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Gênesis 38 - Judá e Tamar




Obra da graça

Gênesis 38 realmente tinha tudo para ser vergonhoso, mas, no final, tornou-se uma bela obra da graça de Deus. A história de Judá e Tamar nos apresenta uma dessas circunstâncias notáveis em que a graça de Deus triunfa sobre o pecado do homem:

Hebreus 7.14 - pois é evidente que o nosso Senhor descende de Judá

Como assim? Ouçam a genealogia de Jesus Cristo:

Mateus 1.3 - Judá gerou Perez e Zerá, cuja mãe foi Tamar;

Deus, em graça soberana, eleva-se acima do pecado e da loucura do homem, com o fim de cumprir os seus propósitos de amor e de misericórdia. É digno de Deus atuar desta maneira. É dessa forma que ele sempre exalta a sua gloriosa graça.

Portanto, não importa quão horrorosa seja a sua história. Havendo em seu coração a disposição de confessar seu pecado a Deus, implorar o perdão e receber a Cristo em seu coração, hoje, aqui e agora, a graça de Deus pode triunfar sobre os seus pecados. Você poderá sair daqui restaurado (a), dizendo que sua vida agora é obra da graça de Deus.

Por que parou? Parou por quê?

Quem lê a Bíblia atentamente, ao iniciar a leitura de Gênesis 38, deve ficar se perguntando: “Por que interromper a história de José justo agora? Gênesis 39 continuará com a história de José! O que a história de Judá e Tamar teria para contribuir com a narrativa?”. Esse tipo de reflexão demonstra que você está de fato lendo adequadamente a Bíblia.

Além do suspense sobre o que vai acontecer com José (que visa aguçar nosso desejo de continuar lendo a história), há três outros propósitos importantes nesse interlúdio entre os capítulos 37 e 39.

1. Destacar a integridade de José - à luz das ações pecaminosas de Judá, a integridade moral e espiritual de José ( Gênesis 39) torna-se algo valioso.

Nota-se o forte contraste entre o comportamento de Judá e o de José. Compare-se a estatura espiritual de José, paciência, confiança esperançosa no futuro com a independência e ousadia de Judá. Judá casou-se com uma cananita, ludibriou sua nora retardando o cumprimento do levirato e, finalmente, viúvo, utilizou-se de uma presumida prostituta para satisfazer seus desejos carnais.

No fim resultou que a suposta prostituta era sua própria nora. Veja-se, por outro lado, o contraste entre a sensualidade de Judá e a abstinência de José. Ao vencer a tentação, José finalmente recebeu uma posição estratégica que lhe permitiu ser instrumento de Deus, trazendo seu pai e sua família para o Egito.

2. Reforçar a graça de Deus na família de José - como já foi dito anteriormente, é a graça de Deus que triunfa sobre os pecados dos homens.

O episódio envolvendo Judá e Tamar ensina que Deus realizaria seus desígnios, ainda que tivesse que usar uma mulher cananita. A mão invisível de Deus estava no comando da História.

Através de uma mulher cananita, Deus preservou a descendência prometida aos primeiros pais no Jardim do Éden (Gênesis 3.15) e, mais tarde, reiterada a Abraão (Gênesis 12). Um dos filhos de Judá e Tamar, Perez, tornou-se ancestral de Davi (Rute 4.12,18), e consequentemente do Messias, como delineado em Mateus 1.3.

3. Justificar o sofrimento de José - parece que não, mas esta história de Judá e Tamar tem tudo a ver com José. Ela justifica o sofrimento de José. Nada é por acaso em nossas vidas.

Gênesis 38 mostra por que Deus precisava remover a família de Jacó para o Egito, começando com José. Os eventos narrados aqui ilustram o perigo que ameaçava o povo de Deus, se este permanecesse em Canaã naquele momento. 

Finalmente, eles seriam absorvidos pela cultura dos cananitas e perderiam sua identidade. Por causa da deterioração crescente entre os progenitores da nação de Israel, Deus teria que removê-los, por algum tempo, para o Egito, onde eles viveriam segregados (pois os egípcios os desprezavam - Gênesis 43.32; 46.34).

O INTERLÚDIO DA GRAÇA

Fica claro, portanto, que Gênesis 38 é um grande interlúdio da graça de Deus. É o entreato de Deus na condução da história de José. Mas, do que especificamente estaria Deus poupando a vida de José através de tanto sofrimento? Quais foram os pecados de Judá que Deus queria estancar na vida de Israel e seu povo? O que nós aprendemos com eles?

A GRAÇA NOS LIVRA DE TER UMA:

1. Consciência cauterizada

Tinha sido de Judá a brilhante ideia de vender o irmão José “por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito” (Gênesis 37.26-28).

Após o negócio ter sido concretizado e cada um dos 10 irmãos receber suas duas peças de prata, eles se deliciaram gastando todo o dinheiro.

Mas, como nem tudo é festa e todo dinheiro sempre acaba, passada a euforia da transação e da gastança, Judá teve que conviver com o desconsolo de seu pai Jacó e a culpa de sua consciência. Dia após dia Judá tinha de encarar o semblante deprimido de seu velho pai. Noite após noite ele tinha de lidar com os seus pesadelos, onde, nós podemos imaginar José sempre aparecia chorando e gritando por socorro.

Penso que isso o fez se sentir tão miserável, que não lhe restou outra alternativa a não ser agir como a maioria das pessoas agem quando elas não suportam mais as suas consciências pesadas. Elas fogem!

Gênesis 38.1 - Por essa época, Judá deixou seus irmãos e passou a viver na casa de um homem de Adulão, cujo nome era Hira.

“Por essa época” de grande tortura mental, Judá resolveu cauterizar sua consciência. Como?

1.1. Amizades perigosas

Gênesis 38.1 - Por essa época, Judá deixou seus irmãos e passou a viver na casa de um homem de Adulão, cujo nome era Hira.

Meu Deus! Que homem é esse? Não sabemos. O que sabemos é que ele não era de Deus. Mas, é sempre assim. Sempre que buscamos cauterizar a consciência, ou nós buscamos a amizade ou o conselho de ímpios, ou daqueles que sabemos que vão concordar conosco.

Curioso que a primeira coisa que Judá faz é ir para a casa desse tal de Hira, um homem de Adulão, enquanto a Bíblia é tão clara:

Salmos 1.1 – Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”.

1.2. Amores passionais

Gênesis 38.2-6 – 2 Ali Judá encontrou a filha de um cananeu chamado Suá, e casou-se com ela. Ele a possuiu, 3 ela engravidou e deu à luz um filho, ao qual ele deu o nome de Er. 4 Tornou a engravidar, teve um filho e deu-lhe o nome de Onã. 5 Quando estava em Quezibe, ela teve ainda outro filho e chamou-o Selá. 6 Judá escolheu uma mulher chamada Tamar, para Er, seu filho mais velho”.

Amor passional no sentido de “amar” sem se colocar o pé no chão. Um amor do tipo Romeu e Julieta. Um amor que não existe. Que apenas entorpece a mente e cauteriza a consciência com paixão. É o caso aqui de Judá.

A Bíblia simplesmente diz que ele: “encontrou”, “casou-se com ela” e a “possuiu”. Não sabemos sequer o nome dessa mulher. Apenas que é filha de um tal cananeu “chamado Suá”. Puro amor passional. Pura pele. Carne. Mera distração. Apenas para não ficar sozinho.

Tanto que chega a parecer que Judá não deu muita importância para essa família. Ao ponto de que os nomes dados aos filhos são uma atitude de sua mulher.
No mínimo, Judá consentiu, pois todos eles são nomes cananeus (Er - o vigia, Onã - força, Selá - aquele que quebra).

A única coisa que Judá faz é arrumar uma esposa para o filho Er. O nome dela é Tamar (Palmeira – sugerindo beleza, esbeltes, graça e utilidade), revelando o que vai no coração desse homem - amor passional.

A consciência ferida pelo pecado sempre buscará uma maneira de se cauterizar. Como ela não é muito criativa, suas armas mais comuns acabam sendo amizades perigosas e amores passionais, por isso que o livro de Provérbios faz tanta advertência contra essas ciladas.

A GRAÇA NOS LIVRA DO:

2. Comportamento carnal

Com um pai tentando cauterizar sua consciência (com amigos perversos e amores passionais), em vez de tratá-la diante de Deus, e uma mãe sem o menor temor do Senhor, não é preciso muito tempo para se colher as consequências dentro de casa. Vejamos. . .

Er, o filho perverso.

Gênesis 38.6-7 – Judá, pois, tomou uma mulher para Er, o seu primogênito, e o seu nome era Tamar. Er, porém, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, por isso o SENHOR o matou”. 

“Mas”. Como eu amo essas conjunções! Enquanto Judá achava que a vida se resumia em casar, beber e curtir a vida ao lado de bons amigos, mesmo que sem escrúpulos, Deus dá uma grande lição nesse homem, a um custo muito alto, ceifando a vida de seu filho Er.

“Judá, Judá, o que seu filho Er mais precisava não era de uma linda mulher, mas de um Livro Sagrado!”

Judá não poderia ficar perpetuando esse seu comportamento carnal de geração a geração, por isso Deus interveio de modo tão severo. Não sabemos que conduta perversa era a de Er, mas deve ter sido perversa o suficiente para deixar o Senhor sem paciência.

Onã, o filho egoísta.

Além da perversidade de Er, nós vemos carnalidade também na conduta egoísta de Onã.

Gênesis 38.8-10 – Então disse Judá a Onã: Toma a mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita descendência a teu irmão.
Onã, porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão.
E o que fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o matou”. 

Todos achavam que Onã estava fazendo tudo direitinho, cumprindo a vontade de seu pai, mas na verdade ele agia de forma brutalmente egoísta. Porém, a Deus não se engana. Ele intervém com juízo.

Judá, o pai imoral.

Leia Gênesis 38.12-26, provavelmente já deve ter lido, mas leia de novo, para que possa entender porque ele era imoral.

Judá eraum imoral de primeira classe.

Observe comigo três coisas:

1. Tamar se fez passa por prostituta porque conhecia o fraco de Judá. Não me surpreenderia se soubesse que ele já tivesse passado alguma cantada em cima dela ou que ela tivesse testemunhado algum deslize dele enquanto morava com eles.

2. Judá foi capaz de abrir mão de tudo por alguns poucos momentos de prazer. Abriu mão de seu caráter e de sua pessoa (anel - assinatura); suas posses (cordão - bracelete de outro - representa riquezas); sua posição (cajado - representa sua posição, através do símbolo cravado na ponta).

3. Como ele era mal e sem compaixão! Ele cometia os piores pecados, mas não tolerava o pecado de ninguém. Ele poderia se prostituir e tudo bem, mas a prostituta com quem ele se deitou merecia a fogueira.

Quanto comportamento carnal em nossas vidas! Perversidade, egoísmo, imoralidade, falta de compaixão e muito, muito mais. Deus, pela graça, quer limpar o seu povo desses pecados (vale de sofrimentos). Por isso que muitas vezes ele leva suas ovelhas para o Egito, como fez com José.

Além da consciência cauterizada e do comportamento carnal, há algo mais que Deus queria tratar no seu povo quando levou José para o Egito. Isso está claro na vida de Judá.

A GRAÇA NOS LIVRA DE:

3. Conteúdos corrompidos

Como tem gente, a exemplo de Judá, que cresceu no meio da família da fé, mas que não tem qualquer conteúdo bíblico concreto!

Essas pessoas conhecem os chavões e a hora certa de dizer amém, aleluia, glória a Deus, em nome de Jesus, etc. Mas se a vida apertar um pouquinho que seja elas espana. É incrível!

Como pode ser assim?

Desejoso de livrar José e Israel dessa síndrome, Deus iniciou essa caravana rumo à segregação espiritual, que prepararia o seu povo para a terra prometida.

Mas, o que há na vida de Jacó que revela esses conteúdos corrompidos?

3.1. Superstição

É impressionante, mas o filho de Jacó, neto de Isaque e bisneto de Abraão, a esta altura de sua vida era supersticioso!

Gênesis 38.11 – Então disse Judá a Tamar sua nora: Fica-te viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse: Para que porventura não morra também este, como seus irmãos. Assim se foi Tamar e ficou na casa de seu pai”. 

Ele achava que havia algo de “diabólico” nessa mulher Tamar. Tanto que mais tarde ele vai querer mandá-la para a fogueira!

Nós sabemos que o problema não estava em Tamar, mas nos próprios filhos de Judá. Mas, como ele não cria na seriedade dos pecados dele e nem de seus filhos, ele arrumou um jeito de crer que a culpa era de Tamar. Logo, arrumou uma mentira e mandou ela para a casa dos pais.

Quanta gente que não quer enxergar seus pecados, suas escolhas erradas, seus desacertos e colocando a culpa em demônios, em Deus, nos outros, e por aí afora. Quanta gente com conteúdos corrompidos.

3.2. Indiferença

Quando não é supersticiosa, essa gente deixa de dar importância para a Palavra de Deus. É incrível como o pêndulo da fé oscila tão rapidamente entre superstição e indiferença.

Ouça o testemunho de Tamar:

Gênesis 38.13-14 - 13 “Quando foi dito a Tamar: "Seu sogro está a caminho de Timna para tosquiar suas ovelhas", 14 ela trocou suas roupas de viúva, cobriu-se com um véu para se disfarçar e foi sentar-se à entrada de Enaim, que fica no caminho de Timna”.

Ela fez isso porque viu que, embora Selá já fosse crescido, ela não lhe tinha sido dada em casamento. Judá nunca esquentou a cabeça com a lei que, na falta do marido, prescrevia o casamento de levirato (Levir é termo latino que significa “cunhado”). Ou seja, a mulher deveria se casar com o cunhado mais velho que estivesse disponível no momento – Leia Deuteronômio 25.5-6; Mateus 22.24. Para Judá não importava o que a Bíblia dizia. Importava mais o que o seu coração mandava.

O INTERLÚDIO DA GRAÇA

Esta é a história de Judá e Tamar. É o interlúdio da graça de Deus na história de José. É a forma de Deus justificar todo o sofrimento na vida de José. É a maneira de Deus provar: “Que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. (Romanos 8.28)

Viver fora da graça de Deus é viver livre para escolher o que o coração pecador desejar - é ir morar livremente em Adulão com Hira:

-- É ter a consciência cauterizada com amizades perigosas e amores passionais.

-- É viver de comportamentos carnais - tais como perversidade, egoísmo, imoralidade e falta de compaixão.

-- É pautar a vida em conteúdos corrompidos - superstição e indiferença para com a Bíblia; é seguir o que o coração diz; é seguir um caminho de morte.

Agora, como vemos na vida de José, viver na graça de Deus é seguir por caminhos apertados, entrar por portas estreitas e atravessar por vales de dor, que muitas vezes não desejamos, mas ser dia-a-dia transformado de glória em glória à imagem e semelhança de Jesus. Vale sim a pena.

O que a história de Judá e Tamar tem a ver conosco?
O que Deus geralmente faz é pegar pessoas do tipo de Judá e Tamar e colocar na companhia de pessoas José. A genealogia de Jesus em Mateus 1 é a grande prova disso. Lá está o nome de Tamar (Mateus 1.3).

Note bem que lá na genealogia de Jesus não tem o nome de Sara, nem de Rebeca, Lia, ou Raquel, as matriarcas de Israel. Mas tem o nome de Tamar! Por quê? Simples. Para dizer que em Jesus há esperança também para quem não tem esperança. Há salvação também para quem não é de Israel (gentil - Como eu e você). Basta crer em Jesus.

Martinho Lutero é, como sempre, encantador, ao comentar sobre este capítulo de Gênesis. Ele diz que a história de Judá e Tamar está na Bíblia por dois motivos.

Para repreender a nossa presunção - Se um homem do pedigree de Judá pecou como pecou, o que nos faz pensar que nós também não podemos pecar?

Para desafiar o nosso desespero - Se Deus perdoou Judá e Tamar a ponto de fazer com que deles descendesse o Messias (Hebreus 7.14; Mateus 1.3), ele também pode perdoar os nossos pecados.

Hebreus 13.8 – Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente”. 

Romanos 5.20-21 – Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;
Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor”
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Gênesis 37 - José é vendido por seus irmãos




José e seus irmãos

Cuidado com a inveja, ciúme, orgulho, isso não é coisa de Deus!

Jacó se estabeleceu na terra de Canaã com sua família. José, filho preferido de Jacó, era odiado por seus irmãos porque seu pai o tratava diferente dos outros. 

"Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente" (Gênesis 37.4).

Essa animosidade piorou quando José teve dois sonhos. Em um deles toda a família juntava trigo em feixes, quando os feixes dos seus familiares se curvaram diante do feixe de José. No outro sonho o Sol, a Lua e onze estrelas se curvavam diante dele. A mensagem contida nisso era clara: José seria mais importante que toda a sua família. Por causa disso, mais ainda o odiaram seus irmãos.


Certo dia, Jacó enviou José a seus irmãos que estavam no campo com os rebanhos. Quando eles viram José se aproximar, planejaram tirar-lhe vida e dizer ao pai que ele fora morto por um animal selvagem. Mas Rúben, o irmão mais velho, querendo salvar a vida de José, propôs aos irmãos que o colocassem dentro de um poço seco. 

Eles assim o fizeram. Enquanto comiam, os irmãos de José viram uma caravana passando ao longe. Eram mercadores que estavam indo para o Egito. Assim, tiraram José do poço e venderam-no aos mercadores por cerca de 4 quilos de prata. Os mercadores levaram José para o Egito e o venderam como escravo para um oficial de Faraó.



De posse de uma roupa de José, a qual mancharam com sangue, seus irmãos a enviaram a seu pai dizendo terem encontrado no caminho. Jacó, reconhecendo que a roupa era de José, concluiu que o filho tinha sido atacado e despedaçado por algum animal no campo. Isso trouxe excessiva tristeza a Jacó por muitos dias. Os filhos de Jacó se reuniram para consolá-lo, mas Jacó não quis ser consolado e passou muito tempo em profundo lamento por José.



Essa história triste tem um agente causador que é de muitos conhecido: o ciúme. Na verdade, essa não é a única história da Bíblia a conter uma tragédia movida por ciúme e inveja. Nesse sentido existem muitos relatos como o de Caim ter matado Abel por ciúme do relacionamento do irmão com Deus e o de Saul ter tentado matar Davi por inveja dos elogios que Davi recebia do povo.



Esse sentimento parte de um coração egocêntrico que só se sente bem quando é o centro das atenções. Esse orgulho pessoal, quando se vê ignorado por alguém ou por causa de alguma circunstância que o relega a um segundo plano, se torna facilmente em ódio. Foi isso o que aconteceu aos irmãos de José. 

Eles não suportaram ver que o irmão tinha boas roupas, nem conviver com a idéia de que um dia tivessem que se curvar diante dele. O orgulho ferido causado pelo fato de haver entre eles alguém no centro das atenções que não eles mesmos, trouxe sobre sua família um sofrimento sem tamanho, muito maior do que planejaram ou desejaram.



Essa também é a realidade das nossas vidas. Por isso, precisamos daquele que pode mortificar nossos maus desejos, nosso orgulho insano e nossas reações maldosas. Paulo diz que quando cremos em Cristo como salvador, "foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos" (Romanos 6.6).



Você também sofre desse mal? Muitas pessoas procuram ajuda profissional para lidar com o ciúme e com a inveja, quando o que realmente precisam é encontrar no Senhor Jesus o tratamento do pecado que corrompe o coração do homem. O que você está esperando? Vá a Cristo e creia nele como seu Salvador. O tratamento é eficaz e gratuito. 


“Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos" (Romanos 12.16).


"O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra".

(Provérbios 29.23)


"Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado". 

(Mateus 23.12)


"Da mesma forma, jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes". Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido". 

(1 Pedro 5.5.6)


"O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos". 

(Provérbios 14.30)


"Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros". 

(Gálatas 5.26)

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Gênesis 34 - Diná é desflorada / A traição de Simeão e Levi





O MASSACRE DE SIQUÉM


"E eles disseram: Faria pois ele a nossa irmã como a uma prostituta?"(Gênesis 34.31)

A cidade de Siquém leva o nome de seu fundador, o filho de um heveu (uma das tribos dos cananeus) chamado Hamor (asno), de cujos filhos Jacó comprou um campo para residir junto à cidade. A cidade situava-se num vale estreito entre duas montanhas, Ebal e Gerizim.
Voltando, sem muita pressa, para a casa paterna, Jacó fixou residência ali: um grande erro, como descobriu pouco depois.
Sua filha Diná (justiça), saiu de casa para ver as filhas da terra, ou seja, entrou na cidade para ver como eram as mocinhas de lá e também, decerto, para ser vista - ela teria entre dezesseis e dezoito anos. Era uma temeridade de sua parte, sair desacompanhada para visitar os cananeus, conhecidos pela sua baixa moralidade e idolatria.
O poderoso Siquém, o homem mais honrado na cidade, dentre os filhos de Hamor, viu-a, achou-a atraente, e a violentou. 

Mas, ele se apaixonou, e desejando casar-se com ela pediu ao seu pai Hamor (como era costume na época) que a pedisse em casamento a Jacó. Ela ficou na casa de Siquém, conforme entendemos do versículo 26.
Jacó, agora já com mais de 100 anos, recebeu a notícia da ocorrência em silêncio e aguardou a volta de seus filhos. Parece que ele já não tinha muito controle sobre eles, permitindo que eles tomassem a iniciativa. 

Hamor por sua vez saiu da cidade e foi avistar-se com Jacó para propor o casamento entre seus filhos.
Os filhos de Jacó, quando souberam do acontecimento, ficaram furiosos com o ultraje que sua família havia sofrido, o que parece ter sido muito mais importante aos seus olhos do que a imoralidade do ato cometido, que é um pecado diante de Deus.
Hamor havia vindo falar com Jacó, mas acabou falando com seus filhos. Ele lhes trouxe uma proposta muito generosa, esperando com isto apagar a desonra feita à irmã deles por seu filho, e formar uma aliança que seria proveitosa para ambos os lados. 

Siquém havia ido junto com ele, e estava tão caído por Diná, que ofereceu dar o que pedissem como dote para concedê-la como sua esposa.
Mas os filhos de Jacó consideraram que o ultraje sofrido tinha que ser vingado e usaram de um ardil para enfraquecer os homens de Siquém a fim de derrotá-los. 

Alegando que lhes seria vergonhoso dar sua irmã em casamento a um homem incircunciso, eles declararam que permitiriam o casamento sob uma única condição: que todos os homens de Siquém fossem circuncidados. Para maior incentivo ainda, acrescentaram que depois disso eles se integrariam com o povo da cidade, e passariam a ser um só povo.
Se os filhos de Jacó tivessem sido sinceros, haveria talvez algo de aproveitável em sua proposta: o povo de Deus não podia se misturar com os cananeus idólatras, mas se estes deixassem seus ídolos e passassem a servir o verdadeiro Deus, as barreiras poderiam ser levantadas. 

Mas para que isto viesse a ocorrer seria necessária uma transformação completa em seu caráter, não apenas sua submissão a um rito religioso, como a circuncisão.
A intenção deles, porém, era maliciosa, e eles fizeram uso da "religião"' como pretexto para levar avante seus desígnios perversos.
A proposta agradou a Hamor e Siquém, e este logo se submeteu à operação porque ele realmente amava Diná. Os dois foram à porta da cidade, e convenceram todos os homens a se circuncidarem, dizendo que assim poderiam se casar com o pessoal de Jacó, e que o gado, suas possessões e todos os seus animais (ele era muito rico!) passariam a ser deles: em termos de hoje, Jacó e sua família seriam naturalizados como cidadãos siquenenses, contribuindo no pagamento dos seus impostos. 

A circuncisão a seu ver era apenas um rito religioso, um pequeno preço a pagar por estes benefícios. Os homens se deixaram persuadir, e todos se circuncidaram.
Simeão e Levi, depois de Rúben, eram os irmãos mais velhos de Diná por parte de sua mãe Lia, e tinham pouco mais de vinte anos de idade. Mas o seu furor era tão grande, que entraram na cidade de surpresa e mataram todos os homens que ali moravam, além de Siquém e seu pai Hamor. Isso foi possível porque todos eles estavam enfraquecidos pela operação a que se haviam submetido.
Pouco sabemos sobre o povo de Siquém, além de que eram cananeus, portanto sujeitos à maldição de Noé, provavelmente idólatras e de baixo nível moral - haja vista os habitantes de Sodoma, que foram destruídos por Deus mesmo. 

Para cúmulo de suas transgressões, o homem mais honrado entre eles havia ultrajado a filha de Israel. 0 castigo que lhes veio foi permitido por Deus, de nada valendo sua proposta de uma generosa indenização, ou mesmo sua submissão a um rito religioso para se tornarem aceitáveis a Deus.
Foi todavia um massacre bárbaro e traiçoeiro de pessoas amigas, sem qualquer justificativa do ponto de vista humano; os outros filhos de Jacó não tomaram parte na chacina, provavelmente porque não eram tão sanguinários como Simeão e Levi. 

Diná havia procedido de maneira muito imprudente, talvez contribuindo para o avanço de Siquém, e este realmente a amava e desejava reparar o mal que havia feito a qualquer custo para si, demonstrando honestidade. Os outros homens da cidade eram inocentes, ao que parece, e não parece justo que fossem castigados junto com o culpado.
Segundo entendemos pelo versículo 17, Jacó e seus filhos poderiam ter livrado Diná, e se retirado. Mas, ao tomarem as mulheres e as crianças como escravas, saqueando e pilhando tudo o que havia na cidade, eles se tornaram cúmplices do crime de Simeão e Levi.
Por outro lado, lembremos que os homens de Siquém ambicionavam ficar com os bens pertencentes a Jacó: o que aconteceu foi o contrário, perdendo eles tudo, inclusive a própria vida.
Jacó repreendeu Simeão e Levi, mas, surpreendentemente, não porque haviam pecado contra Deus, cometendo homicídio (capítulo 9:6), e traição: ele apenas menciona duas coisas:
  1. prejuízo à sua reputação: ele se tornara odioso entre os cananeus. A barbaridade das ações de seus filhos viria a ser conhecida por toda a parte.
  2. perigo de destruição: se os povos cananeus se reunissem contra ele, ele e os seus seriam destruídos, pois eram poucos em comparação com eles. Jacó sabia da promessa de Deus, de que estaria com ele e que dele procederia uma grande nação. Estaria sua fé fraquejando? É mais provável que ele agora temia que Deus o deixasse por causa da impiedade de seus filhos.
A resposta de seus filhos não demonstra qualquer arrependimento. Eles tomaram uma atitude arrogante, e puseram toda a culpa em Siquém por ter abusado da sua irmã.
Em obediência a Deus, Jacó deveria ter se dirigido logo à sua terra, à presença de seu pai. Ao invés disso ele se deteve, primeiro em Sucote (Gênesis 33.17) onde seus filhos cresceram e se tornaram, adultos, e depois em, Siquém onde se passou esse episódio. Ele deve ter pensado bastante nisso, pois não continuou a conversa.

Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!

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Gênesis 32 - Jacó passa o vau de Jaboque e luta com o anjo





Uma das belíssimas, não menos importantes que tantas outras, passagens bíblicas situada no Livro do Gênesis, revela-nos a luta do Patriarca Jacó com o anjo. 

Vejamos cuidadosamente o texto em questão: “E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque. E tomou-os e fê-los passar o ribeiro; e fez passar tudo o que tinha. Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia. E, vendo que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa; e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com ele. E disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Porém ele disse: Não te deixarei ir, se me não abençoares. E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como príncipe, lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste. E Jacó lhe perguntou e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali. E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva. E saiu-lhe o sol, quando passou a Peniel; e manquejava da sua coxa. Por isso, os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que está sobre a juntura da coxa, até o dia de hoje, porquanto ele tocara a juntura da coxa de Jacó no nervo encolhido”. (Gênesis 32.22-32).

Lendo esse texto, lembro-me de uma expressão valiosíssima de Ezra Pound que eleva a imagem da cena de qualquer escrita. Em se tratando mais ainda da Sagrada Escritura, cabe muito bem o seu dizer ao afirmar que “é melhor produzir uma imagem na vida do que obras volumosas”. Ou seja, ela está enfatizando a qualidade do texto e não a sua quantidade, o que é formidável. 

Depois, a luta de Jacó com o anjo representa o sinal do homem que deseja ardentemente a Revelação de Deus; uma verdadeira luta, cuja conquista é a visão. Jacó está lutando por uma visão de Deus. O episódio da luta de Jacó com o anjo significa afirmativamente a busca pelo conhecimento do Mistério da realidade; Uma busca pelo conhecimento do rosto secreto da realidade.

Deus, quando se revela, deixa na carne de Jacó uma ferida que é a marca de sua presença; um marco de Deus na história de Jacó. Após a luta, Deus muda a carne, o nome de Jacó que vai se chamar Israel. Portanto, Deus muda a natureza de Jacó. 

O poder de Deus é tão maravilhoso e majestoso que se afirma na mudança de seu servo Jacó, uma vez que vê o “sol sair” novamente sobre ele. Tão radical é a mudança que antes não percebia sequer o sol nascer em sua vida, agora a imagem do sol no texto quer dizer uma mudança de percepção. 

A luz de Deus passa a brilhar sobre a vida de seu servo.

O impressionante desse texto bíblico encerrado com a conquista de Jacó - “Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (Gênesis 32.30b) - é sua capacidade de nos remontar ao Novo Testamento. 

Peguem pela memória. Quem não lembra as expressões: “gerados de novo” em 1Pedro 1.3-5

“Novo Nascimento” em João 3 com Nicodemos

“Nova criatura” em 1Corintios 5,17 com Paulo

São experiências equivalentes que nos mostram o desejo de mudança de vida, em contextos diferentes, pois nestes Deus é já verbo encarnado enviado pelo Pai para nos salvar. 

E, embora vendo Deus participar de suas vidas, a mudança ou a conversão é rejeitada por muitos. Infelizmente, é a experiência de inúmeros cristãos ainda hoje, após milênios do acontecimento Cristo em suas vidas, relutam em aceitar a Cristo como o Senhor de suas vidas.

Jacó, diga-se de passagem, é um destemido, pois, mesmo sem o Cristo histórico presente em sua vida, lutou incansavelmente em busca de um sinal para descobrir o rosto da realidade, o sentido das coisas, isto é, o rosto de Deus. 

A vida do homem, permitam-me dizer, consiste nesta luta para descobrir o rosto escondido da realidade. A luta de Jacó com o anjo é também a nossa luta para descobrir as inteligências por trás dos sentidos. As essências por trás das aparências. O uno por trás do múltiplo. A alma por trás do corpo. A graça por dentro da lei. A liberdade por dentro da necessidade. A verdade por trás da mentira. O bem ao invés do mal, a ética por trás da moral, enfim... 

A dignidade do homem está na tentativa de descobrir o mistério desconhecido; o homem anseia por uma revelação; “Qual o teu nome? Mostra-me o teu nome”; é a pergunta de Jacó. O anjo não se revela, mas o abençoa. A bênção é sinal da presença de Deus como também a transformação do nome de Jacó em Israel e a ferida na coxa.

Finalmente, o presente texto, assim como tantos outros da Bíblia, mostra evidentemente que a Revelação de Deus é mais uma vez um fato real, concreto e incontestável como uma ferida, sinal da presença de Deus. Qualquer coisa agora fazia perceber a presença de Deus que o teria alcançado e marcado naquela luta.

Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!

Repasse essa mensagem para outras pessoas. Vamos semear!


Deus te abençoe!

Gênesis 29 - Esposas e Filhos de Jacó





AS ESPOSAS E FILHOS DE JACÓ

Jacó continuou sua viagem até enfim chegar a um poço num campo, onde os pastores de Harã levavam seus rebanhos para beber água (não era o mesmo poço onde o servo de Abraão encontrara Rebeca, que estava na entrada da cidade - capítulo Gênesis 24.11).
Havia uma grande pedra cobrindo a boca do poço, que precisava ser removida para tirar água, e colocada outra vez depois. Talvez para maior comodidade, os pastores esperavam até que todos os rebanhos estivessem ali, para abrir e fechar o poço uma vez só.
Eles lhe disseram de onde eram, e que conheciam seu tio Labão (que ele chamou de filho de Naor: era neto dele - capítulo Gênesis 24.15,29 - mas na linguagem daquele tempo filho eqüivalia também a descendente), e que sua filha Raquel estava chegando com as ovelhas de seu pai.
Jacó quis que eles dessem logo água às suas ovelhas e fossem embora, talvez para assim poder falar a sós com sua prima. Mas eles insistiram em esperar, conforme seu costume.
Raquel (que significa ovelha) chegou logo a seguir, e, ao vê-la e ao rebanho que conduzia, Jacó apressou-se em tirar a pedra do poço ele próprio, e a dar de beber ao rebanho do seu tio: uma cortesia para começar bem seu relacionamento.
A seguir, Jacó beijou Raquel, uma saudação própria para parentes chegados, e chorou de emoção: sua viagem chegara ao fim de uma maneira tão feliz! Ele então explicou quem era, e ela partiu correndo para contar ao seu pai.
Labão também correu ao encontro de Jacó quando soube, abraçou-o, beijou-o, e o levou para casa. Foi uma recepção das mais carinhosas, e, ao ouvir sobre sua experiência no caminho, Labão declarou "de fato, és meu osso e minha carne", expressão usada naquele tempo nos rituais de adoção.
Durante um mês Jacó ficou com Labão, na condição de hóspede. Foi o tempo necessário para se recuperar da viagem longa que havia feito, adaptar-se ao ambiente, conhecer melhor seus parentes (especialmente suas primas), e se fazer conhecido por eles.
Sem dúvida Jacó não ficou ocioso, mas ajudava especialmente naquilo que gostava mais: o pastoreio. Seu tio propôs contratá-lo, pagando pelos seus serviços. Jacó aparentemente havia chegado com suas mãos vazias (não lemos que ele tenha dado algum presente ao chegar, ao contrário do servo de Abraão). 

É curioso lembrar que Labão devia estar com uns 120 anos de idade, e embora não saibamos a idade de suas filhas nesta ocasião, é improvável que fossem muito novas. Jacó estava com uns 75 anos.
O segundo objetivo de Jacó ao ir para lá era obter para si uma esposa das filhas de Labão (Gênesis 28.2); após essa convivência, Jacó amava a mais nova, e mais bonita, Raquel. Ele queria casar com ela, mas não tinha com que pagar o dote que, conforme os costumes da época, deveria ser pago à família, em compensação pela perda dela.
Para resolver o problema, ele propôs trabalhar por sete anos para Labão como pagamento por ela. Labão aceitou a proposta: o casamento se faria ao se completarem os sete anos de trabalho. Era tal o amor de Jacó que os sete anos lhe pareceram como sete dias!
Mas, terminados os sete anos, Labão o enganou dando-lhe a mais velha Lia ao invés de Raquel, o que Jacó só veio a descobrir depois de consumado o casamento. Como Jacó queria mesmo Raquel, ele foi obrigado a trabalhar mais sete anos por ela. Assim o suplantador foi por sua vez enganado.
Desta vez, para "adoçar a pílula", Labão concordou que o casamento se fizesse em antecipação aos sete anos de trabalho, logo após a semana de lua de mel com Lia. Labão também deu uma serva para cada uma de suas filhas: como Hagar, elas eram escravas para servirem suas filhas em tudo, mesmo para lhes darem filhos através de Jacó se suas senhoras assim o desejassem.
Apesar de ter sido logrado por Labão, Jacó manteve sua parte do contrato e trabalhou para ele por mais sete anos sem nada receber além de Raquel. Durante esse tempo, sua família aumentou com os filhos que vieram, e o relato bíblico é bem detalhado a respeito das circunstâncias mediante as quais as servas também deram filhos a Jacó. Em resumo, os filhos foram:
De sua primeira esposa Lia:
  1. Rúben (que significa eis um filho)
  2. Simeão (escuta)
  3. Levi (apego)
  4. Judá (louvor)
  5. Issacar (alugado, ou recompensa)
  6. Zebulon (habitação
Também Lia lhe deu uma filha que foi chamada Diná (justificada).
Da sua serva Zilpa:
  1. Gade (boa sorte)
  2. Aser (feliz)
De sua segunda esposa Raquel:
  1. José (Ele tirou, ou possa Ele acrescentar)
  2. Mais tarde Raquel teve outro filho, Benjamim (filho da minha mão direita): ela morreu no parto.
Da sua serva Bila:
  1.  (justiça)
  2. Naftali (luta)
Na antiguidade a mãe escolhia os nomes de seus filhos, muitas vezes em função da situação em que ocorria o nascimento, como vemos acima. Às vezes, seu nome era mudado mais tarde para refletir alguma característica especial daquela pessoa. Deus mesmo modificou os nomes de alguns, como já vimos no caso de Abraão e no de Sarai.
Também Jacó (suplantador) teve seu nome mudado mais tarde para Israel (príncipe com Deus). Ambos os nomes são usados para a nação que dele procedeu: Jacó é o nome usado nas profecias para indicar a descendência natural, física, de Abraão, Isaque e Jacó; Israel é usado para o seu aspecto espiritual, em seu relacionamento com Deus (Isaías 9:8).
Jacó em Harã é uma figura profética do que viria acontecer séculos mais tarde com a nação que dele descenderia:
  • estava exilado, fora da terra prometida
  • não tinha altar (Oséias 3.4-5)
  • recebeu um nome mau, e má fama (Gênesis 31.1, Romanos 2.17-24)
  • mas estava debaixo da proteção do SENHOR, por causa da promessa (Gênesis 28.15, Romanos 11.28-29)
  • e foi trazido novamente à sua terra (Gênesis 31.3, Gênesis 35.1-4, Ezequiel 37.21-28).
Jacó não foi abandonado, mas teve que colher o fruto do mal que havia semeado em seu lar.

Deus te deu 24 horas no dia, então reserve um tempo para ele, e seja abençoado!

Repasse essa mensagem para outras pessoas. Vamos semear!


Deus te abençoe!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...