, mas Eliseu contemplava o sustento, a benção e uma grande abundância de víveres na casa daquela pobre mulher.
O azeite era usado como um remédio para a aflição do estômago e como um bálsamo para curar feridas. Era também utilizado como combustível para as lâmpadas em casas.
Soldados passavam frequentemente azeite nos escudos de couro que eles utilizavam nas batalhas. Isso prevenia os escudos de tornarem-se frágeis.
O unguento era também a base para fazer perfumes e pomadas perfumadas muito caras. Um pote a base de óleo, mirra e incenso, poderia ser vendido por um preço que equivalia a um ano de salário de um trabalhador.

A Multiplicação do Azeite da Viúva

Este era o livramento que o Senhor havia preparado para a viúva e seus filhos. Deus não desampara os seus servos, jamais!
(2 Reis 4.3-4 ''Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia." ).
O milagre ficava então limitado a tanto quanto fosse a fé dela, pois quanto mais vasos conseguisse, mais puro azeite receberia. Ela seguiu a palavra profética de Deus, através de Eliseu, e o óleo não parou enquanto ainda havia vasos vazios.
E segundo a instrução de Eliseu, ela deveria vender o azeite, pagar a dívida e viver do que sobrasse. A viúva que clamava pela vida de seus filhos, foi atendida para muito além do que pediu ou pensou. Com certeza ela nunca imaginou tamanha benção.
Grande foi o livramento e grande foi a benção do Senhor naquela família!
(Efésios 3.20 "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera," ).

O Que Você Tem Em Casa?

Há momentos em que as circunstâncias nos levam a situações semelhantes a da multiplicação do azeite da viúva. Horas difíceis, quando achamos que nada mais nos resta na vida. Sentimentos de vazio, de abandono podem passar no coração. É como se estivéssemos perdidos por caminhos sem solução.
Mas aprendo nesta mensagem, que se ainda houver um pouquinho de azeite na nossa dispensa, Deus poderá usar para nos projetar em caminhos de vitórias. O azeite é o Espírito Santo, e Ele habita em você.
E Deus pode multiplicar esse azeite, de forma a te ungir poderosamente, e te envolver com esse unguento Santo. E o que você tem em casa? O que você sabe fazer? As vezes achamos que é pouco, que é desprezível o que sabemos. Mas com a unção do Espírito Santo, esse pouco pode se transformar em abundância.
Deus usa as pequenas coisas para confundir as grandes. Deus usa os fracos para confundir os fortes. O seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
Peça, clame, ore, apresente a sua causa a Deus. E confie, faça, realize, pois com a unção do Espírito, enquanto houver vaso vazio o óleo não vai parar.
                                                                             
                          Que Deus te Abençoe! 

2 Reis 4 - Sunamita e o seu filho / O sonho da Sunamita e a promessa de Deus





Introdução:

Uma das histórias mais comoventes da bíblia é esta sobre a Sunamita. Uma mulher de nome desconhecido, mas que o seu testemunho de vida atravessou milênios, em um verdadeiro exemplo de fé.

Ela lutou pelo seu sonho, não deixou morrer a esperança, passou momentos difíceis, mas confiou em Deus e não se decepcionou.

A história da Sunamita ocorreu aproximadamente entre 874 - 782 antes de Cristo, época em que apareceu no reino do norte de Israel o profeta Eliseu, que foi discípulo de Elias.
O nome pelo qual ficou conhecida vinha da cidade de Suném, que traduzido significa [declive], pois Suném estava localizada em uma elevação de terras a cinco quilômetros ao norte do vale de Jezreel.
Rodeada por cactos e pomares, logo a sua frente estava o monte Carmelo, onde Elias lutou com os quatrocentos profetas de baal. Bem próximo ao sul, podia se ver o caminho inclinado que levava ao monte Gilboa.
De Suném se contemplava toda a planíce de Jezreel, uma rica área agrícola. Muitos fazendeiros moravam no vale de Jezreel. O solo fértil favorecia o crescimento dos grãos, proporcionando grandes colheitas, o que acentuava o contraste entre a fertilidade do local, com a infertilidade que sofria a Sunamita.
Este vale havia sido palco da batalha entre os filisteus e os exércitos do rei Saul.

O Ministério de Eliseu

E o profeta Eliseu exercendo seu ministério, saía frequentemente de sua casa em Samaria e percorria cerca de 56 quilômetros para chegar ao monte Carmelo, local de seu retiro espiritual, onde se dedicava a oração, buscando a orientação de Deus.
Era uma viagem longa e cansativa, consumia muito as energias de Eliseu e seu moço, Geazi. Eliseu e Geazi, entretanto, para chegarem ao Carmelo (525m de altura), sempre passavam por Suném. E a Sunamita certamente observava ainda de longe, o profeta e seu discípulo, que estavam constantemente em peregrinação por aquelas terras, para buscar a Deus.
O interessante é que a Sunamita enxergou algo que toda uma cidade deveria ter visto, mas não viu. Suném era uma cidade próspera em que seus habitantes poderiam ter facilmente oferecido alimento e abrigo para um homem que estava a serviço de Deus em benefício de toda uma nação.
(2 Reis 4.8 "Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava para comer pão." ).
(2 Reis 4.9 "E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus." ).

A Hospitalidade da Sunamita

E a Sunamita tem esse discernimento espiritual. A sua atitude de ajudar o profeta Eliseu e Geazi refletia o zelo e o amor a Deus, que ela possuía em seu coração. Ela era uma mulher bondosa e hospitaleira. E as escrituras mostram que no passado, pela hospitalidade, os servos do Senhor haviam hospedado anjos, sem saber.
E ela pensava que ter o homem de Deus em sua casa representava uma oportunidade de um maior contato com o espiritual. Pra ela, fazer o bem ao homem de Deus era como se estivesse honrando ao próprio Deus.
Então, a Sunamita em uma atitude de amor para com Deus e o seu profeta Eliseu, pede a seu marido que construísse um quarto na parte superior da sua casa, onde poderia abrigar Eliseu. O acesso ao piso superior da casa era feito por uma escada pelo lado de fora do imóvel.
E o cômodo de cima era muito mais fresco e ventilado, e oferecia um melhor isolamento do barulho e sons que vinham da rua. Eliseu não seria incomodado e teria mais privacidade para buscar a Deus em suas orações.
(2 Reis 4.10 "Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá.").
Ela pôs os seus bens à serviço do Senhor, pois para a Sunamita as coisas espirituais eram de grande valor, importavam mais do que as materiais. E Eliseu vendo a sua dedicação, lhe faz uma última prova de fé. Oferece recompensas materiais ou honras sociais.
Parece aqui muito com a mesma prova que Jesus direcionou ao cego bartimeu em Jericó.
(Lucas 18.40-41 "Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja." ).

A Simplicidade da Sunamita

Mas a resposta da Sunamita revela muito do que estava em seu coração. Ela valorizava a vida, o amor, a família. Não estava preocupada em adquirir mais bens materiais, posição social ou títulos honoríficos. Ela reconhecia o valor imensurável da reunião familiar, o capital imponderável da felicidade de estar entre amigos.
(2 Reis 4.13 "Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao capitão do exército? E disse ela: Eu habito no meio do meu povo." ).

O Sonho da Sunamita e a Promessa de Deus


Eliseu ouve o sábio conselho de Geazi que lhe informou que a Sunamita não tinha filhos, um antigo sonho dela, que desejou tanto, imaginou as roupinhas do bebê, podia até ver uma linda criança correndo pelos corredores da casa. Mas era apenas um sonho, esquecido, relegado ao passado.

Mas Deus contemplava a sua generosidade e a sua hospitalidade, a dedicação em servir ao Senhor através da ajuda que oferecia ao seu servo Eliseu. E esta atitude de amor para com o homem de Deus, gerou uma promessa, que ela mal podia acreditar; a Sunamita nunca esperou tamanha benção.

E dentro de um ano a promessa de Deus se cumpriu, porque amor gera vida, paz e alegria. Ela concebeu e deu à luz um lindo e abençoado menino, filho da promessa, tal qual foi Isaque para Abraão e Sara.

A Sunamita e Seu Filho

Agora aquele lar frio se enchia do calor do sorriso de uma criança. Uma família completa e feliz. Em Israel, um filho era considerado a maior benção e alegria que um pai e uma mãe poderiam alcançar. A mulher que não tinha filhos ficava profundamente envergonhada na sociedade.
E a lei judaica dava ao marido direito de se divorciar, caso a sua esposa não pudesse lhe dar um descendente que levaria o seu nome adiante. Mas tudo isso agora estava superado pois, Deus havia lhe dado o presente perfeito, o presente que ela realmente precisava.
Este foi o sonho que a Sunamita escolheu para sonhar, um lar simples, mas feliz, uma família debaixo das bênçãos de Deus. E o menino crescia nos caminhos do Senhor. Toda vez que ela olhava para seu filho, se lembrava da promessa de Deus se cumprindo na sua vida. Era lindo!
(2 Reis 4.17 "E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte, segundo Eliseu lhe dissera." ).
E o seu filho era uma benção. Ensinado na lei do Senhor, obediente, ajudava ao seu pai no trabalho. Certamente na ansiedade de querer retribuir todo o amor e o carinho recebido de seus pais, este menino trabalha duro se expondo muito ao sol, mas ele ainda não tinha um preparo físico adequado, não estava acostumado ao trabalho árduo.
O sol de verão é muito forte naquela região, faz muito calor. Muitos estudiosos acreditam que o filho da Sunamita tenha sofrido de insolação, que dependendo da intensidade da exposição ao calor, pode levar à morte, principalmente em jovens e idosos.
(2 Reis 4.18-19 "E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os segadores, E disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe." ).
E o menino é levado à sua mãe. Depois de algum tempo ele vem a falecer. Momentos terríveis passou aquela mulher, era o vale da sombra da morte. Ver seu único filho, quem ela amamentou com tanto zelo, muitas vezes acordando no meio da noite. Ela deu amor, deu carinho, ensinou as primeiras palavras, os primeiros passos.
E ele estava ali, nos seus joelhos, ela podia sentir a sua vidinha pouco a pouco se esvaindo, sem poder fazer nada. Eu particularmente não posso nem imaginar a dor que seja passar por uma situação como essa.
E a Sunamita olha para o seu filho, o seu sonho de ter uma família, agora frio, gelado, morto em seu colo...

Vai Tudo Bem

Mas se estava passando pelo vale da sombra da morte, ela não temeu. Ela não aceitou a morte do seu sonho! Tomando-o em seus braços, o põe carinhosamente na cama do profeta Eliseu, e parte para um duro embate, um caminho longo, uma jornada de 24 quilômetros na estrada que subia até o monte Carmelo, para recuperar a vida de seu filho, fruto da promessa de Deus.
Ao longe ela responde ao profeta com palavras que demonstravam a sua certeza, a fé de que a vida do seu filho seria restaurada. A frase "vai tudo bem", faz me lembrar da resposta de Abraão ao seu filho Isaque, quando este iria oferecê-lo em sacrifício a Deus.
(Gênesis 22.8 "E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos." ).
Ao chegar diante de Eliseu, ela se prostra com o coração quebrantado. E Eliseu sendo um homem poderoso em palavras e obras, nos deixa também uma lição de humildade aqui. Ao invés de tentar "dar uma de advinho", ele reconhece que Deus não havia lhe revelado o que estava acontecendo naquele momento.
(2 Reis 4.27 "Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para retirá-la; disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma está triste de amargura, e o SENHOR me encobriu, e não me manifestou." ).
Eliseu então manda o seu discípulo Geazi por o seu bordão sobre o rosto do menino morto. Mas há tarefas que não são para Geazi realizar. Certas coisas exigem a presença do homem de Deus. A Sunamita sabia disso, e luta por seu filho, insistindo com o profeta que não o deixaria enquanto ele não fosse com ela.
Eliseu vendo a disposição e a fé dela, levanta-se e a acompanha. Geazi que foi na frente deles, volta com notícias não muito boas, o bordão não funcionou. Algo parecido havia acontecido também com Jairo, quando buscava pela ajuda de Jesus e os seus familiares chegaram dizendo que sua filha já estava morta, ao que o Mestre lhe deu a boa instrução: Crê somente.

Calor Humano para Ressuscitar Sonhos

O bordão de Eliseu não funcionou porque para se ressuscitar sonhos é preciso intercessão, súplicas e "calor humano". Eliseu teve que orar de portas fechadas, pois  (Mateus 6:6 ''Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.'' ).
É preciso insistência, (Mateus 7.7 "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á." ). Eliseu após a oração, transmite "calor" ao jovem através do contato direto com o morto. Uma simbologia de que não podemos nos isolar daqueles que estão "mortos espiritualmente", necessitando da nossa ajuda.
Tal como Jesus, Eliseu não temeu a impureza cerimonial da lei, mas voltou a deitar-se sobre o menino, aquecendo-o novamente e transmitindo-lhe vida. Muitas vezes é preciso agir de igual forma, abraçando com muito amor os pecadores, a quem desejamos ver "ressuscitados".
(2 Reis 4.34 "E subiu à cama e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu." ).
A fé da Sunamita foi honrada, o sonho de Deus não morre, temos que ter fé. Ela humildemente agradece e entra para a história de Israel como uma mulher sábia e de fé.

Qual é o Seu Sonho?

Eu sei que há muita gente com os sonhos morrendo, gente que perdeu tanta coisa na vida, e chega até aqui sem nem saber como. Talvez o seu sonho esteja esquecido, no passado, você já nem se lembra mais o que é poder sonhar.
Quem sabe o seu sonho é ver aquela pessoa amada ou um familiar transformado, "ressuscitado" espiritualmente, liberto das drogas, dos vícios e do pecado. Mas você precisa tomar uma decisão hoje. Veja, a Sunamita decidiu firmemente que ela não aceitaria a morte da promessa de Deus na sua vida, e partiu num longo caminho até o profeta.
O caminho da restauração é longo e difícil. O Primeiro passo da Sunamita foi a transformação dela mesma. Resolveu confiar em Deus e se dedicar ao amor quando ainda nem tinha a perspectiva de ter um filho.
Jesus sempre alertou aos seus discípulos que a maior arma que vence o mundo é o amor. Resolva amar. Renuncie à violência, renuncie às discussões, renuncie aos desentendimentos. E tenha atitudes de amor, perdoe, abrace, transmita calor humano e vida.
E ore. Confie no Senhor, Ele renovará as suas forças.
                                                                            Que Deus te Abençoe!

Compromisso, O que é? Qual a natureza do compromisso? O que significa comprometer-se com alguém? O compromisso do casamento tem sido levado a sério em nossa cultura?






Recuse-se a prosseguir até que você possa genuinamente garantir o seu compromisso para o resto da vida.

Foi no dia 21 de agosto durante o verão que a minha mãe e o meu pai se comprometeram um com o outro. Conheço esta data tão bem quanto o meu próprio aniversário, porque na nossa família celebramos com grande ostentação. 

O compromisso deles de uma vida inteira era magnífico para nós. Isto não foi a causa de todos os cafés da manhã que tomaram juntos ou um número infinito de experiências em comum, mas também tornou possível a vinda de minhas duas irmãs e eu, doze netos, doze bisnetos e dois tataranetos.

Eles se comprometeram um com outro "durante todo o tempo em que viverem", e o compromisso deles de uma afeição eterna fez nascer uma segurança física e emocional que influenciou radicalmente tudo em suas vidas - e nas nossas - para sempre.

Vamos direto ao centro da questão: Qual era a natureza do compromisso deles? O que significa comprometer com alguém?

Podemos olhar os votos tradicionais de casamento para uma compreensão clara sobre o que é estar comprometido. Normalmente, existe uma única pergunta para a qual você responde "Sim", e então um voto específico que você diz para o seu companheiro. 

A pergunta é simplesmente essa:

James, você aceita Susan para ser sua esposa, e solenemente promete amá-la, respeitá-la, honrá-la e cuidar dela, abandonando todos os outros somente por ela, realizando todas as obrigações que um marido deve à sua esposa até que Deus através da morte os  separe?

E os votos tradicionais do casamento são assim:

 Eu, Susan, tomo você, James, para ser meu esposo. Prometo e concordo solenemente diante de Deus e dessas testemunhas ser sua esposa amada e fiel - na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza, na doença e na saúde - durante o tempo que vivermos.

Então você comprometeu em:

  1. Amar seu companheiro até que um de vocês morra.
  2. Honrar seu companheiro até que um de vocês morra.
  3. Cuidar do seu companheiro até que um de vocês morra.
  4. Não estar envolvido com qualquer outro "companheiro substituto".
  5. Realizar todas as obrigações como cônjuge até que um de vocês morra.
  6. Ser amável e fiel de todo o tipo de circunstância durante o tempo em que vocês dois viverem.
Isso é uma promessa radical ou não?

Estou insistindo neste capítulo que não se case - que se recuse absolutamente até mesmo de considerá-lo - até que possa genuinamente garantir esse compromisso para o resto da vida com o seu companheiro. Se você não estiver preparado para garantir isso, então não está pronto para se casar. 

O casamento exige demais, é muito complexo, para ser aceito por qualquer um que esteja inseguro com relação à determinação dele ou dela em realizar todas esses seis compromissos para sempre.

O compromisso do casamento tem sido levado a sério em nossa cultura?

Não! Evidentemente, pois a sociedade tem transformado o compromisso do casamento em uma coisa trivial! Existe uma preocupação excessiva em não limitar a liberdade individual que temos literalmente assistido as pessoas completamente despreparadas entrarem e saírem de casamentos com apenas um olhar de censura e reprovação de seus rostos.

A sociedade está tão preocupada sobre não prender alguém em um relacionamento destrutivo que abriu a porta do divórcio e ensinou às pessoas que o compromisso para uma vida toda é antiquado e irrelevante. 

Como uma sociedade, tomamos uma posição de que o "compromisso" é uma parte bonita porém, insignificante de uma visão demasiadamente excessiva, e ignoramos quando não é.

Estou convencido de que o problema da nossa sociedade é o colapso da família tradicional e ainda mais convencido de que as famílias nunca tornará a ser estruturalmente sensata até que comecemos a levar a sério tudo o que está envolvido no compromisso.

- É o compromisso que torna possível a confiança. Como você pode confiar em alguém se sabe que ambos não estão determinados a fazer o relacionamento dar certo para o resto da vida? Como você pode expressar tudo das suas partes mais profundas? 

Se pode fazer isso, como o seu casamento pode se tornar forte? E sem nenhuma intimidade permanente, um casal pode oferecer o tipo de ambiente emocional no qual os filhos possam crescer e serem fortes e saudáveis? 

Penso que você pode ver o quanto um casamento com necessidade de um compromisso genuíno pode se desfazer como um castelo de cartas.

O significado do compromisso tem sido mal compreendido?

Sim! Muitas pessoas pensam no compromisso como "presença física". Isto é, não abandonar o seu cônjuge. Mas é apenas uma pequena parte do compromisso do casamento. Conheço duas pessoas que permaneceram em um casamento doente por mais de 20 anos porque, como diziam "é disso que se trata o compromisso".

Entretanto, o compromisso requer mil vezes mais de você do que permanecer no casamento! Ele requer que você ame, honre e cuide da outra pessoa. Significa evitar um cônjuge substituto de qualquer tipo. 

Ele requer que faça qualquer coisa ao seu alcance para ser tudo que o seu papel exige de você. E requer que você faça tudo isso através de todo tipo de circunstância durante o tempo que você viver. Esse tipo de compromisso simplesmente não tem sido compreendido na nossa sociedade.

Você notará que um compromisso verdadeiro não tem nem um leve ar de condição sobre isso, nem um fio de mutualidade e reciprocidade. Não depende da proporção para o qual o seu companheiro cumpre. Você está comprometido com o amor e a lealdade para o resto da vida - haja o que o houver!

Estou convencido de que até que tenhamos essa compreensão de compromisso novamente em foco, muitos casamentos serão tudo, menos o que Deus exige e planejou para a vida a dois.

O Tempo de pensar a respeito do Compromisso

Só existe um tempo de pensar a respeito do compromisso - antes de fazê-lo!

É o que faz essa tarefa de escolher um companheiro tão incrivelmente importante. É antes de estar casado que esse compromisso irresistível deve ser considerado. Depois que tiver se empenhado para o resto da vida, todo o seu foco muda para que possa manter mais efetivamente o seu compromisso - como você pode amar, honrar e cuidar do seu companheiro profundamente.

Por favor, não compreenda mal o quanto considero que seja difícil manter o seu compromisso depois de casado. Tenho escutado centenas de casais que estavam lutando com esse problema, e tenho tentado me esforçar para que continuem amando, cuidando e honrando quando não é mais natural. Às vezes simplesmente não era mais possível para eles agirem dessa maneira sem algum tipo de milagre.

Muitos casais tinham me dito que era impossível manter o compromisso porque "esse casamento não estava certo desde o começo".

Centenas de pessoas sabiam "logo depois do casamento" ou "no primeiro mês do casamento" que o relacionamento estava terrivelmente errado. E agora querem sair. Querem sair. Querem esquecer que algum dia já fizeram seus votos.

Porque é que a maioria das pessoas tem filhos? Isso torna a decisão de se separar ainda muito mais destrutiva! Nenhuma criança sobrevive à dissolução do casamento de seus sem feridas imensas, as quais frequentemente nunca cicatrizam. 

Os Pais não deveriam ser capazes de ter filhos a menos que eles pudessem provar para um júri que casamento deles é incrivelmente saudável - e a menos que eles assinassem com sangue a promessa de nunca acabar com o seu compromisso.

Tudo isso é para dizer que o tempo de considerar o compromisso é antes do casamento. Digo para as pessoas que vem a mim: "Não tenha medo de sair do relacionamento a qualquer hora antes do namoro. Mas uma vez que você se comprometeu, faça dar certo. Seja uma pessoa de palavra".


Quais são os benefícios do Compromisso?

1. O compromisso mantém um casal junto durante três períodos difíceis em seus relacionamentos:

  • Durante os dois ou três primeiros anos. 

Alguns estudos indicam que metade de todos os divórcios acontece nos primeiros dois ou três anos de casamento. Não fico surpreso, porque muitas pessoas parecem descobrir a importância da escolha cuidadosa de um companheiro durante os dois anos seguintes ao casamento.

Porém se os seus votos tiverem sido feitos com seriedade, eles vencerão facilmente essas tempestades do início. Eles darão ao relacionamento a chance de desenvolver e a fragilidade do seu relacionamento durante esses períodos recente, se tornarão nada mais do que memórias.

  • Durante períodos maçantes.
Todo relacionamento que conheço tem alguns períodos quando o crescimento parece ficar estagnado, quando nada de empolgante acontece, quando o enfado inicia. As promessas de um amor vitalício se tornam o sistema de orientação de infinito valor durante esses períodos.

  • Durante os "obstáculos" do relacionamento.
A maioria dos relacionamentos atravessa períodos de dificuldades. Ele tem incertezas em sua carreira. Ela está esgotada com as exigências da maternidade. A falta de saúde pode abalar. As preocupações sobre os pais são muitas vezes urgentes. O dinheiro é um problema com muita frequência. O compromisso de amar e cuidar pode salvar um casamento durante esses períodos estressantes.

2. O compromisso alivia de forma significante o medo do abandono. É esse medo que é o principal para muitas pessoas. É muitas vezes o mais potente medo de todos.

Quando somos crianças e incapazes de tomar conta de nós mesmos, nos preocupamos em nos perder na multidão, em ser esquecidos de ser apanhados na escola, ou deixados sozinhos se os nossos pais morrerem. Medos como esses persistem durante toda a nossa vida. Nós trememos diante do pensamento autêntico sem nenhum medo de ser abandonado.

3. O compromisso torna a confiança e a intimidade possíveis. Como posso partilhar o meu "eu" mais secreto com outra pessoa sentido que estou sendo avaliado ou que talvez possa ser descartado? Não há modo algum! Mas sei no profundo do meu ser que o meu companheiro é absolutamente comprometido comigo para sempre, que diferença isso pode fazer.

Quando tudo isso for verdade, posso revelar coisas a meu respeito que nunca havia revelado. Meus segredos estão seguros. Estou unido a uma pessoa dedicada ao meu crescimento e ao meu desenvolvimento. De maneira súbita ou lentamente, todos os meus sentimentos, memórias e experiências mais cautelosamente cuidados a ser compartilhados. 

Nesse processo, o enlace toma conta; essa outra pessoa e eu nos tornamos um. Fomos entrelaçados porque somos capazes de confiar um no outro tão profundamente.

4. Com base no compromisso, vocês podem voar a grande altitude juntos, nas asas do amor inegociável. Esse é o tipo de amor que pode oferecer um "enlevo" para o seu relacionamento.

Quando alguém cujo caráter você respeita profundamente faz os votos do casamento que tem certeza de que serão mantidos, que experiência incomparável vocês poderão ter juntos.

Vocês estão seguros o suficientes para voar mesmo durante os períodos de luta. Não estão juntos pelo sucesso da relação mas por colocarem Deus no compromisso, por deixar Deus guiar as suas vidas, quando colocamos tudo na direção de Deus tudo começa a dar certo.

Há alguns meses, uma baleia vagava por uma enseada estreita em uma tentativa desesperada e perigosa de salvar o seu companheiro capturado. Ler sobre esse incidente reforçou para mim o apelo universal do "compromisso matrimonial", mesmo entre os animais.

As gaivotas, por exemplo, se unem a um parceiro para o resto da vida e podem reconhecer seus "amados" entre um grande número de gaivotas voando a grandes distâncias. Gansos, lobos, castores, tigres, e raposas todos formam pares permanentes.

Há algo sobre o compromisso que se encontra no centro da ordem criada. Ele fornece uma estrutura estável e duradoura para a vida nos nossos dias.

Os humanos podem aprender uma lição com essas espécies do reino animal que ficam juntas com o seu parceiro para o resto da vida. Quando esse tipo de compromisso através do nosso companheiro, estaremos a caminho da experiência humana mais significantes de todas.
                                                                 
                                                                
NEIL CLARK WARREN

2 Reis 2 - Elias é elevado ao céu em um carro de fogo / Eliseu, o sucessor de Elias - O Chamado de Eliseu






Introdução:

Deus havia ordenado a Elias que ungisse outro para que fosse profeta em seu lugar. "A Eliseu, filho de Safate... ungirás profeta em teu lugar" (I Reis 19:16), Ele dissera; e em obediência à ordem, Elias saiu em busca de Eliseu. 

Viajando em direção do norte, quão mudada estava a cena do que havia sido apenas pouco tempo antes Naquele tempo o solo estava crestado, os distritos agrícolas sem serem trabalhados, pois nem orvalho e nem chuva havia caído por três anos e meio. Agora por todos os lados a vegetação despontava, como que para compensar o tempo de sequidão e fome.

O pai de Eliseu era um rico fazendeiro, um homem cuja família estava entre aqueles que em tempo de apostasia quase universal não tinham dobrado os joelhos a Baal. O seu lar era desses onde Deus era honrado, e onde a lealdade à fé do antigo Israel era uma regra da vida diária. Em tal ambiente transcorreram os primeiros anos de vida de Eliseu. 

Na quietude da vida campestre, sob o ensino de Deus e da Natureza e da disciplina do trabalho útil, recebeu ele a educação em hábitos de simplicidade e de obediência a seus pais e a Deus, educação que o ajudou a preparar-se para a alta posição que mais tarde deveria ocupar.

O chamado profético veio a Eliseu enquanto arava o campo com os servos de seu pai. Ele havia assumido o trabalho que estava mais próximo. Possuía ambas as qualidades: de um líder entre os homens e a mansidão de quem está pronto para servir. De espírito quieto e gentil, era não obstante enérgico e firme. 

Possuía integridade, fidelidade e o amor e temor de Deus; e na humilde rotina da labuta diária, ganhava força de propósito e nobreza de caráter, crescendo constantemente em graça e conhecimento. Enquanto cooperava com seu pai nos deveres do lar, estava aprendendo a cooperar com Deus.

Pela fidelidade em pequenas coisas, Eliseu estava-se preparando para encargos mais pesados. Dia a dia, mediante experiência prática, capacitava-se para uma obra mais ampla e mais alta. Ele aprendeu a servir; e havendo aprendido isto, aprendeu também como instruir e dirigir. A lição é para todos. 

Ninguém pode saber qual é o propósito de Deus em Sua disciplina; mas todos podem estar certos de que a fidelidade em pequenas coisas é a evidência da capacidade para responsabilidades maiores. 

Cada ato da vida é uma revelação do caráter; e unicamente aquele que nos pequenos deveres prova-se um "obreiro que não tem de que se envergonhar" (II Timóteo 2:15 ''Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.'' ), pode ser honrado por Deus com mais alto serviço.

Aquele que sente não ser de qualquer conseqüência a maneira como realiza suas pequenas tarefas, prova-se incapaz para uma posição mais honrosa. Ele pode imaginar-se inteiramente competente para assumir maiores encargos; mas Deus olha mais no fundo do que na superfície. 

Depois de testado e provado, está escrita contra ele a sentença: (Daniel 5:27 "Pesado foste na balança, e foste achado em falta". ).

Sua infidelidade reage sobre ele mesmo. Ele deixa de obter a graça, o poder, a força de caráter que se recebe mediante entrega sem reservas.

Muitos, por não estarem ligados diretamente a alguma atividade religiosa, acham que sua vida é inútil, que nada estão fazendo para o avançamento do reino de Deus. Se pudessem fazer alguma grande coisa, quão alegremente a empreenderiam Mas porque só podem servir em pequenas coisas, julgam-se justificados em nada fazer. Erram nisto. 

Um homem pode estar no serviço ativo de Deus enquanto empenhado nos deveres comuns de cada dia - enquanto derrubando árvores, abrindo clareiras ou indo após o arado. A mãe que educa seus filhos para Cristo está trabalhando para Deus, tão verdadeiramente como o pregador no púlpito.

Muitos anseiam por talento especial com que fazer uma obra maravilhosa, enquanto deveres que estão à mão e cuja realização tornariam a vida fragrante, são perdidos de vista. Tomem tais pessoas as atividades que estão diretamente em seu caminho. 

O sucesso não depende tanto de talento quanto de energia e boa vontade. Não é a posse de esplêndidos talentos que nos capacita a prestar serviço aceitável; mas a conscienciosa realização dos deveres diários, o espírito contente, o interesse sincero e sem afetação no bem-estar dos outros. Na mais humilde sorte pode ser encontrada verdadeira excelência. As tarefas mais comuns, executadas com amorável fidelidade, são belas à vista de Deus.

Passando Elias, divinamente dirigido na busca de um sucessor, pelo campo que Eliseu estava arando, lançou sobre os ombros do jovem o manto da consagração. 

Durante a fome, a família de Safate tinha-se relacionado com a obra e missão de Elias; e agora o Espírito de Deus impressionou o coração de Eliseu quanto ao significado do ato do profeta. Isto foi para ele o sinal de que Deus o havia chamado para ser o sucessor de Elias.

(1 Reis 19.20 "Então deixou ele os bois, e correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei". "Vai, e volta", foi a resposta de Elias, "porque, que te tenho eu feito?" ).

Isto não era uma repulsa, mas um teste de fé. Eliseu devia considerar o preço - decidir por si mesmo a aceitar ou rejeitar o chamado. Se seus desejos se apegassem ao lar e suas vantagens, ele estava livre para permanecer ali. 

Mas Eliseu compreendeu o significado do chamado. Sabia que viera de Deus, e não hesitou em obedecer. Não seria por qualquer vantagem terrena que ele iria renunciar à oportunidade de se tornar mensageiro de Deus, ou sacrificar o privilégio da associação com o Seu servo. 

Ele "tomou uma junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então se levantou e seguiu a Elias, e o servia". I Reis 19:20 e 21. Sem hesitação deixou um lar onde era amado, para assistir ao profeta em sua vida incerta.

Tivesse Eliseu perguntado a Elias o que se esperava dele - qual seria sua obra - e lhe teria sido respondido: Deus o sabe; Ele o fará conhecido de ti. Se esperares no Senhor, Ele responderá a todas as tuas inquirições. 

Podes vir comigo, se tens a evidência de que Deus te chamou. Sabe por ti mesmo que Deus me está sustentando, e que é Sua voz que ouves. Se podes considerar todas as coisas como escória, para que possas ganhar o favor de Deus, vem.

Semelhante ao chamado que veio a Eliseu foi a resposta dada por Cristo ao jovem doutor que Lhe fez a pergunta: "Que bem farei para conseguir a vida eterna?" "Se queres ser perfeito", disse Jesus, "vai, vende tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no Céu; e vem, e segue-Me".         (Mateus 19:16 e 21).

Eliseu aceitou o chamado para o serviço, não lançando um olhar sequer para trás, aos prazeres e confortos que estava deixando. 

O jovem doutor, quando ouviu as palavras do Salvador, "retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades". Mateus 19:22. Ele não estava disposto a fazer o sacrifício. Seu amor por suas posses era maior que seu amor por Deus. Recusando-se a renunciar tudo por Cristo, ele se provou indigno de um lugar no serviço do Mestre.

O chamado para depor tudo no altar do serviço vem a cada um. Não nos é pedido que sirvamos como Eliseu serviu, nem que vendamos tudo que possuímos; mas Deus nos pede que demos ao Seu serviço o primeiro lugar em nossa vida, e não permitamos se passe um só dia sem que façamos alguma coisa para avançar Sua obra na Terra. 

Ele não espera de todos a mesma espécie de serviço. Um pode ser chamado a servir em terras estrangeiras; outro pode ser chamado a dar de seus meios para o sustento do evangelho. Deus aceita a oferta de cada um. É a consagração da vida e de todos os seus interesses que é necessário. Os que fazem essa consagração, ouvirão e obedecerão ao chamado do Céu.

A todos que se tornam participantes de Sua graça, o Senhor aponta uma obra a ser feita em favor de outros. Individualmente devemos permanecer em nosso lugar, dizendo: "...Eis-me aqui, envia-me a mim". Isaías 6:8. 

Quer seja um ministro da Palavra ou um médico, quer seja mercador ou fazendeiro, profissional ou mecânico, a responsabilidade repousa sobre ele. Sua obra deve revelar a outros o evangelho de sua salvação. Toda atividade em que se empenhe deve ser um meio para este fim.

Não foi grande a obra de início requerida de Eliseu; deveres comuns ainda constituíam sua disciplina. É dito dele que derramava água nas mãos de Elias, seu mestre. Ele estava disposto a fazer o que fosse que o Senhor ordenasse, e a cada passo aprendia lições de humildade e serviço. 

Como assistente pessoal do profeta, ele continuou a provar-se fiel nas pequenas coisas, enquanto com diário fortalecimento de propósito devotava-se à missão apontada por Deus.

A vida de Eliseu depois de unir-se a Elias não foi isenta de tentações. Provas ele as teve em abundância; mas em toda emergência confiou em Deus. Foi tentado a pensar no lar que havia deixado, mas não deu guarida a essa tentação. Havendo lançado mão do arado, resolveu não voltar atrás, e através de provações e lutas provou-se fiel a seu encargo.

O ministério compreende muito mais que pregar a Palavra. Significa educar jovens como Elias educou Eliseu, tirando-os de seus deveres comuns e dando-lhes responsabilidades para levarem na obra de Deus - pequenos encargos a princípio, e maiores na medida em que ganharem força e experiência. 

Há no ministério homens de fé e oração, homens que podem dizer:              (1 João 1:1-3 ''O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida, (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.'' ). 

Obreiros jovens, inexperientes, devem ser treinados por trabalho prático em associação com esses experimentados servos de Deus. Assim, aprenderão como levar as cargas.

Os que assumem este treinamento de jovens obreiros estão fazendo um nobre serviço. O Senhor mesmo coopera com seus esforços. E os jovens sobre quem têm sido pronunciadas as palavras de consagração, cujo privilégio é estar em íntima associação com obreiros piedosos e fervorosos, devem aproveitar o máximo de suas oportunidades. 

Deus os tem honrado por havê-los escolhido para o Seu serviço e por havê-los colocado onde possam alcançar maior habilidade para isto; e eles devem ser humildes, fiéis, obedientes e dispostos para o sacrifício. 

Se se submeterem à disciplina de Deus, seguindo Suas indicações, e escolhendo Seus servos como seus conselheiros, redundarão em homens justos, firmes, e de princípios elevados, a quem Deus pode confiar responsabilidades.

Ao ser o evangelho proclamado em sua pureza, homens serão chamados do arado e das atividades comerciais comuns que ocupam em grande medida a mente, e serão educados em associação com homens de experiência. Ao aprenderem a trabalhar com eficácia, proclamarão a verdade com poder. 

Através das mais maravilhosas operações da divina providência, montanhas de dificuldades serão removidas e lançadas no mar. A mensagem que significa tanto para os habitantes da Terra será ouvida e entendida.

 Os homens saberão o que é a verdade. Para a frente, sempre para a frente a obra avançará, até que toda a Terra tenha sido advertida; e então virá o fim.

Por vários anos após o chamado de Eliseu, este e Elias trabalharam juntos, o mais jovem adquirindo diariamente maior preparo para a sua obra. Elias havia sido o instrumento para a derrota de gigantescos males. A idolatria que, sustentada por Acabe e a pagã Jezabel, tinha seduzido a nação, havia sido decididamente contida. 

Os profetas de Baal haviam sido mortos. Todo o povo de Israel tinha sido profundamente despertado, e muitos estavam retornando à adoração a Deus. Como sucessor de Elias, Eliseu, mediante instrução cuidadosa e paciente, devia procurar guiar Israel em caminho seguro. Sua associação com Elias, o maior profeta desde Moisés, preparou-o para a obra que deveria logo assumir sozinho.

Durante esses anos de ministério unido, Elias era de tempos em tempos chamado a opor-se a flagrantes males com severa repreensão. Quando o ímpio Acabe apoderou-se da vinha de Nabote, foi a voz de Elias que profetizou sua condenação e a condenação de toda sua casa. 

E quando Acazias, após a morte de seu pai Acabe, voltou-se do Deus vivo para Baal-Zebube, o deus de Ecrom, foi a voz de Elias que uma vez mais se fez ouvir em veemente protesto.

As escolas dos profetas, estabelecidas por Samuel, tinham entrado em decadência durante os anos da apostasia de Israel. Elias restabeleceu essas escolas, tomando providência para que os jovens adquirissem uma educação que os levasse a engrandecer a lei e fazê-la gloriosa. Três dessas escolas, uma em Gilgal, outra em Betel, e a terceira em Jericó, são mencionadas no registro. 

Pouco antes de Elias ser levado para o Céu, ele e Eliseu visitaram esses centros de educação. As lições que o profeta de Deus lhes havia propiciado em visitas anteriores, ele as repetiu agora. Especialmente instruiu-os com respeito ao alto privilégio de lealmente manterem obediência ao Deus do Céu. 

Imprimiu-lhes também na mente a importância de permitirem que a simplicidade marcasse cada aspecto de sua educação. Somente assim poderiam receber a modelagem do Céu, e saírem para trabalhar nos caminhos do Senhor.

O coração de Elias se encheu de júbilo quando viu o que estava sendo alcançado por meio dessas escolas. A obra de reforma não estava completa, mas ele podia verificar através do reino a exatidão da palavra do Senhor: I (Reis 19:18 "Também Eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda a boca que o não beijou." ).

Enquanto Eliseu acompanhava o profeta em sua rotineira visita de escola a escola, sua fé e resolução foram uma vez mais provadas. Em Gilgal, e também em Betel e Jericó, ele foi convidado pelo profeta a retornar. "Fica-te aqui", disse Elias, "porque o Senhor me enviou a Betel". II Reis 2:2. 

Mas em seu primitivo trabalho de guiar o arado, Eliseu havia aprendido a não fracassar nem se desencorajar; e agora que havia lançado mão do arado em outro ramo do dever, não poderia deixar-se desviar de seu propósito. Ele não se afastaria de seu mestre enquanto tivesse oportunidade de granjear maior capacidade para o serviço.

Desconhecida por Elias, a revelação de que estava para ser trasladado fora dada a conhecer aos seus discípulos nas escolas dos profetas, e em particular a Eliseu. E agora o provado servo do homem de Deus conservava-se bem junto a ele. Tantas vezes quantas lhe fora feito o convite para retornar, sua resposta foi: "Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei".           (2 Reis 2.2,4,6).

"E, assim, ambos foram juntos. ... E eles ambos pararam junto ao Jordão. Então, Elias tomou o seu manto enrolou-o, e feriu as águas, as quais se dividiram para os dois lados; e passaram ambos em seco. Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti." II Reis 2:6-9.

Eliseu não pediu honras seculares, ou um lugar elevado entre os grandes homens da Terra. O que ele ambicionava era uma grande medida do Espírito que Deus havia derramado tão abundantemente sobre aquele que estava para ser honrado com a trasladação. 

Ele sabia que nada a não ser o Espírito que havia repousado sobre Elias, podia capacitá-lo a preencher em Israel o lugar para o qual Deus o havia chamado; assim respondeu: (2 Reis 2.9 "...Peço-te que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim" ).

Em resposta a este pedido, Elias disse: (2 Reis 2.11 "Coisa dura pediste. Se me vires quando for tomado de ti, assim se fará; porém, se não, não se fará. E sucedeu que indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao Céu num redemoinho." ).

Elias foi um tipo dos santos que estarão vivendo na Terra por ocasião do segundo advento de Cristo, e que serão "transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta" (1 Coríntios 15.51-52 ''Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.'' ), sem provar a morte. 

Foi como representante dos santos a serem assim trasladados que, ao aproximar-se o fim do ministério terrestre de Cristo, foi permitido a Elias estar com Moisés ao lado do Salvador no monte da transfiguração. Nesses entes glorificados os discípulos viram em miniatura a representação do reino dos redimidos. 

Eles contemplaram a Jesus revestido com a luz do Céu; ouviram uma voz que "saiu da nuvem" (Lucas 9:35 ''E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi.'' ), reconhecendo-O como o Filho de Deus; viram Moisés representando os que serão ressuscitados da morte por ocasião do segundo advento; e ali estava também Elias, representando os que, no fim da história terrestre, serão mudados do estado mortal para o imortal, e serão trasladados ao Céu sem ver a morte.

No deserto, em solidão e desencorajamento, Elias dissera que já havia vivido bastante, e orara pedindo a morte. Mas o Senhor em Sua misericórdia não o tomara pela palavra. Grande obra havia ainda para ser feita por Elias; e quando sua obra tivesse terminado, não devia ele ser deixado a perecer em desencorajamento e solidão. 

Não lhe estava reservado descer à tumba, mas ascender com os anjos de Deus à presença de Sua glória.(2 Reis 2:12-15 "O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes. Também levantou a capa de Elias, que dele caíra; e, voltando-se, parou à margem do Jordão. E tomou a capa de Elias, que dele caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR Deus de Elias? Quando feriu as águas elas se dividiram de um ao outro lado; e Eliseu passou. Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante dele em terra.'' ).

Quando o Senhor em Sua providência considera oportuno remover de Sua obra aqueles a quem tem dado sabedoria, Ele ajuda e fortalece seus sucessores, se se voltarem para Ele em busca de auxílio e andarem em Seus caminhos. Podem eles ser mesmo mais sábios que seus predecessores; pois podem tirar proveito de suas experiências e de seus erros adquirir sabedoria.

Daí em diante Eliseu ocupou o lugar de Elias. Aquele que havia sido fiel no mínimo, devia provar-se igualmente fiel no máximo.

Que Deus te abençoe!!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...