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Josué 9 - Os gibeonitas enganam Josué, que faz com eles aliança - Proposta de uma aliança perigosa





Aliança Perigosa 

INTRODUÇÃO


O diabo é mais perigoso em sua astúcia do que em sua fúria. Ele é mais perigoso em suas ciladas do que em sua força. Ele é mais perigoso quando trabalha em surdina do que quando nos enfrenta cara a cara.


O texto em tela nos fala de um estratagema astucioso que levou Israel a tomar uma decisão precipitada. O inimigo disfarçado foi mais poderoso do que os inimigos que empunharam armas de guerra (Josué 9.1-2). O inimigo camuflado prevaleceu.


Josué fez aliança com o inimigo pensando estar tomando uma decisão sábia. A situação parecia tão óbvia que ele nem chegou a consultar a Deus.

I. A PROPOSTA DE UMA ALIANÇA PROIBIDA – Josué 9.6


Os gibeonitas propuseram a Josué uma aliança imediata e urgente. Mas quem eram os gibeonitas? Aliados ou inimigos? Eles faziam parte dos povos que precisavam ser desalojados da terra prometida. O que a Palavra de Deus tinha a dizer a Josué sobre aquele acordo proposto?


A ordem de Deus era clara para Josué:

“Abstém-te de fazer aliança com os moradores da terra para onde vais; para que te não sejam por cilada” (Êxodo 34.12).

A aliança com os povos vizinhos era uma cilada para Israel. Mas por que?

Porque os induziria ao casamento misto:

“… nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos” (Deuteronômio 7.3).

O casamento misto foi uma das estratégias mais sutis usadas para derrotar o povo de Deus. O dilúvio varreu a terra porque a terra corrompeu-se quando os filhos de Deus se casaram com as filhas dos homens. Israel se misturou com as nações idólatras e através de casamentos mistos, a nação de Israel acabou adorando deuses estranhos.


Salomão foi o exemplo maior dessa desobediência – (Ler 1 Reis 11.1-6).


O profeta Amós disse: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Amós 3.3). 

O apóstolo Paulo é categórico:

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? O que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?” (2 Coríntios 6.14-16).

O casamento misto oferece três possibilidades:


1) A conversão do cônjuge incrédulo – 75% não se convertem;
2) O esfriamento espiritual do cônjuge crente;
3) A solidão espiritual do cônjuge crente.

Porque os induziria à apostasia e ao ecumenismo - “Fariam desviar teus filhos de mim para que servissem a outros deuses…” (Deuteronômio 7.3).

A aliança com os povos vizinhos levou Israel muitas vezes a servir a outros deuses. O livro de Juízes mostra esse fato. Muitos abandonam sua fidelidade a Deus, deixam de frequentar a igreja, esfriam-se na fé e perdem a intimidade com Deus por causa de determinadas alianças firmadas.


O ecumenismo é ainda hoje um dos perigos mais graves que a igreja enfrenta. É a ideia de que toda religião é boa e todos são em última instância iguais. O ecumenismo matou igrejas na Europa, na América e está matando igrejas no Brasil. Não há unidade fora da verdade. Não há salvação fora de Cristo.

Porque lhes traria sofrimento e perturbação - “… os que deixardes ficar ser-vos-ão como espinho nos vossos olhos, e como aguilhão nas vossas ilhargas, e vos perturbarão na terra em que habitardes” (Números 33.55-56).

Uma aliança conjugal, comercial, empresarial, espiritual fora da vontade de Deus traz tanto desconforto quanto espinho nos olhos. Tanto sofrimento como aguilhão nas ilhargas. Uma aliança precipitada traz grande perturbação. Israel sofreu por causa dessas alianças.

Porque os levaria à própria destruição - “… e a ira do Senhor se acenderia contra vós outros e depressa vos destruiria” (Deuteronômio 7.4).

A desobediência tem um preço alto. Ela provoca a ira de Deus e produz derrota e destruição. O povo de Israel sofreu e precisou ser arrancado da sua terra e lançado num cativeiro doloroso para abandonar suas alianças espúrias e desvencilhar-se da idolatria dos outros povos.

II. A ESTRATÉGIA PARA UMA ALIANÇA PROIBIDA


As nações mais numerosas e poderosas que estavam no caminho de Israel lutaram e resistiram a Josué e o povo de Deus com armas (Josué 9.1-2), mas os Gibeonitas dissimularam (Josué 9.3-13). Quais foram as armas da dissimulação?

O fingimento – Josué 9.4-5

“Usaram de estratagema, e foram, e se fingiram embaixadores, e levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rotos e consertados; e nos pés, sandálias velhas e remendadas e roupas velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento” (Josué 9.4-5).

Fingir é ser uma coisa e parecer outra. É ser uma pessoa e demonstrar outra. É aparentar uma coisa e ser outra. Os gibeonitas foram atores. Demonstraram um papel, mas estavam enganando.
Satanás disfarçou-se de serpente para tentar Eva no Éden. Ele veio com palavras doces, com promessas sedutoras, oferecendo vantagens extraordinárias. O diabo é um embusteiro. Ele promete vida e paga com a morte. O pecado é uma fraude.

A mentira – Josué 9.6


“… chegamos duma terra distante; fazei, pois, agora, aliança conosco” (Josué 9.6).


Uma das armas do inimigo é a mentira. O diabo enganou Eva no Éden com uma mentira: “É assim, que Deus disse? É certo que não morrereis”. Onde a verdade é sacrificada, a aliança torna-se espúria. O diabo é o pai da mentira. Quem se envolve com mentira põe o pé numa estrada de vergonha, de opróbrio, de escravidão e morte.

A sedução e a pressão – Josué 9.6


“… fazei, pois, agora, aliança conosco” (Josué 9.6).


A pressa é um grande perigo quando se trata de fazer uma aliança. A impaciência é um caminho arriscado. Quem tem pressa, diz o adágio popular, come cru. Os gibeonitas tinham pressa. Eles não queriam dar tempo para Josué investigar a verdade.


Josué caiu na cilada ao firmar com os gibeonitas uma aliança sem tempo para investigar, sem tempo para consultar ao Senhor. Muitos ainda agem precipitadamente hoje em seus negócios, em seus investimentos, no namoro e até mesmo no casamento.

A esperteza – Josué 9.7-8


Quando os gibeonitas perceberam que os homens de Israel estavam lhes desmascarando, se voltaram para Josué para conversar só com ele, o líder. Deram a ele um crédito maior e dessa maneira o induziram a agir sem o consenso.
Há determinados elogios e preferências que são armadilhas do inimigo para insuflar nosso ego. O pecado que o diabo mais gosta é o pecado da vaidade.

As meias respostas – Josué 9.8-13


Josué perguntou: “Quem sois vós? Donde sois?” (Josué 9.8). 


À primeira pergunta, eles não responderam. À segunda pergunta, eles mentiram. Eles tergiversaram, desconversaram, ludibriaram. As coisas de Deus são claras, são íntegras. Onde as pessoas precisam desconversar, esconder, tapear fica evidentemente que Deus não está presente. Deus é luz. Ele não pactua com o que é escuro.

A linguagem piedosa – Josué 9.9

“Teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do nome do Senhor, teu Deus” (Josué 9.9).

Josué deu valor ao que eles disseram sem consultar a Deus. Usaram o nome de Deus, sem estar interessados nele. Somos facilmente enganados quando as pessoas vêm usando o nome de Deus. O diabo é mais astuto quando vem vestido de piedade.
Muitos jovens quando estão interessados em namorar uma moça, se interessam pelas coisas de Deus, frequentam a igreja e até leem a Bíblia. Mas depois do casamento, revelam seu total desinteresse pelas coisas de Deus.

A astúcia – Josué 9.9-10 e verso 3


Os gibeonitas relataram os grandes feitos de Deus no Egito, e aos dois reis amorreus que Moisés derrotara, mas não fez menção de Jericó e Ai, para dar a ideia que de fato vinham de muito longe.
Cuidado com o engano do pecado. Cuidado com os argumentos aparentemente insofismáveis do inimigo. Acautele-se.

III. O PERIGO DE SE FAZER UMA ALIANÇA SEM CONSULTAR A DEUS NAS COISAS QUE PARECEM ÓBVIAS – Josué 9.14-15

“Então, os israelitas tomaram da provisão e não pediram conselho ao Senhor. Josué concedeu-lhes paz e fez com eles a aliança de lhes conservar a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento” (Josué 9.14-15).

Josué fez distinção entre coisas importantes que carecem de oração e coisas insignificantes, óbvias que não precisa consultar a Deus.
A nossa lógica e bom senso levam-nos facilmente para o mau caminho, quando deixamos de depender de Deus.
Este texto mostra a fraqueza da sabedoria humana. Devemos buscar o conselho de Deus mesmo naquelas coisas para parecem claras e óbvias.
Há sempre o perigo da autoconfiança: “O que confia no seu próprio coração é insensato” (Provérbios 28.26). 


Vejamos alguns exemplos:

Ló – Ló escolheu as campinas do Jordão e foi morar com a família na cidade de Sodoma. Lá, ele perdeu seus bens, sua mulher, seus genros e sua honra.


Abraão – Passou 13 anos de silêncio (Gênesis 16.15-16; Gênesis 17.1-5). Nenhum aparecimento do Senhor, nenhum altar erigido, nenhuma tenda, nenhum sacrifício. Foram 13 anos em branco. Depois, Deus lhe aprece e diz: “Anda na minha presença”. Confia em mim. Creia em mim. O que eu falei eu cumprirei. Não preciso da sua ajuda.


Pedro – Quando Jesus decidiu ir para a cruz, Pedro o reprova. Sem consultar a Jesus, o expõe a uma situação complicada e é duramente repreendido por Jesus.


Gibeão quer dizer pequeno monte e nos alerta contra as pequenas coisas que nos impedem de andar com Deus. Sansão, o homem mais forte do Velho Testamento foi vencido por uma mulher cujo nome significa fraqueza (Dalila). As pequenas coisas podem nos impedir de viver uma vida cristã normal.

Josué fez aliança com os gibeonitas de poupar-lhes a vida sem consultar a Deus. Ficou preso a uma aliança que jamais deveria ter feito. Sofreu sem poder tirar o jugo de sobre si e do seu povo.

IV. AS CONSEQUÊNCIAS DE SE FAZER UMA ALIANÇA PRECIPITADA


1. Mesmo que você não busque a Deus e faça alianças precipitadas, Deus as ratifica – 
Josué 9.19-20


Quantas sociedades que jamais deveriam ter sido firmadas! Quantos acordos que jamais deveriam ter sido assinados! Quantos namoros que jamais deveriam ter começado! Quantos casamentos que jamais deveriam ter sido consumados!
Muitos buscam a saída do divórcio, dizendo: “Meu casamento acabou porque não foi Deus quem me uniu”. Se você não leva a sério a aliança que você fez, Deus leva.


Veja o que escreveu o profeta Malaquias:

“O Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança” (Malaquias 2.13-14).

2. Gera murmuração e descontentamento no meio do povo de Deus – Josué 9.18


Decisões precipitadas acarretam amargas conseqüências. Alianças irrefletidas fazem o povo sofrer. Quando a liderança age sem oração, há um descontentamento no meio do povo. Josué e os príncipes da congregação fizeram uma aliança com os gibeonitas sem consultar a Deus e tomaram a decisão errada e agora o povo está sofrendo as conseqüências e murmurando.


3. O povo de Deus precisa se envolver com lutas a favor daqueles contra quem deviam lutar – Josué 10.6-7


Josué está travando uma batalha que não era sua. Está drenando suas energias num trabalho que não era seu. Eles estão pagando o preço de terem feito uma decisão apressada, uma aliança irrefletida. Eles estão defendendo quem precisariam desalojar daquela terra.


Quantas noites de sono perdidas. Quantas horas de choro e lágrimas vertidas. Quantas dores e contorções da alma sofridas. Quanto prejuízo financeiro acarretado.

4. O povo de Deus é açoitado com a ira divina quando viola a aliança feita, mesmo que irrefletidamente – Josué  9.20


A quebra de uma aliança é algo que Deus reprova. É melhor não fazer um voto do que votar e não cumprir. Josué e o povo ficaram presos a uma aliança que não deveriam ter feito. Tornaram-se obrigados a defender quem deveriam atacar. Ficaram ligados com quem não deveriam ter relações.

A quebra daquela aliança era agora uma atitude mais condenável aos olhos de Deus do que o estabelecimento da própria aliança. O rompimento da aliança implicava na manifestação da própria ira de Deus.

5. O tempo não anula as alianças que fazemos, mesmo quando não consultamos o Senhor – 2 Samuel 21.1-14


400 anos depois da aliança firmada por Josué, o rei Saul matou os gibeonitas e nos dias do rei Davi houve fome de três anos consecutivos por causa da quebra dessa aliança.

(“Houve, em dias de Davi, uma fome de três anos consecutivos. Davi consultou ao Senhor, e o Senhor lhe disse: Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas [...] os filhos de Israel lhes tinham jurado poupá-los, porém, Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá”. 2 Samuel 21.1-2)

Dois resultados aconteceram em virtude da quebra dessa aliança:


Em primeiro lugar, três anos de fome. O povo, a nação toda sofre. Crianças morrendo de fome, o gado perecendo nos pastos, prejuízos financeiros imensos, lares desesperados, em virtude da quebra de uma aliança firmada há 400 anos.


Em segundo lugar, sete filhos do rei Saul enforcados. Os gibeonitas pediram sete filhos de Saul para serem enforcados, dois filhos de Rispa e cinco filhos de Merabe (2 Samuel 21.5-9). 
Só então, a ira de Deus se apartou de Israel (2 Samuel 21.14).

CONCLUSÃO


Nós precisamos tomar dois cuidados básicos:

1. Tenha cuidado com as alianças que você faz, com aquilo que você promete.
Não entre numa aliança seja sentimental, seja conjugal, seja comercial, seja profissional sem antes avaliar profundamente as implicações. 


Há pactos que jamais deveriam ter sido feitos. Há casamentos que jamais deveriam ter acontecido. Há parcerias que jamais deveriam ser travadas. Há sociedades que jamais deveriam ter sido estabelecidas.


Quando fazemos alianças perigosas e precipitadas, podemos entrar em aliança com o próprio inimigo. Quantas pessoas presas a situações embaraçosas porque não tiveram paciência de esperar, de analisar a situação mais detidamente. Quantas pessoas se desgastam e sofrem grandes prejuízos porque não consultaram a Deus para fazer sociedades, alianças e acordos.

2. Cumpra suas promessas, quando você as fizer.
Nossas decisões hoje afetarão as futuras gerações, para o bem ou para o mal. Deus não gosta de votos de tolos. Quando você fizer uma promessa, cumpre-a. 

O justo é aquele que jura com dano próprio e não se retrata.


                                                             Que Deus te Abençoe!


Josué 5 - A circuncisão dos filhos de Israel / Um anjo aparece a Josué / Descalça os sapatos dos teus pés, porque o lugar em que estás é santo.



(Josué 5.4-7 ''4 - E foi esta a causa por que Josué os circuncidou: todo o povo que tinha saído do Egito, os homens, todos os homens de guerra, já haviam morrido no deserto, pelo caminho, depois que saíram do Egito.
5 - Porque todos os do povo que saíram estavam circuncidados, mas a nenhum dos que nasceram no deserto, pelo caminho, depois de terem saído do Egito, haviam circuncidado.
6 -
 Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, os homens de guerra, que saíram do Egito, e não obedeceram à voz do SENHOR; aos quais o SENHOR tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o SENHOR jurara a seus pais dar-nos; terra que mana leite e mel.
7 -
 Porém em seu lugar pôs a seus filhos; a estes Josué circuncidou, porquanto estavam incircuncisos, porque os não circuncidaram no caminho.'')

Quarenta anos no deserto – esse foi o tempo de caminhada de Josué na espera por este momento: o momento da conquista. Ele havia perdido há pouco seu discipulador e líder e agora tinha como encargo conduzir o povo à terra que o Senhor prometera dar. 

Ele tinha de ser forte, corajoso, mas algo mais era necessário: Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. 

Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido (Josué 1.6–8). 

Ele precisava conhecer a Deus e prosseguir em conhecê-lO, conduzindo o povo a uma experiência pessoal com Ele.

Muitas vezes, diante das conquistas, pensamos que temos a força e a coragem necessárias, mas não compreendemos que esses atributos não são voltados contra nossos inimigos, mas aplicados em nós mesmos: força para depender e coragem para obedecer.

Agora, diante do momento da conquista, toda a teoria de Josué estava para ser provada. Pensamentos e ideias sobre o que estava por vir eram meros esquemas mentais diante da realidade que o esperava.

Chegamos a sonhar com o momento da conquista, da vitória, sem nem mesmo compreender a amplitude disso. Não se trata de viver “um passe de mágica” em que tudo se transformará num conto de fadas. Chegar à vitória exige obediência absoluta e uma consciência real de quem é Deus. Toda teoria é morta se não for praticada.

É tempo de praticar, de viver o que o Senhor tem nos ensinado e comprometer-se em cumprir todo o Seu propósito em nós, de buscarmos o caráter de Cristo (nobre, santo, vencedor, fiel…).

Caminhar sobre os passos de Josué é aprender, como ele, a entregar-se ao Senhor. 

Vejamos então quais foram as primeiras posturas de Josué rumo à vitória e busquemos praticá-las também: 

 1. Renovação de aliança (Josué 5.1-11)

A circuncisão é o selo da aliança entre Deus e Abraão e todos os seus descendentes, 

(Veja Gênesis 17.9-14).

Esse ato de circuncidar uma nova geração significava a volta aos propósitos da aliança de Deus. Quando Deus ordena a Josué que faça a circuncisão em todos os homens do povo, está estabelecendo uma renovação de aliança, pois a circuncisão era uma marca física de pertencimento a Deus.

É preciso renovar a aliança, circuncidar-se para entrar na terra. Nos dias atuais, Deus tem buscado corações circuncidados, ou seja, que se disponham a tirar tudo aquilo que é contaminação. 


Hoje retirei de sobre vós o opróbrio do Egito (Vers. 9). Depois de quarenta anos de caminhada somente ali, o Egito finalmente foi arrancado de dentro do povo. Eles haviam saído do Egito, mas a geração anterior carregava dentro de si as obras e costumes daquele lugar.

Gilgal representa um rompimento com o passado de pecado e contaminação. Todos nós precisamos passar pelo Gilgal espiritual, lugar onde abandonamos a contaminação do pecado, deixamos para trás os princípios do mundo e decidimos viver os princípios de Deus.

O processo de circuncisão envolve dor, afinal, um pedaço é arrancado. A Palavra relata que eles ficaram no arraial até sararem. Assim também nós necessitamos da cobertura da congregação no processo de cura.

A renovação de aliança passa pela dor, mas leva à festa. O verso 11 nos relata que, após Gilgal, o povo festejou a Páscoa, a festa do livramento, a lembrança do poder de Deus manifestado no Egito, e, para nós, em Cristo, a festa da remissão que nos lembra de que o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. Aleluia!

Aliança com Deus é circuncisão de corações, abandono das obras mortas do pecado e retirada dos princípios do mundo; é dor e cura debaixo da cobertura da congregação e festa da libertação.

Que hoje possamos renovar a aliança!

 2. Consciência de que Deus conhece nossas lutas (Josué 5.13 "E sucedeu que, estando Josué perto de Jericó, levantou os seus olhos e olhou; e eis que se pôs em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua; e chegou-se Josué a ele, e disse-lhe: És tu dos nossos, ou dos nossos inimigos?")

O verso 13 narra o encontro de Josué com o Príncipe dos exércitos do Senhor. É interessante notar que, apesar de não ter vindo guerrear contra Josué, Ele se apresenta com a espada desembainhada. 

Ele sabia que o momento era de guerra na vida de Josué, tanto por fora quanto por dentro. por fora combates, temores por dentro (2 Coríntios 7.5 ''Porque, mesmo quando chegamos à macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro.''). Josué estava de pé diante da primeira cidade a ser conquistada, e ele a observava.

Muitas vezes, quando estamos diante de um desafio realmente grande aos nossos olhos, maior até do que o próprio Golias para Davi, nossa reação não é muito diferente da de Josué. 

Ele contemplava uma muralha tão larga que havia casas construídas sobre ela, mas o Senhor apareceu a ele e não subestimou sua batalha; pelo contrário, se apresentou pronto para ela. Ele sabia exatamente como Josué estava se sentindo diante daquelas muralhas e sabe como nos sentimos diante de nossos problemas.

Mesmo que a muralha pareça intransponível e seja algo íntimo e pessoal, Deus conhece nossa batalha. Ele não está insensível, alheio ao momento que estamos vivendo. Ele nos conhece, nos ama e está pronto para mostrar sua espada desembainhada em nosso favor.

 3. Ouça o que Deus tem a dizer (Josué 5.14 "E disse ele: Não, mas venho agora como príncipe do exército do SENHOR. Então Josué se prostrou com o seu rosto em terra e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu senhor ao seu servo?" )

Lá estava Josué diante do Senhor dos exércitos. O que você faria se estivesse no lugar dele? Talvez imediatamente expusesse seus problemas e muralhas, perguntado todas as coisas referentes à batalha. Com quantos soldados devo ir? Qual a próxima cidade? Como será o livramento?

Como somos apressados! Josué fez a única pergunta que realmente importava: “Que dizes o Senhor ao Teu servo?” Essa pergunta é a base para não tentarmos resistir ao que o próprio Deus está fazendo e atribuir a Ele o que não é dEle. Como bom soldado, ele sabia que estava diante do Príncipe dos exércitos, uma patente muito superior que a sua, então não lhe restava outra pergunta.

Evidentemente não se trata apenas de uma pergunta, mas de uma disposição a, de fato, OBEDECER toda direção que for dada por Deus, seja ela simples ou complexa, como aconteceu logo depois com as muralhas de Jericó. Por meio da obediência e da fé, Josué e todo o povo viveram um milagre.

 4. Descanse em Deus (Josué 5.15 "Então disse o príncipe do exército do Senhor a Josué: Descalça os sapatos de teus pés, porque o lugar em que estás é santo. E fez Josué assim." )

Talvez para muitos este fosse um pedido incrivelmente inusitado: “Tire as sandálias dos pés”. Mas Josué já tinha ouvido essa frase antes. Ele a ouvira de Moisés, seu líder e discipulador, quando narrou uma experiência que ele mesmo tinha tido com Deus: Tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa (Êxodo 3.5).

É interessante notar como Deus não nos fala de maneira enigmática. O Senhor nos dá instruções que sabe que compreenderemos. Todavia, às vezes, elas parecem simples demais para nós. Observe o caso de Josué: Deus não pediu a ele, em princípio, algo difícil ou gigantesco, mas uma atitude simples, com um grande sentido embutido.

Muitas vezes estamos tão ocupados esperando as grandes instruções que desprezamos as “pequenas” e nos esquecemos de que a revelação de Deus é progressiva, aumenta na medida da nossa obediência. Quem não é capaz de obedecer a “pequenas” ordens jamais será capaz de obedecer a grandes. Deus não nos dá conselhos, Ele nos dá ordens.

Tirar as sandálias tinha um sentido muito mais amplo do que o físico. Onde nós costumeiramente tiramos as sandálias? Em casa, em lugares de descanso. A proposta do Senhor a Josué foi, na verdade, de entrega e descanso, que se despojasse de sua suficiência e entregasse todo o controle a Deus. Sem os sapatos ele não poderia correr e nem mesmo lutar sem se ferir. Deveria parar, ouvir e ter sua própria experiência com Deus para exercer sua liderança.

Descansar efetivamente é algo que só se torna possível debaixo de uma profunda postura de obediência. Então Obedeça e Descanse.

Conclusão

Diante da terra, não há teoria, nem palavras; há, sim, a necessidade de uma profunda mudança de atitudes e comportamentos, uma verdadeira metanoia.

Vá a Gilgal, busque a circuncisão dos sentimentos e posturas que não condizem com o novo tempo para o qual Deus tem lhe chamado. Entenda que Deus conhece o tamanho da sua luta, Ele sempre está no controle.

Pare para ouvir a Deus, busque dEle as respostas, não ande agitado pelo vento ''para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente'' 

(Efésios 4.14 "O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.").

Obedeça plenamente a cada instrução do Senhor e então descanse e confie. 

Nosso Deus pelejará por nós!!!
                                                                                                          
                                                              Que Deus o Abençoe!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...