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1 Samuel 11 - Saul vence os amonitas



A VITÓRIA DE SAUL SOBRE OS AMONITAS

Naás o amonita sitiou Jabes-gileade. Os amonitas eram descendentes de Ló (Gênesis 19.38 "E a menor também deu à luz um filho, e chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom até o dia de hoje." ) e se associavam com os moabitas, também descendentes de Ló, com quem viviam ao oriente do rio Jordão, ao norte do mar Morto. 

Seu ídolo nacional era Milcom, ou Moloque (1 Reis 11.5 "Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas." ), e haviam sido derrotados por Jefté (Juízes 11.33 "E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel." ). 

Jabes-gileade também estava ao oriente do rio Jordão, pertencendo à tribo de Gade, vizinha dos amonitas.
Os homens de Jabes-gileade temeram Naás e procuraram fazer um acordo de submissão a ele. Sem dúvida não confiavam no SENHOR para sua libertação, e estavam dispostos a se submeter a um povo idólatra para salvar a sua pele. Tinham medo de enfrentar o inimigo. 

Isto nos lembra que o diabo, nosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge, procurando alguém para devorar ("Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. 1 Pedro 5:8). Não devemos procurar um acordo com ele, mas ser sóbrios e vigilantes, e resistir-lhe firmes na fé.
Os gileaditas se haviam declarado prontos a sacrificar sua liberdade e propriedades em troca da paz, e se os amonitas tivessem se contentado com isso, a questão estaria resolvida. Mas Naás julgou que podia exigir ainda mais: que os olhos direitos de todos eles fossem vazados. 

Alem da dor e sofrimento que isso causaria, a perda do olho direito incapacitaria os homens para a guerra, pois o olho esquerdo, geralmente, ficava escondido sob o escudo. Com isso ele traria vergonha sobre todo o Israel, de quem faziam parte, pois seriam considerados fracos e covardes por permitirem que uma das suas cidades principais fosse assim maltratada, sem que procurassem resgatá-la.
Os anciãos de Jabes pediram-lhe o prazo de sete dias para que pudessem verificar se haveria em Israel alguém que os livrasse. Naás concedeu o seu pedido, aparentemente convencido que em tão pouco tempo seria impossível aos israelitas formarem um exército capaz de derrotá-lo, mesmo se os mensageiros conseguissem convencê-los a vir em seu socorro. A vergonha para Israel seria ainda maior. 

Por outro lado, se não concordassem em deixar os mensageiros passar, os cidadãos de Jabes provavelmente iriam resistir por muito mais tempo, e os amonitas teriam que tentar tomar a cidade à força, o que seria custoso, pois muitos morreriam, inclusive os homens de Jabes que haviam se oferecido a servi-los. A cidade já estava sitiada, portanto ninguém podia escapar.
Os mensageiros de Jabes atravessaram o rio Jordão e foram relatar o caso em Gibeá, mais ao sul, ou porque haviam sido mandados até lá, ou porque, no caminho, souberam que o novo rei de Israel estava lá. Mas Saul estava trabalhando com seus bois no campo: notemos a sua humildade pois, tendo sido aclamado rei da nação, não se achou tão importante a ponto de abandonar a assistência que dava ao seu pai.
O povo de Gibeá, ao saber da mensagem que lhe era trazida, se pôs a chorar: preferiam lamentar o perigo e triste destino dos seus irmãos em Jabes do que providenciar para ajudá-los - dar-lhes suas lágrimas mas não seu sangue. Eles choraram, desesperando de ajudar os de Jabes, e provavelmente receosos que o inimigo, tendo conquistado aquela cidade, avançasse até onde eles estavam. Eles também não confiavam no livramento do SENHOR.
Voltando Saul para a cidade, ouviu todo aquele choro e perguntou do que se tratava. Notemos sua compaixão pelo povo: como bom magistrado, ele sentia pelo povo quando ele chorava. Ao ser informado do que acontecia em Jabes Gileade, o Espírito de Deus se apossou dele e ele se irou, zeloso pela segurança e honra de Israel. 

A ira é uma emoção forte, mas é admissível quando dirigida contra a crueldade e injustiça. A ira de Saul o moveu a tornar providências para socorrer os habitantes de Jabes. Nós também podemos canalizar nossa ira contra o pecado e a perversidade construtivamente, dentro dos desígnios de Deus.
Fazendo uso da sua nova autoridade e poder, Saul mandou mensageiros por todo o reino, convocando o povo inteiro para a guerra contra os amonitas. Modestamente, ele incluiu o profeta Samuel na sua mensagem ao povo, talvez porque ainda não tinha confiança na obediência do povo somente a ele próprio. Também ameaçou destruir os rebanhos daqueles que não o atendessem: leis sem sanção de uma pena pelo não cumprimento, têm pouca força.
O povo realmente veio, mas foi porque caiu sobre eles o temor do SENHOR: tão solidários estavam que saíram como um só homem. A tribo de Judá é mencionada em separado, como acontece muitas vezes na Bíblia. 

Não só era a tribo maior (Números 1.20-46), e da qual sairia mais tarde a maioria dos reis de Israel (Gênesis 49.8-12), mas seria uma das poucas tribos para voltar-se para Deus após um século de cativeiro, e, principalmente, era a tribo de onde proviria o Messias, o Senhor Jesus (Miqueias 5.2).
Tudo aconteceu muito depressa, tanto que Saul pode mandar os mensageiros dos habitantes de Jabes de volta com a promessa que no dia seguinte o exército de Israel já estaria ali para livrá-los.
Os mensageiros deram o recado aos de Jabes, que se alegraram muito. Aos amonitas eles prometeram entregar a cidade no dia seguinte, contando já com a chegada, bem cedo, do exército israelita para não ter que cumprir a sua promessa. 

Saul preparou a estratégia da batalha: dividiu seu exército em três companhias e atacou os amonitas em uma tática de surpresa, no meio do seu arraial, na "vigília da manhã": era a última das três vigílias da noite (Lamentações 2.19; Juízes 7.19, Êxodo 14.24-27), nas primeiras horas da manhã. Eles foram pegos de surpresa, e sofreram tamanha derrota, que dentre os que escaparam não ficaram dois juntos, fugindo cada um por si.
Com esse episódio, Saul demonstrou sua habilidade como líder da nação, dando ao povo a certeza que haviam escolhido o homem que desejavam.
Imediatamente foram até Samuel, a quem ainda consideravam o sábio juiz, e propuseram executar aqueles que haviam posto dúvida na autoridade de Saul como rei.
Saul não havia antes dado ouvidos àqueles homens que o rejeitavam, e mesmo agora ele não permitiu que os rebeldes fossem mortos porque naquele dia o SENHOR havia salvo Israel. Saul demonstrou compaixão pelos seus adversários e humildade diante do SENHOR, a quem atribuiu a vitória daquele dia. Começou muito bem!
Saul havia sido ungido rei em Ramá (1 Samuel 10.1), a cidade de Samuel (1 Samuel 2.11; 1 Samuel 7.17); o povo o aclamou rei em Mispa (torre de vigia - 1 Samuel 10.17-27), o centro político-religioso da nação no tempo de Samuel, onde o povo era convocado para as grandes ocasiões (Josué 18.26; Juízes 20.1,3; Juízes 21.1,5; 1 Samuel 7.5-16).

 Esta vitória sobre os amonitas confirmou sua autoridade no entendimento do povo, e Samuel então convocou o povo para renovar a coroação de Saul em Gilgal (rolando), o lugar onde Samuel administrava justiça ao povo (1 Samuel 7.16), e onde ele havia passado a oferecer sacrifícios quando a arca fora removida do tabernáculo em Siló (1 Samuel 10.8; 1 Samuel 13.7-9).
Todo o povo foi a Gilgal e proclamaram a Saul seu rei perante o SENHOR a quem trouxeram ofertas pacíficas. As cerimônias envolveram uma confirmação do reino nas mãos de Saul e uma afirmação de compromisso do povo para com ele.
As instruções que dizem respeito às ofertas pacíficas se encontram em Levítico 3. Eram uma maneira do povo expressar a sua gratidão e ação de graças a Deus, simbolizando a paz que vem àqueles que 0 conhecem e vivem de acordo com os seus mandamentos. 

Embora Deus não quisesse que o povo tivesse um rei humano, o povo estava demonstrando através das suas ofertas que Ele ainda era o seu Soberano. Infelizmente, essa atitude não durou muito, conforme Deus já havia predito (1 Samuel 8.7-19).

Que Deus o abençoe!

1 Samuel 10 - Samuel unge Saul como rei de Israel / O povo escolhe Saul para ser rei




Veremos um breve resumo dos capítulos 8 - Os israelitas pedem um rei e Deus concede-o.

Capítulo 9 - Saul busca as jumentas extraviadas e vai ter com Samuel.

Capítulo 10 - Samuel unge Saul como rei de Israel/ O povo escolhe Saul para seu rei.


Muitos dos males sofridos pelas nações em todos os tempos decorrem do fato de que elas tem tido, a sua frente, pessoas que servem a si próprios, ao invés de servirem a Deus.

“Não esperemos, em nossa pátria, governo de justiça e de paz e de segurança, enquanto não pudermos levar, para os altos postos de nossa pátria, homens e mulheres realmente tementes a Deus.”


“Bem aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que Ele escolheu para sua herança". (Salmos 33.12)


Depois de longo período dos juízes segue-se, na História de Israel, o reinado, cujo início focalizaremos. O reinado abrange a vida de três reis, com a duração de 120 anos (1102 – 982 a. C.) e foi um período de progresso e até de esplendor para Israel. 


Todavia assinala a rebeldia do povo, porque ao pedir um rei, estava, na realidade, desprezando o sistema de governo que Deus tinha planejado para seguir seus próprios planos. Essa rejeição iria trazer para o povo, conforme Samuel o preveniu, perdas, encargos e sofrimentos. Mas Deus condescendeu com o povo, e ajudou-o na escolha do primeiro rei.

(1 Samuel 10.17-25
"
17 -Convocou Samuel o povo ao SENHOR, em Mispa,
18 -e disse aos filhos de Israel: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Fiz subir a Israel do Egito e livrei-vos das mãos dos egípcios e das mãos de todos os reinos que vos oprimiam.
19 -Mas vós rejeitastes, hoje, a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe dissestes: Não! Mas constitui um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o SENHOR, pelas vossas tribos e pelos vossos grupos de milhares.
20 -Tendo Samuel feito chegar todas as tribos, foi indicada por sorte a de Benjamim.
21 -Tendo feito chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, foi indicada a família de Matri; e dela foi indicado Saul, filho de Quis. Mas, quando o procuraram, não podia ser encontrado.
22 -Então, tornaram a perguntar ao SENHOR se aquele homem viera ali. Respondeu o SENHOR: Está aí escondido entre a bagagem.
23 -Correram e o tomaram dali. Estando ele no meio do povo, era o mais alto e sobressaía de todo o povo do ombro para cima.
24 -Então, disse Samuel a todo o povo: Vedes a quem o SENHOR escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então, todo o povo rompeu em gritos, exclamando: Viva o rei!
25 -Declarou Samuel ao povo o direito do reino, escreveu-o num livro e o pôs perante o SENHOR. Então, despediu Samuel todo o povo, cada um para sua casa". ).

O povo pede um rei – Leia 1 Samuel 8: Por muitos anos Samuel julgou com toda a justiça, mas ao envelhecer, colocou os seus filhos como juízes sobre o povo, os quais não andaram segundo os seus caminhos. 


Perverteram de tal maneira o juízo (1 Samuel 8.1-3 - "E sucedeu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel. E o nome do seu filho primogênito era Joel, e o nome do seu segundo, Abia; e foram juízes em Berseba. Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele, antes se inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o direito".), que os anciãos de Israel se congregaram e vieram a Samuel, a Ramá, e exigiram dele que colocasse sobre o povo um rei. 

Embora fosse esse o pretexto, na realidade o povo queria era igualar-se às demais nações. Manifestava, assim, um espírito vaidoso e rebelde. Mas o Senhor, visto que trata com o homem respeitando sua liberdade, depois de mandar Samuel alertar o povo sobre os perigos e as desvantagens do que pediam, ordenou a escolha do rei.

Saul é ungido e aclamado rei – 1 Samuel 9.2 - "Este tinha um filho, cujo nome era Saul, moço, e tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo". Saul era modo, belo e majestoso.


Leia 1 Samuel 9. 10 ao 27. Samuel o encontrou Saul, quando ele procurava uns animais de sua fazenda, e, avisado por Deus de que era ele o escolhido para reinar, tomou azeite e o ungiu. Depois convocou o povo para apresentar-lhe o escolhido. 


O povo reuniu-se em Mizpá e o aclamou rei (1 Samuel 9.24 "Levantou, pois, o cozinheiro a espádua, com o que havia nela, e pô-la diante de Saul; e disse Samuel: Eis que o que foi reservado está diante de ti. Come; porque se guardou para ti para esta ocasião, dizendo eu: Tenho convidado o povo. Assim comeu Saul aquele dia com Samuel".)

Em seguida, declarou o direito do reino, isto é, organizou as leis do reino, e as escreveu num livro. ( 1 Samuel 10.25 - "E declarou Samuel ao povo o direito do reino, e escreveu-o num livro, e pô-lo perante o SENHOR; então despediu Samuel a todo o povo, cada um para sua casa".)


Samuel pode, assim, ser considerado o organizador do Reino de Israel. Terminada a solenidade, todos voltaram para suas ocupações costumeiras, inclusive o próprio Saul. ( 1 Samuel 10.25 - "E declarou Samuel ao povo o direito do reino, e escreveu-o num livro, e pô-lo perante o SENHOR; então despediu Samuel a todo o povo, cada um para sua casa".)


Revelara-se, até então, possuidor de excelentes qualidades, que o fariam um bom rei. Entre elas, destacamos:


1) Humildade. Escolhido e procurado por Samuel, relutou, escondeu-se, quando era para ser apresentado ao povo. ( 1 Samuel 10.20-23 "Tendo, pois, Samuel feito chegar todas as tribos, tomou-se a tribo de Benjamim. E, fazendo chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, tomou-se a família de Matri; e dela se tomou Saul, filho de Quis; e o buscaram, porém não se achou. Então tornaram a perguntar ao SENHOR se aquele homem ainda viria ali. E disse o SENHOR: Eis que se escondeu entre a bagagem. E correram, e o tomaram dali, e pôs-se no meio do povo; e era mais alto do que todo o povo desde o ombro para cima".)


Dizendo ser filho da menor das tribos de Israel, e da menor das famílias de sua tribo. ( 1 Samuel 9.21 "Então respondeu Saul, e disse: Porventura não sou eu filho de Benjamim, da menor das tribos de Israel? E a minha família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me falas com semelhantes palavras?")


2) Coragem. Lutou contra os amonitas e os derrotou (Leia 1 Samuel 11), e enfrentou, ousadamente, os filisteus.

O reinado visto como deslealdade – Leia I Samuel 10.17-20: Nesse texto há dois ensinos de grande valor:

1) O primeiro está no exemplo de Samuel. Não era desses líderes cheios de vaidade e egoísmo, capazes de quebrar lanças e de colocarem o mundo abaixo para permanecerem no cargo de poder. Não colocava a si mesmo em primeiro lugar, mas sim o interesse do Reino de Deus e a vontade do povo. Era , naqueles dias, um verdadeiro democrata. Se o povo queria um rei, e se Deus mesmo permitira que o tivesse, não seria ele que o impediria. Ele mesmo cooperou humildemente na escolha e na unção do rei, e na organização do reino.


2) O segundo está no fato de que nessa decisão o povo está praticando deslealdade para com Deus. O reinado nasceu da rebelião do povo. Em 1 Samuel 10.18 "E disse aos filhos de Israel: Assim disse o SENHOR Deus de Israel: Eu fiz subir a Israel do Egito, e livrei-vos da mão dos egípcios e da mão de todos os reinos que vos oprimiam", Deus lembra que ele mesmo tinha tirado o povo do Egito e o tinha protegido até ali.


Em 1 Samuel 10.19, "Mas vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe tendes falado: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o SENHOR, pelas vossas tribos e segundo os vossos milhares", declara Samuel a culpa do povo em rejeitar, por mera vaidade, o Deus que o tinha protegido. O plano de Deus para Israel era o de um reino teocrático, isto é, de um reino em que Deus mesmo o governaria por meio de servos de sua escolha.


Finalizando


Ainda corremos o risco de, pela nossa vaidade e pretensão, deixarmos os melhores caminhos que Deus tem escolhido para nós para seguirmos os nossos próprios planos. O fim nunca será o melhor se assim fizermos. Aprendamos a sondar a vontade de Deus em tudo quanto fizermos.
Deus permitiu ao povo ter a sua própria forma de governo. Deus respeita o livre arbítrio do ser humano. Além de permitir, ainda ajudou-o na escolha do rei. Esse fato aumenta nossa responsabilidade. 

Temos um Deus que nos ama e que nos quer guiar, mas que não impede de fazermos nossas escolhas. Vejamos, pois onde colocamos nossos pés.
Muitos dos males sofridos pelas nações em todos os tempos decorrem do fato de que elas tem tido, à sua frente, pessoas que se servem a si próprios, ao invés de servirem a Deus. Não esperemos, em nossa pátria, governos de justiça e de paz e de segurança, enquanto não pudermos levar, para os altos postos de nossa pátria, homens e mulheres realmente tementes a Deus.

O plano de redenção de Deus foi realizado mesmo com a mudança imposta pela exigência do povo. Deus é soberano, e seus desígnios não deixam de se cumprir. Mas Israel teria deixado de passar por muitas tragédias se, docilmente, se tivesse deixado conduzir conforme Deus planejara. 


Deus faz sua obra, muitas vezes, a despeito de nós. Nossas escolhas não o impedem de realizar seus planos, mas, indo pelos caminhos mais difíceis, temos de sofrer as dores consequentes de nossa teimosia.

A rejeição de Samuel foi considerada como rejeição do próprio Deus. Cremos que, quando os cristãos se levantam, por motivos vaidosos, contra o seu pastor e a sua liderança, estão rejeitando e amargurando ao próprio Senhor Jesus, Senhor da obra.


Não há, em toda a história, um quadro mais belo de reprimido patriotismo e de pronta obediência à vontade divina do que o que se vê no velho Samuel quando renuncia a liderança da nação e unge o jovem Saul para reinar em seu lugar’ Esta lição deve ser aproveitada por aqueles que estão na liderança do trabalho de Deus. O reino é dele e não nosso. 

Se há necessidade por alguma circunstância séria, de deixarmos o nosso lugar para que outro ocupe, devemos abandoná-lo imediatamente. Não amarguradamente, colocando empecilhos aos passos do sucessor, mas fielmente, procurando ajudá-lo no início da carreira.

"Bem aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança".(Salmo 33.12).


O Salmista se referia a Israel, como povo escolhido, mas a bem aventurança que ele enuncia se aplica a qualquer povo. A nação que se constituísse de pessoas tementes a Deus; que, em seu conjunto, temesse a Deus, e o tomasse como Deus, seria feliz. Os males dos povos, as crises, as guerras, as fomes, as injustiças, etc., vêm sempre de que os povos não tomam o Senhor como Deus.


Os governantes, via de regra, preocupam-se mais em servir-se a si próprios do que a Deus. O princípio se aplica, também, a nós, cristãos, que formamos o Israel espiritual. Daí se compreende que o melhor serviço que as igrejas de Cristo podem prestar é mesmo pregarem o evangelho.


Que Deus continue nos ajudando e nos abençoando! Que a Graça, a Paz e a Misericórdia do Senhor e Salvador Jesus Cristo; Que o Grande, Eterno, Infinito e Sublime Amor de Deus; e que as Consolações, o Conforto, a Comunhão e o Poder do Espírito Santo, sejam com todos, hoje, sempre, eternamente!


Amém!

Que Deus te abençoe!

1 Samuel 7 - Samuel exorta ao arrependimento / Os filisteus são vencidos













Introdução


Estranhamente, Samuel está ausente da narrativa dos capítulos 4 a 6. Seu nome não é mencionado desde o capítulo 4, verso 2, até o capítulo 7, verso 2. Parece que ele não está com a Arca quando ela é levada para a batalha contra os filisteus no capítulo 4. Ele não faz parte da humilhação dos filisteus nos capítulos 5 e 6. Mas ele é uma parte muito importante do reavivamento de Israel descrito no capítulo 7.

As mesmas coisas que não acontecem em Israel quando a Arca está em Siló são as que acontecem sem o envolvimento da Arca no capítulo 7. A Arca não é o instrumento pelo qual Deus trabalha (como os israelitas erroneamente supunham); Ele trabalha por meio de Sua Palavra e da oração feita pelo profeta Samuel.

Deus leva embora a tábua de salvação de Israel, a Arca, e agora eles têm que procurar segurança em outro lugar. Samuel lhes diz onde procurar. Ele conclama a nação a se voltar para o Senhor de todo o coração. Eles irão demonstrar seu arrependimento abandonando todos os seus ídolos pagãos. (Por isso, vemos que a Arca realmente é um entre muitos ídolos para os israelitas - talvez o maior deles, mas apenas um ídolo).

Eles se propõem a servir somente a Deus e esperar somente Nele pela libertação dos filisteus. Samuel, então, reúne todo Israel em Mispa, não muito longe de sua casa em Ramá, prometendo orar ao Senhor em favor da nação. O povo tira água e a derrama perante o Senhor. Uma vez que está escrito que eles também jejuam nesse dia, parece que a nação se abstém de comida ou água como sinal de seu arrependimento e sinceridade em buscar a Deus. Quando confessam seus pecados, Samuel ora por eles.

Aparentemente, Mispa era um lugar de adoração com vista para a área ao seu redor. Militarmente falando, era um local ideal para se defender na guerra. Os filisteus ainda não aprenderam a lição dada por Deus. Eles presumem que Israel tenha se reunido em Mispa para guerrear. Eles já tinham se saído vitoriosos sobre os israelitas antes e, por isso, presumem que serão bem sucedidos novamente.

Os israelitas ficam amedrontados quando ouvem que os filisteus estão chegando. Eles não têm a Arca para levar com eles para a batalha (além disso, ela não funcionou da última vez que a usaram); portanto, tudo o que podem fazer é se lançar sobre o Senhor e confiar Nele. Eles terão que apelar para Ele na base da graça, não da mágica. Eles suplicam a Samuel, implorando que ele ore ao Senhor em seu favor, pedindo-Lhe que os livre dos filisteus que se aproximam.

Samuel oferece um holocausto completo ao Senhor em favor dos israelitas. Ele clama ao Senhor, suplicando-Lhe que os livre, e Deus atende sua oração. Samuel ainda está oferecendo o sacrifício, quando chegam os guerreiros filisteus. Os israelitas estão totalmente despreparados para este ataque, mas o Senhor parece produzir uma grande tempestade (ou, pelo menos, sons de trovão), que causa uma tremenda confusão entre os guerreiros filisteus e permite que os israelitas prevaleçam sobre eles.

De Mispa, os israelitas perseguem os filisteus até Bete-Car, uma cidade cuja localização é desconhecida. Samuel, então, coloca uma pedra entre Mispa e Sem, chamando-a de Ebenézer, que significa pedra ou rocha de auxílio, um memorial de que esta batalha foi vencida com o auxílio do Senhor.

O resultado é o fim do domínio filisteu sobre Israel. Daí em diante, eles não invadem Israel novamente nos dias de Samuel, pois a mão do Senhor é com ele e contra eles. As cidades tomadas pelos filisteus são devolvidas a Israel. Também é estabelecida a paz entre os israelitas e os amorreus. O autor relaciona todas estas coisas diretamente ao governo de Samuel.

Ele é sacerdote, profeta e juiz sobre todo Israel. Ele é uma espécie de juiz itinerante, que circula de Betel a Gilgal e a Mispa, julgando Israel em cada um destes lugares. Quando faz seu circuito, ele sempre retorna à sua casa em Ramá. Ali ele também julga Israel e constrói um altar ao Senhor.

Conclusão

A primeira coisa que me chama a atenção neste texto são as reversões. Israel não está servindo só a Deus, de todo o coração. Toda sorte de pecados está sendo praticada no mesmo lugar onde a Arca é mantida. Os sacerdotes são corruptos, vis e impenitentes. Israel sai para guerrear com os filisteus, levando a Arca para garantir a vitória, sendo miseravelmente derrotado e a Arca capturada e levada para Asdode em território filisteu. Ainda assim, no final da história, a Arca está de volta.

Israel se arrepende de seus pecados, abandona seus ídolos e confia somente em Deus. Quando os filisteus atacam os israelitas que estão prestando culto a Deus, Deus os derrota, e o período de domínio filisteu termina. É importante ver claramente como ocorre esta reversão. O regresso da Arca, o arrependimento e reavivamento de Israel, e a vitória militar decisiva sobre os filisteus ocorrem em conseqüência da graça e do poder de Deus, não pelos méritos espirituais de Israel ou pelo uso mágico da Arca.

A segunda reversão é um pouco mais sutil, mas bastante perceptível quando refletimos sobre ela. Há uma clara mudança na intenção e na disposição de nosso texto do capítulo 5 ao capítulo 7. Pareceu-me por uns instantes perceber minha própria mudança de disposição enquanto trabalhava nele. No início da lição, no capítulo 5, estava bastante descontraído, gracejando enquanto lia a narrativa inspirada do autor sobre a humilhação de Deus à Dagom e seus adoradores filisteus.

Há séculos é provável que os judeus que leiam esta narrativa da permanência da Arca por 7 meses em território filisteu morram de rir. Um judeu devoto, ao ler este relato, poderia pensar: Como os filisteus foram loucos. Como podem ser tão lerdos para entender que é a mão de Deus pesando sobre eles? Como podem ser tão loucos a ponto de tentar aplacar a ira de Deus justamente com uma oferta pela culpa de ratos e hemorroidas de ouro? E ainda imaginar a doidice de enviar a Arca de volta a Israel num carro de boi?

Se os filisteus são tão doidos, e isto poderia ser uma fonte de diversão para um judeu devoto, fico me perguntando como o olhar desse mesmo judeu deve mudar quando vê os israelitas começando a morrer aos montes, essencialmente pela mesma razão: irreverência pelas coisas santas de Deus e por desobediência às leis que proíbem exatamente as coisas que estão fazendo (tais como olhar para a Arca ou para dentro dela). Se ver os filisteus arrastando a Arca de uma cidade para outra diverte os leitores judeus, como será que eles reagem ao verem os israelitas de Bete-Semes tentando despachar a Arca para Quiriate-Jearim?

O fato é que o erro dos israelitas da época de Samuel é muito parecido com o erro dos filisteus. Tanto israelitas quanto filisteus tendem a ver a Arca com muita leviandade. Eles não têm nenhum respeito pela santidade de Deus e pelos objetos sagrados. Tanto uns quanto outros tendem a considerar a Arca como um ídolo. Eles procuram controlar a Deus, em vez que confiar Nele e obedecer a Seus mandamentos.

O erro de israelitas e filisteus parece muito antigo e longínquo. Como podemos, esclarecidos como somos, repetir os mesmos pecados? A resposta, em resumo, é Fácil. Vamos observar primeiramente os pecados dos israelitas. Deixe-me fazer algumas afirmações, pautadas na cultura dos tempos antigos que estamos considerando, e então pensar um pouco em suas versões atuais e em seus erros.

(1) O jeito de conquistar filisteus pagãos para a verdadeira fé israelita é convidá-los para o culto, minimizando qualquer elemento negativo e ofensivo (sem importar o quanto seja vital para a fé) e esforçando-se para que se sintam confortáveis e bem-vindos.

(2) Enquanto formos sinceros em nossa adoração, Deus não se importará com a forma que ela tome. Se nosso culto a Deus é diferente do culto prestado por Israel, é apenas porque Deus trabalha criando novas e excitantes formas de adorá-Lo.

(3) Sei que Deus disse em Sua Lei que as coisas sagradas do Tabernáculo deveriam ser manuseadas de certa forma e que somente pessoas escolhidas poderiam realizar determinadas funções, mas isto é politicamente incorreto. Todo mundo deveria ser igual, no sentido de que nenhuma função pode excluir alguns e incluir outros. Portanto, esqueça esse negócio de que só os levitas podem transportar a Arca, e deixe que qualquer um que se sinta em condições assuma o papel de levita no culto.

(4) Existe um jeito mágico de manipular a Deus, mantendo-O sob controle, a fim de que satisfaça nossas concupiscências e conceda nossos desejos pecaminosos. Este jeito é levar o símbolo da presença de Deus junto conosco, esperando que ele garanta nosso sucesso... Outro jeito, visto ao longo da história de Israel, é ver as leis e promessas de Deus como uma espécie de fórmula mágica: Se eu fizer isto, isto e isto, Deus vai fazer aquilo... Este é o tipo de pensamento deus constrangido e Deus não pode ser constrangido, embora certamente Ele possa e constrangerá aqueles que tentem fazê-lo.

Os filisteus erram em muitas coisas e devemos fazer uma pausa para considerar a natureza de seus erros. A coisa que mais me fascina é seu uso e abuso de métodos científicos. Nosso texto se empenha em nos informar sobre as coisas que fazem para testar suas experiências, a fim de terem certeza de que realmente é a mão de Deus que pesa sobre eles, causando a praga.

Eles tentam manter a mente aberta quando Deus esparrama Dagom no chão, partindo-o em pedaços na segunda vez. Eles também querem ter certeza de que as pragas vêm da mão de Deus. Assim, há um meio cuidadosamente planejado para a Arca ser liberada de volta a Israel. Estas são antigas manifestações daquilo que chamamos de método científico.

Infelizmente, os filisteus parecem ser científicos, mas não querem ir aonde as evidências apontam. Mesmo quando tudo aponta para o Deus vivo e todo-poderoso de Israel, que está empenhado em cuidar de Seu povo, eles ainda preferem mandar Deus embora da cidade, continuando a servir a seu deus inanimado e despedaçado, Dagom. Eles o escoram, juntam seus pedaços e até santificam o limiar onde caiu, mas não abandonarão um ídolo morto para adorar e servir ao Deus vivo.

Às vezes ouço cristãos sendo criticados por não serem científicos, e também ouço cristãos criticando o método científico. Na verdade, quando aplicados cientificamente, esses métodos mostram as verdades abraçadas pelos cristãos. Será que é científico os filisteus realizarem todos estes testes e depois voltarem a seus ídolos inanimados? Seria bem mais científico se eles abandonassem seus ídolos e confiassem no Deus de Israel. Os cristãos são criticados por não serem científicos? A incredulidade é muito mais irracional, e nada científica.

Com isto desejo mostrar como Deus trabalha na vida de Seu povo, tirando-o da imoralidade e idolatria e trazendo-o ao arrependimento e restauração. Nosso texto mostra claramente uma série de acontecimentos e mudanças que levam à renovação espiritual de Israel. Primeiramente Deus produz nos israelitas um profundo senso de Sua santidade e o temor correspondente (reverência) por Si mesmo.

A imoralidade e a violência tomam conta dos sacrifícios e dos objetos sagrados de Israel (como a Arca). A Arca é levada para a guerra como se fosse um pé de coelho. Depois que muitas pessoas são levadas à morte simplesmente por olharem para a Arca (ou para dentro dela), os israelitas começam a se perguntar quem é capaz de permanecer na presença do Senhor (6.20).

Agora, o povo de Deus está começando a compreender quão superior e quão diferente é o único e verdadeiro Deus. Este é o ponto de partida para a renovação espiritual de Israel. Estou convicto de que é aqui que começa o verdadeiro reavivamento, com um profundo senso da santidade de Deus e o senso correspondente da magnitude de nosso pecado e da nossa indignidade diante de Deus.

Os israelitas vêem sua idolatria e se arrependem, abandonando seus ídolos e voltando-se somente para Deus. É isto que os homens precisam fazer hoje. Deus providenciou um único meio pelo qual os pecadores podem ser perdoados e tornados justos, e esse meio é pela fé na pessoa e na obra de Jesus Cristo.

Quando os israelitas buscaram primeiramente a Deus, Deus lhes deu a vitória sobre seus inimigos. Hoje também é assim. Um profundo senso da santidade de Deus, seguido pela confissão de nossos pecados e pelo abandono de qualquer coisa em que confiemos que não seja em Deus e na Sua providência - esta é a maneira como Deus tira os pecadores da irreverência, do pecado e do juízo, e os leva para a retidão, perdão, paz e acesso à Sua presença santa.

Que Deus o abençoe!

1 Samuel 6 - Os filisteus enviaram a arca para fora da sua terra / A arca chega a Bete-Semes




Durante sete meses a Arca de Deus fica num aparente cativeiro. Durante sete meses os filisteus são afligidos pelo peso da mão de Deus. A única opção que resta agora é clara: a Arca deve ser devolvida a Israel. A única pergunta é Como? 

No capítulo 5, onde a Arca é considerada um problema político, o assunto é discutido pelos príncipes filisteus e ela é enviada de cidade em cidade, até que ninguém mais a queira. Agora, a Arca é um problema religioso, e os sacerdotes filisteus são questionados sobre a maneira de devolvê-la sem enfurecer ainda mais o Deus de Israel.

Os sacerdotes filisteus dão a seus príncipes instruções muito específicas quanto ao regresso da Arca. Estas instruções não são baseadas no conhecimento de Deus ou de Sua lei, mas fruto de sua própria teologia pagã. Eles recomendam que a Arca não seja enviada vazia. Ela deve ser acompanhada por uma oferta pela culpa. 

É interessante que a idéia de culpa seja levantada. Isto não parece ser devido a uma consciência pessoal ou coletiva de pecado. Antes parece se basear na suposição de que as pragas sejam uma manifestação do orgulho nacionalista de Deus e resultado de sua ira, devido à captura da Arca. O Deus de Israel precisa ser acalmado, mas, como? Os sacerdotes filisteus só conseguem pensar numa coisa: uma solução idólatra. Eles aconselham os príncipes a acalmar a Deus fazendo uma oferta pela culpa de ouro. 

Não é uma simples oferta de ouro como se fosse um suborno, mas cinco imagens de hemorroidas (ou tumores) e cinco de camundongos (ou ratos). Eles garantem que isto acalmará a Deus, resultando na cura dos filisteus. Se isto detiver a praga, eles terão certeza de que encontraram a explicação para a ira de Deus e seu sofrimento.

Em alguns aspectos, o conhecimento dos filisteus sobre a história de Israel e seu Deus é surpreendente. Eles estão bem informados a respeito do êxodo. Eles sabem que faraó e os egípcios endureceram o coração contra Deus, mesmo Ele tendo lançado diversas pragas sobre eles. 

Os filisteus não desejam cometer o mesmo erro. Por isso, sugerem que a Arca volte para Israel, junto com uma oferta pela culpa. Os egípcios erraram em não deixar que os israelitas fossem embora. Eles não errarão em não deixar que a Arca se vá.

Embora estejam ansiosos para se livrarem da Arca, ainda querem ser cautelosos. Eles estão dispostos a admitir que a Arca de Deus seja a causa de seu sofrimento. Eles deixarão a Arca ir como os egípcios deixaram Israel ir, mas não a enviarão sozinha. Eles bolam um plano que só funcionará se a Arca for a causa de seu sofrimento, e se Deus puder mudar o curso da natureza. 

Os sacerdotes aconselham os príncipes a colocarem a Arca, junto com a oferta, num carro de boi novo. O carro deve ser puxado por duas vacas leiteiras, que ainda amamentem seus bezerros. Os bezerros devem ficar presos longe de suas mães. As vacas devem, então, ser atreladas ao carro e deixadas livres para partir. Se elas seguirem o curso da natureza, voltarão para seus bezerros. Se as pragas forem de Deus, que deseja o regresso da Arca, então as vacas deixarão seus bezerros para trás, levando a Arca diretamente para Israel. 

Se as vacas levarem o carro e a Arca de volta aos israelitas, eles podem presumir que todos os seus problemas vêm de Deus e que fizeram a escolha certa deixando a Arca ir embora. Se não, poderão ficar com a Arca, certos de que todas as pragas são mera coincidência.

As vacas são atreladas ao carro e os bezerros presos longe de suas mães. A Arca e a oferta pela culpa são colocadas no carro e as vacas são liberadas. Elas vão direto pela estrada que leva a Bete-Semes em Israel, mugindo, sem se desviar para a direta ou para a esquerda. Os príncipes filisteus seguem à distância, até observarem o carro e sua carga irem direto para o território de Israel.

Antes de voltar nossa atenção à reação dos israelitas ao regresso da Arca, vamos fazer uma pausa para meditar sobre a oferta pela culpa que os filisteus fazem ao Deus de Israel. Como mencionado anteriormente, esta oferta é fruto da religião pagã dos filisteus e não uma prática da fé judaica, conforme prescrito na lei de Moisés. 

Na lei de Moisés, a oferta pela culpa era um sacrifício de sangue. Não há nenhum sangue envolvido na oferta dos filisteus. A razão para a oferta pela culpa é o pecado daquele que oferece o sacrifício a Deus. Não há nenhum reconhecimento de pecado pelos filisteus, só a idolatria dos instrumentos do juízo divino: ratos (camundongos) e hemorroidas (ou tumores). Os filisteus não percebem que sua oferta é uma ofensa ao Deus de Israel e não uma oferta que aplaque Sua ira. 

Há certa sabedoria humana nesta oferta pela culpa. Afinal, os ratos não são parte da praga e os tumores instrumentos da ira de Deus? Há cinco príncipes e cinco cidades principais, portanto, por que não cinco tumores de ouro e cinco roedores de ouro? Embora sua oferta seja lógica, ela não é bíblica. A suspensão da praga e a cura dos filisteus não são consequências de sua oferta pela culpa, mas dádivas da graça de Deus.

Os israelitas de Bete-Semes que testemunham o regresso da Arca ficam pasmos quando percebem que ela voltou a Israel. Aqueles que fazem a sega nos campos são os primeiros a vê-la, e os israelitas desse lugar, rápida e alegremente, oferecem sacrifício a Deus, usando a madeira do carro de boi para alimentar o fogo e as vacas para o sacrifício. 

É uma ocasião alegre e festiva, mas rapidamente o espírito dos adoradores israelitas se abate quando a praga irrompe entre os moradores da cidade. Algumas pessoas, com desobediência e irreverência, olham para dentro da Arca e boa parte dos habitantes do lugar é ferida de morte.

Os sobreviventes deste massacre ficam assustados e aterrorizados. Não sabem o que fazer. Por que Deus feriu de morte tantos adoradores israelitas? Se as pessoas morrem por razões como esta, como a Arca pode ficar entre eles? Quem é capaz de permanecer na presença do Deus Santo? E, para quem enviarão a Arca? Até parece um ardil 22. Os israelitas se encontram numa situação bastante parecida com a que foi enfrentada pelos filisteus, exceto pelo fato da Arca pertencer a Israel, não aos filisteus.

Os filisteus são alvo de uma praga enviada por Deus porque a Arca está entre eles. Por isso, procuram enviá-la de uma cidade para outra. Agora, de volta à Israel, os israelitas são alvo de um terrível mal enviado por Deus. Da mesma forma que os filisteus, os israelitas de Bete-Semes procuram enviar a Arca para outro lugar, para que o peso da mão de Deus seja retirado deles. 

A cidade de Quiriate-Jearim é a escolhida. Os homens daquela cidade chegam e levam a Arca de Deus para lá, colocando-a na casa de Abinadabe, aos cuidados de Eleazar, seu filho, que é especialmente consagrado para isso. Ali, a Arca de Deus ficará aproximadamente 20 anos, até que seja resgatada por Davi. Pelos próximos 20 anos, não haverá nenhum pé de coelho em que os israelitas possam depositar sua confiança. Eles terão que confiar no próprio Deus, assistido por Samuel, seu profeta, sacerdote e juiz.

Está escrito que todo o Israel se lamenta para o Senhor durante esses anos. Exatamente o quê isso significa? Será que este é o tipo de lamentação que o Senhor chama de bem-aventurança no Sermão do Monte? Lamentar é demonstrar pesar pela maneira como as coisas estão. Parece que todo o Israel lamenta o fato de, apesar de seu regresso a Israel, a Arca não ter nenhuma funcionalidade. 

Ela está, como se diz, fora de serviço. É mais ou menos como determinado dispositivo com uma função muito importante que está quebrado, que não pode ser utilizado. 

Parece uma grande tragédia; no entanto, o resto dos versículos do capítulo 7 parece indicar o contrário. Embora a Arca esteja fora de serviço e não possa ser levada para a guerra, o povo de Israel se arrepende de seus pecados, abandona seus ídolos, confia em Deus e encontra a vitória.

Que Deus o Abençoe!

1 Samuel 5 - A arca, na terra dos filisteus, causa-lhes aflições




Os Filisteus e Seu Deus Nas Mãos de Deus
(5.1-12)

Os filisteus tomaram a arca de Deus e a levaram de Ebenézer a Asdode. Tomaram os filisteus a arca de Deus e a meteram na casa de Dagom, junto a este. Levantando-se, porém, de madrugada os de Asdode, no dia seguinte, eis que estava caído Dagom com o rosto em terra, diante da arca do SENHOR; tomaram-no e tornaram a pô-lo no seu lugar. 

Levantando-se de madrugada no dia seguinte, pela manhã, eis que Dagom jazia caído de bruços diante da arca do SENHOR; a cabeça de Dagom e as duas mãos estavam cortadas sobre o limiar; dele ficara apenas o tronco. 

Por isso, os sacerdotes de Dagom e todos os que entram no seu templo não lhe pisam o limiar em Asdode, até ao dia de hoje. Porém a mão do SENHOR castigou duramente os de Asdode, e os assolou, e os feriu de tumores, tanto em Asdode como no seu território. 

Vendo os homens de Asdode que assim era, disseram: Não fique conosco a arca do Deus de Israel; pois a sua mão é dura sobre nós e sobre Dagom, nosso deus. Pelo que enviaram mensageiros, e congregaram a si todos os príncipes dos filisteus, e disseram: Que faremos da arca do Deus de Israel? Responderam: Seja levada a arca do Deus de Israel até Gate e, depois, de cidade em cidade. E a levaram até Gate. 

Depois de a terem levado, a mão do SENHOR foi contra aquela cidade, com mui grande terror; pois feriu os homens daquela cidade, desde o pequeno até ao grande; e lhes nasceram tumores. Então, enviaram a arca de Deus a Ecrom. Sucedeu, porém, que, em lá chegando, os ecronitas exclamaram, dizendo: Transportaram até nós a arca do Deus de Israel, para nos matarem, a nós e ao nosso povo. 

Então, enviaram mensageiros, e congregaram a todos os príncipes dos filisteus, e disseram: Devolvei a arca do Deus de Israel, e torne para o seu lugar, para que não mate nem a nós nem ao nosso povo. Porque havia terror de morte em toda a cidade, e a mão de Deus castigara duramente ali. Os homens que não morriam eram atingidos com os tumores; e o clamor da cidade subiu até ao céu.

Derrubando Dagom 
(5.1-5)

Do ponto de vista meramente humano, parece que Deus seja refém dos filisteus. Da perspectiva dos israelitas, o sofrimento de Eli, a morte de sua nora e de outros israelitas ante a captura da Arca são compreensíveis. Mas o Deus de Israel não é um ídolo; Ele não precisa de homens para carregá-Lo. É Ele quem carrega Israel:

Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele? O artífice funde a imagem, e o ourives a cobre de ouro e cadeias de prata forja para ela. O sacerdote idólatra escolhe madeira que não se corrompe e busca um artífice perito para assentar uma imagem esculpida que não oscile. Acaso, não sabeis? Porventura, não ouvis? Não vos tem sido anunciado desde o princípio? Ou não atentastes para os fundamentos da terra? 


Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar; é ele quem reduz a nada os príncipes e torna em nulidade os juízes da terra. Mal foram plantados e semeados, mal se arraigou na terra o seu tronco, já se secam, quando um sopro passa por eles, e uma tempestade os leva como palha. 

A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? — diz o Santo. Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar. (Isaías 40.18-26)

Bel se encurva, Nebo se abaixa; os ídolos são postos sobre os animais, sobre as bestas; as cargas que costumáveis levar são canseira para as bestas já cansadas. Esses deuses juntamente se abaixam e se encurvam, não podem salvar a carga; eles mesmos entram em cativeiro. Ouvi-me, ó casa de Jacó e todo o restante da casa de Israel; vós, a quem desde o nascimento carrego e levo nos braços desde o ventre materno. Até a vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei. A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo? (Isaías 46.1-5)


Até posso imaginar a alegria e a breve exultação dos filisteus por sua aparente vitória, ao levarem a Arca de Deus de Ebenézer para Asdode, uma de suas principais cidades ao norte. Para eles, derrotar os israelitas e capturar a Arca era como derrotar a Deus. 


Provavelmente, foi com grande cerimônia que eles levaram a Arca de Deus para a casa de um de seus principais deuses, Dagom. Eis ali, posta diante de Dagom em posição simbólica de submissão, a Arca de Deus. Agora Dagom prevalece sobre Deus da mesma forma que os filisteus prevaleceram sobre Israel - ou assim eles pensam. Eles vão cair do cavalo.

Que susto eles levam no início da manhã seguinte quando chegam para louvar e adorar seu deus, Dagom, pela vitória sobre Israel. Ali, em seu próprio templo, seu ídolo jaz prostrado no pó diante da Arca de Deus. 


Imagine só as desculpas e explicações dadas por eles em defesa de seu deus. Vai ver não estava na posição correta. Teria sido um terremoto? Seja qual for a razão, quando os sacerdotes filisteus deixam o templo naquele dia, seu deus está bem ancorado em sua casa. Não haverá mais nenhuma queda, com certeza.

Será que um grupo maior do que o de costume vai à casa de Dagom no dia seguinte? Será que os filisteus querem se convencer de que a manhã do dia anterior foi algum tipo de acaso? Será que não foram as forças da natureza (como dizem os inspetores de seguro)? 


Quando chegam no início da manhã seguinte, as coisas estão ainda piores do que no dia anterior. Dagom uma vez mais está caído diante de Deus, só que, desta vez, suas mãos e sua cabeça são separadas quando o ídolo bate no limiar da porta. 

Será que os filisteus ainda pensam que o Deus de Israel esteja em suas mãos? As mãos de seu deus estão no pó, assim como sua cabeça. A Arca de Deus pode estar nas mãos dos filisteus, mas o deus dos filisteus está nas mãos do único e verdadeiro Deus, o Deus de Israel.

Será que Dagom está nas mãos de um Deus irado? Creio que sim. A coisa mais espantosa nos versos 1-5 não é a prostração de Dagom diante da Arca de Deus, mas a reação dos sacerdotes filisteus a este segundo ato simbólico. A Arca não é um ídolo; a Arca não é o Deus de Israel. A Arca é um símbolo da presença de Deus em meio a Seu povo. Ela representa um papel importante no culto de Israel, mas não é um ídolo. 


Dagom é um ídolo que os homens esculpiram para ser seu deus. Este ídolo filisteu caiu duas vezes diante da Arca de Deus e se quebrou com o impacto, exigindo reparos. O deus dos filisteus cai diante da Arca de Deus e depois tem que ser devolvido à oficina para conserto. O que será que isto diz aos filisteus?

Será que um verdadeiro Deus tem que ser erguido do solo? Será que um verdadeiro Deus se quebra? Será que um verdadeiro Deus tem que ser colado novamente? Se estes sacerdotes pagãos pensarem direito, vão ver que a imagem de Dagom pertence ao ferro-velho ou ao depósito de lixo da cidade. Que tipo de deus tem que ser erguido e levado para o conserto porque está quebrado? 


Mesmo assim, estes sacerdotes não se humilham e confessam que o Deus de Israel é o único e verdadeiro Deus. Eles não deixam de adorar um pedaço de madeira, pedra ou metal. Pelo contrário, eles declaram que o limiar onde o ídolo se quebrou é santo. Daí em diante, o limiar se transforma num objeto sagrado. 

A destruição de seu deus no limiar da porta deveria ter lhes ensinado uma lição, mas eles não a aprenderam. Não é de admirar que algumas lições ainda mais difíceis estejam por vir.


Atormentados por Tumores 
(5.6-12)

De certa forma, o autor já nos preparou para o que lemos nos versos 6-12 do capítulo 5:

Ouvindo os filisteus a voz do júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então, souberam que a arca do SENHOR era vinda ao arraial. E se atemorizaram os filisteus e disseram: Os deuses vieram ao arraial. E diziam mais: Ai de nós! Que tal jamais sucedeu antes. Ai de nós! Quem nos livrará das mãos destes grandiosos deuses? São os deuses que feriram aos egípcios com toda sorte de pragas no deserto. Sede fortes, ó filisteus! Portai-vos varonilmente, para que não venhais a ser escravos dos hebreus, como eles serviram a vós outros! Portai-vos varonilmente e pelejai! (I Samuel 4.6-9)


Aqui no capítulo 4, uma vez mais os filisteus estão prestes a travar combate com os israelitas, quando ficam sabendo que estes trouxeram a Arca de Deus para levá-la ao campo de batalha. Ao ouvirem que a Arca está com os israelitas, os filisteus ficam muito assustados. Eles relembram o papel que a Arca desempenhou no passado de Israel, especialmente em relação à libertação do cativeiro egípcio na época do êxodo. 


Uma coisa é falarem sobre a derrota de faraó e seu exército, pois estão prestes a guerrear com os israelitas. Outra é falarem sobre como Deus feriu os egípcios com toda sorte de pragas no deserto. O que as pragas têm a ver com lutar com os israelitas? Os filisteus vêem a ligação, e o autor se certifica de que também a vejamos. O resultado final é que, aquilo que os filisteus temem no capítulo 4, recai sobre eles no capítulo 5.

Na casa de Dagom, Deus mostra aos filisteus que seu ídolo não tem nenhum poder em Suas mãos. Agora Deus começa a agir nos próprios filisteus. Eles pensam que venceram a Deus? As mãos de Dagom foram quebradas. A mão de Deus o fez. Agora, a mão de Deus pesa sobre os filisteus do lugar onde a Arca está - Asdode e seus arredores. 


É impossível ser categórico quanto à natureza exata da praga que Deus lança sobre os filisteus. Algumas traduções sugerem que o mal trazido sobre os habitantes de Asdode (e depois sobre os habitantes dos outros lugares para onde a Arca é enviada) seja hemorroida. Outros pensam que Deus tenha ferido os filisteus com alguma espécie de tumor. 

Não sabemos ao certo, e provavelmente não saberemos até a vinda do Senhor. Embora haja certa justiça poética em pensar nos filisteus sofrendo de hemorroidas, o mal parece ser bem mais grave que este. Parece que as pessoas não estão apenas sofrendo dor e irritação, mas estão morrendo como moscas. Alguns concluem que, uma vez que há tumores e muitas mortes de alguma forma relacionadas a roedores, esta deve ser uma manifestação de peste bubônica. Talvez tenham razão.

Seja qual for a praga, os filisteus a detestam e estão ansiosos por se livrarem dela. Seus líderes sabem que a praga nos habitantes de Asdode é devido à presença da Arca de Deus em seu meio. Eles sabem que é a mão de Deus pesando sobre eles. Deus os está julgando, e a seu deus, Dagom. 


Assim, eles concluem que a única maneira de se livrarem da praga é se livrando da Arca. Eles chegam a um consenso político: mandar a Arca para Gate, a próxima cidade grande dos filisteus. A conseqüência implícita é a cessação da praga em Asdode. O texto é claro em dizer que o envio da Arca para Gate é seguido pela erupção da praga na cidade e seus arredores. A praga segue a Arca.

Aí, então, eles resolvem mandar a Arca embora, desta vez para a cidade de Ecrom. O povo daquela cidade não é bobo. Nenhuma loja da Madison Avenue pode convencê-los de que o que eles precisam é da Arca do Deus de Israel - escoltada por uma praga mortal. Quando ficam sabendo que a Arca está a caminho, eles se recusam a aceitá-la. 


O povo de Ecrom se sente muito mais angustiado por ter sido escolhido para receber a Arca de Deus. É óbvio que, se nenhuma cidade filisteia ficar com a Arca, ela terá que ser devolvida para o lugar de onde veio. Sem nenhum confronto militar, sem nenhuma negociação internacional, Israel recupera a Arca perdida sete meses antes.

Uma vez mais fica claro que os filisteus reconhecem que a praga que aflige várias cidades filisteias se deve à presença da Arca de Deus em seu meio. Eles sabem que a Arca significa problema, e que este problema é o julgamento de Deus sobre eles e seu deus Dagom. O que eles não fazem é rejeitar sua idolatria pagã e seu deus impotente. Nem confiar no Deus de Israel e O adorar. Eles simplesmente querem Deus fora de sua cidade.


Isto me lembra a reação do povo que vivia na cidade dos Gerasenos, descrita em Marcos 5. Quando Jesus cruza o Mar da Galiléia e expulsa o demônio de um temível e poderoso endemoninhado, de nome Legião, o povo daquele lugar fica aterrorizado. 


Eles pedem que Jesus deixe a cidade assim que possível. Eles não querem Alguém bom e poderoso entre eles. Ele é ameaçador demais. A Arca de Deus também é santa e perigosa demais, e eles só querem se livrar dela.

Que Deus o abençoe!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...