A BIOGRAFIA DE JOSÉ – DE ESCRAVO A GOVERNADOR DO EGITO
- No Egito, inicia-se
a segunda fase da vida de José. Não era mais agora o filho predileto na casa de
seu pai, mas um escravo em terra estrangeira. Deus já mostra a Sua presença ao
fazer com que José seja comprado por um alto funcionário da corte de Faraó.
Potifar era o capitão da guarda, o encarregado da segurança
de Faraó e de seus palácios, de modo que José é introduzido, ainda que na
condição de escravo, num ambiente privilegiado. Esta circunstância, também,
mostra-nos que José era um jovem de boa aparência e de boa saúde, pois foi
adquirido por um alto funcionário do reino, a revelar que foi avaliado por um
alto preço e que se tratava de um produto precioso.
- Temos já, aqui, uma
importante lição a ser ensinada aos jovens da igreja, em um tempo tão difícil
em que a adolescência e a juventude são instadas pelo adversário de nossas
almas a uma vida desregrada e voltada para os prazeres mundanos.
José, apesar de ter padecido numa cova sem água, apesar de
todo o grande sofrimento físico e moral, foi avaliado por um alto preço e
considerado uma mercadoria de luxo, porque era pessoa que cuidara de sua saúde
física e mental.
Da mesma maneira, os jovens e adolescentes cristãos devem cuidar bem de seu organismo, servindo a Deus e rejeitando todas as ofertas malignas deste mundo, em especial, o uso de drogas, lícitas (tabaco, álcool, remédios) ou ilícitas (os entorpecentes em geral), bem como ter um modo de vida equilibrado, evitando freqüentar ambientes indecorosos e nocivos tanto à saúde física quanto mental (“baladas”, “raves”, mesmo as chamadas “evangélicas”), assim como excessos, tendo sempre um bom período de sono e não se escravizando diante de jogos eletrônicos, programas de televisão e tantas outras atividades cujo objetivo é tão somente desviar o jovem de um sadio relacionamento com Deus e com os homens.
José não era pessoa descuidada e pôde, por causa disto, ser
abençoado pelo Senhor, mesmo em uma situação tão adversa.
- Apesar de ter
perdido a condição de filho predileto na casa de seu pai e de, agora, ser um
escravo em terra estrangeira, José não havia perdido a companhia do Senhor. O
texto sagrado é enfático ao afirmar que “E o Senhor estava com José” (Gênesis
39.2). José não se revoltara contra o Deus de seu pai, mas, mesmo diante de
tantas adversidades, manteve a confiança e a dedicação ao Senhor.
Revela-se, então, a integridade do jovem José. Ele decidira servir a Deus e, agora, em uma situação tão difícil,
em terra estranha, longe de sua família, traído pelos seus irmãos, José mantém
a mesma posição diante de Deus. Continuou
a servi-lO, a amá-lO, pois amar a Deus é fazer o que Ele manda (João
15.14 "Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos
mando").
- “Integridade”
significa, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “estado ou
característica daquilo que está inteiro, que não sofreu qualquer diminuição;
plenitude, inteireza; característica ou estado daquilo que se apresenta ileso,
intato, que não foi atingido ou agredido;
Caráter, qualidade de uma pessoa íntegra, honesta,
incorruptível, cujos atos e atitudes são irrepreensíveis; honestidade, retidão;
característica de quem é inocente, puro; pureza, inocência”.
José demonstrou esta característica ao se manter fiel a Deus
apesar de todas as suas adversidades. Era agora um escravo em terra estranha,
mas Deus estava com ele.
E por que Deus estava com ele? Porque José se manteve fiel ao Senhor?
Como disse o salmista: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade”(Salmos 145.18).
José servia verdadeiramente a Deus, adorava a Deus pelo que
Ele é, não pelo que Ele fazia ou deixava de fazer e, por isso, o Senhor estava
com ele.
- Temos sido íntegros em nosso
viver? Servimos a Deus
tanto na alegria como na tristeza, tanto quando estamos em uma situação
privilegiada? Como José na casa de Jacó, quanto quando estamos como escravos em
terra estrangeira, completamente sós e desamparados? Temos o mesmo sentimento
que teve o patriarca Jó: “…receberemos um bem de Deus e não receberíamos o
mal?” (Jó 2.10).
Isto é ser íntegro, é ter o coração inteiramente dedicado a Deus, render-Lhe exclusiva adoração, não importando com nada que esteja à nossa volta, as chamadas “circunstâncias”. Ter “o coração inteiro” em Deus. É esta a ordem divina para os Seus servos: “E deu-lhes ordem, dizendo: Assim fazei no temor do SENHOR, com fidelidade, e com coração íntegro". (II Crônicas 19.9).
- Entretanto, cada vez mais pessoas estão a
servir a Deus não pelo que Ele é, mas única e exclusivamente pelo que Ele faz.
Não crêem no Evangelho, mas, sim, nos benefícios do Evangelho. Assim, servem a
Deus somente enquanto as circunstâncias lhes forem favoráveis, enquanto
estiverem desfrutando da predileção de filhos na casa do pai (aliás, estes
crentes insistem em dizer que são “filhos do dono do mundo”, que são “filhos do
Pai” e que “têm direitos diante de Deus”).
Quando, porém, para seu próprio bem, são levados para a
cova, perdem suas túnicas de várias cores e se tornam escravos em terra
estranha, abandonam a Deus, pois
não servem ao Senhor “de coração inteiro”, repetindo, assim, a triste
situação do rei Amazias, que as Escrituras dizem que não serviu ao Senhor de
coração inteiro (II Crônicas 25.2 ''E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, porém não
com inteireza de coração"), motivo
pelo qual teve grandes fracassos em sua vida.
Estes não frutificam e, quando o fazem, não com permanência,
motivo por que não concluem a carreira que lhes foi proposta, tendo o mesmo
destino daqueles que jamais serviram a Deus. Que Deus nos guarde!
- Porque permaneceu
fiel a Deus em uma situação tão adversa, José foi um varão próspero (Gênesis
39.2-3). José tem sido um de muitos exemplos que os arautos da teologia da
prosperidade têm se utilizado no seu falso evangelho, mas uma análise do texto
sagrado mostra como o ensino das Escrituras é exatamente o oposto do que estes
gananciosos e avarentos andam pregando nos púlpitos.
O Senhor estava com José, porque, como vimos, José não
abandonou a Deus apesar de toda a adversidade e, por este motivo, Deus começou
a trazer bênçãos materiais para a casa de Potifar, a fim de que o próprio
capitão da guarda, pessoa ignorante das coisas de Deus, pudesse exaltar a
pessoa de José em sua casa.
- A fidelidade de
José a Deus na adversidade, o reconhecimento de que Deus é soberano e que não é
obrigado a nos dar abastança material foi o fator que levou o Senhor a dar
prosperidade material a Potifar por causa de José.
As bênçãos materiais
descritas nesta passagem bíblica, portanto, longe de mostrar que “quem é crente,
fica rico e enriquece os outros”, está a provar que o mais importante para o
homem é ter verdadeira comunhão com o Senhor, desfrutar de prosperidade
espiritual e que eventual prosperidade material só tem sentido, dentro dos
propósitos divinos, como uma consequência da comunhão com Deus. Devemos buscar
o reino de Deus e a sua justiça e o mais nos será acrescentado e na medida que
esteja de acordo com os planos de Deus para a nossa vida (Mateus 6.33).
- José manteve a
mesma disposição que já demonstrara na casa de seu pai. O texto bíblico diz que
José “…estava na casa de seu senhor egípcio” (Gênesis 39.2), expressão que
significa que José mantinha o seu lugar, cumpria à risca os seus deveres, assim
como fizera para Jacó. Era escravo, não era mais o filho predileto, mas
mantinha a excelência de seu serviço, mantinha
a dedicação, apesar de toda a adversidade.
O resultado deste serviço
sincero foi José se tornar o mordomo da casa de Potifar, o administrador de
toda a casa, vez que achara graça aos olhos do seu senhor. A consequência deste
gesto de Potifar foi a bênção de Deus sobre todo o patrimônio de Potifar.
- José conquistou uma
posição de liderança na casa de Potifar graças ao seu trabalho, ao seu esforço. Quando aliamos esforço, dedicação e
excelência de serviço a uma vida de comunhão com o Senhor, certamente seremos
abençoados por Deus. Não se trata de um “toma-lá-dá-cá”, de uma barganha,
como se ouve na atualidade, mas, sim, do resultado do poder de Deus em nossas
vidas.
As nossas boas obras fazem com que o nome do Senhor seja
glorificado (Mateus 5.16 "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para
que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos
céus".) e um bom testemunho nos traz
reconhecimento na sociedade, no ambiente onde estamos.
O “bom nome” vale mais do que as riquezas (Provérbios 22.1 "Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o
ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro".)
E, quando estamos em perfeita comunhão com o Senhor, temos
“o bom cheiro de Cristo” (II Coríntios 2.15 "Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que
se salvam e nos que se perdem"). Que
perfume temos exalado à nossa volta?
- José assumiu,
enfim, uma posição de liderança, ainda que subordinada, visto que era o
mordomo, não o dono da casa, tinha um senhor, Potifar, acima de si, mas tudo
quanto estava na casa lhe havia sido entregue. Aqui já vemos que José aprendera
uma importante lição: manteve a dedicação, o esforço e a excelência de seu
serviço, mas não se preocupou mais em difamar quem quer que seja.
Desta maneira, naturalmente alçou a uma posição de liderança, sem que tivesse inimizades e um estado de beligerância contra os demais escravos do seu senhor.
Desta maneira, naturalmente alçou a uma posição de liderança, sem que tivesse inimizades e um estado de beligerância contra os demais escravos do seu senhor.
- A liderança advém
de uma atitude de serviço e de trabalho. Verdade é que o servo do Senhor é
chamado para servir neste ou naquele lugar, seja na igreja local, seja na vida
secular. Entretanto, apesar da consciência de seu chamado, o servo do Senhor
não deve querer prevalecer apenas com base na divulgação das promessas de Deus,
mas, sim, em termos de serviço, de trabalho, de dedicação e esforço.
A melhor maneira de mostrarmos que temos chamada divina, que
temos uma vocação do Senhor para exercer esta ou aquela tarefa é a realizando,
é trabalhando. Foi assim que Jesus procedeu.
Quando, porém, insistimos em que as pessoas creiam nas visões, revelações e profecias ditas pelo Senhor a nós, sem que nada façamos, não temos como prevalecer e geraremos tão somente inveja e oposição, que nos levarão à cova e ao Egito, até que aprendamos a lição do serviço e do esforço, sem a qual jamais poderemos ser verdadeiros líderes.
Quando, porém, insistimos em que as pessoas creiam nas visões, revelações e profecias ditas pelo Senhor a nós, sem que nada façamos, não temos como prevalecer e geraremos tão somente inveja e oposição, que nos levarão à cova e ao Egito, até que aprendamos a lição do serviço e do esforço, sem a qual jamais poderemos ser verdadeiros líderes.
- Mas, quando tudo
parecia estar bem na vida de José, surge
a tentação. A mulher de Potifar, que a tradição judaica chama de Zuleica ou
Zulaica, quis deitar-se com José, pois ele era formoso de parecer e formoso à
vista (Gênesis 39.6). José resistiu a esta oferta, não aceitando deitar-se com
a mulher de seu senhor, pois, em primeiro lugar, era fiel a Deus e sabia que
uma relação sexual fora do casamento estava fora da vontade divina.
Em segundo lugar, José sabia o seu lugar, “estava na casa do
seu senhor” e, por isso, bem sabia que a mulher de Potifar não se encontrava
entre os bens que lhe haviam sido confiados (Gênesis 39.9). Tinha plena
consciência da mordomia e, por isso, negou-se a aceitar a oferta pecaminosa.
- Vemos, assim, mais
um sinal de integridade na vida de José. Humanamente pensando, José nada teria
a perder em aceitar esta oferta. Era rapaz jovem vigoroso e a mulher de seu
senhor não devia ser feia.
A tentação era realmente forte e, além do mais, Potifar lhe tinha absoluta confiança. No dia em que sofreu o ataque mais decidido da mulher de Potifar, não havia sequer uma testemunha que o pudesse incriminar.
A tentação era realmente forte e, além do mais, Potifar lhe tinha absoluta confiança. No dia em que sofreu o ataque mais decidido da mulher de Potifar, não havia sequer uma testemunha que o pudesse incriminar.
Entretanto, José não tinha a dimensão humana em vista, mas tão somente
a dimensão divina. “E o Senhor estava com José”, frase que revelava a íntima
comunhão que havia entre José e Deus. José não podia, de forma alguma, deixar
de cumprir a Palavra de Deus, deixar de observar os princípios demonstrados
pelo Deus de seu pai.
- O exemplo de José é
extremamente elucidativo nos dias de imoralidade sexual que vivemos. Ensina-se
abertamente, inclusive entre “evangélicos”, que a castidade, a pureza sexual, a
virgindade antes do casamento são “princípios ultrapassados”, “costumes antigos”,
“falso moralismo”, pois “Deus só quer o coração”.
A vida de José mostra, bem ao
contrário, que a verdadeira comunhão com Deus, a integridade está na
observância das regras éticas estabelecidas pelo Senhor na Sua Palavra, em
especial as relativas à moral sexual, que impõem a atividade sexual no
casamento e apenas com o cônjuge.
OBS: Recentemente, o
papa Bento XVI, em visita ao Brasil, enfatizou a necessidade de castidade antes
do casamento entre os jovens, numa eloquência que deveria envergonhar a igreja
do Senhor que anda se calando a este respeito, a ponto de as pedras terem de
clamar. Aliás, nem todos estão a proceder assim.
Ainda recentemente, uma famosa
modelo brasileira considerou “ridícula” a defesa da castidade antes do
casamento, tendo desafiado alguém que tenha cumprido esta regra. Pouco depois,
um famoso jogador de futebol, que é cristão, veio a público dizer que casou
virgem e que deve a felicidade de sua vida familiar a observância da Palavra de
Deus. Jovens, “…este é o
caminho, andai nele…” (Isaías
30.21).
- José não levou em
conta eventuais vantagens momentâneas, passageiras, mas se preocupou em
continuar a servir a Deus, independentemente das circunstâncias. O resultado
desta fidelidade foi o cárcere, pois, como não aceitou deitar-se com a mulher
de seu senhor, ela o caluniou diante de Potifar, dizendo ter havido uma
tentativa de constrangimento por parte de José.
Era a palavra da mulher contra
a de um escravo, que, embora fosse o escravo principal, não passava de um
escravo e Potifar, então, mandou José para o cárcere (Gênesis 49.14-20). Neste
gesto de Potifar, porém, vemos, mais uma vez, a mão de Deus, pois o natural
seria que José fosse morto. Potifar (que muito bem conhecia a sua mulher…), não
podendo deixar de tomar qualquer atitude, decidiu pelo encaminhamento de José
ao cárcere.
- A calúnia da mulher
de Potifar manchou a reputação de José, mas não atingiu a sua integridade.
“Reputação”, diz-nos o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é o “conceito
de que alguém ou algo goza num grupo humano”, “consideração”, “pensamento”, ou
seja, é uma opinião que os outros têm a nosso respeito, um julgamento refletido
e repetido (“Reputo”, em latim, é, literalmente, “penso de novo, penso
novamente”).
A reputação não é uma atitude nossa e, por isso, não
podemos tratar as pessoas pela sua aparência, pelo que aparentam ser. Nem
sempre a reputação corresponde à realidade, como nos dá a Bíblia Sagrada em
alguns textos, tais como (Jó 19.22, Jó 41.27; Provérbios 17.28 e Isaías
32.15).
Verdade é que o servo de Deus tem de ter uma conduta exemplar e que um bom testemunho faz com que as pessoas vejam as nossas boas obras e, por isso, tenhamos de ter uma boa reputação (Atos 6.3), mas isto não impede que pessoas más, mentindo, venham a injuriar, difamar e caluniar o servo de Deus, como Jesus deixou bem claro no sermão do monte (Mateus 5.11-12).
Por isso,
mantenhamos sempre a nossa integridade e estejamos certos de que, vez por
outra, com base em mentiras, poderão manchar a nossa reputação. Mas, se formos
íntegros, a verdade sempre aparecerá.
- Este episódio
mostra-nos, claramente, que nem sempre os justos triunfam na vida debaixo do
sol. Em algumas passagens bíblicas, vemos escrito que o ímpio pode chegar a
dominar e a ter vantagem, mas que nada disto é comparável com o que espera o
justo na eternidade.
Dizer que o ímpio nunca tem prosperidade material, que jamais terá posição vantajosa na Terra, como se diz atualmente, não é bíblico e não corresponde à realidade. O ímpio pode, sim, ter vantagens nesta Terra, mas, certamente, na eternidade sofrerá o eterno castigo.
Como diz Salomão: “O ímpio recebe um salário enganoso, mas, para o que semeia justiça, haverá galardão certo" (Provérbios 11.18), como também, “Eis que o justo é punido na terra; quanto mais o ímpio e o pecador!” (Provérbios 11.31).
Nunca nos esqueçamos do que afirmou o salmista: “Porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá” (Salmos 1.6).
A diferença, ensina-nos o profeta Malaquias, será descoberta naquele grande dia, em que o Senhor julgará a todos os que não participarem da primeira ressurreição segundo as suas obras (Malaquias 3.18; Apocalipse 20.11-15).
- José perdia, uma
vez mais, o seu vestido, não uma “túnica de várias cores”, mas um vestido simples,
uma vestimenta típica de escravo, mas que ficara nas mãos da mulher estranha
(Gênesis 39.12,13).
José continuava inexperiente em um aspecto: o de ir desprevenido ao encontro dos seus inimigos. Assim como ocorrera em Dotã, José ainda não se mostrara prudente o suficiente para liderar, pois se permitira ficar a sós com a mulher de seu senhor, apesar do assédio que estava a sofrer. Era ainda preciso que aprendesse algo antes que assumisse a posição que o Senhor lhe havia prometido. Esta lição, a da prudência, teria de aprender na casa do cárcere, para onde foi encaminhado (Gênesis 39.20).
- Na casa do cárcere,
temos a terceira fase da vida de José. Mais uma vez, José é humilhado, desta
feita porque resolvera servir a Deus e dar-Lhe a devida obediência. Entretanto,
quando nos mantemos íntegros e fiéis a Deus, Deus também o faz.
José foi levado injustamente ao cárcere, mas ali, também, “o
Senhor estava com José” (Gênesis 39.21).
Além de estar com ele, mesmo numa situação tão difícil, a
Bíblia nos diz que o Senhor “estendeu sobre ele a Sua benignidade” (Gênesis
39.21).
O momento era assaz difícil para José, que sentia a dor da injustiça e revivia o trauma da cova em que fora lançado pelos seus próprios irmãos. Ciente desta circunstância psicológica altamente adversa, o Senhor lança sobre Seu servo a Sua benignidade, o Seu bem-querer. Este é o Deus a quem servimos.
O momento era assaz difícil para José, que sentia a dor da injustiça e revivia o trauma da cova em que fora lançado pelos seus próprios irmãos. Ciente desta circunstância psicológica altamente adversa, o Senhor lança sobre Seu servo a Sua benignidade, o Seu bem-querer. Este é o Deus a quem servimos.
Apesar das dificuldades, das incompreensões, das
perseguições e injustiças que sofremos por amor a Deus, saibamos que Ele nos dá
a Sua benignidade. Este é o motivo pelo qual o Senhor Jesus nos ensina a nos
alegrarmos e nos regozijarmos quando formos injuriados e perseguidos e,
mentindo, disserem todo o mal contra nós por causa de Cristo (Mateus
5.11-12).
Não ficamos alegres porque somos “alienados” ou
“escapistas”, muito menos porque sejamos “bobos alegres”, mas porque temos o
Espírito Santo e a Sua companhia, nestes instantes, torna-se muito especial,
pois o Senhor estende a Sua benignidade sobre nós e sentimos quanto Ele nos ama
e nos quer bem.
Este sentimento é maravilhoso e é indescritível por quem já o sentiu. Lembremo-nos que nem os anjos resistiram a esta grande alegria, ao presenciarem o bem-querer divino em relação ao homem quando do nascimento de Jesus (Lucas 2.13-14).
Este sentimento é maravilhoso e é indescritível por quem já o sentiu. Lembremo-nos que nem os anjos resistiram a esta grande alegria, ao presenciarem o bem-querer divino em relação ao homem quando do nascimento de Jesus (Lucas 2.13-14).
- O Senhor estava com
José e José se manteve na mesma linha da vida de comunhão com o Senhor e da
excelência do serviço, do esforço e da dedicação.
O resultado não poderia ter sido outro: José achou graça
também aos olhos do carcereiro-mor (Gênesis 49.21).
Mais uma vez José faz brilhar o nome do Senhor através do
seu bom testemunho e isto num tempo em que nem sequer sabia que o servo de Deus
deveria ser luz do mundo.
E nós, a quem esta verdade bíblica já foi revelada, temos sido luz do mundo? Temos sido “…irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Filipenses 2.15)?
- José voltou a
liderar, passando a ser o encarregado de todos os presos que estavam na casa do
cárcere (Gênesis 49.22). O ambiente prisional não é fácil, é extremamente
violento, repleto de intrigas e de crueldade.
Ali, notadamente nos dias de José, as pessoas não tinham praticamente nenhuma esperança de sobrevivência, eram extremamente maltratados e a vida não assumia qualquer valor.
Ali, notadamente nos dias de José, as pessoas não tinham praticamente nenhuma esperança de sobrevivência, eram extremamente maltratados e a vida não assumia qualquer valor.
José, porém, soube liderá-los e ganhar não só a confiança do
carcereiro-mor como também dos próprios presos, pois, se assim não fosse, não
teriam o copeiro e o padeiro de Faraó tido confiança em lhes contar os sonhos
que tiveram, ainda mais sendo, como o eram, egípcios, altamente supersticiosos
e que criam que somente os sacerdotes e magos tinham capacidade para
interpretar sonhos.
José estava, então, sem o saber, iniciando a fase final do seu
aprendizado, para, então, exercer a função para a qual o Senhor o estava
preparando.
- José mantinha uma
excelência de serviço, tanto que foi determinado que servisse ao padeiro-mor e
ao copeiro-mor, altos funcionários de Faraó que haviam sido presos (Gênesis
40.3-4).
José era cuidadoso e zeloso em seu serviço, tanto que, ao notar que os dois estavam um dia turbados (Gênesis 40.6), perguntou-lhes porque estavam tristes e, como José tinha um bom testemunho, os dois lhe abriram o coração e lhe contaram os sonhos que tiveram.
José era cuidadoso e zeloso em seu serviço, tanto que, ao notar que os dois estavam um dia turbados (Gênesis 40.6), perguntou-lhes porque estavam tristes e, como José tinha um bom testemunho, os dois lhe abriram o coração e lhe contaram os sonhos que tiveram.
José, que, no passado, contava sonhos, agora está mais
amadurecido e, por isso, não os conta, mas os interpreta. A interpretação dada
por José cumpriu-se integralmente, mas, nem por isso, José teve mudada a sua
situação.
Apesar de seu pedido ao copeiro-mor para que se lembrasse dele quando fosse restituído a seu cargo, este não se lembrou de José, mas, antes, se esqueceu dele (Gênesis 40.23).
Apesar de seu pedido ao copeiro-mor para que se lembrasse dele quando fosse restituído a seu cargo, este não se lembrou de José, mas, antes, se esqueceu dele (Gênesis 40.23).
- José já se tornara
um conhecedor da vontade divina, já interpretava sonhos vindos da parte do
Senhor, mas, ao final da sua última interpretação, mostrou que ainda faltava um pequeno pormenor para
que alcançasse a bênção que Deus lhe prometera. Ainda estava a pensar em si.
Sabendo que o copeiro-mor seria restituído à sua função, pede que intercedesse
a seu favor e que o livrasse do cárcere.
Este pensamento em si, ainda que sutil e já enfraquecido,
bem diferente da ideia de reconhecimento e aceitação junto a seus irmãos pelo
simples contar do sonho, na casa de seu pai, ainda denunciava um certo “ego” na
vida de José e, por isso, o Senhor não fez com que o copeiro-mor se lembrasse
dele, pelo menos nos dois anos seguintes. É
preciso a renúncia de si mesmo para que venhamos a seguir ao Senhor.
- José ainda
trabalhou dois anos inteiros na casa do cárcere depois que o copeiro-mor foi
restituído ao seu cargo e o padeiro-mor, enforcado. Entretanto, depois destes
dois anos, exatamente no dia do aniversário de Faraó (Gênesis 40.20), que este
teve dois sonhos seguidos que muito o perturbaram e que não teve qualquer
interpretação por parte dos magos (Gênesis 41.8).
O copeiro-mor, então, lembrou-se de José e ele foi chamado à presença de Faraó, que lhe contou os sonhos, que foram interpretados por José (Gênesis 41.1-32).
O copeiro-mor, então, lembrou-se de José e ele foi chamado à presença de Faraó, que lhe contou os sonhos, que foram interpretados por José (Gênesis 41.1-32).
José, então, não só interpretou os sonhos, mas deu a solução
para a questão, dizendo a Faraó que deveria se prover de um varão entendido e
sábio, que fosse posto sobre a terra do Egito e administrasse os anos de
abundância para que, nos anos de fome, esta fosse mitigada (Gênesis 41.33-37).
- José estava pronto
para receber a promessa que Deus lhe havia feito há anos. José foi levado à
presença de Faraó e interpretou os sonhos que lhe foram contados. Não era
apenas mais o “sonhador-mor”, mas, sim, o intérprete dos sonhos, reconhecendo
que eles e a interpretação vinham da parte de Deus.
Não era mais alguém que
contava sonhos para se dizer destinado à liderança, mas alguém que reconhecia
explicitamente, e diante de um monarca que se considerava divino e regia a
maior potência política da época, que Deus era o soberano e que tudo vinha dEle
e alguém que não tinha mais nenhum desejo próprio, que não pensava em si, tanto
que sugeriu a Faraó que indicasse um varão sábio e entendido para administrar o
Egito. José era, portanto, um homem espiritualmente maduro: conhecedor da vontade de Deus,
adorador de Deus e que não tinha qualquer pretensão pessoal.
Tem havido maturidade nas lideranças de nossas igrejas
locais, à luz deste exemplo de José?
- Faraó, então,
decide nomear José como governador do Egito, a quem considerou sábio e
entendido, transformando-o na maior autoridade do país, devendo obediência tão
somente a Faraó (Gênesis 41.38-41).
José recebe, então, novas vestimentas,
vestidos de linho fino e um colar de ouro no seu pescoço, além do anel de
Faraó. Cumpria-se, então, parte
dos sonhos da adolescência: José
era levantado. Do cárcere para o governo do Egito, de escravo a governador,
numa clara demonstração de que operando
Deus, quem poderá impedir? (Isaías 43.13).
- Todos aqueles treze
anos de sofrimento e de privações
chegavam ao fim (pois tinha 30 anos quando se
tornou governador do Egito – Gênesis 41.46 tendo sido vendido pelos seus irmãos
quando tinha 17 anos – Gênesis 37.2).
Durante este período, José deixou de ser o “sonhador-mor”, o adolescente que procurava prevalecer levando má fama dos seus irmãos, para se tornar o varão sábio e entendido, capaz de governar o maior país daquela época.
Entretanto, o adolescente sonhador se tornou o varão sábio e
entendido porque, desde a adolescência, fora íntegro e temente a Deus. José
tudo sofreu para se tornar um líder, mas, antes mesmo de o ser, já se mostrara
piedoso, isto é, dedicado a Deus e a cumprir os deveres junto a Deus, bem como
temente a Deus, pois rendia a Deus o devido tributo, a devida adoração,
reconhecia em Deus a soberania, o senhorio sobre a sua vida, estivesse ele na
casa de seu pai, como filho predileto; na casa de seu senhor, como escravo e
mordomo; na casa do cárcere, como preso injustiçado a serviço do
carcereiro-mor.
Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!
Repasse essa mensagem para outras pessoas. Vamos semear!
Deus te abençoe!