Título: É a
primeira das chamadas “epístolas gerais” ou “universais”. Seu nome vem do
próprio autor, Tiago. Os destinatários são “as doze tribos da dispersão”, o que
os identifica como judeus/cristãos.
Autoria e Data: Pelo fato de o nome Tiago ser muito comum no Novo Testamento, cerca de quarenta referencias, existe uma controvérsia sobre o autor. Na verdade, Tiago é uma variação grega de Jacó (suplantador).
Os três possíveis autores seriam
Tiago, irmão de João; Tiago de Alfeu, que provavelmente era primo de Jesus; e
Tiago, irmão do próprio Jesus.
Como o primeiro foi decapitado por
Herodes (Atos 12.2 “e mandou matar à espada Tiago, irmão de João.” ),
Só restam os outros dois, sendo que
a maioria dos estudiosos aponta para Tiago, filho de Maria e José, irmão de
Jesus (Mateus 13.55 “Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama
sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?” ).
Esta carta apresenta um ambiente
mais judaico do que cristão. Não traz uma termologia cristã conhecida e é
endereçada às doze tribos (Tiago 1.1
Ҧ Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo,
às doze tribos que andam dispersas, saúde.” ).
Tem grande probabilidade de ter sido
o primeiro documento do Novo Testamento, quando este ainda começava a ser
desenvolvido.
Provavelmente, fora escrito no ano
48 d.C.
Propósito: Alguns acham que esta carta foi escrita em
resposta a uma interpretação excessivamente zelosa do ensino de Paulo sobre a
fé. Essa visão extrema, chamada de antinomismo, sustentava que através da fé em
Cristo é possível estar completamente livre de todas as leis do Antigo
Testamento, todo o legalismo, toda a lei secular e toda a moralidade de uma
sociedade.
O livro de Tiago se dirige aos cristãos judeus dispersos
entre todas as nações (Tiago 1.1 “¶ Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo,
às doze tribos que andam dispersas, saúde.” ).
Martinho Lutero, o qual detestava esta carta e a chamava de
"epístola de palha", não conseguiu reconhecer que o ensino de Tiago
sobre as obras complementava – e não contradizia – o ensino de Paulo sobre a
fé. Embora os ensinamentos paulinos se concentrem em nossa justificação com
Deus, os ensinamentos de Tiago concentram-se nas obras que exemplificam essa
justificação.
Tiago escreveu aos judeus para incentivá-los a continuar
crescendo nesta nova fé cristã. Tiago destaca que as boas ações fluirão
naturalmente daqueles que estão cheios do Espírito e questiona se alguém pode
ou não ter uma fé salvadora se os frutos do espírito não puderem ser
observados.
Como Paulo descreve em (Gálatas
5.22-23 “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Contra estas coisas não há lei.”).
Contra estas coisas não há lei.”).
Resumo: O livro de Tiago busca caminhar na fé
através da religião verdadeira (Tiago
1.1-27), da fé genuína (Tiago 2.1-26,
Tiago 3.1-12) e da sabedoria genuína
(Tiago 3.13-18, Tiago 4.1-17, Tiago 5.1-20).
Este livro contém um notável paralelismo com o Sermão da
Montanha de Jesus em Mateus 5-7. Tiago começa no primeiro capítulo descrevendo
os traços gerais do caminhar na fé. No capítulo dois e no início do capítulo
três, ele discute a justiça social e faz um discurso sobre a fé em ação.
Ele então compara e contrasta a diferença entre a sabedoria
terrena e a que provém do alto e nos encoraja a afastar-nos do mal e a nos
aproximarmos de Deus. Tiago faz uma repreensão particularmente severa aos ricos
que acumulam e aqueles que são auto-suficientes. Finalmente, ele termina
encorajando os crentes a serem pacientes no sofrimento, orando e cuidando uns
dos outros e reforçando a nossa fé através da comunhão.
O livro de Tiago é a descrição principal da relação entre fé e obras. Os judeus cristãos (os recipientes da carta de Tiago) estavam tão arraigados na Lei Mosaica e no seu sistema de obras que Tiago dedicou muito tempo para explicar a difícil verdade de que ninguém é justificado pelas obras da lei (Gálatas 2.16 “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”).
O livro de Tiago é a descrição principal da relação entre fé e obras. Os judeus cristãos (os recipientes da carta de Tiago) estavam tão arraigados na Lei Mosaica e no seu sistema de obras que Tiago dedicou muito tempo para explicar a difícil verdade de que ninguém é justificado pelas obras da lei (Gálatas 2.16 “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”).
Ele declara-lhes que, mesmo se muito se esforçarem para
manter todas as diferentes leis e rituais, cumprir essa tarefa é impossível e
transgredir a menor parte da lei os tornava culpados de toda ela (Tiago 2.10 “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar
em um só ponto, tornou-se culpado de todos.”) porque a lei é uma entidade e quebrar uma
parte dela é o mesmo que quebrá-la por completo.
Vemos no livro de Tiago um desafio aos seguidores fiéis de
Jesus Cristo para não apenas "falar a fala", mas "andar a
fala". Embora a nossa caminhada de fé, com certeza, exija um crescimento
do conhecimento sobre a Palavra, Tiago nos exorta a não parar por aí.
Muitos cristãos acharão que esta epístola seja bem desafiante
porque Tiago apresenta 60 obrigações em apenas 108 versículos. Ele se concentra
nas verdades das palavras de Jesus no Sermão da Montanha e motiva-nos a agir de
acordo com o que Ele ensinou.
A epístola também descarta a ideia de que alguém pode se tornar um cristão e ainda continuar vivendo no pecado, não exibindo nenhum fruto da justiça.
A epístola também descarta a ideia de que alguém pode se tornar um cristão e ainda continuar vivendo no pecado, não exibindo nenhum fruto da justiça.
Tal "fé" declara Tiago, é compartilhada pelos
demônios que "creem e tremem" (Tiago
2.19 “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os
demônios o crêem, e estremecem.”).
Entretanto, tal "fé" não pode salvar porque não é
autenticada pelas obras que sempre acompanham a verdadeira fé salvadora (Efésios 2.10 “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”).
As boas obras não são a causa de salvação, mas são o seu
resultado.
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