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Implicações do livro de Tobias / Implicações no livro de Judite / implicações no livro de 1 e 2 Macabeus








Implicações no livro de Tobias

Tobias, um romance do período em que Israel esteve cativo pela Assíria, fala de um demônio chamado Asmodeu (isoladamente dos demais livros) cuja especialidade é destruir matrimônios, matando os maridos, tantos  quantos a mulher for entregue (Tobias 3.8).

Na referência 4.10, o texto atenta contra a salvação pela fé, declarando o seguinte: "... a esmola livra da morte e impede que se caia nas trevas...", o que obviamente, está relacionado ao contexto espiritual. Sem dúvida, é um dos trechos dos quais Roma extrai a ideia de que as boas obras podem prover salvação.

A partir da referência 5.4, Tobias encontra-se com Rafael, um suposto anjo de Deus que possui características particulares: é mentiroso e herege. Pela narrativa, nota-se o seguinte sobre esta insólita criatura:

a) é um dos filhos de Israel (Tobias 5.5);

b) se hospeda, com frequência, na casa de certo Gabael (Tobias 5.6);

c) mente sobre sua sua identidade e afirma ser filho de Azarias, filho do grande Ananias, um dos irmãos do pai de Tobias (Tobias 5.13);

d) ensina curandeirismo a Tobias, afirmando que a fumaça do coração ou do fígado de certo peixe apanhado por Tobias, quando queimado, afugenta demônios para sempre e o fel (vesícula) cura determinado tipo de cegueira (Tobias 6.7-9).

No capítulo 6, Tobias dá testemunho do já citado demônio Asmodeu, que, agora, declara seu sentimento de "amor" por Sara, sua parenta, por isso matou seus sete maridos durante as núpcias (Tobias 6.15).

Para aniquilar esse suposto Asmodeu, o dito anjo pede para Tobias exercitar feitiçaria quando Sara lhe for dada por esposa, colocando fogo no coração e no fígado de um peixe durante as núpcias, para que a fumaça afugentasse Asmodeu para sempre da presença de Sara (Tobias 6.17-18).

No capítulo 8, após o encantamento realizado por Tobias para afugentar o demônio, é dito que Rafael saiu atrás de Asmodeu e o seguiu até o Egito, para só então acorrentá-lo (Tobias 8.1-3).

A vesícula (fel) do peixe, que o suposto anjo havia dito ter poder para curar determinada cegueira, entra em ação no capítulo 11, promovendo a cura do pai de Tobias, Tobit. Esta cura, segundo a promessa do próprio anjo, seria provida por Deus (Tobias 5.10); entretanto, posteriormente, a cura é atribuída por Tobias ao anjo herege e mentiroso (Tobias 12.3). Em meio a tantas contradições , não é possível concluir com quem - ou o quê - teria curado a cegueira de Tobit.

Em Tobias 12.7, Rafael faz uma declaração que contradiz na a experiência de Jó, quando diz: "Praticai o bem e a desgraça não vos atingirá", o que restringir Deus a uma automaticidade que não existe.

O ápice de heresia na obra de Tobias aparece na frase: "A esmola livra da morte e purifica do pecado", pois o livro de Hebreus, respaldado em toda a lei e cerimonial mosaico, afirma que "sem derramamento de sangue não há remissão de pecados" (Hebreus 9.22).

Após isso, o falso anjo também profetiza falsamente, declarando: "Os que dão esmola terão longa de vida" (Tobias 12.9). Depois disso, Rafael deixa a mentira e revela sua suposta identidade, qual seja: ser um enviado de Deus para benefício da família de Tobit (Tobias 12.15).

Por tudo isso, verifica-se, em Tobias, dificuldades insuperáveis que desqualificam a obra até mesmo quando examinada historicamente.


Implicações no Livro de Judite

Essa leitura, cuja escrituração ocorreu no ano 100 a.C., aproximadamente, acha-se repleta de vícios que desmerecem seu emprego como fonte de citação. Uma análise superficial é o bastante para identificar trechos fabulosos que não encontram amparo em todo o conteúdo da Escritura Sagrada.

Em Judite 1.1, já constatamos uma declaração isolada de todo o restante do Antigo Testamento: diz que o reinado de Nabucodonosor, rei da Babilônia (Assíria), foi em Nínive.

Outra falha demonstrada pelo autor desse apócrifo se acha na citação de Holofernes como sendo o general do exército de Nabucodonosor (Judite 2.4),m posto que esse personagem sequer é citado nos textos canônicos.

Quem aparece na Bíblia ocupando tal cargo é Nebuzaradã (Jeremias 39.9-18, Jeremias 40.1-6).

No capítulo 5, o autor emprega mal as palavras e afirma que os hebreus foram expulsos do Egito (v.12). Mas, como sabemos, os hebreus deixaram o Egito empreendendo fuga, o que é diametralmente avesso à expulsão.

No capítulo 13, encontramos Judite orando a Deus, pedindo-lhe força para atacar o general (v.4-7). Todavia, não se vislumbra no texto no texto uma única referência divina de concordância ou consentimento para esse ataque.

No versículo 11, Judite atribui o homicídio a Deus, dizendo: "O Senhor nosso Deus ainda está conosco para realizar proezas [...] exercer seu poder contra os inimigos". Vejamos: Judite planeja o ataque, adorna-se para tal, seduz Holofernes para passar a noite com ele em sua tenda e, por fim, corta a cabeça de Holofernes.

Onde se acha a proeza e o exercício do poder divino? As manifestações bíblicas de Deus operando em batalhas são avaliadas por ocorrências sobrenaturais (2 Samuel 5.24 "E há de ser que, ouvindo tu um estrondo de marcha pelas copas das amoreiras, então te apressarás; porque o Senhor saiu então diante de ti, a ferir o arraial dos filisteus." ),

(Juízes 7.2,7 "2- E disse o Senhor a Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar aos midianitas em sua mão; a fim de que Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou. 7- E disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem, cada um ao seu lugar." ).

Um último e estranho aspecto desse livro apócrifo é a citação das entregas espontâneas de vítimas (Judite 16.18). 

Tal citação, ao que parece, está relacionada à oferta de sacrifícios, mas escrita de tal forma que dá margem a outras interpretações, como, por exemplo, as pessoas se sujeitavam a ser imoladas em holocaustos, dando a entender que não havia espontaneidade em se oferecer animais (elementos comuns nesses rituais) ao sacrifício.

Diante disso, podemos constatar que esse apócrifo também atendeu à apelação romana que, por ocasião da Reforma, acrescentou à Bíblia uma obra que não se igualaria, jamais, aos textos canônicos.


1 e 2 Macabeus

O título provém da alcunha atribuída a Judas (Macabeus) em 1 Macabeus 2.4, sendo, posteriormente, estendida aos seus correligionários.

A Bíblia de Jerusalém declara, em sua nota de rodapé, que o relato de 1 Macabeus abrange um período aproximado de quarenta anos, indo desde a ascensão de Antíoco Epifanes ao trono (175 a.C.) até o início do governo de João Hircano (134 a.C.).

Embora o original tenha sido escrito no idioma hebraico, preservou-se apenas uma tradução grega. Seu autor, segundo consta, foi um judeu da palestina que procedeu em sua escrituração no ano 134 a.C. 

A introdução do livro aponta seu herói principal: Judas Macabeu, reconhecido pelo introdutor como o cronista (e não o autor) de uma luta que culminou com a salvação do povo judeu.

Quanto ao livro de 2 Macabeus, não se trata de uma continuação do primeiro, mas, em parte, pode ser qualificado como um paralelo do primeiro. Atesta-se uma grande diferença entre o gênero literário do segundo livro e do primeiro.

O segundo foi escrito, originalmente, no idioma grego e é apresentado como um resumo da obra de certo homem chamado Jasão de Cirene (II Macabeus 2.23).

Em seu formato original, possuía cinco volumes, que, então, foram transformados no compêndio que ora analisamos. É qualificado pelos críticos da Igreja romana como uma obra cujo estilo escriturístico está relacionado às características helenistas, não sendo, todavia, dos melhores.

Credita-se, porém, maior conhecimento da cultura helênica ao autor do segundo livro do que ao autor do primeiro.


Implicações no livro de 1 Macabeus

Na referência 1 Macabeus 2.46, o texto apresenta um homem chamado Matatias empreendido incursões por terras israelitas circuncidando, à força, todos os meninos que, porventura, não tivessem sido atingidos pela determinação de Levítico 12.3 "E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio." ,

provocando, neste aspecto, conflito com o texto de Zacarias 4.6 "E respondeu-me, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." , em tal procedimento é vetado.

Existem problemas de ordem eclesial e administrativa no livro. Um deles surge na referência 1 Macabeus 10.20, que diz que Jônatas é ungido sumo sacerdote do templo por um ímpio, alguém que se quer pertencia à comunidade de Israelita.

O rei Alexandre Balas, filho de Antíoco Epifanes (1 Macabeus 10.1), procede a ordenação com o intuito de fazer prevalecer sua oferta a Jônatas, em detrimento de Demétrio, outro rei, que, segundo a narração, pretende aliar-se ao futuro sumo sacerdote.

O escritor desse livro desconhecia ou ignorou que havia um procedimento padrão para a ordenação do sumo sacerdote. O escritor desse livro desconhecia ou ignorou que havia um procedimento padrão para a ordenação do sumo sacerdote, conforme previsto em Êxodo 29.

Obviamente, uma consagração dessa natureza deveria partir do mandado e ser efetuada por alguém habilitado para tal, o que não era o caso Alexandre Balas. Outro procedimento atípico, envolvendo a postura de Jônatas, está relacionada ao objetivo para o qual fora consagrado.

Ou seja, a atribuição exclusiva do sumo sacerdote era cuidar da administração do santuário e, ao mesmo tempo, acumular as funções atinentes ao que administrava os procedimentos militares ( 1 Macabeus 10.21)?

Na referência 1 Macabeus 12.21, verifica-se outra declaração estranha que não se encontra nos textos canônicos. Vejamos: "Encontrou-se, num documento referente aos espartanos e aos judeus, a informação de que são irmãos e que pertencem à descendência de Abraão".

Não se acha na história de Esparta qualquer ligação étnica, ainda que longínqua, entre judeus e espartanos, quanto mais que refira irmandade entre estes povos.

Na referência 1 Macabeus 15.8, Antíoco VII encaminha uma carta a Simão, irmão de Judas Macabeu (que neste período, já havia morrido - 1 Macabeus 9.18), concedendo-lhe inúmeros e inigualáveis benefícios.

Um desses benefícios, em especial, chega a o seguinte absurdo: "Toda dívida que tenhas no momento para para com o tesouro real, ou que venhas a contrair no futuro, desde agora e para sempre te seja cancelada".

Ora, em tese, Simão estava habilitado a tomar "emprestado" todo o tesouro real sem que tivesse qualquer obrigação em restituí-lo, o que implica em que, querendo Simão, poderia perfeitamente tomar o reino de Antíoco VII para si.

Este breve quadro demonstra o seguinte: uma crítica mais séria, que considere as minúcias do texto e as práticas literárias adotadas pelo escritor (como, por exemplo, de modo algum, tem base para ser consolidado como uma obra autêntica.

Implicações no livro de 2 Macabeus

Acompanhando o estilo em que foi escrito o livro de 1 Macabeus, nesse, também, constatamos, entre outras coisas, uma espécie de anacronismos.

Começando pela narrativa sobre a morte do rei Antíoco, 2 Macabeus 1.11-17 fala que ele foi assassinado brutalmente por apedrejamento, sendo, em seguida, esquartejado, enquanto 1 Macabeus 6.1-7 diz que o rei morreu de tristeza, por não ter alcançado seu objetivo: a conquista de Elimaida e suas riquezas.

E não só isso. A primeira narrativa sobre a morte do rei Antíoco, conforme registrada no capítulo 9, também é incoerente. O texto  versa a respeito do juízo divino, que teria caído sobre esse rei por causa de sua arrogância, proporcionando-lhe dores, fraturas, chagas e a ação de vermes, ocasionando o seu falecimento.

Por essas contradições, compreende-se que a obra (ainda que levando em consideração a consideração a citação de personagens históricos verídicos) nada mais é do que uma fábula. 

Até porque, os próprios editores da Bíblia de Jerusalém reconhecem que o autor associou a morte de Antíoco (Epifanes) à de Antíoco III, baseado na crença popular, visto que ninguém conhecia, ao certo, a forma como Antíoco Epifanes havia perecido.

Em 2 Macabeus 2.13-15, o autor menciona textos dos quais não existem citações paralelas. Trata-se de supostas obras escritas por Neemias e Davi, que estariam guardadas na biblioteca de Neemias. Judas Macabeu teria sido um dos homens que colaboraram com a recuperação de tais livros (v.14).

Dos versículos 19 a 32, pode-se vislumbrar, com facilidade, o quanto essa obra é artificial. A narração, feita na primeira pessoa do plural (nós), é um esforço do escritor em atender às necessidades dos prováveis leitores, o que infere planejamento humano para transcrição de algo, impedindo de que qualifique, nesta parte, como obra divinamente inspirada, quando atentamos para os ditos: "... para os que desejam adentrar nos relatos da história [...] tivemos o cuidado de proporcionar satisfação..." (v.24,25).

Outra prova contra a inspiração e a falta de orientação divina para esse livro é quando o autor declara: "Contudo, pelo reconhecimento que esperamos de muitos, de boa mente nos submetemos à dura tarefa" (v.27). Com isso, se mostra, efetivamente, desprovido de amparo espiritual, bem diferente do que ocorre com os escritores do Antigo Testamento.

Em 2 Macabeus 10.10, novas frases demonstram que a obra é uma produção meramente humana. Segundo o autor, ele próprio irá narrar os fatos, resumindo-os. Dessa forma, descortinou a verdade a respeito de um texto que estava completamente sob seu domínio. Ou seja, elaborou a obra de acordo com a sua própria vontade, como bem quis.

Em 2 Macabeus 12.38-42, encontra-se o episódio mais questionável de todo o livro: a coleta de ofertas que seriam destinadas a Jerusalém, em prol das almas dos soldados judeus mortos por terem tocado em coisa imunda, proibida pela lei mosaica. A comparação é prática: a narração, em tudo, é semelhante ao texto de Josué 7.1-26

Assim como Acã levou para o acampamento objetos proibidos aos judeus (Deuteronômio 7.25-26 "As imagens de escultura de seus deuses queimarás a fogo; a prata e o ouro que estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomarás para ti, para que não te enlaces neles; pois abominação é ao Senhor teu Deus.
Não porás, pois, abominação em tua casa, para que não sejas anátema, assim como ela; de todo a detestarás, e de todo a abominarás, porque anátema é." ), cuja consequência foi a derrota dos israelitas, numa batalha já ganha.


Praticamente, os homens de Judas Macabeus também ocultaram, sob as vestes, objetos consagrados aos ídolos de Jamnia (2 Macabeus 12.40), o que foi reconhecido, pelos correligionários sobreviventes de Judas, como o verdadeiro motivo da morte dos transgressores.

Roma se valeu desse episódio para tentar fundamentar a suposta eficácia da oração pelos mortos, mas sem levar em consideração o seguinte contra-senso: Acã e seus familiares foram apedrejados e todo o seu pertence queimado.

Já os homens de Judas Macabeu, além de um sepultamento digno, foram beneficiados com uma coleta, destinada a Jerusalém, para expiação do pecado, para que os transgressores tivessem direito à ressurreição naquele Dia.

Mas será que o Senhor Deus efetuaria um juízo baseado em dois pesos e duas medidas?

Em 2 Macabeus 13.8, vemos o autor externando seu juízo de justiça (como se o seu juízo pudesse ser equipado ao juízo divino) ao comentar a respeito da morte de certo homem chamado Menelau da seguinte forma: "... com plena justiça, pois ele havia cometido muitos pecados contra o altar...",

Em 2 Macabeus 14.37, certo homem, Razias, é denominado "pai dos judeus", porque, segundo o autor, esse ancião tinha virtudes que sempre eram empregados em benefício do povo judeu.

Todavia, não há como coadunar esse propósito com o pensamento dos fariseus (os mais escrupulosos representantes da norma mosaica), que reconheciam, como "pai" (no contexto terreno), apenas Abraão (Lucas 1.73 "E do juramento que jurou a Abraão nosso pai," ),

(Lucas 3.8 "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão." ).

"Pai" era um adjetivo honroso empregado com muito cuidado pelo povo judeu, e sua atribuição, nesse apócrifo, ao desconhecido Razias, se presta tão-somente para desabonar a obra em análise.

A honra concedida a Razias, um procedimento particularmente do autor dessa obra, também é narrada no versículo 41, o que compromete ainda mais a suposta nobreza do personagem.

Nessa referência, Razias, cercado de todos os lados pelo exército inimigo, segue o modelo de covardia de Saul (1 Samuel 31.1-6 "¶ Os filisteus, pois, pelejaram contra Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos na montanha de Gilboa.
E os filisteus perseguiram a Saul e a seus filhos; e mataram a Jônatas, e a Abinadabe, e a Malquisua, filhos de Saul.
E a peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram; e muito temeu por causa dos flecheiros.
Então disse Saul ao seu pajem de armas: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não venham estes incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Porém o seu pajem de armas não quis, porque temia muito; então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela.
Vendo, pois, o seu pajem de armas que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.
Assim faleceu Saul, e seus três filhos, e o seu pajem de armas, e também todos os seus homens morreram juntamente naquele dia." ), atirando-se sobre a própria espada, cometendo suicídio.


Após tão grave ferimento, o texto descreve sua carreira em direção à muralha, de onde se arremessou sobre o povo. Apesar do ferimento à espada e da queda ( de uma altura de cerca de cinco metros), Razias ainda permanece vivo, conseguindo, não se sabe como, deslocar-se, correndo no meio das tropas, até chegar a uma rocha, sobre a qual, postado de pé, provavelmente valendo-se da incisão provocada pela espada em sem abdome, retira as próprias próprias entranhas com as mãos e as lança contra o povo.

O encerramento apoteótico da narrativa realmente parece alcançar níveis cinematográficos, quando não, fabulosos e míticos. Após tantos excessos, torna-se desnecessário discutir a descabida afirmação de que o suicídio de Razias retratava sua nobreza, posto que tal iniciativa era vedada aos judeus (Êxodo 20.13 "Não matarás." ). 

O ápice da fragilidade humana surge na em 2 Macabeus 15.38, onde o autor presta conta ao leitor sobre a qualidade da obra. E faz isso nos seguintes termos: "Se o fiz bem, de maneira conveniente a uma composição escrita, era justamente isso que eu queria; se vulgarmente e de modo medíocre, é isso o que me foi possível".

Por todos o exposto, constata-se que, embora alguns aspectos relacionados à historicidade possam merecer crédito, a obra, de modo gera, não goza caráter qualitativo comum aos livros divinamente inspirados.

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Link: http://bernardesw.blogspot.com.br/2014/08/livros-apocrifos-antigo-testamento.html


Que Deus te abençoe, te guarde e te de a paz!!!

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