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1 Reis 18 - Elias e os profetas de Baal / Confrontando os falsos deuses - Identificando a falsa divindade Aserá - Confrontando os falsos profetas - Confrontando a falsa adoração - Confrontando o sincretismo religioso estatal






Introdução:



Hoje veremos um dos embates mais espetaculares registrados nas Escrituras Sagradas: o confronto entre a mentira e a verdade, entre o falso e o verdadeiro, entre Baal e Deus. 

E isto aconteceu em uma competição entre Elias e os “profetas” de Baal no monte Carmelo (1Reis 18:19 ''Agora, pois, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.'' ). 

Assim como Elias foi chamado para mostrar que o Deus de Israel é o verdadeiro Deus, todos nós que pertencemos ao novo concerto fomos chamados a defender o evangelho de Cristo contra distorções e desvio doutrinário, e para afirmarmos que somente Jesus Cristo é o “Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém vai ao Pai, senão por Ele”(João 14:6), e que “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”(1Timóteo 2:5).

I. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES

A diferença entre o Deus Criador de todas as coisas, e os falsos deuses é tremendamente gritante. Primeiro, porque Deus é vivo e eterno, criador de todas as coisas – Jeremias 10.10 diz “Mas o Senhor é o Deus verdadeiro; ele é o Deus vivo; o rei eterno”. 

Segundo, os falsos deuses, são apenas imaginação e invenção do homem sem Deus. Logo eles não podem interagir com seus seguidores. Uma das características fundamentais de Deus, que o difere dos falsos deuses, é o fato de Ele sempre procurar se comunicar com suas criaturas. 

Vemos isso claramente no caso de Elias e os profetas de Baal (1 Reis 18.26-27 ''Enquanto os seguidores de Baal clamaram desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal, responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do altar que tinham feito. Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem'' ). 

Já Elias não precisou clamar muito para obter a resposta. (1 Reis 18.36-38 '' Elias se chegou, e disse: Senhor, Deus de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra tenho feito todas estas coisas.  Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo conheça que tu, ó Senhor, és Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.  Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego“).

1. Conhecendo o falso deus Baal. 

Era o deus supremo dos cananeus. A palavra Baal significa proprietário, marido ou senhor, isso demonstra que ele exercia controle e posse não somente sobre o lugar onde se encontrava, mas também sobre as pessoas que o adorava. Seus adoradores acreditavam que o ídolo fosse o responsável pela abundância da terra e pela fertilidade do ventre. Sendo o deus da fertilidade, seu culto era marcado pela crueldade e por uma devassidão que envergonharia até Sodoma e Gomorra. Em suas cerimônias havia sacrifícios de vítimas humanas, orgias e os mais inimagináveis desregramentos; e, logicamente, louvores a Baal.

O Moderno culto a Baal. O velho Baal continua o mesmo; tudo faz para induzir os santos à impureza. Seus profetas e adoradores também não mudaram. Vejamos, a seguir, alguns exemplos, como os seus cultos manifestam-se em nossos dias:

a) Pornografia. Não são poucos os filhos de Deus que se acham arruinados espiritualmente em consequência de revistas, filmes, vídeos pornográficos, internet e a maioria das novelas.
O Senhor não atura tais coisas; são abomináveis aos seus olhos. Ele é Santo! E de seus filhos exige vida santa e irrepreensível – (1 Pedro 1.15 “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” );
(Levítico 20:7 ''Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o SENHOR vosso Deus.'' ); 

b) Sincretismo Religioso (mistura). Infelizmente, somos obrigados a mencionar os shows promovidos em nossos púlpitos. Cantores e artistas, dizendo-se evangélicos, mas flagrantemente divorciados da graça de Deus, além de nos roubarem todo o tempo da Palavra, introduzem elementos de rituais idolatras, arrastando nossos jovens para uma vida  descompromissada com Deus.
(Êxodo 19:6 ''E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.'' ).

c) Infidelidade conjugal. Numa sociedade permissivista e erotizada como a nossa, o adultério não é visto mais como algo reprovável. É toleravelmente aceito; é socialmente incentivado; é legalmente ignorado. A Bíblia não mudou! Adultério é adultério. Pecado é pecado. Ainda que busquemos justificativas teológicas para tais comportamentos, a verdade bíblica não será alterada (Êxodo 20:14 ''Não adulterarás.'' ); 

(Mateus 5:28 ''Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.'' ).

2. Identificando a falsa divindade Aserá.  

Aserá era uma falsa deusa Cananéia muito antiga. Uma inscrição suméria datando de 1750 a.C. se refere a ela como a deusa-mãe, esposa de El, o deus pai do panteão cananeu. Era também conhecida como Astarote ou Astarte, era uma deusa ligada à fertilidade humana e animal e também da colheita. Como o símbolo astrológico de Baal era o Sol, Aserá é frequentemente associada com a Lua, mas seu símbolo era o planeta Vênus.

Aserá foi à deusa de Tiro e de Sidom em épocas longínquas, ao menos desde 1200 a.C, e foi provavelmente uma esposa sidônia de Salomão quem a introduziu na corte deste rei de Israel. 

No reinado de Roboão, filho de Salomão, se adorava Aserá (1 Reis 14:23 ''Porque também eles edificaram altos, e estátuas, e imagens de Asera sobre todo o alto outeiro e debaixo de toda a árvore verde.'' );

E isto persistiu em vários reinados de Judá (1 Reis 15:13 ''E até a Maaca, sua mãe, removeu para que não fosse rainha, porquanto tinha feito um horrível ídolo a Asera; também Asa desfez o seu ídolo horrível, e o queimou junto ao ribeiro de Cedrom.'' ); num claro ato de sincretismo religioso, provocando à ira o Senhor Jeová.

No reino do Norte, o rei Acabe de Israel se casou com Jezabel, filha de um rei da Sidônia, e o culto a Aserá e ao seu filho Baal foi estabelecido na corte.

II. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS

1. Profetizavam sob encomenda. 
(1 Coríntios 2.13,15 '' 13 - As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.  15 - Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.'' ). 

Aqueles profetas de Baal, sustentados pelo estado, tinham como propósito agradar o rei em tudo. Eram profetas sim, contudo, profetas de uma falsa divindade. Mas não nos é estranho encontrarmos profetas do Deus Único que em nada diferem daqueles que cercavam a mesa de Acabe. No dizer de Paulo, estes tais serão discernidos pelos espirituais! 

Nos dias de Jesus existiam ministros que ‘exteriormente pareciam justos aos homens (Mateus 23.28 ''Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.'' ). 

Mas interiormente eles estavam cheios de hipocrisia e iniquidade. Sua aparência era enganadora até que os verdadeiros motivos fossem expostos pela luz da Palavra viva de Deus. 

Jesus comparou seus corações ao solo ruim que produzia frutos pecaminosos (Leia Mateus 13.1-23; Mateus 15.17-20)”. 

Claro está que temos a obrigação de julgar os profetas pelos seus frutos, isto também fica claro nos escritos de Paulo e João (1 Tessalonicenses 5.21 ''Examinai tudo. Retende o bem.'' ); 

(1 João 4.1 ''Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.''); 

(1 Coríntios 14.29 ''E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.'' ).

2. Eram mais numerosos. 

O relato Bíblico afirma que os profetas de Baal eram 450, e os profetas de Aserá eram 400 (1 Reis 18.19 ''Agora, pois, manda reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de Jezabel.'' ), ampla maioria se comparado ao único profeta de YAHWEH nesse desafio do monte Carmelo. 

Apesar dessa maioria numérica no Carmelo, estes oitocentos e cinquenta profetas ficaram confundidos e envergonhados, pois somente o Deus de Elias respondeu com fogo e dissipou toda dúvida do coração do povo (1 Reis 18.38-39 '' Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!'' ).

III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO

O dicionário Aurélio define adoração como culto a uma divindade; culto, reverência e veneração. O mesmo dicionário define o verbo adorar como render culto a (divindade); reverenciar, venerar. 

As palavras que definem adoração, no Velho Testamento, significam ajoelhar-se, prostrar-se (#7812, Strongs), como em (Êxodo 20.5 ''Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.'' ). 

As palavras que definem adoração, no Novo Testamento, significam beijar a mão de alguém, para mostrar reverência; ajoelhar ou prostrar-se para mostrar culto ou submissão, respeito ou súplica (#4352, Strongs), como em (Mateus 4.10 ''Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.'' ); 

(João 4.24 ''Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.'' ). Adoração então é uma atitude de extremo respeito, inclusive ao divino, que se expressa com ações singulares de reverência e culto. 

Qual é a adoração que Deus realmente espera de nós?

Elias pediu que o povo, os profetas de Baal e de Aserá se apresentassem num lugar determinado por ele. O povo se reuniu e Elias, sem medo, apresentou-se ao povo, exigindo dele uma definição resoluta – “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o e, se é Baal, segui-o” (1 Reis 18:21). 

Apesar da grande demonstração do poder de Deus, numa seca que já durava três anos e seis meses, numa clara prova de que Baal não era deus algum, não detinha controle algum sobre a natureza, o povo ainda estava coxeando entre dois pensamentos, preferindo as benesses do poder oferecidas por Jezabel no culto a Baal, bem como as seduções deste culto, que era um culto sensual, depravado e repleto de tudo aquilo que agradava a natureza pecaminosa do homem. Dinheiro, prazer, posição social eram ofertados pelos baalins e, assim, muitos, apesar de todas as evidências do poder do Senhor, continuavam titubeantes e, neste duvidar, acabavam sendo arrastados para a idolatria.

Elias, então, reparou o altar, que estava quebrado, bem como pôs água abundante para que não houvesse qualquer dúvida de que era Deus quem iria operar. Este cuidado do profeta é um exemplo a seguirmos na atualidade: a operação de Deus é algo de que devemos ter certeza e convicção. 
Por isso, nada deve ser feito sem a devida preparação espiritual, a devida santificação (o reparo do altar), como também tudo deve ser feito às claras diante do povo, com transparência, decência e ordem (1 Coríntios 14:40 ''Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.'' ). 

Quantos altares desmantelados na atualidade têm buscado o “fogo divino”! e, como Deus não opera em lugares assim, recorrem a subterfúgios, a astuciosos estratagemas para impressionar o povo. Entretanto, não nos iludamos, Deus não é Deus de confusão.

Mas, além de ter reparado o altar e não deixado margem a qualquer dúvida, Elias fez uma oração. Elias não “determinou” coisa alguma a Deus, pois sua “determinação” era a disposição firme de servir a Deus, não qualquer exigência que devesse ser feita, como muitos iludidos atrevem-se a fazer em os nossos dias. 

Elias fez uma oração, um pedido a Deus, reconhecendo a Sua soberania, o Seu senhorio – “e que eu sou teu servo“(1 Reis 18:36). Ele poderia chamar Deus de Senhor, porque havia experimentado o controle de Deus sobre todas as coisas: o corvo, a panela da viúva, a vida do filho da viúva. 

Relembrou ao povo, que o escutava, que Deus era o Deus do pacto feito com os patriarcas, o Deus que havia formado a nação de Israel e que ele, Elias, era tão somente um servo dEle. Mal acabou a oração, o Senhor consumiu tudo com o fogo e o povo não teve mais dúvida alguma: só o Senhor é Deus! (1 Reis 18:36-39).

IV. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL

1. O perigo do sincretismo religioso. 

Sincretismo é a fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças religiosas, seja nas filosóficas. Na história das religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes, ou, a influência exercida por uma religião nas práticas de outra.

O sincretismo que estava acontecendo em Israel tinha elementos altamente condenáveis, que de uma forma muito direta desobedecia e afrontava os padrões morais estabelecidos para o povo de Israel, como por exemplo, o culto sensual – aonde eram incluídas imoralidade sexual religiosa, tendo para isso prostitutas cultuais -, e da adoração a outros deuses.

Não há uma precisão da época em que começou o sincretismo entre os israelitas. Os registros bíblicos relacionam ao período da saída do povo de Israel do Egito e entrada na terra de Canaã. Israel viveu 430 anos sob o domínio egípcio e sob a influência de suas religiões. O povo egípcio sempre foi politeísta, adorava os deuses Rá (deus do sol), Toth (sabedoria, conhecimento, representante da Lua), Hórus (céu), Osiris (vida após a morte), Isis (amor, magia), Ged (terra), entre outros. 

Os filhos de Israel certamente se envolveram com estas divindades e seu culto, conforme comprova Josué: (Josué 24.23 “Agora temam o Senhor e sirvam-no com integridade e fidelidade. Joguem fora os deuses que os seus antepassados adoraram além do Eufrates e no Egito, e sirvam ao Senhor” ).

2. A resposta divina ao sincretismo

Seguir a falsos deuses é abandonar o Deus vivo e isto constitui em um terrível pecado, passível de punição. O texto sagrado diz que logo após o Senhor ter respondido com fogo a oração de Elias (1 Reis 18:38), o profeta deu a seguinte instrução ao povo: (1 Reis 18:40 “Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou” ). 

A decisão de Elias não foi tomada por sua própria conta, mas seguia a orientação divina dada pelo Senhor a Moisés: (Êxodo 20.3 “Não terás outros deuses diante de mim” ); (Êxodo 22.20 “O que sacrificar aos deuses e não só ao SENHOR será morto” ).

Hoje vemos florescer o sincretismo religioso nas igrejas ditas evangélicas, principalmente promovidas pelo segmento dito neopentecostalismo. Práticas pagãs são assimiladas nas igrejas para atrair as pessoas. Cerimônias e ritos totalmente estranhos à Palavra de Deus são introduzidos no culto para agradar o gosto dos adoradores. O sincretismo está na moda. Mas ele ainda continua provocando a ira de Deus!

O culto a Deus é composto de proclamação da palavra, explicação da mesma, louvores ao Senhor, orações e intercessões e comunhão – (1 Coríntios 14.26 “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” ). Portanto, não há lugar para palhaçada e feitiçaria na igreja.

CONCLUSÃO

 Do mesmo modo que Israel foi punido pela adoração e misturas de praticas religiosas de outras divindades, também qualquer povo será assim tratado a partir do momento em que se voltar a uma prática religiosa a outros deuses, depois de terem conhecido o Deus verdadeiro.
                                                                                                                   
  Que Deus te Abençoe!

1 Reis 18 - Elias apresenta-se diante de Acabe / És tu perturbador de Israel?






(I Reis 18.17-18 ''E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe: ÉS TU O PERTURBADOR DE ISRAEL? Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR, e seguistes aos baalins.'' ).

A pergunta de Acabe nos deve trazer uma grande reflexão sobre a postura dos profetas de nossa atualidade. Quem são hoje os “perturbadores” de Israel?
 


Perturbar é "desarranjar, atrapalhar, embaraçar, envergonhar, confundir, provocar tonteira ou atordoamento em; aturdir, atordoar, estontear, desnortear, desorientar." Ou seja, é tudo que um servo de Deus não intenta fazer, independentemente de quem seja o alvo da perturbação.

Exceto se este alvo for o diabo, ou mesmo os seus seguidores. Estes serão perturbados inevitavelmente. Foi o que aconteceu com Acabe. O profeta de Deus, o homem chamado de "santo homem de Deus", aquele que orou e multiplicou o azeite e a farinha da viúva, que deitou sobre uma criança e ela ressuscitou, que determinou que não chovesse e não choveu, para Acabe e os seus asseclas, era "o perturbador de Israel".

O profeta Joel nos diz: (Joel 2.1 "Tocai a buzina em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; perturbem-se todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele já está perto." ). 
Já ouviu falar de uma buzina que não perturba? Tocamos a buzina com nossa vida, nosso testemunho e falando o que o Senhor nos ordena. 

Por que Israel estava atraindo para si tamanha “Perturbação”?

Amizade do mundo é inimizade contra Deus! (Tiago 4.4 “...não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” ).

Nitidamente Israel viveu essa perturbação descrita por Acabe, pois a inimizade era algo que realmente, nesse caso específico, interessava ao reino de Deus. Amizade do mundo é inimizade contra Deus!

Vejamos que Acabe delimitou bem a sua posição no mundo espiritual, quando se dirigiu a Elias o profeta: (1Reis 21.20 "Ao que disse Acabe a Elias: Já me achaste, ó inimigo meu? Respondeu ele: Achei-te; porque te vendeste para fazeres o que é mau aos olhos do Senhor".).

Por que seria Elias neste momento além de perturbador, considerado um INIMIGO MEU? 

Vejamos a história de Nabote e Acabe. Tudo começou por causa de uma vinha (entenda aqui que se trata de uma propriedade muito valiosa e bem localizada). (I Reis 21.1-4).

Nabote tinha uma chácara ao lado do palácio (Vers.1) que era o palácio de verão do rei Acabe, rei de Samaria. O Rei Acabe cobiça a chácara de Nabote (Vers.2). A cobiça sempre gera um espírito destrutivo nas pessoas e com Acabe não foi diferente, ele era um homem controlado por suas paixões e emoções. Queria por que queria comprar a vinha. Decidiu que faria uma boa oferta pela vinha (Vers. 2). Isto era uma grande tentação. O comprador era o rei, que tinha poder sobre vida e morte. A pressão sobre Nabote era grande, contudo, ele não sucumbiu a ela.

Nabote se recusou a vender a vinha (Vers. 3). Diante dele estavam duas opções: Agradar o rei, ou Agradar ao REI do reis. Nabote bem sabia que a Lei de Israel o proibia. 

Veja (Levíticos 25.23 ''Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois estrangeiros e peregrinos comigo.'' ),    e também (Números 36.7-8: "Assim a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os filhos de Israel se chegarão cada um à herança da tribo de seus pais.E qualquer filha que herdar alguma herança das tribos dos filhos de Israel se casará com alguém da família da tribo de seu pai; para que os filhos de Israel possuam cada um a herança de seus pais."). 

Por razões financeiras a terra poderia ser vendida para um patrício, mas no ano do Jubileu a terra deveria voltar ao seu dono original. 

O rei Acabe não gostou nada. Ele parece agir como uma criança (Vers. 4-5). Aborreceu-se e indignou-se. Deitou-se. Virou-se para a parede e fez greve de fome (I Reis 21.4). 

Diante de um homem que é fiel a Deus e aos seus princípios o que fazer? Essa era a pergunta de Jezabel a grande aliada de Acabe (gente sem escrúpulos terá sempre aliados sem escrúpulo algum). 

Decidiram puxar o tapete de Nabote (1 Reis 21.6-16). O plano era uma verdadeira maquinação do mal e vindo da Rainha Jezabel, envolvia: falsificação de documentos (Vers. 8), hipocrisia deliberada (em nome da religião) (Vers. 9, 12), suborno (Vers.10) e perjuro (Vers.10). Observe-se aqui que tudo isso nos parece prática comum ainda nos dias de hoje. Era por tudo isso que Israel se mostrava perturbado e perseguido. 

É exatamente aqui que entra “Elias” o homem de Deus. Ele como servo de Deus recebe a ordem para ir ao encontro de Acabe e fazer-lhe enxergar o mal que cometera. Não há acordo, nem meio termo. O Profeta de Deus não poderia deixar de falar do que tinha visto e ouvido. E agora? Acabe responde: INIMIGO MEU. 

Não há alianças da luz com as trevas, não pode e nunca poderá ser assim. Sendo assim, em tempos de corrupção como hoje, em que nosso povo procura dar um "jeitinho" para que suas falcatruas pareçam corretas, seu comportamento leviano seja aceito ou ao menos tolerado. É certo então que Elias continuará a ser considerado: INIMIGO DE MUITOS, um PERTURBADOR de Israel. 

Tudo isso porque (2 Timóteo 4.4 "... virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas".). 

Não é de hoje que os homens estão se tornando resistentes a Palavra de Deus. Paulo enfrentou a duras provas a idéia de ser considerado como inimigo de muitos. Assim disse Paulo a Timóteo: (2 Timóteo 4.14-15 "Alexandre, o latoeiro, me fez muito mal; o Senhor lhe retribuirá segundo as suas obras. Tu também guarda-te dele; porque resistiu muito às nossas palavras".). 

Essa é uma dimensão do ministério dos “ELIAS proféticos” que muitos não gostam de discutir ou de pensar. A Idéia de enfrentamento do mundo espiritual é hoje algo que tem se tornado muito tímido. Os homens parecem fazer o que querem, e já não tem encontrado com tanta freqüência os "profetas" de Deus em seu caminho. 

Precisamos orar e orar muito, para que nosso Deus continue a usar profetas como Elias, que sejam capazes de discernir quando vem a ele a palavra de Deus. Que tenham coragem de ir ao encontro dos pecadores para lhes mostrar o caminho errado no qual estão se enveredando, procurando assim abrir-lhes os olhos para que vejam o pecado que tão de perto lhes rodeia. 

Lembremo-nos que: (Provérbios 29.18 "Onde não há profecia, o povo se corrompe..." ). 

Que ecoe em nossos ouvidos as palavras de Jesus: (Lucas 19.40 "Digo-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão". ). 

As alianças feitas no seio de Israel precisavam ser enfrentadas pelos profetas de Deus. Creio que ainda hoje precisam. Imagine que Deus no Novo Testamento ainda nos adverte:

(Apocalipse 2.20: "Mas tenho contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz profetisa. Com o seu ensino ela engana os meus servos, seduzindo-os a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas aos ídolos". ).

Vejamos que a intolerância exigida e requerida aqui é da parte de Deus e não dos homens. A intolerância aqui é contra o pecado que está impregnado e amplamente acolhido no coração das pessoas. 

Pelo fato de não se desviarem dos seus pecados, Acabe e Jezabel certamente não receberam um final de vida que esperavam. Deus também é Juiz.

Os que acatam o convite de Deus e se tornam intolerantes ao pecado, serão sempre tratados e vistos como “perturbadores” e até “inimigos” de Israel.

Queira Deus que o mundo veja em nós "perturbadores" nos moldes de Elias o profeta de Deus. O Profeta sujeito às mesmas paixões que nós (Tiago 5.17).


Que Deus te abençoe!


1 Reis 17 - Elias prediz contra Acabe, e é sustentado pelos corvos / A viúva de Sarepta





INTRODUÇÃO:


A visita do profeta Elias a terra de Sarepta, onde foi acolhido por uma viúva pobre, é emblemática por algumas razões:
  • A história revela o cuidado de Deus para com os que se dispõem a fazer a sua vontade. Não importam onde estejam, Deus cuida de cada um de seus filhos. Elias foi o agente de Deus para confrontar a apostasia no reino do norte. Necessitava, pois, de um lugar seguro para refugiar-se;
  • O episódio revela a soberania de Deus sobre as nações. Mesmo tratando-se de uma terra pagã, Deus escolheu dentre os moradores de Sarepta, uma mulher que serviria como instrumento na construção de seu propósito;
  • Deus ordenou a uma viúva pobre, humilde e que estava em situação pior que a do profeta, mas havia outras tantas em melhores condições, mas Deus tinha o seu plano e estratégias para abençoar os dois lados. Mesmo que fosse incomum um homem se achegar a uma mulher, o profeta assim o fez e cumpriu a vontade de Deus;
  • A pessoa que mais recebeu de Deus foi a viúva e não Elias, pois ele foi enviado até ela, conforme o relatado por Jesus (Lucas 4.25-26 ''Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;
    E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.''
    ).

a) Trajetória de Elias – de Querite a Sarepta:

“Elias perde sua zona de conforto na fonte e Querite”, pois o ribeiro secou devido a seca (1 Reis 17.1), momento em que Deus ordenou a ida de Elias à Sarepta, para que fosse sustentado por uma viúva, sem nome, pagã, pobre, sem esperança e perspectiva (1 Reis 17.8-9) que estava em situação pior que a dele e quem sabe até simpatizante de Jezabel, adoradora de Baal. 

Pela lógica humana esperaríamos que Deus enviasse o profeta para a casa de um abastado líder ou pessoa influente, mesmo naquela região, circunvizinha de Sidom, terra da rainha má, mas ele foi enviado até a casa mais humilde. Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Por que Deus agiu assim? Deus poderia ter enviado Elias para a casa de um dos líderes religiosos de Sarepta que estivesse em condições de recebê-lo e hospedá-lo durante aquele período de provação. Ou, o Senhor poderia tê-lo encaminhado ao homem mais rico do local e convencesse o homem a manter Elias até quando fosse necessário. 

Mas Deus ordenou que o profeta buscasse o destino mais improvável, a casa mais humilde, a pessoa mais necessitada naquele momento: uma viúva sem eira nem beira. O texto bíblico diz que a situação daquela mulher era tão crítica, que ela estava prestes a preparar a sua última refeição e aguardar, com o único filho, a morte. Então, por que Deus enviou o profeta à viúva de Sarepta, que estava vivendo um momento de dificuldade e escassez muito maior que a experimentada por ele”?

I – UM PROFETA EM TERRA ESTRANHA

1. A FONTE DE QUERITE

A profecia de Elias sobre a seca, que também o atingiria, deu inicio ao combate entre o verdadeiro Deus e Baal, por isto ele recebeu a orientação divina para se esconder no ribeiro de Querite (1 Reis 17.3 ''Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão.'' ). 

Ele havia se tornado um personagem grato em Israel, pois esta sua mensagem (1 Reis 17.1 ''Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.'' ), soou como um desafio a Acabe, forçando-o a sair de cena temporariamente, caso contrário seria encontrado e morto pelo casal real.

Em Querite, ele foi sustentado milagrosamente e da forma mais improvável               (1 Rs 17.3-6 ''Retira-te daqui, e vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.'' ). 

Aquele era um lugar de sombra e água fresca, mas não representava o ponto final da jornada de Elias, Deus queria fazer algo a vida de Elias e aquele local era propício. 

Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“Querite” – deriva do verbo original (Cha-vath), que significa “cortar, colocar no tamanho certo. A ideia é de aparelhar”. É exatamente isso que Deus faz com os seus homens no campo de treinamento. Quando lemos a história de Elias, aprendemos que Deus tem seus campos de treinamento onde cada um dos chamados por Ele são preparados para os grandes enfrentamentos. 

Podemos enxergar duas razões pelas quais Deus enviou Elias para o Querite: Proteção e Treinamento. Silêncio e solidão fazem parte da experiência no campo de treinamento. Ao aceitar ir para aquele campo de treinamento, Elias estava pronto para servir ao Senhor pública ou reservadamente”.

Ele não poderia fixar-se naquele local, porque ali não havia a fonte permanente, pois se tratava de um rio temporário dependente das águas das chuvas, justamente o que faltava na época. 

Aquela provisão seria temporária, fato este constatado pelo profeta, já que a cada dia ele percebia que o ribeiro ia se secando, mas contrariando a logica humana, ele permaneceu no local e não correu da situação. Somente saiu quando Deus ordenou que fosse a Sarepta, de Sidom. Quem faz de Querite o seu ponto final certamente terá problemas, porque esta fonte um dia seca.

2. ELIAS EM SAREPTA

No momento em que o ribeiro se secou um novo tempo se iniciou para Elias, que se afastou de sua terra, de seu povo e de sua terra, indo refugiar-se em território fenício (1 Reis 17.9 ''Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.'' ). Ele não questionou a Deus e não ficou procurando sentido ou lógica nas ordens recebidas. 

Foi chamado para defender o culto ao verdadeiro Deus em Israel, mas foi enviado para Sidom, nação governada pelo pai de Jezabel                          (1 Reis 16.30 ''E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.'' ). 

Deus tirou um profeta da terra prometida, por algum tempo e o esconde justamente no território do inimigo.

A geografia bíblica informa-nos que Sarepta era uma pequena localidade situada a cerca de quinze quilometros de Sidom, conhecida como Zarefate em algumas versões (Obadias 1.20 ''E os cativos deste exército, dos filhos de Israel, possuirão os cananeus, até Zarefate; e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do sul.'' ), 


e como Sarepta no Novo Testamento (Lucas 4.26 ''E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.'' ), 


terra da temida Jezabel              (1 Reis 16.31 ''E sucedeu que (como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate) ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou.'' ).

Ás vezes o Senhor faz coisas que parece não ter logica alguma! No entanto, esse foi o único lugar do qual o rei Acabe jamais pensaria em procurar o profeta                        (1 Reis 18.10 ''Vive o SENHOR teu Deus, que não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está, então fazia jurar os reinos e nações, que não te haviam achado.'' ). 
São nas coisas menos prováveis que Deus realiza seus desígnios! Sarepta parecia ser uma terra de ninguém, mas estava no roteiro de Deus para a efetivação do seu propósito.

A ordem foi: “Levanta-te, e vai para Sarepta”, porque uma viúva o sustentaria, mas a situação dela era precária. Em Israel havia a lei que garantia alguns direitos para as viúvas, mas as nações vizinhas não atentavam para elas. A seca não foi somente para Israel saber que o Senhor era Deus, mas serviu também para Elias descobrir isto, pois percebeu que outras nações também foram atingidas, no caso Sidom. Em breve ele veria o socorro divino para os estrangeiros.

II. UMA ESTRANGEIRA NO PLANO DE DEUS


1. A SOBERANIA E GRAÇA DE DEUS.

Quando o Senhor ordenou ao profeta que se deslocasse até Sarepta, revelou-lhe também qual era o seu propósito (1 Reis 17.9 ''Levanta-te, e vai para Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente.'' ). Elias precisava sair da região controlada por Acabe. 

Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Primeiramente, ordenou-lhe que se escondesse junto ao ribeiro de Querite. Os corvos tiveram ordens de alimentá-lo. Em seguida, Deus ordenou novamente e enviou Elias a Sarepta, onde ordenou que uma viúva               (1 Reis 17:9) o alimentasse. Essa viúva parecia ser um instrumento incomum para Deus – “Ordenei ali a uma mulher viúva”. Ela não era israelita. Era uma viúva sem posição social e sem influência nem poder. Ela mesma estava quase morrendo de fome”.

O texto é bem claro em referir-se a viúva como sendo um instrumento que o Senhor usaria para auxiliar a Elias. Quem era essa viúva ninguém sabe. Todavia, foi a única escolhida pelo Senhor, dentre milhares de outras viúvas, para fazer cumprir seu projeto soberano (Lucas 4.25-26 ''Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; E a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva.'' ). 

Era uma gentia que, graças ao designo divino, contribuiu para a construção e desenvolvimento do plano divino. É bem capaz que ela não percebeu que estivesse sendo usada por Deus.

Será que a experiência da provisão milagrosa recebida no Querite serviu para aumentar a confiança de Elias, enquanto ele caminhava à Sarepta? Mas em sua chegada teve uma surpresa negativa, pois avistou a viúva apanhando lenha na entrada da cidade, solitária, já que não possuía ninguém que pudesse ajudá-la. Que abalo na fé do profeta? 

Uma viúva solitária, sem recursos, com um filho, como poderia sustentá-lo? Ele estava andando andando por fé e não por vista (2 Coríntios 5.7 ''(Porque andamos por fé, e não por vista).'' ).

2. A PROVIDÊNCIA DE DEUS.

A providência divina para com Elias antecipou o que o apóstolo Paulo escreveria algum tempo depois. As coisas loucas seriam usadas para confundir os sábios e os fracos seriam usados para confundir os fortes                       (1 Coríntios 1.27 ''Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;'' ). 

Um gigante espiritual ajudado por uma frágil, viúva e pobre. O que Elias deve ter pensado sobre esta situação? Será que durante a viagem imaginava encontrar uma mulher com recursos e posses? 

A providência divina já havia se manifestado nos alimentos trazidos pelos corvos (1 Reis 17.4-6 ''E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR; porque foi, e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.'' ). Agora revelar-se-ia através de uma viúva pobre.

Ora, em uma nação onde era exigido por lei cuidar de seus profetas, é pasmoso que Deus tenha recorrido a uma viúva estrangeira para cuidar do seu profeta” e justamente no território de Baal, a terra natal daquela que o procurava. Deus providenciou o socorro a Elias de onde ele jamais imaginava ou esperava. O ambiente era estranho, os personagens envolvidos eram duvidosos, a situação de ambos eram embaraçosas, mas Elias não duvidou e confiou.

Deus permitiu que passasse necessidades durante a viagem, tanto que na chegada pediu água para a mulher. Logo descobriu que ela o sustentaria. Comedido e educado, pediu também um bocado de pão, do tamanho da mão dela, ou seja, somente o necessário.
 
Ele não se aproveitou da situação, bem diferente dos fariseus            (Mateus 23.14 ''Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.'' ). 

Mesmo de Sidom, uma estrangeira, ela amava o próximo e atendeu prontamente ao profeta. Havia tantas viúvas em Israel, mas Deus escolheu a de Sarepta (Lucas 4.25-26).

Ela sabia que ele era israelita, “vive o Senhor teu Deus”. Ela reconheceu a soberania de Deus, por isto foi a escolhida. A viúva fez a parte dela, cumpria seu deveres, por isto Elias teve a certeza de que ela o sustentaria, então ele entregou a benção profética para ela. Ele pediu que ela fizesse um bolo pequeno e não grande e somente para ele.

Seria estranho para Elias morar com uma gentia, com filho, viúva e em uma cidade que estava sofrendo com o que houvera ele mesmo profetizado. Muitos comentários maldosos devem ter surgido, sem contar que as diferenças históricas e étnicas o tornavam não bem visto naquelas terras.

Quem sabe não acusaram a mulher de trazer a maldição de Baal sobre eles, já que esta divindade estava em uma suposta guerra com Jeová, o Deus de Israel. Depois que acolheu o profeta, o seu filho adoeceu e a sua situação piorou a cada dia. 

Parece que a história se repetia para Elias, pois quando estava no ribeiro, foi provido por Deus, mas a cada dia via o ribeiro secando. Da mesma forma estava aquela viúva, sendo abençoada com a multiplicação, mas contemplava seu filho sofrendo, por isto ela não deu ouvidos aos comentários. 

No dia da morte do filho ela desabafou. Ela pensava que Deus amava somente Israel e que a multiplicação do azeite e da farinha havia sido somente para socorrer o profeta (1 Reis 17.18 ''Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho?'' ).

(1 Reis 17.19,22,23,24 '' 19 - E ele disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama, 22 - E o SENHOR ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu. 23 - E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. 24 - Então a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a palavra do SENHOR na tua boca é verdade.'' ).

“Agora sei que tú és homem de Deus”, só agora. Depois de tanta multiplicação, somente agora é que foi reconhecer isto? Ela descobriu que o Senhor era o único, em todas as nações.

III – O PODER DA PALAVRA DE DEUS

1. A ESCASSEZ HUMANA E A SUFICIÊNCIA DIVINA

A mulher que Deus havia levantado para alimentar Elias durante o período da seca disse não possuir nada ou quase nada (1 Reis 17.12 ''Porém ela disse: Vive o SENHOR teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morramos.'' ). De fato o que essa mulher possuía como provisão era algo humanamente insignificante. 

O termo hebraico usado para punhado, dá a ideia de algo muito pouco, mas era dela. Deus queria operar o milagre a partir do que a viúva tinha. A suficiência divina se revela na escassez humana. O pouco com Deus torna-se muito! A viúva que deveria sustentar Elias, estava passando por necessidades, mas isto não impediu que ela acreditasse diante da autoridade demonstrada por Elias. 

Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“No mundo bíblico, quando tudo ia bem, as viúvas eram personagens marginais. Especialmente se não tinham filhos crescidos para cuidar delas. Eram facilmente vitimadas e tinham limitados recursos legais. Em tempo de uma grande seca, as coisas eram ainda piores para elas. Cada família estava lutando pela própria sobrevivência e não havia sobras para viúvas pobres. Essa mulher recebeu o pedido de alimentar o profeta. 

Quando consideramos sua realidade social e econômica, ela era, realmente, a candidata mais improvável. Só havia um punhado de farinha e um pouco de óleo entre essa pobre mulher e a morte pela fome. A mulher que Deus havia escolhido para alimentar o profeta Elias durante o período da seca disse: “Vive o Senhor, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhe dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos” (1 Reis 17:12). Aquela viúva agiu com honestidade e sinceridade”

2. DEUS, A PRIORIDADE MAIOR.

O profeta entrega à viúva de Sarepta a chave do milagre quando lhe diz:                   (1 Reis 17.13 ''E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze conforme à tua palavra; porém faze dele primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois farás para ti e para teu filho.'' ). 

O profeta era um agente de Deus, e atendê-lo primeiro significava colocar Deus, em primeiro lugar, contrariando a lógica humana. O texto sagrado afirma que ”foi ela e fez segundo a palavra de Elias” (Reis 17.15 ''E ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias.'' ). 

Tivesse ela dado ouvidos a sua razão e não obedecido as diretrizes do profeta, certamente teria perdido a benção. O segredo, pois, é colocar a Deus em primeiro lugar (Mateus 6.33 ''Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.'' ).

IV – O PODER DA ORAÇÃO

1. A ORAÇÃO INTERCESSORIA

A seca profetizada por Elias (1 Reis 17.1 ''...nestes anos nem orvalho nem chuva haverá senão segundo a minha palavra.'' ), se cumpriu. 

Tiago, porém, destaca que a predição de Elias foi acompanhada de oração (Tiago 5.17 ''Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.'' ). 

Novamente o profeta encontra se diante de um novo desafio e somente a oração provaria a sua eficácia. O filho da viúva morreu e Elias tomou as dores da pobre mulher, pondo se em seu lugar e clamando ao Senhor                   (1 Reis 17.19-21 ''E ele disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama, E clamou ao SENHOR, e disse: O SENHOR meu Deus, também até a esta viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho? Então se estendeu sobre o menino três vezes, e clamou ao SENHOR, e disse: O SENHOR meu Deus, rogo-te que a alma deste menino torne a entrar nele.'' ). Deus ouviu e respondeu ao seu servo. 

Sobre isto o professor Luciano de Paula Lourenço escreveu:

“Ele...  orando, pediu que não chovesse'', e, por três anos e seus meses, não choveu sobre a terra (Tiago 5:17). Em outra ocasião, já em Sarepta, o filho da viúva falecera, e Elias roga ao Senhor que traga a vida do menino, e Deus responde à oração de Elias, realizando a primeira ressurreição (volta à vida) da Bíblia – “...Ó Senhor, meu Deus, rogo-te que torne a alma deste menino a entrar nele. E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu” (1 Reis 17:21,22)

Por meio de Elias, o testemunho de Deus foi dado em terras estrangeiras por meio deste grande milagre. Observe no versículo 21 que Elias foi insistente, perseverante, na sua oração: “se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor...”. 

O próprio Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes na oração ao narrar a parábola do juiz iníquo (Lucas 18:1 ''E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer,'' ).

2 – A ORAÇÃO PERSEVERANTE

Elias orou com insistência, estendendo-se sobre o menino três vezes. Por alguns minutos esteve frente ao silêncio de Deus, mas não desistiu. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho porque não são acompanhados de oração perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes na oração, ao narrar a parábola do juiz iníquo (Lucas 18.1) e é com tal perseverança com que conseguiremos alcançar nossos objetivos ou que nossas orações não foram ouvidas. 

Sobre isto o professor Francisco A. Barbosa escreveu:

“Uma das grandes lutas para qualquer cristão jovem ou maduro está em entender que o silencio de Deus não quer dizer que sua oração não foi aprovada. Pode ser que haja uma demora para a resposta, mas esta demora não quer dizer que sua oração foi desaprovada.

Moisés, Elias e Daniel aprenderam isto. Enquanto eles continuavam a orar, enquanto perseveravam na oração, Deus respondeu a tudo o que perseverantemente buscavam. 

Moisés viu a glória de Deus (Êxodo 33.12-16, 18), Elias viu a chuva chegar depois de 3 anos e meio de seca (1 Reis 18.41-46 e Tiago 5.17,18) e Daniel recebeu a revelação de Deus (Daniel 10.1-12). 

Eram como Bartimeus do Velho Testamento. Estavam no lugar certo na hora certa, persistiram em oração e a fé deles cresceu para encontrar o perfeito tempo de Deus, o qual resultou em fantásticas experiências de resposta divina. Perseverança na oração nos ajuda a ficarmos prontos espiritualmente para o que Deus está fazendo no reino espiritual. Quantas vezes desistimos, nos desgostamos ou nos desesperamos justamente antes da resposta vir”?

CONCLUSÃO

A soberania de Deus sobre a história, sobre os povos e o cuidado para com aquele que o teme se revelam de forma maravilhosa no episódio envolvendo o profeta Elias e a sua visita à Sarepta. Não há limites quando Deus quer revelar a sua graça e tampouco há circunstâncias que possa impedi-lo de mostrar o seu poder provedor.

OBJETIVOS DESTE ESTUDO:

1) Compreender que Deus é o nosso provedor:
  • Deus proveu Elias e a viúva e continua o mesmo.

2) Explicar o poder da graça de Deus para com os gentios:
• Havia muitas viúvas em Israel, mas Deus escolheu outra;
• Abençoou uma pobre viúva de Sidom. Graça aos gentios.

3) Conscientizar-se do poder da Palavra e da oração.
• Elias entregou a mensagem à viúva. Ela creu;
• Elias orou pelo filho morto e sua oração foi eficaz


                                                                                      
              Que Deus te Abençoe!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...