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Êxodo 12 - A Celebração da primeira páscoa
Introdução: A páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas celebrassem a noite em que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus.
É uma festa repleta de significados tanto para os judeus quanto para os cristãos. Os judeus deveriam comemorar a Páscoa no mês de Abib (corresponde à parte de março e parte de abril em nosso calendário), cujo significado são as "espigas verdes".
Neste estudo, estudaremos a respeito desta festa sagrada e o seu significado para nós, cristãos.
I - A Páscoa
1. Para os egípcios
Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir.
Deus é misericordioso, lônganimo e deseja que todos se salvem (2 Pedro 3.9 "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se." ).
Porém, Ele é também um juiz justo que se ira contra o pecado: "Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias" (Salmos 7.11). O pecado, a idolatria e as injustiças sociais suscitam a ira do Pai.
O povo hebreu estava sendo massacrado pelos egípcios e o Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga.
Então o Senhor falou a Moisés: "À meia noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo primogênito na terra do Egito morrerá" (Êxodo 11.4-5 "Disse, pois, Moisés ao faraó: "Assim diz o Senhor: ‘Por volta da meia-noite, passarei por todo o Egito. Todos os primogênitos do Egito morrerão, desde o filho mais velho do faraó, herdeiro do trono, até o filho mais velho da escrava que trabalha no moinho, e também todas as primeiras crias do gado." ). Foi uma noite pavorosa para os egípcios e inesquecível para os israelitas.
2. Para Israel
Era a saída, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante. Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar uma vida cristã abundante (João 10.10 "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." ).
Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam a sua própria terra e não seriam escravos de ninguém.
3. Para nós
Como pecadores também estávamos destinados a experimentar a ira de Deus, mas Cristo, o nosso Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos nossos pecados (1 Coríntios 5.7 "Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós." ).
Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo. No Egito um cordeiro foi imolado para cada família.
Na cruz morreu o filho de Deus pelo mundo inteiro (João 3.16 "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." ).
II - Os elementos da Páscoa
1. O pão
Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão pudesse crescer (Êxodo 12.8; Êxodo 12.34-36). A saída do Egito deveria ser rápida. A falta de fermento também representa a purificação, a libertação do fermento no mundo.
Em o novo testamento vemos que Jesus utilizou o fermento para ilustrar o falso ensino dos fariseus (Mateus 16.6 "E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus." );
(Lucas 12.1 "Nesse meio tempo, tendo-se juntado uma multidão de milhares de pessoas, a ponto de se atropelarem umas às outras, Jesus começou a falar primeiramente aos seus discípulos, dizendo: Tenham cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. NVI" );
Marcos 8.15 "E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes." ).
O pão também simboliza vida. Jesus se identificou aos seus discípulos como "o pão da vida" (João 6.35 "E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede." )
Toda vez que o pão é partido na celebração da Ceia do Senhor, traz à nossa memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo diabo.
2. As ervas amargas (Êxodo 12.8 "Naquela mesma noite comerão a carne assada no fogo, juntamente com ervas amargas e pão sem fermento.")
Simbolizavam toda a amargura e aflição enfrentadas no cativeiro. Foram 430 anos de opressão, dor, angústia, quando os hebreus eram cativos do Egito.
3. O cordeiro (Êxodo 12.3-7), Leia.
Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos umbrais das portas das casas. O sangue era uma proteção e um símbolo da obediência. A desobediência seria paga com a morte.
O cordeiro da Páscoa judaica era uma representação do "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1.29 "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." ).
O sangue de Cristo foi vertido na cruz para redimir todos os filhos de Adão (1 Pedro 1.18-19 "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais,
Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado," ).
Aquele sangue que foi derramado no Egito, e aspergido nos umbrais das portas, aponta para o sangue de Cristo que foi oferecido por Ele como sacrifício expiatório para nos redimir dos nossos pecados.
III - Cristo, Nossa Páscoa
1. Jesus, o Pão da Vida (João 6.35,48,51)
Comemos pão para saciar a nossa fome, porém, a fome da salvação da nossa alma somente pode ser saciada por Jesus. Certa vez, Ele afirmou: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome" (João 6.35).
Apenas Ele pode saciar a necessidade espiritual da humanidade. Necessitamos deste pão divino diariamente. Sem Ele não é possível a nossa reconciliação com Deus (2 Coríntios 5.19 "Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal." ).
2. O sangue de Cristo (1 Coríntios 5.7; Romanos 5.8-9).
No Egito, o sangue do cordeiro morto só protegeu os hebreus, mas o sangue de Jesus derramado na cruz proveu a salvação não apenas dos judeus, mas também dos gentios. O cordeiro pascoal substituía o primogênito.
O sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Romanos 3.12,23 "12- Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer" NVI. 23- pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, NVI" ).
Fomos redimidos por seu sangue e salvos da morte eterna pela graça de Deus em seu Cordeiro Pascal, Jesus Cristo.
3. Santa Ceia
A Ceia do Senhor não é um mero símbolo; é um memorial da morte redentora de Cristo por nós e um alerta quanto a sua vinda: "Em memória de mim" (1 Coríntios 11.24-25 "e, tendo dado graças, partiu-o e disse: "Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim".
Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim"." ).
É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar. O crente deve se assentar à mesa do Senhor com reverencia, discernimento, temor de Deus e humildade, pois está diante do sublime memorial da paixão e morte do Senhor Jesus Cristo em nosso favor.
Caso contrário, se tornará réu diante de Deus (1 Coríntios 11.27-32 "Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.
Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.
Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo." ).
Conclusão
Deus queria que seu povo Israel nunca se esquecesse da Páscoa, por isso a data foi santificada. A Páscoa era uma oportunidade para os israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento, que foi sua libertação e saída do Egito.
Hoje o nosso Cordeiro Pascal é Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou da escravidão do pecado e sua condenação eterna.
Exaltemos ao Senhor diariamente por tão grande salvação.
Que Deus o abençoe!
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