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Gênesis 34 - Diná é desflorada / A traição de Simeão e Levi





O MASSACRE DE SIQUÉM


"E eles disseram: Faria pois ele a nossa irmã como a uma prostituta?"(Gênesis 34.31)

A cidade de Siquém leva o nome de seu fundador, o filho de um heveu (uma das tribos dos cananeus) chamado Hamor (asno), de cujos filhos Jacó comprou um campo para residir junto à cidade. A cidade situava-se num vale estreito entre duas montanhas, Ebal e Gerizim.
Voltando, sem muita pressa, para a casa paterna, Jacó fixou residência ali: um grande erro, como descobriu pouco depois.
Sua filha Diná (justiça), saiu de casa para ver as filhas da terra, ou seja, entrou na cidade para ver como eram as mocinhas de lá e também, decerto, para ser vista - ela teria entre dezesseis e dezoito anos. Era uma temeridade de sua parte, sair desacompanhada para visitar os cananeus, conhecidos pela sua baixa moralidade e idolatria.
O poderoso Siquém, o homem mais honrado na cidade, dentre os filhos de Hamor, viu-a, achou-a atraente, e a violentou. 

Mas, ele se apaixonou, e desejando casar-se com ela pediu ao seu pai Hamor (como era costume na época) que a pedisse em casamento a Jacó. Ela ficou na casa de Siquém, conforme entendemos do versículo 26.
Jacó, agora já com mais de 100 anos, recebeu a notícia da ocorrência em silêncio e aguardou a volta de seus filhos. Parece que ele já não tinha muito controle sobre eles, permitindo que eles tomassem a iniciativa. 

Hamor por sua vez saiu da cidade e foi avistar-se com Jacó para propor o casamento entre seus filhos.
Os filhos de Jacó, quando souberam do acontecimento, ficaram furiosos com o ultraje que sua família havia sofrido, o que parece ter sido muito mais importante aos seus olhos do que a imoralidade do ato cometido, que é um pecado diante de Deus.
Hamor havia vindo falar com Jacó, mas acabou falando com seus filhos. Ele lhes trouxe uma proposta muito generosa, esperando com isto apagar a desonra feita à irmã deles por seu filho, e formar uma aliança que seria proveitosa para ambos os lados. 

Siquém havia ido junto com ele, e estava tão caído por Diná, que ofereceu dar o que pedissem como dote para concedê-la como sua esposa.
Mas os filhos de Jacó consideraram que o ultraje sofrido tinha que ser vingado e usaram de um ardil para enfraquecer os homens de Siquém a fim de derrotá-los. 

Alegando que lhes seria vergonhoso dar sua irmã em casamento a um homem incircunciso, eles declararam que permitiriam o casamento sob uma única condição: que todos os homens de Siquém fossem circuncidados. Para maior incentivo ainda, acrescentaram que depois disso eles se integrariam com o povo da cidade, e passariam a ser um só povo.
Se os filhos de Jacó tivessem sido sinceros, haveria talvez algo de aproveitável em sua proposta: o povo de Deus não podia se misturar com os cananeus idólatras, mas se estes deixassem seus ídolos e passassem a servir o verdadeiro Deus, as barreiras poderiam ser levantadas. 

Mas para que isto viesse a ocorrer seria necessária uma transformação completa em seu caráter, não apenas sua submissão a um rito religioso, como a circuncisão.
A intenção deles, porém, era maliciosa, e eles fizeram uso da "religião"' como pretexto para levar avante seus desígnios perversos.
A proposta agradou a Hamor e Siquém, e este logo se submeteu à operação porque ele realmente amava Diná. Os dois foram à porta da cidade, e convenceram todos os homens a se circuncidarem, dizendo que assim poderiam se casar com o pessoal de Jacó, e que o gado, suas possessões e todos os seus animais (ele era muito rico!) passariam a ser deles: em termos de hoje, Jacó e sua família seriam naturalizados como cidadãos siquenenses, contribuindo no pagamento dos seus impostos. 

A circuncisão a seu ver era apenas um rito religioso, um pequeno preço a pagar por estes benefícios. Os homens se deixaram persuadir, e todos se circuncidaram.
Simeão e Levi, depois de Rúben, eram os irmãos mais velhos de Diná por parte de sua mãe Lia, e tinham pouco mais de vinte anos de idade. Mas o seu furor era tão grande, que entraram na cidade de surpresa e mataram todos os homens que ali moravam, além de Siquém e seu pai Hamor. Isso foi possível porque todos eles estavam enfraquecidos pela operação a que se haviam submetido.
Pouco sabemos sobre o povo de Siquém, além de que eram cananeus, portanto sujeitos à maldição de Noé, provavelmente idólatras e de baixo nível moral - haja vista os habitantes de Sodoma, que foram destruídos por Deus mesmo. 

Para cúmulo de suas transgressões, o homem mais honrado entre eles havia ultrajado a filha de Israel. 0 castigo que lhes veio foi permitido por Deus, de nada valendo sua proposta de uma generosa indenização, ou mesmo sua submissão a um rito religioso para se tornarem aceitáveis a Deus.
Foi todavia um massacre bárbaro e traiçoeiro de pessoas amigas, sem qualquer justificativa do ponto de vista humano; os outros filhos de Jacó não tomaram parte na chacina, provavelmente porque não eram tão sanguinários como Simeão e Levi. 

Diná havia procedido de maneira muito imprudente, talvez contribuindo para o avanço de Siquém, e este realmente a amava e desejava reparar o mal que havia feito a qualquer custo para si, demonstrando honestidade. Os outros homens da cidade eram inocentes, ao que parece, e não parece justo que fossem castigados junto com o culpado.
Segundo entendemos pelo versículo 17, Jacó e seus filhos poderiam ter livrado Diná, e se retirado. Mas, ao tomarem as mulheres e as crianças como escravas, saqueando e pilhando tudo o que havia na cidade, eles se tornaram cúmplices do crime de Simeão e Levi.
Por outro lado, lembremos que os homens de Siquém ambicionavam ficar com os bens pertencentes a Jacó: o que aconteceu foi o contrário, perdendo eles tudo, inclusive a própria vida.
Jacó repreendeu Simeão e Levi, mas, surpreendentemente, não porque haviam pecado contra Deus, cometendo homicídio (capítulo 9:6), e traição: ele apenas menciona duas coisas:
  1. prejuízo à sua reputação: ele se tornara odioso entre os cananeus. A barbaridade das ações de seus filhos viria a ser conhecida por toda a parte.
  2. perigo de destruição: se os povos cananeus se reunissem contra ele, ele e os seus seriam destruídos, pois eram poucos em comparação com eles. Jacó sabia da promessa de Deus, de que estaria com ele e que dele procederia uma grande nação. Estaria sua fé fraquejando? É mais provável que ele agora temia que Deus o deixasse por causa da impiedade de seus filhos.
A resposta de seus filhos não demonstra qualquer arrependimento. Eles tomaram uma atitude arrogante, e puseram toda a culpa em Siquém por ter abusado da sua irmã.
Em obediência a Deus, Jacó deveria ter se dirigido logo à sua terra, à presença de seu pai. Ao invés disso ele se deteve, primeiro em Sucote (Gênesis 33.17) onde seus filhos cresceram e se tornaram, adultos, e depois em, Siquém onde se passou esse episódio. Ele deve ter pensado bastante nisso, pois não continuou a conversa.

Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!

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Deus te abençoe!

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