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Josué 24 - Josué traz à memória do povo tudo o que Deus tinha feito por eles / Josué faz, de novo, concerto com o povo.




INTRODUÇÃO

Josué estava velho e sabia que não viveria por muito tempo. Ele tomou, então, a decisão de trazer ao povo algumas palavras de advertência. Então, após reunir todas as tribos de Israel, inclusive os anciãos, juízes e oficiais em Siquém, Josué relembrou ao povo a fidelidade de Deus em cumprir com suas promessas e conclamou todo o povo, a fim de levá-los a uma renovação do concerto, em que se comprometeram em servir ao Senhor com fidelidade e dedicação. 

Neste discurso, Josué não destacou sua liderança, habilidades e qualificações; pelo contrário, concentrou sua atenção na bondade de Deus e seu cuidado para com Israel (Josué 24.2-13); e, repetidas vezes admoestou ao povo a permanecerem fiéis ao Senhor, 
(Josué 24.14-28).

I - ONDE FOI REALIZADO ESTE DISCURSO?
  • Foi em Siquém que Josué realizou seu último discurso. A cidade de Siquém (do hebraico “ombro”) estava situada entre os montes Gerizim e Ebal, a 64 Km ao norte de Jerusalém. Josué dispunha de bons motivos para convocar o povo em Siquém, tendo em vista que eventos importantes haviam acontecido nesta cidade:

  • Foi em Siquém que Abraão recebeu a promessa que Deus daria aos seus descendentes a terra de Canaã, e erigiu um altar a fim de demonstrar a sua fé no único e verdadeiro Deus (Gênesis 12.6-7);

  • Foi em Siquém que Jacó, ao retornar de Padã-Arã, sepultou os ídolos que seus familiares haviam trazido (Gênesis 35.4);

  • Foi em Siquém que Josué erigiu um altar e revisou as leis diante de todo o povo, depois da primeira fase da conquista de Canaã (Josué 8.30-35).
II - QUAIS AS PRINCIPAIS LIÇÕES QUE PODEMOS EXTRAIR DO DISCURSO DE JOSUÉ?

Muitas lições podemos extrair deste discurso, dentre elas:

2.1 Josué relembra ao povo a fidelidade de Deus: “Então Josué disse a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do rio habitaram antigamente vossos pais, Terá, pai de Abraão e pai de Naor; e serviram a outros deuses. Eu, porém, tomei a vosso pai Abraão dalém do rio e o fiz andar por toda a terra de Canaã; também multipliquei a sua descendência…E eu vos dei a terra em que não trabalhastes, e cidades que não edificastes, e habitais nelas e comeis das vinhas e dos olivais que não plantastes” 
(Josué 24.3-13). 

Josué traz à memória do povo, um breve relato da história de Israel, desde a chamada de Abraão até a conquista de Canaã, com o intuito de demonstrar a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. Isto nos ensina sobre o dever que temos de transmitirmos às gerações futuras os feitos do Senhor e Sua fidelidade para com o seu povo, (Deuteronômio 32.7); (Juízes 6.13).

2.2 Josué convoca o povo a temer e a servir ao Senhor: “Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao Senhor” (Josué 24.14). 

Depois de ouvir o relato da história de Israel, o povo foi conclamado a lançar fora os ídolos e servir única e exclusivamente a Deus. Isto porque
 “Ninguém pode servir a dois senhores” (Mateus 6.24). 

Na verdade, a palavra idolatria significa “toda e qualquer adoração a ídolos”. Mas, a idolatria não se restringe apenas a adoração a ídolos.
 Tudo aquilo que, em nosso coração, tira a primazia de Deus, torna-se um ato de idolatria. O que significa dizer que, qualquer apego excessivo a uma pessoa ou objeto também torna-se numa idolatria. Ao contrário do que muita gente pensa, idolatria não é só adorar a outros deuses, mas também o apego excessivo ao dinheiro, a pessoas e objetos, também são práticas idólatras. 

No Antigo Testamento, por exemplo, Deus adverte a nação de Israel para que não fizesse para si, imagens de esculturas (Êxodo 20.3-5). Já no Novo Testamento o apóstolo João, advertindo a igreja, diz:
 “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (I João 5.21). E o apóstolo Paulo, exortando aos cristãos em Corinto, que fugissem da idolatria, escreve: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria.” (I Coríntios 10.14).

2.3 Josué leva o povo a tomar uma decisão: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais…” (Josué 24.15).

Josué leva o povo a fazer uma escolha: se serviriam ao Senhor ou aos ídolos. Isto nos ensina que cada israelita tinha a liberdade de escolher a quem servir e adorar. 


Como podemos observar, a doutrina do livre-arbítrio é bíblica, pois podemos observá-la não só nas Escrituras (Mateus 11.28-30; João 7.17; João 12.32 ; Atos 2.38; Romanos 8.32; Tito 2.11; etc), mas na própria experiência humana, que mostra a capacidade nata do ser humano de escolha; do contrário, o homem não poderia ser responsabilizado moralmente por seus atos. 

A própria Bíblia nos mostra o homem sendo convocado ao arrependimento (Mateus 3.2; Mateus 4.17; Marcos 1.15; Atos 2.38; Atos 3.19; Atos 17.30, 1 Timóteo 2.4). Se o mesmo fosse incapaz de fazê-lo, Deus não o exigiria.

2.4 Josué apresenta-se como exemplo: “…porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24.15). 

A despeito da decisão dos israelitas, Josué e sua família estavam determinados a servirem a Deus. Dessa forma, ele apresenta-se como exemplo e modelo para todo o povo. Eis aí o grande desafio para o povo de Deus, principalmente para os líderes: servir de exemplo. 

Por isso o apóstolo Paulo diz a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” (I Timóteo 4.12); e também reprendeu os judeus, porque se consideravam guia dos cegos e luz dos que estavam em trevas, mas o nome de Deus era blasfemado por causa deles (Romanos 2.17-24).

2.5 Josué fez concerto com o povo: “Assim, fez Josué concerto, naquele dia, com o povo e lho pôs por estatuto e direito em Siquém”. (Josué 24.25). 

A renovação do concerto entre o Senhor e Israel importou num duplo compromisso: 1º. Deus prometeu cuidar do seu povo; e 2º. os israelitas comprometeram-se a servir unicamente ao Senhor Deus. Foi um pacto permanente e mútuo entre Deus e Israel.

Segundo o Novo Concerto mediante a morte de Cristo, o crente também se compromete a seguir a Cristo através do arrependimento, fé e obediência. Ele, por sua vez, comprometeu-se a ser nosso Senhor e Salvador e a nos conduzir ao lar celestial, à presença do Pai. 

Assim como aconteceu a Israel no Antigo Testamento., primeiramente Deus veio até nós, com misericórdia e graça e estabeleceu as condições do Novo Pacto. Nós, como Israel dos tempos antigos, devemos viver segundo os princípios estabelecidos neste Novo Concerto.

III - JOSUÉ ERGUE UM MEMORIAL

No mesmo local em que foi realizado o discurso, Josué tomou uma grande pedra como memorial, para que o povo de Israel não viesse a esquecer do pacto restabelecido com o Senhor. “E Josué escreveu estas palavras no livro da lei de Deus; e tomou uma grande pedra, e a erigiu ali debaixo do carvalho que estava junto ao santuário do Senhor. E disse Josué a todo o povo: Eis que esta pedra nos será por testemunho, pois ela ouviu todas as palavras, que o Senhor nos tem falado; e também será testemunho contra vós, para que não mintais a vosso Deus”. (Josué 24.26-27)

IV - A MORTE DE JOSUÉ

O livro de Josué termina com a morte de Josué, o grande homem de Deus, aos cento e dez anos de idade. Sua fidelidade e obediência a Deus, e a Moisés, fez com que ele pudesse ver, antes de sua morte, o cumprimento da promessa de Deus: a conquista de Canaã. 

Mas não apenas isto. Sua vida serviu de exemplo para todo Israel: “Serviu, pois, Israel ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram muito tempo depois de Josué, e que sabiam todas as obras que o Senhor tinha feito a Israel” (Josué 24.31). O exemplo de Josué influenciou toda a nação, conduzido-a a obediência a Deus.

CONCLUSÃO


Sem dúvidas, Josué é um dos grandes personagens da Bíblia. Sua vida de fé, obediência, perseverança e determinação servem de exemplo para cada um de nós. 

As dificuldades que enfrentou em sua vida, como a escravidão no Egito, a peregrinação no deserto e as batalhas na conquista de Canaã, trouxeram-lhe grandes experiências e possibilitou uma maior comunhão com Deus. 

Por isso, antes de sua morte, ele traz à memória do povo a fidelidade a Deus e convida-os para renovação do pacto com o Senhor.

Que Deus te abençoe!


O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

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