Translate

1 Reis 17 - Elias prediz contra Acabe, e é sustentado pelos corvos / A viúva de Sarepta





INTRODUÇÃO:


A visita do profeta Elias a terra de Sarepta, onde foi acolhido por uma viúva pobre, é emblemática por algumas razões:
  • A história revela o cuidado de Deus para com os que se dispõem a fazer a sua vontade. Não importam onde estejam, Deus cuida de cada um de seus filhos. Elias foi o agente de Deus para confrontar a apostasia no reino do norte. Necessitava, pois, de um lugar seguro para refugiar-se;
  • O episódio revela a soberania de Deus sobre as nações. Mesmo tratando-se de uma terra pagã, Deus escolheu dentre os moradores de Sarepta, uma mulher que serviria como instrumento na construção de seu propósito;
  • Deus ordenou a uma viúva pobre, humilde e que estava em situação pior que a do profeta, mas havia outras tantas em melhores condições, mas Deus tinha o seu plano e estratégias para abençoar os dois lados. Mesmo que fosse incomum um homem se achegar a uma mulher, o profeta assim o fez e cumpriu a vontade de Deus;
  • A pessoa que mais recebeu de Deus foi a viúva e não Elias, pois ele foi enviado até ela, conforme o relatado por Jesus (Lucas 4.25-26 ''Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;
    E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.''
    ).

a) Trajetória de Elias – de Querite a Sarepta:

“Elias perde sua zona de conforto na fonte e Querite”, pois o ribeiro secou devido a seca (1 Reis 17.1), momento em que Deus ordenou a ida de Elias à Sarepta, para que fosse sustentado por uma viúva, sem nome, pagã, pobre, sem esperança e perspectiva (1 Reis 17.8-9) que estava em situação pior que a dele e quem sabe até simpatizante de Jezabel, adoradora de Baal. 

Pela lógica humana esperaríamos que Deus enviasse o profeta para a casa de um abastado líder ou pessoa influente, mesmo naquela região, circunvizinha de Sidom, terra da rainha má, mas ele foi enviado até a casa mais humilde. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Por que Deus agiu assim? Deus poderia ter enviado Elias para a casa de um dos líderes religiosos de Sarepta que estivesse em condições de recebê-lo e hospedá-lo durante aquele período de provação. Ou, o Senhor poderia tê-lo encaminhado ao homem mais rico do local e convencesse o homem a manter Elias até quando fosse necessário. 

Mas Deus ordenou que o profeta buscasse o destino mais improvável, a casa mais humilde, a pessoa mais necessitada naquele momento: uma viúva sem eira nem beira. O texto bíblico diz que a situação daquela mulher era tão crítica, que ela estava prestes a preparar a sua última refeição e aguardar, com o único filho, a morte. Então, por que Deus enviou o profeta à viúva de Sarepta, que estava vivendo um momento de dificuldade e escassez muito maior que a experimentada por ele”?

I – UM PROFETA EM TERRA ESTRANHA

1. A FONTE DE QUERITE

A profecia de Elias sobre a seca, que também o atingiria, deu inicio ao combate entre o verdadeiro Deus e Baal, por isto ele recebeu a orientação divina para se esconder no ribeiro de Querite (1 Reis 17.3 ''Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.'' ). 

Ele havia se tornado um personagem grato em Israel, pois esta sua mensagem (1 Reis 17.1 ''Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.'' ), soou como um desafio a Acabe, forçando-o a sair de cena temporariamente, caso contrário seria encontrado e morto pelo casal real.

Em Querite, ele foi sustentado milagrosamente e da forma mais improvável               (1 Rs 17.3-6 ''Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.'' ). 

Aquele era um lugar de sombra e água fresca, mas não representava o ponto final da jornada de Elias, Deus queria fazer algo a vida de Elias e aquele local era propício. 

Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“Querite” – deriva do verbo original (Cha-vath), que significa “cortar, colocar no tamanho certo. A ideia é de aparelhar”. É exatamente isso que Deus faz com os seus homens no campo de treinamento. Quando lemos a história de Elias, aprendemos que Deus tem seus campos de treinamento onde cada um dos chamados por Ele são preparados para os grandes enfrentamentos. 

Podemos enxergar duas razões pelas quais Deus enviou Elias para o Querite: Proteção e Treinamento. Silêncio e solidão fazem parte da experiência no campo de treinamento. Ao aceitar ir para aquele campo de treinamento, Elias estava pronto para servir ao Senhor pública ou reservadamente”.

Ele não poderia fixar-se naquele local, porque ali não havia a fonte permanente, pois se tratava de um rio temporário dependente das águas das chuvas, justamente o que faltava na época. 

Aquela provisão seria temporária, fato este constatado pelo profeta, já que a cada dia ele percebia que o ribeiro ia se secando, mas contrariando a logica humana, ele permaneceu no local e não correu da situação. Somente saiu quando Deus ordenou que fosse a Sarepta, de Sidom. Quem faz de Querite o seu ponto final certamente terá problemas, porque esta fonte um dia seca.

2. ELIAS EM SAREPTA

No momento em que o ribeiro se secou um novo tempo se iniciou para Elias, que se afastou de sua terra, de seu povo e de sua terra, indo refugiar-se em território fenício (1 Reis 17.9 ''Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.'' ). Ele não questionou a Deus e não ficou procurando sentido ou lógica nas ordens recebidas. 

Foi chamado para defender o culto ao verdadeiro Deus em Israel, mas foi enviado para Sidom, nação governada pelo pai de Jezabel                          (1 Reis 16.30 ''E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.'' ). 

Deus tirou um profeta da terra prometida, por algum tempo e o esconde justamente no território do inimigo.

A geografia bíblica informa-nos que Sarepta era uma pequena localidade situada a cerca de quinze quilometros de Sidom, conhecida como Zarefate em algumas versões (Obadias 1.20 ''E os cativos deste exército, dos filhos de Israel, possuirão os cananeus, até Zarefate; e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do sul.'' ), 


e como Sarepta no Novo Testamento (Lucas 4.26 ''E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.'' ), 


terra da temida Jezabel              (1 Reis 16.31 ''E sucedeu que (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou.'' ).

Ás vezes o Senhor faz coisas que parece não ter logica alguma! No entanto, esse foi o único lugar do qual o rei Acabe jamais pensaria em procurar o profeta                        (1 Reis 18.10 ''Vive o SENHOR teu Deus, que não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está, então fazia jurar os reinos e nações, que não te haviam achado.'' ). 
São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia ser uma terra de ninguém, mas estava no roteiro de Deus para a efetivação do seu propósito.

A ordem foi: “Levanta-te, e vai para Sarepta”, porque uma viúva o sustentaria, mas a situação dela era precária. Em Israel havia a lei que garantia alguns direitos para as viúvas, mas as nações vizinhas não atentavam para elas. A seca não foi somente para Israel saber que o Senhor era Deus, mas serviu também para Elias descobrir isto, pois percebeu que outras nações também foram atingidas, no caso Sidom. Em breve ele veria o socorro divino para os estrangeiros.

II. UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS


1. A SOBERANIA E GRAÇA DE DEUS.

Quando o Senhor ordenou ao profeta que se deslocasse até Sarepta, revelou-lhe também qual era o seu propósito (1 Reis 17.9 ''Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.'' ). Elias precisava sair da região controlada por Acabe. 

Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Primeiramente, ordenou-lhe que se escondesse junto ao ribeiro de Querite. Os corvos tiveram ordens de alimentá-lo. Em seguida, Deus ordenou novamente e enviou Elias a Sarepta, onde ordenou que uma viúva               (1 Reis 17:9) o alimentasse. Essa viúva parecia ser um instrumento incomum para Deus – “Ordenei ali a uma mulher viúva”. Ela não era israelita. Era uma viúva sem posição social e sem influência nem poder. Ela mesma estava quase morrendo de fome”.

O texto é bem claro em referir-se a viúva como sendo um instrumento que o Senhor usaria para auxiliar a Elias. Quem era essa viúva ninguém sabe. Todavia, foi a única escolhida pelo Senhor, dentre milhares de outras viúvas, para fazer cumprir seu projeto soberano (Lucas 4.25-26 ''Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.'' ). 

Era uma gentia que, graças ao designo divino, contribuiu para a construção e desenvolvimento do plano divino. É bem capaz que ela não percebeu que estivesse sendo usada por Deus.

Será que a experiência da provisão milagrosa recebida no Querite serviu para aumentar a confiança de Elias, enquanto ele caminhava à Sarepta? Mas em sua chegada teve uma surpresa negativa, pois avistou a viúva apanhando lenha na entrada da cidade, solitária, já que não possuía ninguém que pudesse ajudá-la. Que abalo na fé do profeta? 

Uma viúva solitária, sem recursos, com um filho, como poderia sustentá-lo? Ele estava andando andando por fé e não por vista (2 Coríntios 5.7 ''(Porque andamos por fé, e não por vista).'' ).

2. A PROVIDÊNCIA DE DEUS.

A providência divina para com Elias antecipou o que o apóstolo Paulo escreveria algum tempo depois. As coisas loucas seriam usadas para confundir os sábios e os fracos seriam usados para confundir os fortes                       (1 Coríntios 1.27 ''Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;'' ). 

Um gigante espiritual ajudado por uma frágil, viúva e pobre. O que Elias deve ter pensado sobre esta situação? Será que durante a viagem imaginava encontrar uma mulher com recursos e posses? 

A providência divina já havia se manifestado nos alimentos trazidos pelos corvos (1 Reis 17.4-6 ''E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.'' ). Agora revelar-se-ia através de uma viúva pobre.

Ora, em uma nação onde era exigido por lei cuidar de seus profetas, é pasmoso que Deus tenha recorrido a uma viúva estrangeira para cuidar do seu profeta” e justamente no território de Baal, a terra natal daquela que o procurava. Deus providenciou o socorro a Elias de onde ele jamais imaginava ou esperava. O ambiente era estranho, os personagens envolvidos eram duvidosos, a situação de ambos eram embaraçosas, mas Elias não duvidou e confiou.

Deus permitiu que passasse necessidades durante a viagem, tanto que na chegada pediu água para a mulher. Logo descobriu que ela o sustentaria. Comedido e educado, pediu também um bocado de pão, do tamanho da mão dela, ou seja, somente o necessário.
 
Ele não se aproveitou da situação, bem diferente dos fariseus            (Mateus 23.14 ''Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.'' ). 

Mesmo de Sidom, uma estrangeira, ela amava o próximo e atendeu prontamente ao profeta. Havia tantas viúvas em Israel, mas Deus escolheu a de Sarepta (Lucas 4.25-26).

Ela sabia que ele era israelita, “vive o Senhor teu Deus”. Ela reconheceu a soberania de Deus, por isto foi a escolhida. A viúva fez a parte dela, cumpria seu deveres, por isto Elias teve a certeza de que ela o sustentaria, então ele entregou a benção profética para ela. Ele pediu que ela fizesse um bolo pequeno e não grande e somente para ele.

Seria estranho para Elias morar com uma gentia, com filho, viúva e em uma cidade que estava sofrendo com o que houvera ele mesmo profetizado. Muitos comentários maldosos devem ter surgido, sem contar que as diferenças históricas e étnicas o tornavam não bem visto naquelas terras.

Quem sabe não acusaram a mulher de trazer a maldição de Baal sobre eles, já que esta divindade estava em uma suposta guerra com Jeová, o Deus de Israel. Depois que acolheu o profeta, o seu filho adoeceu e a sua situação piorou a cada dia. 

Parece que a história se repetia para Elias, pois quando estava no ribeiro, foi provido por Deus, mas a cada dia via o ribeiro secando. Da mesma forma estava aquela viúva, sendo abençoada com a multiplicação, mas contemplava seu filho sofrendo, por isto ela não deu ouvidos aos comentários. 

No dia da morte do filho ela desabafou. Ela pensava que Deus amava somente Israel e que a multiplicação do azeite e da farinha havia sido somente para socorrer o profeta (1 Reis 17.18 ''Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho?'' ).

(1 Reis 17.19,22,23,24 '' 19 - E ele disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama, 22 - E o SENHOR ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu. 23 - E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. 24 - Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade.'' ).

“Agora sei que tú és homem de Deus”, só agora. Depois de tanta multiplicação, somente agora é que foi reconhecer isto? Ela descobriu que o Senhor era o único, em todas as nações.

III – O PODER DA PALAVRA DE DEUS

1. A ESCASSEZ HUMANA E A SUFICIÊNCIA DIVINA

A mulher que Deus havia levantado para alimentar Elias durante o período da seca disse não possuir nada ou quase nada (1 Reis 17.12 ''Porém ela disse: Vive o SENHOR teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.'' ). De fato o que essa mulher possuía como provisão era algo humanamente insignificante. 

O termo hebraico usado para punhado, dá a ideia de algo muito pouco, mas era dela. Deus queria operar o milagre a partir do que a viúva tinha. A suficiência divina se revela na escassez humana. O pouco com Deus torna-se muito! A viúva que deveria sustentar Elias, estava passando por necessidades, mas isto não impediu que ela acreditasse diante da autoridade demonstrada por Elias. 

Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“No mundo bíblico, quando tudo ia bem, as viúvas eram personagens marginais. Especialmente se não tinham filhos crescidos para cuidar delas. Eram facilmente vitimadas e tinham limitados recursos legais. Em tempo de uma grande seca, as coisas eram ainda piores para elas. Cada família estava lutando pela própria sobrevivência e não havia sobras para viúvas pobres. Essa mulher recebeu o pedido de alimentar o profeta. 

Quando consideramos sua realidade social e econômica, ela era, realmente, a candidata mais improvável. Só havia um punhado de farinha e um pouco de óleo entre essa pobre mulher e a morte pela fome. A mulher que Deus havia escolhido para alimentar o profeta Elias durante o período da seca disse: “Vive o Senhor, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhe dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos” (1 Reis 17:12). Aquela viúva agiu com honestidade e sinceridade”

2. DEUS, A PRIORIDADE MAIOR.

O profeta entrega à viúva de Sarepta a chave do milagre quando lhe diz:                   (1 Reis 17.13 ''E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.'' ). 

O profeta era um agente de Deus, e atendê-lo primeiro significava colocar Deus, em primeiro lugar, contrariando a lógica humana. O texto sagrado afirma que ”foi ela e fez segundo a palavra de Elias” (Reis 17.15 ''E ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias.'' ). 

Tivesse ela dado ouvidos a sua razão e não obedecido as diretrizes do profeta, certamente teria perdido a benção. O segredo, pois, é colocar a Deus em primeiro lugar (Mateus 6.33 ''Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.'' ).

IV – O PODER DA ORAÇÃO

1. A ORAÇÃO INTERCESSORIA

A seca profetizada por Elias (1 Reis 17.1 ''...nestes anos nem orvalho nem chuva haverá senão segundo a minha palavra.'' ), se cumpriu. 

Tiago, porém, destaca que a predição de Elias foi acompanhada de oração (Tiago 5.17 ''Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.'' ). 

Novamente o profeta encontra se diante de um novo desafio e somente a oração provaria a sua eficácia. O filho da viúva morreu e Elias tomou as dores da pobre mulher, pondo se em seu lugar e clamando ao Senhor                   (1 Reis 17.19-21 ''E ele disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama, E clamou ao SENHOR, e disse: O SENHOR meu Deus, também até a esta viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho? Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao SENHOR, e disse: O SENHOR meu Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele.'' ). Deus ouviu e respondeu ao seu servo. 

Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Ele...  orando, pediu que não chovesse'', e, por três anos e seus meses, não choveu sobre a terra (Tiago 5:17). Em outra ocasião, já em Sarepta, o filho da viúva falecera, e Elias roga ao Senhor que traga a vida do menino, e Deus responde à oração de Elias, realizando a primeira ressurreição (volta à vida) da Bíblia – “...Ó Senhor, meu Deus, rogo-te que torne a alma deste menino a entrar nele. E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu” (1 Reis 17:21,22)

Por meio de Elias, o testemunho de Deus foi dado em terras estrangeiras por meio deste grande milagre. Observe no versículo 21 que Elias foi insistente, perseverante, na sua oração: “se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor...”. 

O próprio Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes na oração ao narrar a parábola do juiz iníquo (Lucas 18:1 ''E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer,'' ).

2 – A ORAÇÃO PERSEVERANTE

Elias orou com insistência, estendendo-se sobre o menino três vezes. Por alguns minutos esteve frente ao silêncio de Deus, mas não desistiu. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho porque não são acompanhados de oração perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes na oração, ao narrar a parábola do juiz iníquo (Lucas 18.1) e é com tal perseverança com que conseguiremos alcançar nossos objetivos ou que nossas orações não foram ouvidas. 

Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“Uma das grandes lutas para qualquer cristão jovem ou maduro está em entender que o silencio de Deus não quer dizer que sua oração não foi aprovada. Pode ser que haja uma demora para a resposta, mas esta demora não quer dizer que sua oração foi desaprovada.

Moisés, Elias e Daniel aprenderam isto. Enquanto eles continuavam a orar, enquanto perseveravam na oração, Deus respondeu a tudo o que perseverantemente buscavam. 

Moisés viu a glória de Deus (Êxodo 33.12-16, 18), Elias viu a chuva chegar depois de 3 anos e meio de seca (1 Reis 18.41-46 e Tiago 5.17,18) e Daniel recebeu a revelação de Deus (Daniel 10.1-12). 

Eram como Bartimeus do Velho Testamento. Estavam no lugar certo na hora certa, persistiram em oração e a fé deles cresceu para encontrar o perfeito tempo de Deus, o qual resultou em fantásticas experiências de resposta divina. Perseverança na oração nos ajuda a ficarmos prontos espiritualmente para o que Deus está fazendo no reino espiritual. Quantas vezes desistimos, nos desgostamos ou nos desesperamos justamente antes da resposta vir”?

CONCLUSÃO

A soberania de Deus sobre a história, sobre os povos e o cuidado para com aquele que o teme se revelam de forma maravilhosa no episódio envolvendo o profeta Elias e a sua visita à Sarepta. Não há limites quando Deus quer revelar a sua graça e tampouco há circunstâncias que possa impedi-lo de mostrar o seu poder provedor.

OBJETIVOS DESTE ESTUDO:

1) Compreender que Deus é o nosso provedor:
  • Deus proveu Elias e a viúva e continua o mesmo.

2) Explicar o poder da graça de Deus para com os gentios:
• Havia muitas viúvas em Israel, mas Deus escolheu outra;
• Abençoou uma pobre viúva de Sidom. Graça aos gentios.

3) Conscientizar-se do poder da Palavra e da oração.
• Elias entregou a mensagem à viúva. Ela creu;
• Elias orou pelo filho morto e sua oração foi eficaz


                                                                                      
              Que Deus te Abençoe!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...