Autoria e Data: Embora o autor não se identifique, a introdução da carta é bem semelhante ao prólogo do evangelho segundo João, bem como o vocabulário e o estilo.
Por isso, não houve dificuldades em identificar esse apóstolo como seu autor.
João deve tê-la escrita com suas obras, por volta do ano 90 d.C.
Propósito: O livro de 1 João parece ser um resumo que pressupõe o conhecimento dos leitores do evangelho escrito por João e oferece segurança para a sua fé em Cristo.
A primeira epístola indica que os leitores foram confrontados com o erro do gnosticismo, o qual se tornou um problema mais grave no segundo século.
Como uma filosofia da religião, o gnosticismo defendia que a matéria é má e o espírito é bom. A solução para a tensão entre os dois era o conhecimento, ou gnosis, através do qual o homem erguia-se do simples ao espiritual.
Na mensagem do evangelho, isso levou as duas falsas teorias sobre a pessoa de Cristo, Docetismo - acerca do Jesus humano como um fantasma Jesus - e Cerintianismo - teoria que assegurava que Jesus tinha uma dupla personalidade, as vezes humana e as vezes divina.
O objetivo fundamental de 1 João é estabelecer limites sobre o conteúdo da fé e dar aos crentes a certeza da sua salvação.
Versículos importantes: ("Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça". 1 João 1:9 )
("Todo aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que está no pecado não o viu nem o conheceu". 1 João 3:6 )
("Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo". 1 João 4:4)
("Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna". 1 João 5:13)
Resumo: Muitos temas do evangelho que leva o nome do seu ator são repetidos nesta epístola, porque as heresias, com as quais João tinha de lidar, eram as mesmas.
Em seu prólogo, fala da palavra (Logos), como se a Palavra tivesse sido vista, ouvida e tocada; ou seja, como se a palavra tivesse existência física e real (1 João 1.1-4).
Encontramos aqui, mais uma vez, uma clara oposição a certos sistemas gnósticos que começavam a surgir no cenário da Igreja Primitiva. João ainda é mais radical neste aspecto quando fala dos falsos profetas (1 João 4.1-6).
O ensino da encarnação do verbo era ponto de extrema importância na doutrina cristã, e quem negasse a essa doutrina poderia ser classificado como falso profeta, com um espírito enganador agindo por trás de suas intenções ("mas todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo". 1 João 4:3).
Temos, hoje, em certas linhas espíritas, a negação de um corpo físico para Jesus. O movimento Nova Era fala de um "cristo cósmico" que não se fez carne, mas entrou em Jesus. Tudo isso é refutado nesta epístola por João.
Aqui, o apóstolo emprega, pela primeira vez, o termo anticristo. Depois, usa o termo, já em sua segunda epístola, ao relacioná-lo com aqueles que negam a encarnação de Cristo (1 João 2.18, 23; 4.3).
Destaca-se, ainda, a divindade de Cristo ("Sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento, para que conheçamos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna". 1 João 5:20).
O livro de 1 João é um livro de amor e alegria. Ele explica a comunhão que temos uns com os outros e com Jesus Cristo. Ele diferencia a felicidade, ou seja, alegria temporária, fugaz, com o gozo verdadeiro, o qual João nos diz como alcançar.
Se tomarmos as palavras escritas por João e aplicarmo-las à nossa vida diária, o verdadeiro amor, compromisso, comunhão e alegria a que tanto almejamos serão nossos.
O apóstolo João conhecia muito bem. Ele nos diz que todos nós podemos ter essa relação íntima com Jesus Cristo. Temos o testemunho de homens que tiveram contato direto e pessoal com Ele.
Os escritores dos Evangelhos apresentam um testemunho solidamente estruturado em realidade histórica. Agora, como isso se aplica as nossas vidas?
Ele nos explica que Jesus veio aqui como o Filho de Deus para criar uma união conosco baseada em Sua graça, misericórdia, amor e aceitação.
Tantas vezes as pessoas acham que Jesus está em um lugar distante e não realmente se preocupa com nossas lutas diárias, problemas e preocupações.
Entretanto, João está nos dizendo que Jesus está aqui conosco, tanto nas coisas simples e mundanas da nossa vida quanto nas partes complexas e difíceis também.
João dá um testemunho, com base em suas experiências pessoais, de que Deus se fez carne e habitou entre os homens. Isso significa que Cristo veio aqui para viver conosco e ainda vive com a gente.
Assim como Jesus andou na terra ao lado de João, assim também caminha todos os dias conosco. Precisamos aplicar essa verdade em nossas vidas e viver como se Jesus estivesse em pé bem próximo de nós a cada segundo do dia.
Se colocarmos em prática essa verdade, Cristo vai adicionar santidade às nossas vidas, tornando-nos mais e mais com Ele.
Que Deus te abençoe!
