Translate

Gênesis 39 - José na casa de Potifar




A BIOGRAFIA DE JOSÉ – DE ESCRAVO A GOVERNADOR DO EGITO

 - No Egito, inicia-se a segunda fase da vida de José. Não era mais agora o filho predileto na casa de seu pai, mas um escravo em terra estrangeira. Deus já mostra a Sua presença ao fazer com que José seja comprado por um alto funcionário da corte de Faraó. 

Potifar era o capitão da guarda, o encarregado da segurança de Faraó e de seus palácios, de modo que José é introduzido, ainda que na condição de escravo, num ambiente privilegiado. Esta circunstância, também, mostra-nos que José era um jovem de boa aparência e de boa saúde, pois foi adquirido por um alto funcionário do reino, a revelar que foi avaliado por um alto preço e que se tratava de um produto precioso.

- Temos já, aqui, uma importante lição a ser ensinada aos jovens da igreja, em um tempo tão difícil em que a adolescência e a juventude são instadas pelo adversário de nossas almas a uma vida desregrada e voltada para os prazeres mundanos. 

José, apesar de ter padecido numa cova sem água, apesar de todo o grande sofrimento físico e moral, foi avaliado por um alto preço e considerado uma mercadoria de luxo, porque era pessoa que cuidara de sua saúde física e mental. 

Da mesma maneira, os jovens e adolescentes cristãos devem cuidar bem de seu organismo, servindo a Deus e rejeitando todas as ofertas malignas deste mundo, em especial, o uso de drogas, lícitas (tabaco, álcool, remédios) ou ilícitas (os entorpecentes em geral), bem como ter um modo de vida equilibrado, evitando freqüentar ambientes indecorosos e nocivos tanto à saúde física quanto mental (“baladas”, “raves”, mesmo as chamadas “evangélicas”), assim como excessos, tendo sempre um bom período de sono e não se escravizando diante de jogos eletrônicos, programas de televisão e tantas outras atividades cujo objetivo é tão somente desviar o jovem de um sadio relacionamento com Deus e com os homens. 

José não era pessoa descuidada e pôde, por causa disto, ser abençoado pelo Senhor, mesmo em uma situação tão adversa.

 - Apesar de ter perdido a condição de filho predileto na casa de seu pai e de, agora, ser um escravo em terra estrangeira, José não havia perdido a companhia do Senhor. O texto sagrado é enfático ao afirmar que “E o Senhor estava com José” (Gênesis 39.2). José não se revoltara contra o Deus de seu pai, mas, mesmo diante de tantas adversidades, manteve a confiança e a dedicação ao Senhor. 

Revela-se, então, a integridade do jovem José. Ele decidira servir a Deus e, agora, em uma situação tão difícil, em terra estranha, longe de sua família, traído pelos seus irmãos, José mantém a mesma posição diante de Deus. Continuou a servi-lO, a amá-lO, pois amar a Deus é fazer o que Ele manda (João 15.14 "Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando").

- “Integridade” significa, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “estado ou característica daquilo que está inteiro, que não sofreu qualquer diminuição; plenitude, inteireza; característica ou estado daquilo que se apresenta ileso, intato, que não foi atingido ou agredido; 
Caráter, qualidade de uma pessoa íntegra, honesta, incorruptível, cujos atos e atitudes são irrepreensíveis; honestidade, retidão; característica de quem é inocente, puro; pureza, inocência”. 

José demonstrou esta característica ao se manter fiel a Deus apesar de todas as suas adversidades. Era agora um escravo em terra estranha, mas Deus estava com ele. 

E por que Deus estava com ele? Porque José se manteve fiel ao Senhor? 

Como disse o salmista: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade”(Salmos 145.18). 

José servia verdadeiramente a Deus, adorava a Deus pelo que Ele é, não pelo que Ele fazia ou deixava de fazer e, por isso, o Senhor estava com ele.

 - Temos sido íntegros em nosso viver? Servimos a Deus tanto na alegria como na tristeza, tanto quando estamos em uma situação privilegiada? Como José na casa de Jacó, quanto quando estamos como escravos em terra estrangeira, completamente sós e desamparados? Temos o mesmo sentimento que teve o patriarca Jó: “…receberemos um bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). 

Isto é ser íntegro, é ter o coração inteiramente dedicado a Deus, render-Lhe exclusiva adoração, não importando com nada que esteja à nossa volta, as chamadas “circunstâncias”. Ter “o coração inteiro” em Deus. É esta a ordem divina para os Seus servos: 
E deu-lhes ordem, dizendo: Assim fazei no temor do SENHOR, com fidelidade, e com coração íntegro". (II Crônicas 19.9).

 - Entretanto, cada vez mais pessoas estão a servir a Deus não pelo que Ele é, mas única e exclusivamente pelo que Ele faz. Não crêem no Evangelho, mas, sim, nos benefícios do Evangelho. Assim, servem a Deus somente enquanto as circunstâncias lhes forem favoráveis, enquanto estiverem desfrutando da predileção de filhos na casa do pai (aliás, estes crentes insistem em dizer que são “filhos do dono do mundo”, que são “filhos do Pai” e que “têm direitos diante de Deus”). 

Quando, porém, para seu próprio bem, são levados para a cova, perdem suas túnicas de várias cores e se tornam escravos em terra estranha, abandonam a Deus, pois não servem ao Senhor “de coração inteiro”, repetindo, assim, a triste situação do rei Amazias, que as Escrituras dizem que não serviu ao Senhor de coração inteiro (II Crônicas 25.2 ''E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, porém não com inteireza de coração"), motivo pelo qual teve grandes fracassos em sua vida. 

Estes não frutificam e, quando o fazem, não com permanência, motivo por que não concluem a carreira que lhes foi proposta, tendo o mesmo destino daqueles que jamais serviram a Deus. Que Deus nos guarde!

 - Porque permaneceu fiel a Deus em uma situação tão adversa, José foi um varão próspero (Gênesis 39.2-3). José tem sido um de muitos exemplos que os arautos da teologia da prosperidade têm se utilizado no seu falso evangelho, mas uma análise do texto sagrado mostra como o ensino das Escrituras é exatamente o oposto do que estes gananciosos e avarentos andam pregando nos púlpitos. 

O Senhor estava com José, porque, como vimos, José não abandonou a Deus apesar de toda a adversidade e, por este motivo, Deus começou a trazer bênçãos materiais para a casa de Potifar, a fim de que o próprio capitão da guarda, pessoa ignorante das coisas de Deus, pudesse exaltar a pessoa de José em sua casa.

 - A fidelidade de José a Deus na adversidade, o reconhecimento de que Deus é soberano e que não é obrigado a nos dar abastança material foi o fator que levou o Senhor a dar prosperidade material a Potifar por causa de José. 

As bênçãos materiais descritas nesta passagem bíblica, portanto, longe de mostrar que “quem é crente, fica rico e enriquece os outros”, está a provar que o mais importante para o homem é ter verdadeira comunhão com o Senhor, desfrutar de prosperidade espiritual e que eventual prosperidade material só tem sentido, dentro dos propósitos divinos, como uma consequência da comunhão com Deus. Devemos buscar o reino de Deus e a sua justiça e o mais nos será acrescentado e na medida que esteja de acordo com os planos de Deus para a nossa vida (Mateus 6.33).

 - José manteve a mesma disposição que já demonstrara na casa de seu pai. O texto bíblico diz que José “…estava na casa de seu senhor egípcio” (Gênesis 39.2), expressão que significa que José mantinha o seu lugar, cumpria à risca os seus deveres, assim como fizera para Jacó. Era escravo, não era mais o filho predileto, mas mantinha a excelência de seu serviço, mantinha a dedicação, apesar de toda a adversidade. 

O resultado deste serviço sincero foi José se tornar o mordomo da casa de Potifar, o administrador de toda a casa, vez que achara graça aos olhos do seu senhor. A consequência deste gesto de Potifar foi a bênção de Deus sobre todo o patrimônio de Potifar.

 - José conquistou uma posição de liderança na casa de Potifar graças ao seu trabalho, ao seu esforço. Quando aliamos esforço, dedicação e excelência de serviço a uma vida de comunhão com o Senhor, certamente seremos abençoados por Deus. Não se trata de um “toma-lá-dá-cá”, de uma barganha, como se ouve na atualidade, mas, sim, do resultado do poder de Deus em nossas vidas. 

As nossas boas obras fazem com que o nome do Senhor seja glorificado (Mateus 5.16 "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus".) e um bom testemunho nos traz reconhecimento na sociedade, no ambiente onde estamos. 

O “bom nome” vale mais do que as riquezas (Provérbios 22.1 "Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro".

E, quando estamos em perfeita comunhão com o Senhor, temos “o bom cheiro de Cristo”      (II Coríntios 2.15 "Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem"). Que perfume temos exalado à nossa volta?

 - José assumiu, enfim, uma posição de liderança, ainda que subordinada, visto que era o mordomo, não o dono da casa, tinha um senhor, Potifar, acima de si, mas tudo quanto estava na casa lhe havia sido entregue. Aqui já vemos que José aprendera uma importante lição: manteve a dedicação, o esforço e a excelência de seu serviço, mas não se preocupou mais em difamar quem quer que seja. 

Desta maneira, naturalmente alçou a uma posição de liderança, sem que tivesse inimizades e um estado de beligerância contra os demais escravos do seu senhor.

 - A liderança advém de uma atitude de serviço e de trabalho. Verdade é que o servo do Senhor é chamado para servir neste ou naquele lugar, seja na igreja local, seja na vida secular. Entretanto, apesar da consciência de seu chamado, o servo do Senhor não deve querer prevalecer apenas com base na divulgação das promessas de Deus, mas, sim, em termos de serviço, de trabalho, de dedicação e esforço. 

A melhor maneira de mostrarmos que temos chamada divina, que temos uma vocação do Senhor para exercer esta ou aquela tarefa é a realizando, é trabalhando. Foi assim que Jesus procedeu. 

Quando, porém, insistimos em que as pessoas creiam nas visões, revelações e profecias ditas pelo Senhor a nós, sem que nada façamos, não temos como prevalecer e geraremos tão somente inveja e oposição, que nos levarão à cova e ao Egito, até que aprendamos a lição do serviço e do esforço, sem a qual jamais poderemos ser verdadeiros líderes.

 - Mas, quando tudo parecia estar bem na vida de José, surge a tentação. A mulher de Potifar, que a tradição judaica chama de Zuleica ou Zulaica, quis deitar-se com José, pois ele era formoso de parecer e formoso à vista (Gênesis 39.6). José resistiu a esta oferta, não aceitando deitar-se com a mulher de seu senhor, pois, em primeiro lugar, era fiel a Deus e sabia que uma relação sexual fora do casamento estava fora da vontade divina. 

Em segundo lugar, José sabia o seu lugar, “estava na casa do seu senhor” e, por isso, bem sabia que a mulher de Potifar não se encontrava entre os bens que lhe haviam sido confiados (Gênesis 39.9). Tinha plena consciência da mordomia e, por isso, negou-se a aceitar a oferta pecaminosa.

- Vemos, assim, mais um sinal de integridade na vida de José. Humanamente pensando, José nada teria a perder em aceitar esta oferta. Era rapaz jovem vigoroso e a mulher de seu senhor não devia ser feia. 

A tentação era realmente forte e, além do mais, Potifar lhe tinha absoluta confiança. No dia em que sofreu o ataque mais decidido da mulher de Potifar, não havia sequer uma testemunha que o pudesse incriminar. 

Entretanto, José não tinha a dimensão humana em vista, mas tão somente a dimensão divina. “E o Senhor estava com José”, frase que revelava a íntima comunhão que havia entre José e Deus. José não podia, de forma alguma, deixar de cumprir a Palavra de Deus, deixar de observar os princípios demonstrados pelo Deus de seu pai.

 - O exemplo de José é extremamente elucidativo nos dias de imoralidade sexual que vivemos. Ensina-se abertamente, inclusive entre “evangélicos”, que a castidade, a pureza sexual, a virgindade antes do casamento são “princípios ultrapassados”, “costumes antigos”, “falso moralismo”, pois “Deus só quer o coração”. 

A vida de José mostra, bem ao contrário, que a verdadeira comunhão com Deus, a integridade está na observância das regras éticas estabelecidas pelo Senhor na Sua Palavra, em especial as relativas à moral sexual, que impõem a atividade sexual no casamento e apenas com o cônjuge.

 OBS: Recentemente, o papa Bento XVI, em visita ao Brasil, enfatizou a necessidade de castidade antes do casamento entre os jovens, numa eloquência que deveria envergonhar a igreja do Senhor que anda se calando a este respeito, a ponto de as pedras terem de clamar. Aliás, nem todos estão a proceder assim. 

Ainda recentemente, uma famosa modelo brasileira considerou “ridícula” a defesa da castidade antes do casamento, tendo desafiado alguém que tenha cumprido esta regra. Pouco depois, um famoso jogador de futebol, que é cristão, veio a público dizer que casou virgem e que deve a felicidade de sua vida familiar a observância da Palavra de Deus. Jovens, “…este é o caminho, andai nele…” (Isaías 30.21).

 - José não levou em conta eventuais vantagens momentâneas, passageiras, mas se preocupou em continuar a servir a Deus, independentemente das circunstâncias. O resultado desta fidelidade foi o cárcere, pois, como não aceitou deitar-se com a mulher de seu senhor, ela o caluniou diante de Potifar, dizendo ter havido uma tentativa de constrangimento por parte de José. 

Era a palavra da mulher contra a de um escravo, que, embora fosse o escravo principal, não passava de um escravo e Potifar, então, mandou José para o cárcere (Gênesis 49.14-20).  Neste gesto de Potifar, porém, vemos, mais uma vez, a mão de Deus, pois o natural seria que José fosse morto. Potifar (que muito bem conhecia a sua mulher…), não podendo deixar de tomar qualquer atitude, decidiu pelo encaminhamento de José ao cárcere.

 - A calúnia da mulher de Potifar manchou a reputação de José, mas não atingiu a sua integridade. “Reputação”, diz-nos o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é o “conceito de que alguém ou algo goza num grupo humano”, “consideração”, “pensamento”, ou seja, é uma opinião que os outros têm a nosso respeito, um julgamento refletido e repetido (“Reputo”, em latim, é, literalmente, “penso de novo, penso novamente”).

 A reputação não é uma atitude nossa e, por isso, não podemos tratar as pessoas pela sua aparência, pelo que aparentam ser. Nem sempre a reputação corresponde à realidade, como nos dá a Bíblia Sagrada em alguns textos, tais como (Jó 19.22, Jó 41.27; Provérbios 17.28 e Isaías 32.15). 

Verdade é que o servo de Deus tem de ter uma conduta exemplar e que um bom testemunho faz com que as pessoas vejam as nossas boas obras e, por isso, tenhamos de ter uma boa reputação (Atos 6.3), mas isto não impede que pessoas más, mentindo, venham a injuriar, difamar e caluniar o servo de Deus, como Jesus deixou bem claro no sermão do monte (Mateus 5.11-12). 

Por isso, mantenhamos sempre a nossa integridade e estejamos certos de que, vez por outra, com base em mentiras, poderão manchar a nossa reputação. Mas, se formos íntegros, a verdade sempre aparecerá.

- Este episódio mostra-nos, claramente, que nem sempre os justos triunfam na vida debaixo do sol. Em algumas passagens bíblicas, vemos escrito que o ímpio pode chegar a dominar e a ter vantagem, mas que nada disto é comparável com o que espera o justo na eternidade. 

Dizer que o ímpio nunca tem prosperidade material, que jamais terá posição vantajosa na Terra, como se diz atualmente, não é bíblico e não corresponde à realidade. O ímpio pode, sim, ter vantagens nesta Terra, mas, certamente, na eternidade sofrerá o eterno castigo. 

Como diz Salomão: “O ímpio recebe um salário enganoso, mas, para o que semeia justiça, haverá galardão certo" (Provérbios 11.18), como também, “Eis que o justo é punido na terra; quanto mais o ímpio e o pecador!” (Provérbios 11.31). 

Nunca nos esqueçamos do que afirmou o salmista: “Porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá” (Salmos 1.6). 

A diferença, ensina-nos o profeta Malaquias, será descoberta naquele grande dia, em que o Senhor julgará a todos os que não participarem da primeira ressurreição segundo as suas obras (Malaquias 3.18; Apocalipse 20.11-15).

 - José perdia, uma vez mais, o seu vestido, não uma “túnica de várias cores”, mas um vestido simples, uma vestimenta típica de escravo, mas que ficara nas mãos da mulher estranha (Gênesis 39.12,13). 

José continuava inexperiente em um aspecto: o de ir desprevenido ao encontro dos seus inimigos. Assim como ocorrera em Dotã, José ainda não se mostrara prudente o suficiente para liderar, pois se permitira ficar a sós com a mulher de seu senhor, apesar do assédio que estava a sofrer. Era ainda preciso que aprendesse algo antes que assumisse a posição que o Senhor lhe havia prometido. Esta lição, a da prudência, teria de aprender na casa do cárcere, para onde foi encaminhado (Gênesis 39.20).

 - Na casa do cárcere, temos a terceira fase da vida de José. Mais uma vez, José é humilhado, desta feita porque resolvera servir a Deus e dar-Lhe a devida obediência. Entretanto, quando nos mantemos íntegros e fiéis a Deus, Deus também o faz. 

José foi levado injustamente ao cárcere, mas ali, também, “o Senhor estava com José” (Gênesis 39.21). 
Além de estar com ele, mesmo numa situação tão difícil, a Bíblia nos diz que o Senhor “estendeu sobre ele a Sua benignidade” (Gênesis 39.21). 

O momento era assaz difícil para José, que sentia a dor da injustiça e revivia o trauma da cova em que fora lançado pelos seus próprios irmãos. Ciente desta circunstância psicológica altamente adversa, o Senhor lança sobre Seu servo a Sua benignidade, o Seu bem-querer. Este é o Deus a quem servimos. 

Apesar das dificuldades, das incompreensões, das perseguições e injustiças que sofremos por amor a Deus, saibamos que Ele nos dá a Sua benignidade. Este é o motivo pelo qual o Senhor Jesus nos ensina a nos alegrarmos e nos regozijarmos quando formos injuriados e perseguidos e, mentindo, disserem todo o mal contra nós por causa de Cristo (Mateus 5.11-12). 

Não ficamos alegres porque somos “alienados” ou “escapistas”, muito menos porque sejamos “bobos alegres”, mas porque temos o Espírito Santo e a Sua companhia, nestes instantes, torna-se muito especial, pois o Senhor estende a Sua benignidade sobre nós e sentimos quanto Ele nos ama e nos quer bem. 

Este sentimento é maravilhoso e é indescritível por quem já o sentiu. Lembremo-nos que nem os anjos resistiram a esta grande alegria, ao presenciarem o bem-querer divino em relação ao homem quando do nascimento de Jesus (Lucas 2.13-14).

 - O Senhor estava com José e José se manteve na mesma linha da vida de comunhão com o Senhor e da excelência do serviço, do esforço e da dedicação. 
O resultado não poderia ter sido outro: José achou graça também aos olhos do carcereiro-mor (Gênesis 49.21). 

Mais uma vez José faz brilhar o nome do Senhor através do seu bom testemunho e isto num tempo em que nem sequer sabia que o servo de Deus deveria ser luz do mundo. 

E nós, a quem esta verdade bíblica já foi revelada, temos sido luz do mundo? Temos sido “…irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Filipenses 2.15)?

 - José voltou a liderar, passando a ser o encarregado de todos os presos que estavam na casa do cárcere (Gênesis 49.22). O ambiente prisional não é fácil, é extremamente violento, repleto de intrigas e de crueldade. 

Ali, notadamente nos dias de José, as pessoas não tinham praticamente nenhuma esperança de sobrevivência, eram extremamente maltratados e a vida não assumia qualquer valor. 

José, porém, soube liderá-los e ganhar não só a confiança do carcereiro-mor como também dos próprios presos, pois, se assim não fosse, não teriam o copeiro e o padeiro de Faraó tido confiança em lhes contar os sonhos que tiveram, ainda mais sendo, como o eram, egípcios, altamente supersticiosos e que criam que somente os sacerdotes e magos tinham capacidade para interpretar sonhos. 

José estava, então, sem o saber, iniciando a fase final do seu aprendizado, para, então, exercer a função para a qual o Senhor o estava preparando.

- José mantinha uma excelência de serviço, tanto que foi determinado que servisse ao padeiro-mor e ao copeiro-mor, altos funcionários de Faraó que haviam sido presos (Gênesis 40.3-4). 

José era cuidadoso e zeloso em seu serviço, tanto que, ao notar que os dois estavam um dia turbados (Gênesis 40.6), perguntou-lhes porque estavam tristes e, como José tinha um bom testemunho, os dois lhe abriram o coração e lhe contaram os sonhos que tiveram. 

José, que, no passado, contava sonhos, agora está mais amadurecido e, por isso, não os conta, mas os interpreta. A interpretação dada por José cumpriu-se integralmente, mas, nem por isso, José teve mudada a sua situação. 

Apesar de seu pedido ao copeiro-mor para que se lembrasse dele quando fosse restituído a seu cargo, este não se lembrou de José, mas, antes, se esqueceu dele (Gênesis 40.23).

 - José já se tornara um conhecedor da vontade divina, já interpretava sonhos vindos da parte do Senhor, mas, ao final da sua última interpretação, mostrou que ainda faltava um pequeno pormenor para que alcançasse a bênção que Deus lhe prometeraAinda estava a pensar em si. Sabendo que o copeiro-mor seria restituído à sua função, pede que intercedesse a seu favor e que o livrasse do cárcere. 

Este pensamento em si, ainda que sutil e já enfraquecido, bem diferente da ideia de reconhecimento e aceitação junto a seus irmãos pelo simples contar do sonho, na casa de seu pai, ainda denunciava um certo “ego” na vida de José e, por isso, o Senhor não fez com que o copeiro-mor se lembrasse dele, pelo menos nos dois anos seguintes. É preciso a renúncia de si mesmo para que venhamos a seguir ao Senhor.

 - José ainda trabalhou dois anos inteiros na casa do cárcere depois que o copeiro-mor foi restituído ao seu cargo e o padeiro-mor, enforcado. Entretanto, depois destes dois anos, exatamente no dia do aniversário de Faraó (Gênesis 40.20), que este teve dois sonhos seguidos que muito o perturbaram e que não teve qualquer interpretação por parte dos magos (Gênesis 41.8). 

O copeiro-mor, então, lembrou-se de José e ele foi chamado à presença de Faraó, que lhe contou os sonhos, que foram interpretados por José (Gênesis 41.1-32).

José, então, não só interpretou os sonhos, mas deu a solução para a questão, dizendo a Faraó que deveria se prover de um varão entendido e sábio, que fosse posto sobre a terra do Egito e administrasse os anos de abundância para que, nos anos de fome, esta fosse mitigada (Gênesis 41.33-37).

 - José estava pronto para receber a promessa que Deus lhe havia feito há anos. José foi levado à presença de Faraó e interpretou os sonhos que lhe foram contados. Não era apenas mais o “sonhador-mor”, mas, sim, o intérprete dos sonhos, reconhecendo que eles e a interpretação vinham da parte de Deus. 

Não era mais alguém que contava sonhos para se dizer destinado à liderança, mas alguém que reconhecia explicitamente, e diante de um monarca que se considerava divino e regia a maior potência política da época, que Deus era o soberano e que tudo vinha dEle e alguém que não tinha mais nenhum desejo próprio, que não pensava em si, tanto que sugeriu a Faraó que indicasse um varão sábio e entendido para administrar o Egito. José era, portanto, um homem espiritualmente maduro: conhecedor da vontade de Deus, adorador de Deus e que não tinha qualquer pretensão pessoal. 

Tem havido maturidade nas lideranças de nossas igrejas locais, à luz deste exemplo de José?
 - Faraó, então, decide nomear José como governador do Egito, a quem considerou sábio e entendido, transformando-o na maior autoridade do país, devendo obediência tão somente a Faraó (Gênesis 41.38-41). 

José recebe, então, novas vestimentas, vestidos de linho fino e um colar de ouro no seu pescoço, além do anel de Faraó. Cumpria-se, então, parte dos sonhos da adolescência: José era levantado. Do cárcere para o governo do Egito, de escravo a governador, numa clara demonstração de que operando Deus, quem poderá impedir? (Isaías 43.13).

 - Todos aqueles treze anos de sofrimento e de privações 
chegavam ao fim (pois tinha 30 anos quando se tornou governador do Egito – Gênesis 41.46 tendo sido vendido pelos seus irmãos quando tinha 17 anos – Gênesis 37.2). 

Durante este período, José deixou de ser o “sonhador-mor”, o adolescente que procurava prevalecer levando má fama dos seus irmãos, para se tornar o varão sábio e entendido, capaz de governar o maior país daquela época. 


Entretanto, o adolescente sonhador se tornou o varão sábio e entendido porque, desde a adolescência, fora íntegro e temente a Deus. José tudo sofreu para se tornar um líder, mas, antes mesmo de o ser, já se mostrara piedoso, isto é, dedicado a Deus e a cumprir os deveres junto a Deus, bem como temente a Deus, pois rendia a Deus o devido tributo, a devida adoração, reconhecia em Deus a soberania, o senhorio sobre a sua vida, estivesse ele na casa de seu pai, como filho predileto; na casa de seu senhor, como escravo e mordomo; na casa do cárcere, como preso injustiçado a serviço do carcereiro-mor.

Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!

Repasse essa mensagem para outras pessoas. Vamos semear!


Deus te abençoe!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...