Samuel Entende a Mensagem: Saul Será o Rei de
Israel. (1 Samuel 9.1-17)
Ainda que os acontecimentos deste
texto sejam para o benefício de Saul e de todo Israel, seu benefício primário é
para Samuel. Afinal de contas, por instrução de Deus, Samuel prometeu um rei a
Israel, e agora ele deve compreender exatamente quem pode ser esse rei. Os
acontecimentos de nosso texto levam Saul ao contato com Samuel de um jeito que
faz este profeta ter certeza de que ele é o escolhido de Deus.
Quis, o pai de Saul, é um homem
de certa reputação da tribo de Benjamim. Nosso texto nos informa que ele
é um homem de bens (1 Samuel 9.1). Esta expressão pode ser entendida
como se referindo à coragem de um homem, seu sucesso e suas habilidades
militares, ou mesmo à sua riqueza. Por uma razão ou outra, ele é um homem de
renome. Saul vem de uma boa descendência.
E ainda que Saul não tenha
estabelecido sua própria reputação, ele tem todos os atributos físicos que o
tornarão extremamente útil ao povo. Em resumo, ele é aquilo que nossas
adolescentes chamariam de um gato. É alto (mais alto quer qualquer outro Israelita),
moreno (como as pessoas daquela parte do mundo - e, uma vez que ele trabalha no
campo, deveria ter um bronzeado espantoso), e lindo. No entanto, será
necessário muito mais do que isto para que Saul cumpra seu chamado como rei.
E assim é que alguns animais do
rebanho de Quis se perdem. Não sabemos como as jumentas se soltaram, mas, de
alguma forma elas fugiram de sua fazenda. Quis manda seu filho, Saul, atrás dos
animais perdidos, instruindo-o a levar consigo um dos servos para ajudar.
Os dois partem para uma busca mal sucedida, até que as jumentas perdidas se transformam numa preocupação, mas algo que, de certa forma, acaba sendo proveitoso. Nos três dias seguintes eles cobrem uma grande área, mas não encontram as jumentas. Saul está prestes a jogar a toalha e desistir de tudo. Com toda a certeza seu pai começará a se preocupar mais com eles do que com as jumentas.
Os dois partem para uma busca mal sucedida, até que as jumentas perdidas se transformam numa preocupação, mas algo que, de certa forma, acaba sendo proveitoso. Nos três dias seguintes eles cobrem uma grande área, mas não encontram as jumentas. Saul está prestes a jogar a toalha e desistir de tudo. Com toda a certeza seu pai começará a se preocupar mais com eles do que com as jumentas.
O jovem servo de Saul não tem
tanta certeza. Ele sabe que chegaram muito próximo do lugar onde vive o homem
de Deus. Parece que nem o servo, nem Saul conhecem este homem de Deus pelo
nome, e que o servo sabe muito mais sobre ele do que Saul. Este homem
de Deus é um vidente, nome antigamente usado para designar
um profeta.
O servo conhece Samuel por sua reputação, não pelo nome. Ele é um homem muito estimado, cujas palavras se cumprem - um verdadeiro profeta. Talvez possam lhe perguntar sobre sua jornada e descobrir o paradeiro das jumentas.
O servo conhece Samuel por sua reputação, não pelo nome. Ele é um homem muito estimado, cujas palavras se cumprem - um verdadeiro profeta. Talvez possam lhe perguntar sobre sua jornada e descobrir o paradeiro das jumentas.
Saul parece gostar da idéia, mas
levanta um problema muito prático - eles não têm nada para oferecer ao vidente.
Suas reservas estão completamente vazias. Eles consumiram todos os seus
suprimentos e sequer têm pão para comer. Como podem solicitar seus serviços sem
nada lhe oferecer em troca? O servo também tem solução para este problema.
Ele tem uma moeda que prata que será suficiente. Com este incentivo, Saul consente em pedir ajuda ao homem de Deus, ao que parece, completamente esquecido de quem ele é ou a que isto pode levar.
Ele tem uma moeda que prata que será suficiente. Com este incentivo, Saul consente em pedir ajuda ao homem de Deus, ao que parece, completamente esquecido de quem ele é ou a que isto pode levar.
Quando Saul e o servo alcançam as
imediações da cidade, encontram algumas jovens indo buscar água, e indagam se o
vidente está lá. Elas dizem que o homem realmente está lá e que, se eles se
apressarem, podem pegá-lo enquanto ainda está disponível.
Ele está para abençoar o sacrifício e então celebrar a refeição com alguns convidados. Logo que tudo comece, Saul e seu servo terão que esperar algum tempo, uma vez que não são convidados e não ousariam interromper o sacrifício e a celebração. Este é o momento certo, mas precisam se apressar.
Ele está para abençoar o sacrifício e então celebrar a refeição com alguns convidados. Logo que tudo comece, Saul e seu servo terão que esperar algum tempo, uma vez que não são convidados e não ousariam interromper o sacrifício e a celebração. Este é o momento certo, mas precisam se apressar.
Saul e seu servo continuam
subindo em direção à cidade. Quando se aproximam, Samuel os vê chegando. É
neste ponto que encontramos outro parêntese, descrito nos versos 15 e 16. Do
ponto de vista meramente humano, a chegada de Saul é improvável (eles vagueavam
por lá, mal sucedidos em encontrar os animais perdidos, e agora estão sem
comida e ansiosos por voltar prá casa). Do ponto de vista das jovens, eles
estavam com sorte. Do ponto de vista divino eles eram esperados, como veremos a
seguir.
Um dia antes Deus falou com Samuel, indicando que ele encontraria o
novo rei no dia seguinte. Será alguém da tribo de Benjamim e deve ser ungido
por Samuel. Este rei é um gracioso presente de um Deus misericordioso, que
ouviu o clamor de Seu povo e está levantando este homem para livrar Israel das
mãos dos filisteus.
Quando Samuel levanta os olhos e vê Saul e seu servo chegando à cidade, Deus lhe diz que este é o homem. Dessa forma Samuel sabe que aquele que vem em sua direção é o escolhido de Deus como rei de Israel.
Quando Samuel levanta os olhos e vê Saul e seu servo chegando à cidade, Deus lhe diz que este é o homem. Dessa forma Samuel sabe que aquele que vem em sua direção é o escolhido de Deus como rei de Israel.
Saul é Informado e Transformado (1 Samuel 9.17 à 27 - 1 Samuel 10.1 à 9)
Enquanto Samuel sabe que Saul é o
escolhido de Deus como rei de Israel, Saul não tem este conhecimento. A próxima
seção é amplamente dedicada ao processo usado por Deus para informar e
transformar Saul como novo rei. Fica evidente pelo nosso texto que Saul não
conhece Samuel. Quando chega à entrada da cidade, Saul se volta para a primeira
pessoa que vê e pergunta o caminho para a casa do vidente. Samuel é aquele a
quem Saul faz a pergunta. Ele o informa que é o
vidente.
Antes mesmo de Saul poder deixar escapar sua pergunta, Samuel lhe diz
palavras que ele nunca pensou que ouviria. Samuel o instrui a subir à sua
frente ao alto, onde o sacrifício e a refeição cerimonial estão prestes a serem
realizados. Saul deve comer com Samuel nesse dia, e depois passar a noite. Na
manhã seguinte Samuel lhe dirá tudo quanto está no seu coração e depois o
despedirá.
Tendo dito isto, Samuel prossegue dizendo algo que deve deixar Saul
espantado: Quanto às jumentas que há três dias se te perderam, não
se preocupe o teu coração com elas, porque já se encontraram. E para quem está
reservado tudo o que é precioso em Israel? Não é para ti e para toda a casa de
teu pai? (1 Samuel 9.20)
Saul nem mesmo tem que fazer a
pergunta, pois Samuel já sabe o que ele quer saber. Sem Saul nem mesmo
perguntar, Samuel lhe diz o que está faltando, há quanto tempo estão
procurando, e o que foi encontrado. Se isto surpreende Saul, mais surpresas
ainda estão por vir. Samuel disse a Saul que lhe contaria tudo quanto estava em
seu coração... no dia seguinte (verso 19). Se esta questão das jumentas
perdidas não é o que está em seu coração, então, o que é?
Creio que são as coisas ditas a
seguir por Samuel a Saul, no verso 20: E para quem está reservado
tudo o que é precioso em Israel? Não é para ti e para toda a casa de teu pai? As
palavras que Saul diz em resposta a Samuel, registradas no verso 21, são a
essência daquilo que Saul terá em seu coração a partir de agora, uma vez que a
questão das jumentas já foi resolvida.
O que significam as palavras de Samuel? E por que Samuel as diz a Saul? Como pode ser isto, se ele nem mesmo é de uma tribo ou família importante? Creio que isto seja o que Samuel coloca na cabeça de Saul, e que ele explicará mais detalhadamente na manhã seguinte. E assim será.
O que significam as palavras de Samuel? E por que Samuel as diz a Saul? Como pode ser isto, se ele nem mesmo é de uma tribo ou família importante? Creio que isto seja o que Samuel coloca na cabeça de Saul, e que ele explicará mais detalhadamente na manhã seguinte. E assim será.
Samuel, Saul e seu servo seguem
seu caminho para o alto, onde Samuel lhes dá o lugar de honra à cabeceira da
mesa dos convidados. Samuel é um homem de fé. Quando Deus o informa que o rei
virá no dia seguinte (1 Samuel 9.16), ele deixa reservado para Saul o lugar do convidado
de honra na refeição cerimonial (1 Samuel 9.23-24).
Ele separou uma porção escolhida,
dizendo ao cozinheiro para servi-la quando instruído a fazê-lo (tão logo
surgisse o rei prometido). Quando Saul e seu servo se assentam, Samuel instrui
o cozinheiro a trazer a porção que estava reservada, à espera de sua chegada. O
homem que parece ser um visitante inesperado é, na realidade, esperado, e
nenhum outro senão o convidado de honra.
Há mais uma conversa entre Samuel
e Saul sobre o eirado antes que Saul se prepare para a noite. Logo cedo na
manhã seguinte, Samuel desperta Saul para despachá-lo em particular antes que o
povo esteja circulando e observando com grande curiosidade e interesse.
Quando eles estão deixando a cidade, Samuel instrui Saul a enviar seu servo adiante para que possa lhe falar em particular. Quando ele faz isto, Samuel toma seu vaso de azeite e unge sua cabeça, beijando-o, e informando que Deus de fato o escolheu para governar sobre todo Israel.
Quando eles estão deixando a cidade, Samuel instrui Saul a enviar seu servo adiante para que possa lhe falar em particular. Quando ele faz isto, Samuel toma seu vaso de azeite e unge sua cabeça, beijando-o, e informando que Deus de fato o escolheu para governar sobre todo Israel.
Sem dúvida, esta é uma bomba para
Saul. Pelos acontecimentos dos dias anteriores e pelas misteriosas afirmações
que Samuel lhe fez, era evidente que ele só poderia estar falando de Saul como
o futuro rei. Mas agora não há lugar para mal-entendidos. As palavras e as
ações de Samuel (a unção) deixam muito claro que Saul foi designado e ungido
para ser o rei.
Mas Saul é um homem que precisa de algum convencimento (1 Samuel 10.22). Então Samuel profetiza a respeito dos acontecimentos que ocorrerão nas
próximas horas. Primeiro, na estrada para o túmulo de Raquel, eles encontrarão
dois homens que os informarão sobre aquilo que Samuel já lhes dissera, ou seja,
que as jumentas perdidas foram encontradas, e que o pai de Saul estava agora
preocupado com seu filho.
Mais adiante, quando alcançarem
o carvalho de Tabor, irão encontrar três homens subindo para adorar
a Deus em Betel. Um dos homens terá três cabritos, o outro três pedaços de pão,
e o terceiro um odre de vinho. Estes três não somente saudarão a Saul e seu
servo, eles lhes darão dois pedaços de pão, que eles devem pegar. Este pão
servirá como mantimento pelo restante do caminho pra casa.
Os versos 14 a 16 do capítulo 10
são parte da confirmação particular de Deus a Saul de sua escolha como rei de
Israel. O escritor descreve os acontecimentos seguintes ao encontro de Saul com
Samuel em ordem cronológica; assim, a chegada de Saul em sua casa, e seu
diálogo com o tio, vêm depois dele se tornar profeta por algum tempo (versos
10-13). Mas, para seguir com o argumento, a conversa com o tio é parte da
confirmação particular de Saul.
Quando Saul chega em casa, seu
tio lá está para saudá-lo e questioná-lo sobre o que ele fez nos últimos dias.
Saul dá apenas um resumo dos fatos, para que a questão da sua unção não seja levantada
ou discutida. Talvez o silêncio de Saul tenha apenas estimulado seu tio, pois,
certamente ele está interessado no que aconteceu, especialmente por saber que
Saul se encontrou com Samuel.
Saul está disposto a lhe dizer somente a parte referente às jumentas; assim, terá que ser Samuel aquele que apresentará publicamente Saul como rei de Israel, o que acontece na próxima seção.
Saul está disposto a lhe dizer somente a parte referente às jumentas; assim, terá que ser Samuel aquele que apresentará publicamente Saul como rei de Israel, o que acontece na próxima seção.
O Rei é Apresentado a
Israel (1 Samuel 10.10 à 27 - 1 Samuel 11. 1 à 13)
Finalmente Saul e seu servo
alcançam o monte de Deus, onde a tropa dos filisteus está acampada, e onde
ocorre o terceiro sinal. O terceiro sinal é diferente dos dois primeiros em
pelo menos duas coisas. Primeiro, é testemunhado publicamente e,
pelo menos parcialmente compreendido como algo importante.
Já fomos informados sobre a profecia que Samuel deu a Saul a respeito dos dois homens que ele encontraria e depois dos três homens a caminho de Betel, mas não temos um relato completo de como estas coisas ocorrem.
Já fomos informados sobre a profecia que Samuel deu a Saul a respeito dos dois homens que ele encontraria e depois dos três homens a caminho de Betel, mas não temos um relato completo de como estas coisas ocorrem.
Apenas temos a informação geral
de que todos esses sinais se deram naquele mesmo dia (1 Samuel 10.9).
Mas, quando chega a terceira profecia - aquela que fala sobre o Espírito vindo
sobre Saul - temos um relato que inclui o impacto que isto tem sobre a nação.
Os dois primeiros sinais são quase inteiramente para o benefício exclusivo de Saul. Somente a ele foi dito que estas coisas aconteceriam. Qualquer um que presenciasse o cumprimento destas duas profecias não entenderia que são sinais, pois ignoraria sua predição detalhada. Mas este terceiro sinal é algo que chama a atenção do povo, tanto que se transforma em provérbio.
Os dois primeiros sinais são quase inteiramente para o benefício exclusivo de Saul. Somente a ele foi dito que estas coisas aconteceriam. Qualquer um que presenciasse o cumprimento destas duas profecias não entenderia que são sinais, pois ignoraria sua predição detalhada. Mas este terceiro sinal é algo que chama a atenção do povo, tanto que se transforma em provérbio.
Segundo, o que acontece a Saul no monte de Deus não é normal, é sobrenatural. O Espírito de Deus desce sobre ele e ele profetiza, junto com aqueles que são conhecidos como profetas. Não há dúvida por parte daqueles que testemunham este acontecimento surpreendente - Saul está entre os profetas. Então, por que isto é importante? É importante porque é uma demonstração pública de que Deus capacitou Saul para julgar a nação.
Em Êxodo
18, Jetro, o sogro de Moisés, o aconselha a distribuir o peso do trabalho de
julgar a nação. A indicação daqueles 70 juízes é descrita em Números 11, onde
todos os 70 profetizam diante dos olhos da nação, demonstrando que o Espírito
de Deus está sobre eles, capacitando-os a servirem como juízes. A mesma coisa
está acontecendo agora com Saul.
O Espírito de Deus veio sobre ele, capacitando-o a julgar a nação como seu rei. Este acontecimento é claramente sobrenatural, e é público. De fato, a mudança de Saul se torna proverbial, para que mesmo aqueles que não testemunhem este sinal possam ouvir falar sobre ele. Esta é a primeira indicação pública de que Saul deve ser o rei de Israel.
O Espírito de Deus veio sobre ele, capacitando-o a julgar a nação como seu rei. Este acontecimento é claramente sobrenatural, e é público. De fato, a mudança de Saul se torna proverbial, para que mesmo aqueles que não testemunhem este sinal possam ouvir falar sobre ele. Esta é a primeira indicação pública de que Saul deve ser o rei de Israel.
A próxima indicação será muito
mais notória. Samuel convoca todo o Israel a Mispa (o lugar onde se
arrependeram e se voltaram para Deus no início do ministério de Samuel - ver
capítulo 7), onde ele se defronta com uma audiência muito ansiosa. Em todo o
seu entusiasmo e otimismo pelo que está por vir, Samuel uma vez mais relembra
aos Israelitas que sua exigência por um rei é uma manifestação de desobediência
e incredulidade.
Samuel indica que isto foi (no capítulo 8), e ainda é neste
mesmo dia, uma rejeição a Deus. Este Deus, que eles trocaram por um rei humano,
é o Único que os livra de todas as suas dificuldades. Não é o seu novo rei quem
os livrará delas, pois foi Deus quem sempre os livrou, e quem continuará a
livrá-los. A despeito do pecado de Israel, Deus está prestes a lhes dar
graciosamente o rei que estão exigindo.
O rei, como visto em Deuteronômio
17.15, deve ser um homem da escolha de Deus, e esta escolha será indicada por
sorteio. A primeira restrição é para a linhagem de Benjamim e então, finalmente,
para Saul, exatamente aquele que Deus já indicou previamente a Samuel, aquele
que Samuel já ungiu como rei. Mas este processo é para o benefício das pessoas
da nação, para que sejam convencidos de que Saul é o escolhido de Deus.
Quando Saul é indicado por
sorteio, ele não pode ser encontrado em parte alguma. Ninguém parece saber dele
ou de seu paradeiro. É por meio de mais uma indagação ao Senhor que Ele indica
que Saul está escondido entre a bagagem. O povo corre até lá, encontra Saul e o
traz a Samuel. Quando as pessoas olham para Saul, ficam muito impressionadas.
Eis um homem que já sabemos que é muito bonito (1 Samuel 9.2), e uma vez mais é dito que ele é mais alto que qualquer outro israelita. De fato, Saul é o Golias de Israel, um gigante, e, fora isto, um homem extremamente atraente. De uma perspectiva meramente física, Saul é material de primeira.
Eis um homem que já sabemos que é muito bonito (1 Samuel 9.2), e uma vez mais é dito que ele é mais alto que qualquer outro israelita. De fato, Saul é o Golias de Israel, um gigante, e, fora isto, um homem extremamente atraente. De uma perspectiva meramente física, Saul é material de primeira.
Samuel mostra ao povo o que a
escolha extremamente agradável de Deus faz. Deus não faz e não dá nenhuma
tranqueira. Saul é um magnífico espécimen humano. Ninguém poderia ter pedido
melhor. E assim o povo começar a gritar: Viva o rei!’ (verso 24 do
capítulo 10). Neste ponto Samuel esclarece todas as regras que fazem parte do
governo real, escrevendo isto num livro que coloca diante de Deus. E então
despede o povo para casa.
Da mesma forma, Saul vai para sua
casa, acompanhado por um grupo de homens valentes cujos corações Deus tocou.
Estes homens parecem ser algo como o serviço secreto de Saul, acompanhando-o
aonde quer que vá, protegendo-o de qualquer um que possa querer prejudicá-lo.
Estes valentes são mais uma evidência de que Saul, de fato, é o escolhido de
Deus como rei de Israel.
No entanto, nem todo o povo
entende desta forma, pois nosso texto nos informa que há um grupo - de
desordeiros - que não vê Saul como seu libertador. Será que estes homens
conhecem o velho Saul tão bem? Eles o desdenham por ter se escondido em meio à
bagagem? Ele não é o seu tipo de líder?
Realmente não sabemos porque eles olham Saul com desprezo, mas seu pecado mais grave é duvidar e discutir a escolha de Deus. Enquanto todos os outros trazem presentes para Saul, estes desordeiros não. Seu desdém por Saul é óbvio. Todavia, Saul prefere ficar em silêncio e não fazer nada com eles por enquanto. No entanto, eles aparecerão outra vez em nosso texto.
Realmente não sabemos porque eles olham Saul com desprezo, mas seu pecado mais grave é duvidar e discutir a escolha de Deus. Enquanto todos os outros trazem presentes para Saul, estes desordeiros não. Seu desdém por Saul é óbvio. Todavia, Saul prefere ficar em silêncio e não fazer nada com eles por enquanto. No entanto, eles aparecerão outra vez em nosso texto.
O que os israelitas realmente
querem é um rei que os livre de seus inimigos. Eles querem um rei que vá
adiante deles na guerra (1 Samuel 8.19-20). E, especificamente, eles querem um rei que
lide com Naás, o rei dos amonitas (1 Samuel 12.12). A prova da realeza de Saul será
conclusiva se ele puder liderá-los na guerra com sucesso. O capítulo 11 é
justamente sobre tudo isto.
Naás, o rei amonita, sitiou a
cidade israelita de Jabes-Gileade. O povo está prestes a desistir e pedir a
Naás que declare seus termos de paz. As pessoas de Jabes-Gileade estão
dispostas a lhe serem sujeitas; eles parecem realmente não ter escolha. Mas os termos
de paz do rei são severos. Ele não apenas quer que a cidade israelita se renda,
mas insiste em vazar o olho direito de cada um deles. Isto causará pelo menos
duas coisas: 1) humilhará os israelitas; 2) os incapacitará, fazendo com que
lutem com grande dificuldade. (Já tentou apontar uma arma ou mirar um arco e
flecha sem o olho direito?)
O povo de Jabes pede a Naás sete
dias para pedir auxílio a seus irmãos judeus. Se ninguém vier em seu socorro,
eles prometem que se sujeitarão a ele. Mensageiros são enviados por todo o
Israel, pedindo auxílio. Parece que nada está sendo feito, e que ninguém
pretende se envolver. Mas, finalmente, a mensagem chega a Gibeá de Saul, e
quando chega, o povo daquela cidade começa a chorar. Saul está vindo do campo e
observa o lamento e pergunta o que aconteceu. Quando lhe dizem, fica furioso.
Ele mata uma junta de bois (seus bois, ou de algum espectador indiferente?),
parte-os em pedaços e envia os pedaços por todo o território de Israel,
avisando que, qualquer um que se recuse a se reunir para a guerra, encontrará
seus bois mortos da mesma forma.
Parece que alguns estavam se desculpando em vir em auxílio de seus irmãos por não poderem se ausentar de suas fazendas naquele momento. As ações de Saul deixam claro que eles não terão nada com que trabalhar em suas fazendas se eles se recusarem a ajudar seus irmãos. Ele ameaça lhes tirar o equivalente a seus tratores.
Parece que alguns estavam se desculpando em vir em auxílio de seus irmãos por não poderem se ausentar de suas fazendas naquele momento. As ações de Saul deixam claro que eles não terão nada com que trabalhar em suas fazendas se eles se recusarem a ajudar seus irmãos. Ele ameaça lhes tirar o equivalente a seus tratores.
Um grandioso montante de 300.000
soldados se reúne, 30.000 dos quais são homens de Judá. Uma mensagem é enviada ao
povo de Jabes, assegurando-lhes que a ajuda está a caminho. Os homens de Jabes
informam a Naás que no dia seguinte irão se entregar. Naás acha que
isto significa que eles pretendem se render.
O povo de Jabes espera que isto signifique que irão se entregar à luta. E assim, quando os irmãos israelitas atacam os amonitas no dia seguinte, eles realmente se entregam lutando, e o resultado é uma derrota devastadora dos amonitas. Como o texto indica não ficaram dois deles juntos (verso 11).
O povo de Jabes espera que isto signifique que irão se entregar à luta. E assim, quando os irmãos israelitas atacam os amonitas no dia seguinte, eles realmente se entregam lutando, e o resultado é uma derrota devastadora dos amonitas. Como o texto indica não ficaram dois deles juntos (verso 11).
Saul vira herói num instante. Uma
coisa para Saul é estar entre os profetas; ainda outra coisa é ele
ser escolhido rei por sorteio. Mas, quando ele é aquele que pode reunir toda a
nação e assim derrotar os amonitas, esta é toda a prova que o povo precisa ou
quer. E agora, o povo pergunta, Quem são aqueles que diziam: Reinará Saul sobre
nós? Deixem que sejam trazidos à frente e tratados por nós!
O momento mais admirável de Saul
não é ao reunir a nação para a guerra, nem ao obter a impressionante vitória
sobre os amonitas. Seu momento mais admirável é quando trata daqueles de seu
próprio povo que falaram contra ele.
Saul pode se vingar, e assim fazendo, trazer grande contentamento ao povo, assim como a si mesmo. Mas Saul se recusa a arrefecer o entusiasmo do dia com tal atitude. Foi o Senhor quem salvou a Israel (verso 13), e assim Saul não levantará a mão contra aqueles que desdenharam dele. Israel verdadeiramente tem seu rei, e alguém bom nisso.
Saul pode se vingar, e assim fazendo, trazer grande contentamento ao povo, assim como a si mesmo. Mas Saul se recusa a arrefecer o entusiasmo do dia com tal atitude. Foi o Senhor quem salvou a Israel (verso 13), e assim Saul não levantará a mão contra aqueles que desdenharam dele. Israel verdadeiramente tem seu rei, e alguém bom nisso.
Conclusão
Esta última observação
provavelmente é a mais inesperada, ou seja, Saul é um bom rei. Infelizmente,
antes disso eu só havia considerado Saul em retrospectiva. Não podia olhar para
Saul sem primeiro pensar em Davi. E quando pensava em Saul à luz de Davi, Saul
sempre ficava em segundo plano, e com boas razões. Além disso, descobri que sou
culpado de ver o início de Saul como rei de Israel apenas sob a luz de seus
últimos dias, dias que o colocaram sob uma luz bem obscura.
No entanto, se tomarmos este
texto como ele se apresenta, precisamos olhar de modo diferente para Saul, à
luz dos seguintes fatos: 1) Saul é um gracioso presente de Deus a Seu povo, a
despeito de sua exigência pecaminosa em ter um rei. Deus dá Saul a Israel como
seu rei por misericórdia e compaixão, pois notou as calamidades e o sofrimento
da nação, e mandou Saul livrar o povo, da mesma forma que fez desde o êxodo
(1 Samuel 9.16; 1 Samuel 10.18).
2) Saul não é dado a Israel porque Deus quer que ele fracasse,
escolhendo assim a pior espécie humana possível para dar à nação como rei. Deus
escolhe um homem fisicamente superior, cuja aparência e estatura parecem se
ajustar perfeitamente à tarefa que lhe está sendo dada.
3) Deus
sobrenaturalmente capacita Saul, colocando nele Seu Espírito, para habilitá-lo
a julgar e a liderar com sabedoria e poder. Qualquer fraqueza que Saul tenha
como homem, Deus a trata sobrenaturalmente, para que ele se torne um
outro homem (1 Samuel 10.6,9).
4) E, finalmente, Deus identifica Saul de
tal forma que ninguém, exceto alguns tolos desordeiros, negam que ele seja o
rei indicado.
Deus não está tentando sabotar o
reinado de Saul, ainda que certamente Ele saiba que seu reinado fracassará. As
falhas de Saul não são devido à sabotagem de Deus, mas ao seu fracasso pessoal
em andar nos caminhos de Deus, ao seu fracasso de confiar em Deus e obedecê-Lo.
Saul falha em tomar posse dos recursos que Deus graciosamente lhe deu para
capacitá-lo a governar com justiça e retidão.
Saul não é um rei de segunda
classe, dado por um Deus despeitado; ele é um rei de primeira linha,
completamente equipado para sua tarefa, e totalmente responsável por suas
falhas. Este rei, sem dúvida, não é um Davi, mas também não é um fracassado.
Para mim, este é um novo pensamento, mas um pensamento ensinado em nosso texto.
Como Deus é gracioso conosco,
apesar de nosso pecado. Deus dá um rei a Israel, mas este rei não é como
o rei das outras nações. Este rei é o ser humano mais magnífico disponível,
um homem transformado no coração e sobrenaturalmente capacitado pelo Espírito
de Deus.
Quando Saul anda no Espírito, age como o libertador do povo de Deus. Quando anda no Espírito, reconhece que as vitórias sobre seus inimigos são vitórias de Deus, não suas. Ele é um homem marcado por humildade e graça. Isto mudará, e bem depressa. Mesmo que saibamos que esta mudança ocorrerá, vejamos quão magnífico é este rei, pelo menos por algum tempo.
Quando Saul anda no Espírito, age como o libertador do povo de Deus. Quando anda no Espírito, reconhece que as vitórias sobre seus inimigos são vitórias de Deus, não suas. Ele é um homem marcado por humildade e graça. Isto mudará, e bem depressa. Mesmo que saibamos que esta mudança ocorrerá, vejamos quão magnífico é este rei, pelo menos por algum tempo.
A vitória militar dos israelitas
liderada por Saul (capítulo 11) não é devido a Israel ter um rei, nem a
qualquer mérito por parte de Israel, mas unicamente devido à graça e
misericórdia de Deus, que ouve o clamor de Seu povo e uma vez mais vem para
salvá-lo. Os israelitas depressa abraçam este novo rei. Ele é o tipo de rei que
eles querem. Quando Jesus vem como Rei de Israel, Ele não é nenhum
Saul. Não tem uma aparência impressionante, que atrai os homens, e não é
abraçado entusiasticamente como o Filho de Deus:
Quem creu em nossa pregação? E a
quem foi revelado o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele
e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo,
mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado
entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem
os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. (Isaías 53.1-3)
Finalmente, este texto é uma
passagem fascinante no que se refere a conhecer a vontade de Deus. Deus revelou
através do profeta Samuel que Ele daria um rei a Israel (I Samuel 8). E então,
providencialmente (de forma circunstancial) leva Saul e seu servo ao exato
lugar onde está Samuel, e à festa onde Saul é um desconhecido (de nome), mas
esperado, convidado de honra.
Deus revela diretamente a Samuel que o rei
chegará no dia seguinte. Quando Samuel vê Saul pela primeira vez, Deus lhe diz
que este é o convidado prometido, que deve ser o rei de Israel. E então, por
meio de sinais sobrenaturais, por sorteio, e por uma vitória militar
espetacular, Ele indica a Saul e a toda a nação de Israel que este homem deve
ser seu rei.
Não vemos Saul buscando o
reinado, nem mesmo buscando a Deus em oração. Ele está disposto a encontrar
Samuel para pedir orientação divina a fim de encontrar suas jumentas, mas isto
somente depois que seu servo dá a idéia e se oferece para pagar por isto. Saul
é designado como rei de Israel quando cuida dos afazeres diários da vida. Quem
pensaria que este homem começaria procurando jumentas e acabaria sendo apontado
como o rei de Israel?
Parece também que Samuel obtém a
orientação divina ao cuidar do curso normal de sua vida e ministério. Samuel
está ministrando como sempre faz, quando Deus lhe diz que o rei chegará no dia
seguinte. Samuel compreende a vontade de Deus a respeito do rei de Israel,
quando desempenha fielmente seus deveres como profeta e juiz de Israel.
Deus
tem um jeito de tornar clara Sua vontade para nós, quando nos é necessário
conhecê-la. Ele não tenta esconder Sua vontade, e quando é seu intento
revelá-la, não podemos evitá-la. A vontade de Deus não é um segredo que precisa
de uma técnica especial para ser conhecido.
Quando você se levantar amanhã de
manhã, pense neste texto e no que ele implica. Que tarefa irritante estará em
seu caminho? Será procurar jumentas perdidas? Provavelmente não, mas haverá
algumas tarefas cotidianas e irritantes, que parecem consumir sua vida com
pouco significado. Deus tem um modo de usar tais tarefas irritantes como meios
para fins muito maiores.
Israel ansiosamente aguarda a
chegada de seu rei. Cada ação, cada palavra de Samuel é vista com grande
expectativa e interesse. Se estes antigos israelitas aguardavam tão
ansiosamente seu primeiro rei, quanto mais ansiosos devemos estar pela
vinda do Rei dos reis, nosso Senhor Jesus Cristo? Será que iniciamos cada dia
nos perguntando se este é o dia? Estamos cuidando fielmente de nossas
obrigações, ansiosos em agradar ao Rei que vem? Vamos começar cada dia
com senso de ansiosa antecipação, sabendo que a vinda de nosso Rei pode ser
hoje.
Seus seguidores, e mesmo Seus
discípulos mais próximos, querem que Jesus seja um rei como Saul, mas Jesus se
recusa. Ele não vem para acabar com o governo romano, mas para dar Sua vida em
resgate de muitos. Ele vem a um mundo pecaminoso, e suporta a pena de homens
vis, para que possam ter seus pecados perdoados e se tornem filhos de Deus.
Este é o tipo de rei que muitos rejeitam hoje. Eles gostariam de um rei mais
parecido com Saul.
Saul é o primeiro rei de Deus, e no início é um bom
rei. Mas, na verdade, há somente um único grande rei, e este é Jesus, o
Rei dos judeus, que veio à terra como filho do homem (sem deixar Sua
divindade), viveu uma vida sem pecado, e foi crucificado por causa do pecado
dos homens, e ressurgiu da morte ao terceiro dia. Este é o mesmo Rei
que irá voltar, e então, todos O reconhecerão, e todo joelho se sobrará diante
Dele. Ele subjugará todos os Seus inimigos e então governará sobre a terra em
perfeita justiça. Este é o Rei pelo qual esperamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário