Guerra
entre os israelitas e os filisteus
Apesar
de sua designação como rei de Israel e de sua vitória decisiva sobre os
amonitas, Saul parece determinado a não “criar caso” com os filisteus que
ocupam Israel. O domínio dos filisteus sobre o povo de Deus é claro em vários
aspectos.
Suas guarnições estão acampadas em território israelita (1 Samuel 10.5 "Então chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando." );
(1 Samuel 13.3 "E Jônatas feriu a guarnição dos filisteus, que estava em Gibeá, o que os filisteus ouviram; pelo que Saul tocou a trombeta por toda a terra, dizendo: Ouçam os hebreus." ), e os israelitas são rigorosamente limitados na posse e na utilização do
ferro.
Eles podem ser ferreiros, mas não podem ter armas de ferro (espadas, por exemplo), e pagam caro pelo uso das ferramentas agrícolas (1 Samuel 13.19-23).
Apesar da opressão dos filisteus, de sua designação como rei e de sua capacitação divina (ver cap. 9 e 10), Saul prefere mandar pra casa os 330.000 soldados que convoca para livrar os cidadãos de Jabes-Gileade. Ele fica apenas com um exército básico de 3.000 homens. Parece que isto é para manter seu status junto aos filisteus.
Jônatas
não está disposto a deixar a situação como está. Com seus 1.000 homens ele
ataca a guarnição dos filisteus em Geba (1 Samuel 13.3), provocando um poderoso
contra-ataque filisteu (1 Samuel 13.5). Saul não tem outra escolha, a não ser
convocar os israelitas para a guerra, embora apenas um pequeno número se
apresente, e muitos desertem quando percebem a situação desesperadora de Israel
(humanamente falando).
Alguns abandonam Saul para encontrar um lugar onde se esconder dos filisteus, enquanto outros desertam e se juntam a eles (1 Samuel 13.6; 1 Samuel 14.21-22).
Alguns abandonam Saul para encontrar um lugar onde se esconder dos filisteus, enquanto outros desertam e se juntam a eles (1 Samuel 13.6; 1 Samuel 14.21-22).
Saul oferece sacrifícos e Samuel reprova-o
Saul
reúne as tropas em Gilgal, aparentemente segundo as instruções de Samuel
(1 Samuel 10.8). Mas, quando parece que Samuel não chegará no prazo determinado, Saul
vai em frente e oferece o holocausto. Samuel chega assim que a oferta é feita e
repreende Saul por sua desobediência, mostrando que isto lhe custará um reino duradouro
(1 Samuel 13.11-14).
O
que podemos aprender com os erros de Saul? Quais foram os erros de Saul?
- Veremos três fatos que provocaram sua queda, e estes fatos
continuam sendo os mesmos que, ainda hoje, têm sido os fatores
responsáveis pela queda de muitos líderes.
Vamos
fazer um pequeno retrospecto sobre a vida daquele rei.
Da
tribo de Benjamim, foi escolhido por Deus para ser o primeiro rei de Israel.
Era um homem de grande estatura e de grande presença no meio do povo. Dentro
dos padrões que normalmente usamos para escolher um líder, podemos ver nele o
homem perfeito. E, com certeza, foi assim com Israel.
Em
seguida vemos Saul sendo divinamente designado para três coisas, podemos dizer
que recebeu de Deus três ministérios:
Governar o povo(administrar
as coisas do reino)
Liderar o povo nas
guerras e Profetizar, sendo que destes ministérios, o principal
deles era governar.
Tudo
ia bem, até o período em que os filisteus começaram a guerrear contra Israel. O
texto que vamos analisar encontra-se em I Samuel, capítulo 13.
Neste
texto nos são reveladas as causas da queda de Saul. E toda liderança deveria
estar atenta a estas causas!
Começamos
nossa análise pelo versículo 7 "E alguns dos hebreus passaram o Jordão para a terra
de Gade e Gileade; e, estando Saul ainda em Gilgal, todo o povo ia atrás dele
tremendo", aqui vemos o povo indo até Saul
em busca de socorro, de amparo, de uma decisão corajosa e encorajadora.
Afinal
de contas ele era o rei, e era natural que pelo fato do povo estar em apuros,
todos esperavam que o rei pudesse ajudá-los. O líder não pode fracassar num
momento de crise! Em Provérbios 24:10 está escrito: "Se te
mostrares fraco no dia da angústia é que a tua força é pequena".
Isto
é o que acontece ainda hoje, as pessoas, quase sempre, esperam grandes decisões
de seus líderes; esperam soluções inovadoras e corajosas. Esperam que seus
líderes sejam capazes de apresentar "qualidades para o governo";
esperam liderança firme para o combate, mas, sobretudo, que TENHAM UMA PALAVRA
QUE VENHA DE DEUS, capaz de acalmar os seus corações, trazendo orientação e
discernimento. O líder em que faltam estas qualidades, corre o risco de acabar
cometendo os erros que Saul cometeu e que foram as causas de sua queda.
Os TRÊS
PERIGOS QUE RONDAM UM LÍDER, são na verdade, três erros que um grande
número de líderes cometem. Vamos então aos erros cometidos por Saul:
O primeiro erro de Saul foi de NÃO PEDIR UMA DIREÇÃO A DEUS E NÃO TER UMA PALAVRA QUE VIESSE DE DEUS.
O primeiro erro de Saul foi de NÃO PEDIR UMA DIREÇÃO A DEUS E NÃO TER UMA PALAVRA QUE VIESSE DE DEUS.
Naquele
tempo o profeta representava exatamente isto, a Palavra de Deus! Vemos no
versículo 8 "E
esperou Saul sete dias, até ao tempo que Samuel determinara; não vindo, porém,
Samuel a Gilgal, o povo se dispersava dele". Samuel
representava a presença e a voz de Deus, e todo líder cristão precisa ter em
si, a Palavra que vem de Deus para refrigerar a alma do povo.
O
texto de Provérbios 29.18 diz que "não havendo profecia o povo se
corrompe".
Estamos
falando aqui da Palavra inspirada por Deus, uma palavra capaz de trazer
quietude ao coração mais atribulado. Uma palavra capaz de acalmar os mais
terríveis ventos das contendas ou do medo ou da dor ou ainda qualquer aflição
que perturbe o povo.
Vemos
no livro de 1 Samuel 13.6 "Vendo,
pois, os homens de Israel que estavam em apuros (porque o povo estava
angustiado), o povo se escondeu pelas cavernas, e pelos espinhais, e pelos
penhascos, e pelas fortificações, e pelas covas". O povo estava
angustiado. Ao ponto daqueles homens refugiarem-se entre os espinheiros... Oh!
Mas a que situação somos levados quando não temos a orientação e a direção de
Deus!...
No
versículo 7 "E
alguns dos hebreus passaram o Jordão para a terra de Gade e Gileade; e, estando
Saul ainda em Gilgal, todo o povo ia atrás dele tremendo". Lemos que o povo foi
até Saul tremendo... Eles precisavam de orientação e principalmente de uma
direção, e para isto precisavam da Palavra de Deus! (Como hoje)!
Quando
falta esta Palavra, ou quando esta Palavra é substituída por meras palavras
desprovidas de poder, ou por "chavões engenhosamente argumentados", o
líder corre o risco de que comecem a questionar sua comunhão com Deus e isto
representa um grande perigo, pois, fatalmente esta situação provocará um
segundo erro!
O segundo erro cometido por Saul foi PERDER O CONTROLE DA SITUAÇÃO.
O segundo erro cometido por Saul foi PERDER O CONTROLE DA SITUAÇÃO.
Vemos
no versículo 8 "E
esperou Saul sete dias, até ao tempo que Samuel determinara; não vindo, porém,
Samuel a Gilgal, o povo se dispersava dele". O povo começou
a se dispersar...
Imaginemos
a cena: milhares de pessoas se dispersando... os comentários que corriam entre
o povo. Quantas murmurações não devem ter acontecido! Quantos não saíram
desiludidos e feridos daquela situação... Saul tornara-se um rei que não
governava!
No
versículo 11 "Então
disse Samuel: Que fizeste? Disse Saul: Porquanto via que o povo se espalhava de
mim, e tu não vinhas nos dias aprazados, e os filisteus já se tinham ajuntado
em Micmás,". Saul, de maneira
covarde e desesperada, tenta por a culpa no povo ou mesmo em Samuel; ou quem
sabe nos seus adversários. Comportamento típico de quem perdeu o controle da
situação.
É
muito perigoso quando um líder começa a perder o controle da situação. Quando
as murmurações e controvérsias não são cortadas. Percebe-se o iminente
descontrole quando o povo começa a se dispersar. É como em uma reunião onde
as conversas paralelas tornam-se mais importantes que o assunto
principal.
O
versículo 2 diz que: "Saul
escolheu para si três mil homens de Israel; e estavam com Saul dois mil em
Micmás e na montanha de Betel, e mil estavam com Jônatas em Gibeá de Benjamim;
e o resto do povo despediu, cada um para sua casa".
No início, dois mil homens estavam com Saul; depois
desta dispersão, ficaram apenas cerca de seiscentos (v.15) "Então se levantou Samuel, e subiu de Gilgal a Gibeá
de Benjamim; e Saul contou o povo que se achava com ele, uns seiscentos
homens".
E
o lamentável nisto, é que a perda do controle da situação por parte de um líder
cristão, quase sempre leva-o a cometer um terceiro erro. Foi exatamente isto o
que aconteceu com Saul.
O terceiro erro cometido por Saul foi USURPAR O SEU MINISTÉRIO, foi exercer indevidamente o chamado divino.
O terceiro erro cometido por Saul foi USURPAR O SEU MINISTÉRIO, foi exercer indevidamente o chamado divino.
Como
isto é perigoso! Oferecer sacrifícios era atribuição apenas dos sacerdotes e
levitas. Porém Saul, numa atitude desesperada, numa demonstração tola de
autoridade ou de espiritualidade, resolveu, ele mesmo, oferecer os sacrifícios,
como nos diz no versículo 9 "Então
disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e ofertas pacíficas. E ofereceu o
holocausto".
É
perigoso quando um líder toma nas próprias mãos um chamado divino que não lhe
pertence. Foi o que aconteceu com Saul. Oferecer os holocaustos não era
atribuição dele; aquela atitude significava tratar com irreverência o altar e
as ofertas de Deus. Como é triste ver isto acontecer...
É muito triste ver um líder, muitas vezes aos
berros, numa atitude desesperada, empenhando-se para permanecer num cargo do
qual já tenha sido deposto pelo próprio Deus...
O
povo continua se dispersando pelas regiões montanhosas e pelos vales; "mas
ele está lá". Continua a oferecer sacrifícios inutilmente,
amaldiçoando o povo enquanto o inimigo se agiganta!
Seu ministério passa a ser exercido no sentido de
tentar conter o povo ao invés de ser para glorificar a Deus.
Suas ações são provenientes muito mais do medo do
inimigo que do temor a Deus!
Suas decisões são em função das circunstâncias e
não da causa ou do planejado!
Seu ministério passa a ser em função de si mesmo e
não de engrandecer o reino de Deus!
Nos
dias de hoje, estes perigos continuam a "rondar" os líderes. Vemos
que aquele rei desperdiçou uma grande oportunidade; desperdiçou a oportunidade
de constituir uma grande nação.
Ao
contrário, o que lemos no v. 13, é a dura exortação do profeta: "Então
disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o
SENHOR teu Deus te ordenou; porque agora o SENHOR teria confirmado o teu reino
sobre Israel para sempre;".
E
vimos que as causas de sua reprovação por Deus foram:
-
NÃO pedir uma direção a Deus e ter uma Palavra que viesse de Deus.
-
Perder o controle da situação.
-
Usurpar o seu ministério.
Vimos
mais, que estas causas continuam sendo "perigos que rondam" a
vida de toda liderança cristã!
Provérbios
8.15 contém a seguinte mensagem: "Por mim reinam os reis e os
príncipes decretam justiça."
O
contexto nos fala da excelência da Sabedoria que vem de Deus! E esta sabedoria
está revelada na Palavra de Deus, na Bíblia, a qual sempre deve ser o manual de
toda liderança cristã!
Líderes!
Lembrem-se dos erros de Saul!
Que Deus o abençoe!
Que Deus o abençoe!