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2 Samuel 6.16 - Mical despreza Davi / Saia da janela !






(2 Samuel 6.16 ''E sucedeu que, entrando a arca do SENHOR na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo ao rei Davi, que ia bailando e saltando diante do SENHOR, o desprezou no seu coração.'').


Introdução:

Mical era filha de Saul e foi a primeira esposa de Davi. Ela o amava. Não sabemos como exatamente eles se conheceram, mas, em 1 Samuel 18 a Bíblia nos conta que Saul, sabendo do amor de Mical por Davi, a ofereceu em casamento em troca da morte de 100 filisteus (na verdade o plano do rei era que Davi fosse morto nessa empreitada). Davi cumpriu a determinação e fez ainda mais: matou não apenas 100, mas 200 filisteus – e fez isso antes do prazo dado pelo rei. E então tornou-se genro de Saul.

Nos relatos históricos, percebemos que o amor de Mical por Davi foi se esfriando com o passar do tempo. Embora o tenha ajudado na fuga, ela não quis fugir com ele quando seu pai o estava tentando matar – talvez não estivesse disposta a deixar o conforto do palácio e preferiu sacrificar seu casamento. Davi ficou sete anos longe, até que pudesse voltar e assumir o trono depois da morte de Saul e seus descendentes, e, nesse período de lutas, por sua esposa não estar ao seu lado, ele encontrou auxílio nos braços de outras mulheres. 

Mas sua primeira aliança era com Mical – e se ela quisesse e agisse com sabedoria, poderia usufruir das bênçãos decorrentes disso. No texto que lemos, no entanto, conhecemos uma Mical não mais apaixonada pelo seu marido.

 Uma Mical que, com amargura no coração, despreza a alegria de Davi e rejeita a benção que ele tinha, da parte de Deus, para toda sua casa. Pouco depois desse episódio, Davi comete o adultério com Bate-Seba. E Mical morreu sem filhos, sem deixar um herdeiro legítimo para o trono.

Porque será que esta mulher, que um dia amou seu marido e o ajudou num momento tão importante de sua vida acabou assim?

Creio que é importante notarmos que Mical tinha traumas e feridas em seu coração. Afinal de contas, ela foi usada por seu pai para montar uma armadilha contra o homem que amava. Depois, quando ele fugiu e ela se recusou a ir junto, foi entregue como esposa para outro. E passados sete anos, foi tirada desse marido para ficar de novo com Davi. 

Traumas não resolvidos e emoções feridas tiraram o brilho de Mical. E mais do que isso: lhe trouxeram cegueira espiritual. Ela já não via Davi como um homem escolhido por Deus para reinar e não compreendia a alegria da presença do Senhor.

No episódio da festa que Davi fazia pela retomada da Arca da Aliança, Mical ficou de fora e olhando pela janela. Ela tinha todo direito de estar ao lado do rei, seu marido, celebrando com ele. A presença do Senhor era manifesta naquele lugar e havia júbilo no meio do povo. Era o avivamento! Mas Mical simplesmente o desprezou.

Mical nos faz lembrar de mulheres que preferem apenas olhar pela janela ao invés de participar da festa. Mulheres que desprezam o poder de Deus e desistem do seu casamento ou de seus sonhos. Mulheres que deixam a amargura dominar o coração e se tornam insensíveis ao agir de Deus. Mulheres que são tão críticas que não conseguem enxergar o amor do Pai nas pequenas coisas que nos rodeiam. 

Mulheres que acabam desprezando a benção e o propósito que Deus tem para cada um de nós e por causa disso, morrem estéreis, sem colher os frutos e as flores de uma vida bem sucedida - que é prometida para aqueles que são plantados junto às correntes de águas que é o próprio Deus! (Salmo 1)

Mical agiu errado ao não seguir seu marido naquela fuga. 

Nosso Deus é um Deus que honra as alianças que temos com Ele e que foram feitas diante Dele. Casamento é uma aliança para toda vida, não importa o que aconteça no meio do caminho. Se você é uma mulher que não está disposta a abrir mão do seu conforto e do seu “palácio” para seguir seu esposo, nunca conseguirá desfrutar das bênçãos decorrentes da aliança; sim, porque a aliança do casamento é um espelho da aliança de Deus para com seu povo – uma aliança inviolável, que independe da humanidade, dos nossos pecados ou nossas vontades – e na carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo enfatiza que nada, “nem a lei”, “poderá invalidar a aliança previamente estabelecida por Deus de modo que venha anular a promessa”. Ou seja, um casamento, ao receber a benção do Senhor, também estabelece uma aliança eterna. 

Não importa se anos depois um dos cônjuges ‘descobrir’ (ou achar) que se casou com a pessoa errada. Se houve a benção de Deus, nada poderá invalidar essa aliança. E a melhor notícia é que, da mesma forma, nada também poderá anular as promessas decorrentes dessa benção. Creia nisso, busque isso! Pense como a vida de Mical poderia ter sido diferente se ela abrisse mão do palácio para construir um casamento sólido. Sim, ela viveria anos de lutas e provações. Mas depois experimentaria reinar!

Mical também agiu errado ao criticar seu esposo por seu comportamento

Não se torne a mãe do seu marido. Não seja uma mulher crítica, pessimista, preocupada apenas com “o que os outros vão falar”. Não seja religiosa. Talvez Mical, por ser filha de Saul, conhecia muito bem os protocolos reais e aprendeu desde cedo como o rei e a rainha deveriam agir diante de uma multidão – e bem por isso, não gostou do que Davi fez ao dançar no meio do povo. Mas não se limite aos protocolos. 

Quebre paradigmas, pré-conceitos, esteja pronta ao novo de Deus! E mais: se você é daquelas que se incomoda com a alegria das pessoas, sinto em dizer, mas você é uma mulher egoísta e invejosa – e precisa se arrepender disso. É pecado. 

Não seja como aquele filho perdido dentro da própria casa – o irmão do filho pródigo – que sofreu junto com o pai a partida do irmão mas não conseguiu se alegrar com sua volta por pura inveja. Sim, não é de hoje que é mais fácil chorar com os que choram do que se alegrar com os que se alegram... 

E sabe quando você será mais feliz? Quando for mais grata e reconhecer os presentes que Deus tem dado a você todos os dias. Não fique listando aquilo que falta em sua vida, faça uma lista daquilo que você já tem! Na minha casa, fiz um quadro bem grande com fotos onde mandei escrever “momentos felizes”, pois não quero nunca me esquecer de que coisas aparentemente simples também podem me proporcionar muita alegria! 

Aproveite esses presentes que Deus nos proporciona no dia a dia. Experimente não se prender aos detalhes e apenas sorria! Quando algo fugir do seu controle, não se desespere. Dê risada, louve! Traga à memória aquilo que pode lhe dar esperança, sempre! (Lamentações 3.21 ''Disto me recordarei na minha mente; por isso esperarei.'')

Mical ficou na janela quando poderia estar na festa. 

Deus não te criou para que você apenas admire a obra Dele na vida de outras mulheres. 
Saia da janela, pare de apenas contemplar e dê alguns passos até a festa que Ele preparou para você! Não se contente com pouco, não se conforme com o medíocre. 
Lembre-se: Você é a filha do Rei!


Que Deus te abençoe!!!
                                                    

2 Samuel 6 - Davi traz a arca para Jerusalém








(2 Samuel 6.5-7  “E Davi, e toda a casa de Israel, festejavam perante o SENHOR, com toda a sorte de instrumentos de pau de faia, como também com harpas, e com saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com címbalos. E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus, e pegou nela; porque os bois a deixavam pender. Então a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus.” )

COMO LEVAR A ARCA DE DEUS ?

Era um dia de grande alegria para Israel. Mas, no auge da celebração, os bois que carregavam a arca em carro novo tropeçam. O dia que seria de alegria tornou-se em dia de grande tristeza e luto. O que aconteceu de errado?

Busca a arca, era na verdade, buscar a presença de Deus, e isto é a coisa certa a se fazer. Mas, fizeram da maneira errada. 

(2 Samuel 6.3 "E puseram a arca de Deus em um carro novo, e a levaram da casa de Abinadabe, que está em Gibeá; e Uzá e Aió, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo." );

(I Samuel 6.7-8 “Agora, pois, fazei um carro novo, tomai duas vacas que estejam criando, sobre as quais não tenha vindo o jugo, atai-as ao carro e levai os seus bezerros de após elas para casa.Tomaia arca de Senhor, e ponde-a sobre o carro; também metei num cofre, ao seu lado, as joias de ouro que haveis de oferecer ao Senhor como ofertas pela culpa; e assim a enviareis, para que se vá.” ).

Davi, levou a arca da mesma maneira que os Filisteus levaram. A Arca deveria ser levada de um outro jeito. Para tudo o Senhor nos dar instruções e as encontramos na Sua Palavra.

O zelo de Davi e do povo não faltaram. Fizeram todas as preparações para que a arca fosse trazida à Jerusalém. Mas, no entusiasmo de "glorificar o Senhor", esqueceram da vontade dEle. Pois, Deus havia dado instruções claras sobre como se deve carregar a sua arca.

(Êxodo 25.10-14 “Também farão uma arca de madeira, deacácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura. E cobri-la-ás de ouro puro, por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma moldura de ouro ao redor; e fundirás para ela quatro argolas de ouro, que porás nos quatro cantos dela; duas argolas de um lado e duas do outro. Também farás varais de madeira de acácia, que cobrirás de ouro. Meterás os varais nas argolas, aos lados da arca, para se levar por eles a arca.” );

(Números 4.15 “Quando Arão e seus filhos, ao partir o arraial, acabarem de cobrir o santuário e todos os seus móveis, os filhos de Coate virão para levá-lo; mas nas coisas sagradas não tocarão, para que não morram; esse é o cargo dos filhos de Coate na tenda da revelação.” );

(Números 7.9 “Mas aos filhos de Coate não deu nenhum, porquanto lhes pertencia o serviço de levar o santuário, e o levavam aos ombros.” ).

A maneira certa de carregar a arca era pelos varais. Quando decidiram colocar a arca num carro novo, desprezaram o mandamento do Senhor. A arca era para ser levada nos ombros dos levitas. A arca era uma das peças sagradas que pertenciam ao santuário do tabernáculo. O Senhor proibiu fortemente que alguém além dos consagrados sacerdotes a tocasse ou até olhasse para ela.

Não devemos agir como o mundo age. O modo como eles fazem não deve ser a nossa referência. É um mistério o Senhor querer que os Levitas (servos) levem Sua presença sobre seus ombros. Talvez isto quer dizer que não é fácil ser crente. Temos o peso da presença de Deus sobre nossas vidas e um dia vamos responder por isso.

Quando os bois tropeçaram, Uzá viu a arca caindo, sua reação foi a de estender a mão e segurá-la para protege-la. Mas quando ele decidiu tocar na arca, Uzá desprezou o mandamento de Deus. Não tente fazer o que não é da sua responsabilidade. Quem busca a Deus deve adquirir, pelo estudo da sua palavra, uma mente renovada a qual será conduzida de acordo com os desejos do Senhor, ao invés de reagir de acordo com as circunstâncias do momento.

A intenção pode ter sido boa, porém a atitude foi totalmente errada. Há um dito popular de diz que “de boas intenções o inferno está cheio". O Senhor não está querendo “boas Intenções”. Ele procura verdadeiros adoradores, que oram, que O consultam e lêem a Sua Palavra.

(2 Samuel 6.7-10 “Então se acendeu a ira do Senhor contra Uzá, e o Senhor o feriu por ter estendido a mão à arca; e ele morreu ali perante Deus. E Davi se encheu de desgosto porque o Senhor havia irrompido contra Uzá; pelo que chamou aquele lugar Pérez-Uzá, como se chama até o dia de hoje. Temeu Davi a Deus naquele dia, e disse: Como trarei a mim a arca de Deus? Pelo que não trouxe a arca a si para a cidade de Davi, porém a fez retirar para a casa de Obede-Edom, o giteu.” ).

Davi ficou arrasado, Deus havia tirado a vida de um dos seus servos, e a arca ainda não estava em Jerusalém. Davi achou que sua maneira de carregar a arca era boa. Quantas pessoas sofrem porque ouviram pessoas erradas, e hoje, na hora de colher os frutos “podres” estão sozinhas.

Nessa passagem morreu Uzá, um homem bom, de caráter, um sacerdote que tinha boas intenções pois não queria deixar a Arca cair. Talvez em nossa vida ninguém tenha morrido por causa das nossas “boas intenções”, mas talvez muitas vidas estão indo pro ralo por causa de uma frase que saiu de uma boca cheia de boas intenções. O que será que estamos matando por causa das nossas boas intenções?

Geralmente quando fracassamos perdemos o animo a vontade de querer continuar.“- O que deu errado, fiz tudo certo, todos viram que eu fiz tudo certo.” Talvez tenha sido esta frase que Davi usou quando viu Uzá morto no chão. Muitas vezes queremos desistir, parar no meio do caminho e usamos como desculpas experiências negativas; aconteceu com Davi. Davi também desistiu. Mas, somente por alguns instantes.

Como Davi era um homem segundo o coração de Deus, ele não cometeu o mesmo erro de Hofni e Finéias. Não tomou uma atitude antes de refletir. A Bíblia diz que a Arca ficou três meses na casa de Obede-Edom. 

Durante esse tempo Davi meditou sobre o assunto “Como levar a Arca de Deus”, parece que ele consultou a palavra antes de trazer novamente a Arca: (2 Samuel 6.9 ''E temeu Davi ao SENHOR naquele dia; e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR?'' )

Do que temos desistido? Pode não ter dado certo na 1ª vez, não podemos desistir de cumprir os sonhos de Deus. Era vontade de Deus que a arca voltasse, e Davi quase desistiu por causa da sua frustração. É sonho de Deus a restauração do seu lar, é sonho de Deus que você cresça, é sonho de Deus que você case, é sonho de Deus que você seja um obreiro(a), é sonho de Deus que toda a sua família se renda aos pés de Jesus, é sonho de Deus que você prospere, é sonho de Deus que você seja mais que vencedor. E assim como Davi, a Arca vai voltar para Jerusalém, a Arca vai voltar para sua casa. E Deus será louvado.

A arca ficou na casa de Obede-Edom, levita, por três meses. E Deus o abençoou tanto em tão pouco tempo que ele ficou falado, só por ter acolhido a arca em sua casa. Quando realmente temos a presença de Deus em nossas vidas nós seremos não só abençoados como também ficaremos falados por sermos servos do Altíssimo e por Ele habitar em nós.

(2 Samuel 6.12-15 ''Então avisaram a Davi, dizendo: Abençoou o SENHOR a casa de Obede-Edom, e tudo quanto tem, por causa da arca de Deus; foi pois Davi, e trouxe a arca de Deus para cima, da casa de Obede-Edom, à cidade de Davi, com alegria. E sucedeu que, quando os que levavam a arca do SENHOR tinham dado seis passos, sacrificava bois e carneiros cevados. E Davi saltava com todas as suas forças diante do SENHOR; e estava Davi cingido de um éfode de linho. Assim subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do SENHOR, com júbilo, e ao som das trombetas.'' )

Davi ficou sabendo do ocorrido e convoca os levitas e sacerdotes para levarem a arca. Imaginem o tamanho da comitiva. Não sei a distância da casa de Obede-Edom e Jerusalém, mas deve ter demorado muito para chegarem até Jerusalém. A Palavra fala que a cada seis passos era feito um sacrifício. A chegada em Jerusalém foi maravilhoso. 

A arca foi posta numa tenda preparada para ela. E Davi ofereceu mais holocaustos a Deus. A alegria de Davi estava tão contagiante que o povo todo começou a dançar e a se alegrar na Presença de Deus. É indescritível um país inteiro, celebrando e dançando com tamanha felicidade. Eles estavam tão felizes com a arca, pois representava a presença de Deus em Jerusalém.

Quando entramos na presença de Deus em louvor e adoração, seja celebrando, dançando, prostrado, louvando, cantando, rindo, chorando, orando, Jesus já está de braços abertos à nossa espera.

Na próxima postagem estarei continuando sobre esse assunto, mais falarei sobre Mical filha de Saul, que vendo Davi pela janela o despreza. Aguardem uma linda postagem!


                                    Que Deus te abençoe!

2 Samuel 1 - O pranto de Davi por Saul e Jônatas / A Amizade verdadeira





(2 Samuel 1.23,26 '' 23 - Saul e Jônatas, tão amados e queridos na sua vida, também na sua morte não se separaram; eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões. 26 - Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres.'')

INTRODUÇÃO

No dia 20 de julho é comemorado o dia da amizade, dia em que muitas mensagens são trocadas entre amigos. Lembrei-me então de dois personagens bíblicos em especial, Davi e Jônatas. 

A amizade entre Jônatas e Davi era uma aliança de amor, um exemplo de amizade que tem muito a nos ensinar sobre o real significado e importância da amizade verdadeira.

Na literatura das ciências sociais que tratam sobre o tema, a amizade é vista em geral como uma relação afetiva e voluntária, que envolve práticas de sociabilidade e ajuda mútua e necessita de algum grau de equivalência ou igualdade entre amigos.

A Amizade é um bem que infelizmente tem se tornado cada vez mais difícil de ser encontrado. Muitos se chamam amigos, mas a palavra já perdeu muito de seu real significado. 

A palavra amigo é cheia de significado como se pode ver pelo texto de (I Samuel 18.1 ”Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma.”) Esta passagem nos mostra que uma amizade verdadeira é estabelecida por um vínculo muito forte, o vínculo do amor fraternal.        

I – Uma Amizade Verdadeira Pode Trazer Riscos


A amizade que nasceu no coração de Jônatas e Davi era algo tão profundo que levou Jônatas a arriscar-se em favor de seu amigo. Em (I Samuel 20.33 Saul tenta matá-lo por estar defendendo Davi: “Então, Saul atirou-lhe com a lança para o ferir; com isso entendeu Jônatas que, de fato, seu pai já determinara matar a Davi.”) 

Jônatas, que parecia ter dificuldades em acreditar que seu pai ainda queria matar a Davi (I Samuel 20.2 “Ele lhe respondeu: Tal não suceda; não serás morto. Meu pai não faz coisa nenhuma, nem grande nem pequena, sem primeiro me dizer; por que, pois, meu pai me ocultaria isso? Não há nada disso.”), agora tinha motivos de sobra pra crer que Saul estaria pronto a tudo para eliminar Davi, até mesmo matar seu próprio filho. 

A princípio Jônatas tinha porque duvidar que seu pai ainda quisesse matar Davi, pois ele havia lhe jurado que não o faria (I Samuel 19.6 “ Saul atendeu à voz de Jônatas e jurou: Tão certo como vive o Senhor, ele não morrerá.”). Porém as atitudes de Saul  durante a Festa de Lua Nova não deixavam mais dúvidas de que aquele juramento não seria cumprido.

Jônatas agora sabia que se sua amizade com Davi fosse mantida ele corria risco de vida. Contudo isso não foi razão forte o suficiente para abalar aquela aliança de amor firmada entre Jônatas e Davi. Jônatas não estava disposto a abrir mão desta amizade por coisa alguma.

Davi também correu riscos em virtude de sua amizade com Jônatas. Após a morte de Jônatas Davi procurou saber se ainda havia algum descendente de Saul vivo: Disse Davi: (II Samuel 9.1 "Resta ainda, porventura, alguém da casa de Saul, para que use eu de bondade para com ele, por amor de Jônatas?”)

Ao ser informado de que havia um filho de Jônatas vivo Davi o levou para morar no palácio e comer da sua mesa: (II Samuel 9.10 ''Trabalhar-lhe-ás, pois, a terra, tu, e teus filhos, e teus servos, e recolherás os frutos, para a casa de teu senhor tenha pão que coma; porém Mefibosete, filho de teu senhor, comerá pão sempre à minha mesa. Tinha Ziba quinze filhos e vinte servos”).

O mais comum em uma situação como aquela seria procurar eliminar todos os descendentes de Saul já que estes poderiam procurar promover um levante ou o assassinato de Davi para recuperar o trono, no entanto, Davi ao invés de temer perder o trono e quem sabe a sua própria vida corre o risco por amor a Jônatas. Ë preciso lembrar que Jônatas era amigo de Davi e o amava, mas Mefibosete não necessariamente. 

No Novo Testamento nós também temos o exemplo de Epafrodito que foi outro a não se importar em correr riscos por uma verdadeira amizade. Paulo era acusado de traição ao Império Romano, e esta era uma acusação grave. Paulo poderia ser condenado a morte e, quando um prisioneiro era condenado a morte, quem estava com ele deveria morrer também. 

Mesmo sabendo disso, Epafrodito abandona sua cidade, sua casa, todos os seus e vai para Roma cuidar de Paulo. Isso é amizade verdadeira, isso é comprometimento. Que coisa maravilhosa é ter amigos assim. Felizes são aqueles que podem ser e contar com amigos deste porte.

II – Uma Amizade Verdadeira Põe seus Interesses Pessoais em Segundo Plano. 

Parece que Jônatas era o príncipe herdeiro pois Saul lhe diz que enquanto Davi vivesse nem Jônatas e nem seu reino estariam seguros (I Samuel 20.31 “Pois, enquanto o filho de Jessé viver sobre a terra, nem tu estarás seguro, nem seguro o teu reino; pelo que manda busca-lo, agora, porque deve morrer.”). Davi era portanto uma ameaça a Jônatas e conseqüentemente a toda a sua posteridade já que se Davi assumisse o trono Jônatas não seria o próximo rei, seu filho não seria o príncipe herdeiro e assim por diante. 

No entanto, ao invés de odiar Davi e tentar elimina-lo, ele o ama e protege. Eliminar Davi não seria difícil já que ele dispunha de informações privilegiadas a respeito de Davi e este confiava nele. Davi fugiria de Saul, mas não de Jônatas. Pior do que um inimigo é um falso amigo. 

Dizem que um sábio antigo orava pedindo a Deus que cuidasse de seus amigos pois dos inimigos ele era capaz de cuidar. Se Jônatas fosse um falso amigo, se Jônatas se deixasse levar por interesses pessoais Davi estaria correndo serio risco.  E é preciso lembrar que o interesse pessoal de que estamos falando não era uma coisa qualquer, era o trono de Israel. 

Muito triste é quando se confia em alguém, o tem como amigo sincero, como irmão e se vê traído pelo mesmo ter se deixado levar por interesses, por benefícios muito menores que aquele do qual Jônatas estava abrindo mão. Infelizmente isto não é algo incomum. Jônatas sabia que pessoas valem mais que coisas, mais que posição. Para Jônatas o trono não era mais importante que a amizade de Davi.

III – Uma Amizade Verdadeira Está Firmada num Firme e Sincero Amor 

Esta característica da verdadeira amizade é o vínculo da mesma. Foi o amor que moveu Jônatas a por sua vida em risco e com certeza foi um amor sincero e firme que moveu Epafrodito a viajar cerca de 2.000 Km da Macedônia a Roma para cuidar de Paulo, podendo com isso perder muito, inclusive sua própria vida, seja através de um acidente durante a viagem, uma enfermidade contraída - o que acabou acontecendo e quase o ceifou                    ( Filipenses 2.27 Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.) – ou ainda pela condenação de Paulo. 

Foi o amor que moveu tanto Jônatas quanto Epafrodito a deixar interesses pessoais para cuidar dos interesses do objeto de seu amor. Paulo em I Coríntios 13.4 e 5 diz o seguinte: “O amor ....... não procura os seus interesses, ....” . Isso era uma realidade na vida destes amigos. 

Jônatas estava pronto a abrir mão do trono, enquanto que Epafrodito abriu mão de trabalho, presença da família e dos irmãos da Igreja. 

Paulo diz que enviou Epafrodito de volta a Macedônia pois este estava com saudades da Igreja ( Filipenses 2.25- 26 “Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas; e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades; Visto que ele tinha saudade de todos vós e estava angustiado porque ouvistes que adoeceu.”). 

Vejam que a amizade era recíproca pois Paulo abre mão de sua ajuda para que ele pudesse visitar os seus e sua igreja. 

Quando o amor fraternal rege os relacionamentos, há paz, respeito, sinceridade, transparência. Aquele amor foi algo tão significativo na vida de Davi e Jônatas que Davi ao saber da morte do Jônatas afirma: “Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres”. (II Samuel 1.26). 

Lamentavelmente esta passagem, e de modo geral a amizade entre Jônatas e Davi, é muito mal interpretada por alguns que erotizam o amor entre Davi e Jônatas. No Entanto, a luz do ensino geral das Escrituras fica claro que o amor que unia Jônatas e Davi era o amor fraternal.

IV – Uma Verdadeira Amizade é Fiel 

Jônatas e Davi tinham uma aliança. Em I Samuel 18.3 é dito que Davi e Jônatas fizeram aliança (“Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como a sua própria alma”). A natureza da aliança não é aqui declarada de modo explícito, mas creio que podemos inferir ser uma aliança de amor fraternal, ou seja, uma aliança de amizade. 

Nossa conclusão pode ser atestada pelo que encontramos em 1 Samuel 20 verso 8: “ Usa, pois, de misericórdia para com o teu servo, porque lhe fizeste entrar contigo em aliança no Senhor; se, porem, há em mim culpa, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai?” . 

Ali vemos Davi evocando a aliança entre eles para pedir sua ajuda. Jônatas não se furta da aliança, mesmo sendo aquele um momento muito delicado onde muitas perdas e muita dor poderia ser experimentada, como já pudemos considerar acima. 

Jônatas não só mantêm a aliança como a renova e amplia em 1 Samuel 20 versos 16 e 17: “Assim, fez Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: Vingue o Senhor os inimigos de Davi. Jônatas fez jurar a Davi de novo, pelo amor que este lhe tinha, porque Jônatas o amava com todo o amor da sua alma”

Os versos seguintes mostram que o que havia sido combinado foi fielmente cumprido da parte de Jônatas e a passagem encontrada em II Sm. 9 mostra que Davi foi fiel a aliança que tinha com seu amigo Jônatas mesmo após sua morte. 

Ao saber que havia um filho de Jônatas vivo providencia para que ele recebesse tudo de que fosse necessário para ele e para os seus (II Samuel 9.9-10: “Chamou Davi a Ziba, servo de Saul, e lhe disse: Tudo o que pertencia a Saul e toda a sua casa dei ao Filho de teu senhor. Trabalhar-lhe-ás, pois, a terra, tu, e teus filhos, e teus servos, e recolherás os frutos, para que a casa de teu senhor tenha pão que coma; porém Mefibosete, filho de teu senhor, comerá pão sempre à minha mesa. Tinha Ziba quinze filhos e vinte servos”) .

Uma verdadeira amizade é marcada pela fidelidade.

Conclusão

Amigo é aquele com quem podemos ser nós mesmos. Ser nós mesmos implica uma apresentação sem reservas e espontânea de si mesmo, sem o autocontrole exigido pelas regras da polidez. Li certa vez que amigo é aquele com quem se pode pensar alto.

Amizade em nossos dias, em muitos casos, significa se aproximar de alguém que pode oferecer algo. Quando não tem mais o que oferecer deixa de ser amigo e aquele que até então não era amigo mas agora tem algo a oferecer, passa a ser o amigo da vez. 

Salomão fala sobre isso de modo claro em pelo menos duas passagens de Provérbios: (Provérbios 19.4, 6 – “As riquezas multiplicam os amigos; mas, ao pobre, o seu próprio amigo o deixa... Ao generoso, muitos o adulam, e todos são amigos do que dá presentes”).

O cachorro e o gato são interessantes ilustrações do que acabamos de dizer: Alguém já viu andarilhos ou moradores de rua com gatos? Certamente não, mas todos já os vimos com cachorros. 

Um cão morre de fome ao lado de seu dono, mas não o abandona, enquanto que o gato segue o primeiro que lhe oferecer comida. Vê-se que quando alguém quer ofender um falso amigo chamando-o de cachorro comete uma grande injustiça (com os cachorros, é claro).

Que tipo de amigo você tem sido e que tipo de amigos você tem ao seu redor? Que Deus faça de nós amigos de verdade e assim também nos dê amigos com quem tenhamos uma real aliança de amor fraternal.

Só pode ser amigo de verdade aquele que confia no Senhor, aquele que sabe que Deus está no controle de todas as coisas e que cuida dos seus. Em Provérbios 29.25 encontramos as seguintes palavras: “Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no Senhor está seguro”. 

Quem confia no Senhor não precisa de armações, associações com falsas amizades pois ele tem a sua vida confiada com o Senhor. Só este consegue ser amigo de verdade, sem medo de ser traído, sem medo de ser passado pra traz, sem busca de interesses pessoais.
 

(Provérbios 17.17 “Em todo tempo ama o amigo, e na angustia se faz o irmão”).

                                      Que Deus te Abençoe!

Estou Crescendo na Graça?





Uma pergunta tem estado diante de mim nas últimas semanas. Creio ser uma pergunta que todo crente sincero deve se fazer continuamente: eu estou crescendo na graça?

Para mim, graça é o poder e a capacitação do Espírito Santo para nos tornarmos mais como Jesus. Logo, crescer na graça quer dizer aumentar a semelhança de Cristo através do imerecido poder do Espírito de Deus. Agora refaçamos a pergunta nestes termos: “Estou eu dependendo do Espírito Santo para me tornar mais como Jesus – no lar, em meu ministério, em meus relacionamentos?”.

Essa pergunta se aplica especialmente aos cristãos amadurecidos – pessoas que construíram um alicerce espiritual ao longo dos anos através do estudo regular da Bíblia, de uma vida de oração consistente e de aprendizado piedoso. 

Se isso descreve você, lhe pergunto: depois de todos os seus estudos, de sua oração e aprendizado, você ainda está se tornando mais como Jesus? Você tem mais compaixão, mansidão, misericórdia e está mais perdoador agora do que há um ano atrás? Ou o seu crescimento parou? Você se estabilizou em um platô de crescimento zero?

Eis uma maneira de dizer se você está crescendo na graça: Deus tem sido misericordioso com você – então, você por sua vez tem sido misericordioso com os outros? Se não tem certeza, pergunte-se: como você reage às ofensas que os outros lhe causam? Você se mostra bondoso e gentil? Ou se torna zangado e amargo? Você é paciente e compreensível, ou irritável e criador de caso?

Quero me dirigir particularmente aos leitores que estejam envolvidos com ministério – pastores, presbíteros, leigos, todos que foram escolhidos por Deus para mostrar uma vida exemplar diante dos demais. Creio que a pergunta da hora para todos nós seja: “Para qual direção estou indo? Estou crescendo na graça em meu chamado – ou estou me tornando menos bondoso?”.

Dê uma olhada honesta em sua vida no ano passado. Pense em todas as lutas que você teve – no lar, no trabalho, nos ambientes de seu ministério; muitos de meus amigos em posições de liderança cristã dizem que enfrentaram as provações mais intensas de suas vidas nesse último ano.

Você pode honestamente dizer que reagiu a todos os seus problemas com fé, graça, amor e misericórdia? Você aprendeu através de suas lutas a ser mais bondoso, paciente, gentil e a falar com mais brandura? Ou, tem de admitir, como eu, que reagiu com momentos de raiva, palavras duras e autocomiseração – reações que produziram intenso stress e noites em claro?

Todos deveríamos perguntar: “Será que reagi aos que me criticam e aos inimigos com compaixão, amor, misericórdia e perdão? Ou, reagi com raiva, indignação, me auto-justificando? Eu tive de provar que estava certo e eles estavam errados? Quantas feridas infligi aos demais tentando mostrar o quanto fui magoado, mal compreendido, e minhas palavras distorcidas? Foi mais importante manter a minha necessidade de estar certo - do que me humilhar e dar a outra face? Eu reagi com mágoa e ressentimento, quando deveria ter sido um elemento para cura e reconciliação?”.

Pedro nos lembra que Jesus volta em breve - e devemos estar esperando pela sua volta


O apóstolo Pedro descreve um dia aterrador quando os céus passarão, os elementos da terra se fundirão, e tudo na criação se dissolverá. Logo, diz Pedro, deveríamos continuamente estar preparados e desejando a volta de nosso Senhor:

(2 Pedro 3.17 “Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;” );

(2 Pedro 3.11 “Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade,” );

(2 Pedro 3.14 “Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.” ).

A expressão que me traz convencimento mais profundo é a advertência de Pedro no verso 17: “não suceda que”. Ele está nos desafiando, dizendo: “Vocês estão enamorados por Jesus. Vocês declaram estar prontos e desejosos pela volta do Senhor. E estão sempre mandando que os outros façam o mesmo. 

Mas será que não vivem como se Jesus jamais fosse voltar? Vocês devem ser um exemplo para o resto da igreja de Cristo. Então – vocês estão em paz com todas as pessoas que conhecem? O seu andar diante do Senhor é verdadeiramente sem mácula? Eu aviso: não pensem que vocês não poderão decair de um caminhar firme. Vocês também podem ser arrastados pelo erro dos insubordinados”.

Qual é o “erro dos insubordinados” que Pedro menciona no versículo 17? É a ideia errada de que Jesus não está realmente às portas. É uma complacência trágica – uma falta de interesse, uma indiferença demonstrada pela conversa e pelo estilo de vida, nessa última hora.

Pedro descreve os que caem nesse erro: “Prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção... se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro” (2 Pedro 2.19-20).

Quando Pedro usa a palavra “enredar” aqui, ele não está falando de pessoas que retornam para pecados grosseiros como adultério e alcoolismo. Ele está falando sobre os que se deixam prender nas atitudes e motivações carnais que tinham antes de conhecer Cristo.

Você pode testificar que é salvo, justificado, santificado; que fugiu das cobiças desta era de iniquidade; que é abençoado por um conhecimento íntimo de Jesus; mas, Pedro alerta: “Há perigo de se desviar do crescimento. Pode-se ser levado de volta ao cativeiro da amargura e da vingança... de um espírito de maldade, impiedoso e sem perdão... e de hábitos sem caridade. Se você retroceder a qualquer destes caminhos, estará pior do que quando não conhecia Jesus”.

Paramos o nosso crescimento quando reagimos de maneira infantil às ofensas que os outros amontoam sobre nós


Paulo adverte os efésios: “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina” (Efésios 4.14). Pode-se pensar, “Esse versículo não se aplica a mim. O meu alicerce é solidamente bíblico. Não sou pego pelos modismos do novo evangelho e de avivamentos frívolos que estão distraindo as pessoas do alvo que é Cristo. Sou arraigado e fundamentado na palavra de Deus”.

Mas ouça o resto do versículo de Paulo: “...agitados de um lado para outro... pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (mesmo versículo). Talvez você possa não ser intimidado pela falsa doutrina. Paulo diz que ainda assim você pode ser agitado de um lado para outro de outra maneira. Ele está perguntando: “Você é agitado de um lado para o outro pelos planos iníquos dos que se opõem a ti?”.

A mensagem de Paulo chama a examinarmos a nós mesmos ainda mais uma vez: como reagimos à pessoas que a si mesmas chamam de irmãos e irmãs em Cristo, mas que mesmo assim espalham falsidades sobre nós? Como reagimos quando elas questionam nossas motivações, nos descrevem enganosamente, aparentam buscar nos destruir? Qual é a nossa reação quando nos ferem e fazem sofrer a ponto de nos levar às lágrimas?

Quando Paulo ordena, “Não sejam mais como crianças”, está dizendo, “Aqueles teus inimigos – os que usam mexericos e calúnias, embustes e manipulação, esperteza e velhacaria, engano e dissimulação – eu lhes digo, todos eles são meninos rebeldes; são desencaminhados, mimados. 

E não permitiram que a graça de Deus cumprisse uma obra neles. Então não caiam nos seus joguinhos iníquos e infantis. Eles querem que vocês reajam à maldade como crianças. Mas vocês não devem reagir a eles com infantilidade”.

Você já viu como os meninos se comportam quando estão brincando? Em minutos estão fazendo todos os tipos de criancices. Constantemente correm até algum adulto por perto para reclamar de qualquer coisinha. E começam a discutir com as outras crianças, numa guerra de contínuo vai e vem de acusações e negativas: “Foi você!” “Não. Foi você!”. “Foi você!” “Não. Foi você”.

É triste, mas muitos cristãos caem nesses mesmos jogos infantis e perturbadores. Conheço alguns que usam cartas ou e-mails para manter esse cavalo-de-batalha de acusações. Um irmão cristão de um lado do mundo manda um e-mail a seu amigo, acusando: “Prezado irmão em Cristo, você me acusou falsamente, denegrindo o meu caráter. Você pecou não só contra mim, mas contra o Senhor. Você entende que tocou um ungido de Deus? Oro para que o Senhor te mostre o perigo de ficar espalhando coisas sobre mim”.

Como resposta vem um e-mail do outro lado: “Amado amigo. Não acreditei no e-mail que você me mandou há pouco. Falsamente você me acusa de mexerico e calúnia. Nego tudo que você disse que eu disse. Você pegou as minhas palavras totalmente fora do contexto. Você me deve um pedido de desculpas”.

E vem a resposta: “Prezado Bill, como ousas negar que tenha dito o que eu sei que você disse? Um amigo meu citou literalmente todas as palavras que você disse – mas agora você nega tê-las dito. Estou convencido de que você as disse. Então, não me diga que você não disse aquilo que meu amigo disse que você disse, porque efetiva e realmente você disse”.

E chega a resposta à resposta à resposta do e-mail original: “Ouça bem, Jim. Só vou falar mais uma vez: eu não disse aquilo – ponto final. Deus te abençoe. Essa será a minha última correspondência a você. A paz do Senhor Jesus sobre você”.

São pegos no mesmo jogo infantil do “Foi você!” “Não. Foi você!”

No versículo seguinte, Paulo insiste para que nos movamos em direção à maturidade: “Seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4.15). 

Ele está dizendo, “Não se pode evitar que recebamos desprezo, dores, ou mexericos ditos contra nós, fraudes e enganações que nos têm por mira. Contudo você pode usar estas coisas para crescer na graça. Veja-as como oportunidades para se tornar mais como Cristo. Reaja com suavidade, com espírito manso. Perdoe os que com maldade te usam”.

Conheço um precioso jovem ministro que se viu ferido por um pastor mais velho. Este havia lhe causado uma grande injustiça – e quando o jovem pastor soube disso, lhe disparou um e-mail ferino. Os dois trocaram vários e-mails flamejantes antes de o jovem finalmente vir falar comigo, confuso. 

Ele pôs cópias dos e-mails sobre a minha mesa e disse, “Irmão David, não sou vingativo. Mas quando vi o que esse homem fez, isso realmente me doeu. Então também revidei. O que devo fazer agora? Você gostaria de dar uma olhada nestes e-mails e me aconselhar?”.

Dei uma olhada em umas poucas cópias que estavam por cima e rapidamente vi que os dois estavam reagindo como meninos. O Espírito Santo me revelou exatamente o que seria necessário – e pus as cópias de lado. Eu disse ao jovem, “Filho, ligue pessoalmente para esse pastor. Perdoe-o, mostre-lhe misericórdia, e o encoraje. Simplesmente ame-o”.

O jovem ministro fez exatamente isso – e Deus curou a amizade deles. A alegria do Senhor encheu o coração de ambos, curando as feridas. E foi preciso apenas um telefonema: “Irmão. Isso está errado. Eu te amo. Vamos pôr tudo debaixo do sangue e do poder curador de Cristo”.

O nosso crescimento na graça pode ser explosivo quando buscamos edificar os que nos mortificam

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus” (Efésios 4.29-30). A raiz que Paulo usa aqui para “edificar” significa “construtor”. Essa palavra, por sua vez, vem da raiz que quer dizer “construir”. Em resumo, todo aquele que edifica está construindo a casa de Deus, a igreja.

Paulo aqui está falando de três coisas importantes quanto às palavras que proferimos: 1. Devemos usar nossas palavras para edificar o povo de Deus. 2. Devemos usar as nossas palavras para ministrar graça aos demais. 3. É possível entristecer o Espírito Santo com as nossas palavras.

Ganho profunda convicção da parte de Deus ao ler sobre a vida de alguns dos gigantes espirituais do passado. Eram homens e mulheres com a mente celestial – estudiosos da palavra de Deus, orando sempre, e preocupados em crescer na graça. Andrew Bonar, uma das almas mais plenas de oração do século dezenove, se levantava às 4 horas da manhã todos os dias para buscar o Senhor ao lado da cama. 

Quando ele morreu, os presbíteros acharam duas destilações fundas sobre o soalho de madeira onde ele orava. Outros homens e mulheres piedosos como ele – pessoas cheias de graça, amor e pureza – levavam as pessoas a se desmanchar em sua presença. Quando estes santos simplesmente caminhavam pelas ruas, o convencimento da parte do Espírito Santo caia sobre os que passavam.

No entanto, o que mais mexe comigo quanto à vida destas pessoas não é só a devoção a Cristo ou a intensidade de suas orações. É também o fruto piedoso que tais coisas produziam nelas. Ainda mais, descobri uma linha que une esses gigantes espirituais: o seu maior interesse era crescer na graça de um coração puro, a partir do qual fluiria conversação santa. “Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12.34).

Seja no lar, em cultos públicos, ou junto a amigos ou colaboradores – o tempo todo e em todos os lugares, tais pessoas buscavam crescer nessa única graça: ter uma conversa santa sem engano. O alvo deles era uma conversação digna de Cristo, sem corrupção vindo de suas bocas.

Tenho visto muitos cristãos comuns se tornarem poderosos no Senhor simplesmente pedindo que o Espírito de Deus purifique suas conversas diárias. Antes tais pessoas amavam se alimentar de mexericos, mas agora sofrem só de ouvi-los. 

Você não os ouve mais resmungando, criticando ou destruindo outros. Agora a única coisa que você os ouve falando são palavras de edificação. Usam a linguagem da bondade amorosa – das coisas boas, elevadas, da graça. Para mim, tais pessoas se tornaram gigantes espirituais igualmente.

Como ministro do evangelho tenho desesperadamente desejado permanecer sob o favor e a bênção de Deus. E, certa vez em meu ministério, supliquei que o Senhor me mostrasse o que eu poderia fazer para bendizê-Lo e agradá-Lo mais do que tudo. O Espírito Santo pôs duas coisas em meu coração: 1. não conceda provisão para que a carne satisfaça suas cobiças. 2. a todo tempo, que a sua comunicação seja digna de Cristo.

Acredito que a maioria dos que se apaixonaram por Jesus estão conscientes quanto a esse primeiro ponto. Mas estamos igualmente interessados no segundo? Segundo Paulo, devemos julgar tudo que dizemos – todas as nossas conversas, a nossa comunicação e reações – através deste único critério: “As minhas palavras estão edificando a casa de Deus, ou derrubando-a?”.

Essa pergunta se aplica especialmente quando fomos ofendidos por alguém. Nós reagimos à ofensa edificando o corpo de Cristo, ou destruindo-o? Reagimos com palavras que restauram, curam e encorajam – ou que destroem a casa de Deus?

Davi não foi chamado de ''homem segundo o coração de Deus'' desde o começo

Davi não adquiriu o status de homem segundo o coração de Deus instantaneamente. Não – ele teve de se tornar assim. E uma das maneiras pela qual fez isso foi edificando o seu pior inimigo. Saul usou todos os meios possíveis tentando destruir Davi. Mas nada que Saul fizesse podia fazer com que Davi parasse de lhe honrar e respeitar.

Saul tinha inveja de Davi; mentiu sobre ele, roubando sua reputação; tentou desacreditá-lo diante de seus mais íntimos amigos - e alistou outros para se levantarem contra Davi. Finalmente enxotou-o para fora de Israel. E destruiu os que tentavam defendê-lo. Simplificando, Saul não deu descanso a Davi.

Ocasionalmente Saul se arrependia, confessando seus erros; ele choraria como um bebê, “Sinto muito, Davi – por favor, me perdoe”. Mas logo sairia atrás de Davi com ódio ainda maior.

Creio que de todas as pessoas mencionadas nas escrituras, Davi suportou o tratamento mais odioso e depreciativo depois de Cristo. E tudo vindo de um homem que antes amava muito Davi – Saul. Ainda assim, cada vez, Davi reagia amando e honrando Saul.

À certa altura, Saul matou oitenta e cinco piedosos sacerdotes na cidade de Nob. Abiatar, filho de um destes sacerdotes assassinados, escapou e buscou refúgio com Davi. Quando o jovem contou sobre esse hediondo massacre, os servos de Davi devem ter se sentido afrontados. 

Provavelmente pensaram, “Agora Davi pode avançar sobre o acampamento de Saul e matá-lo por uma boa causa. O nosso capitão tem a lei a seu favor. Ele tem todo o direito segundo as escrituras de retomar o reino deste criminoso. Certamente todo o Israel ficará horrorizado quando ouvir que Saul matou oitenta e cinco sacerdotes a sangue frio”.

Contudo quando Davi ouviu a história, ele simplesmente curvou a cabeça e chorou. Em verdade, ele assumiu pessoalmente a culpa pela matança. Ele disse a Abiatar, “Fui a causa da morte de todas as pessoas da casa de teu pai” (I Samuel 22.22)

Davi era totalmente inocente – ainda assim voluntariamente assumiu a culpa de outro homem. Creio que nesse momento Davi começou a crescer em graça. Foi um passo gigantesco no sentido de tornar-se um homem segundo o coração de Deus.

Em outra ocasião, Saul estava perseguindo Davi, tentando matá-lo. Ele e seus homens pararam numa caverna para descansar, não sabendo que Davi e sua tropa estavam se escondendo mais no fundo da mesma caverna. 

Quando Saul e seus homens adormeceram, a tropa de Davi começou a conspirar, “É agora – o teu dia de vitória e vingança chegou. Deus entregou Saul em tuas mãos. Vamos matá-lo agora, enquanto podemos. Tu podes ser rei antes que o dia acabe”.

Mas Davi recusou; em vez disso, cortou um pedaço da roupa de Saul antes de fugir. Com isso ele quis mostrar a Saul mais tarde que poderia tê-lo matado. Mas, as escrituras dizem, “Sucedeu, porém, que, depois, sentiu Davi bater-lhe o coração, por ter cortado a orla do manto de Saul” (1 Samuel 24.5).

À uma distância segura, Davi gritou para Saul em profundo sofrimento. Assim que Saul saiu da caverna, Davi se humilhou diante do rei, curvando-se até o chão e até chamando-o “pai”(1 Samuel 24.11). Então Davi declara, “a minha mão não será contra ti” (1 Samuel 24.12). Ele estava dizendo, “Faça comigo o que quiser, Saul. Você pode me caçar, perseguir, mesmo tentar me matar. Se for para eu ser vingado, o Senhor terá de fazê-lo”.

Mais tarde, quando Davi ficou sabendo da morte de Saul, ele não se alegrou e nem declarou que a justiça de Deus fôra feita; ele nunca ficou murmurando, “Graças a Deus, fui vingado. Saul teve o que merecia”. 

Não – Davi rasgou as vestes e chorou. “Prantearam, choraram e jejuaram até à tarde por Saul” (2 Samuel 1.12). “Pranteou Davi a Saul... com esta lamentação... A tua glória, ó Israel, foi morta sobre os teus altos! Como caíram os valentes!” (2 Samuel 1.17,19).

Eu às vezes lembro de meus próprios dias de provação, quando outros ministros me maldisseram tanto que fui levado às lágrimas. Ao ler meus registros hoje, penso, “Senhor, que pesadelo. Eu achava que a dor nunca iria acabar”.

Mas durante tais dias, eu geralmente não reagia com graça e perdão como Davi; pelo contrário, eu recontava minhas histórias de infortúnio e mal tratamento a meus companheiros. Eu citava o nome das pessoas que me ofenderam e contava de novo todas as coisas asquerosas que me tinham feito. Eu estava reagindo como menino emburrado – e me tornava tão culpado quanto os que me maldiziam.

A minha conversa não era digna de Cristo naqueles dias. Contudo, nos últimos anos, me comprometi a buscar perdão de todas as pessoas às quais reagi com falta de graça. E tenho tentado ter paz com todos que conheço.

Paulo lista seis obstáculos para se crescer na Graça


Paulo relaciona seis coisas que devemos remover de nossas vidas se for para crescer na graça de Cristo: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Efésios 4.31).

Muitos cristãos acham que uma vida de santidade consiste de oração consistente, estudo intenso da Bíblia, e de servir aos outros sacrificialmente. Em verdade, todas estas coisas podem contribuir para a santidade. No entanto não ousemos deixar de lado estas seis questões na lista de Paulo. O apóstolo diz que definitivamente precisamos enfrentar tais coisas se quisermos crescer na graça. 

Você pode ser um missionário, oferecendo a vida em sacrifício, não tendo posses, gastando todo o seu tempo no serviço aos outros. Mas se você ignorar as questões de coração que Paulo menciona aqui, você entristecerá o Espírito Santo. O seu crescimento será interrompido, e você acabará como zumbi espiritual.

Os primeiros três itens da lista de Paulo – amargura, cólera e ira – são autoexplicativos. Amargura é a recusa de se deixar sair uma velha mágoa ou recusa de perdoar um erro passado. Cólera é uma fortaleza de ressentimento ligada à esperança de se vingar. Ira é uma exasperação – seja uma explosão súbita e explosiva, ou um lento queimar de indignação por alguém.

Já falamos a respeito de “gritaria”, ou palavras que destroem. Então, vejamos os dois itens restantes – blasfêmias e malícia. O que Paulo quer dizer com isso?

Ao preparar esta mensagem, dei uma parada e entrei em nosso quarto, o qual minha mulher estava arrumando. Notei que a enorme e pesada penteadeira tinha sido posta no meio do quarto. Obviamente, Gwen a havia colocado lá para poder limpar por trás.

Nada mexe comigo mais do que quando minha esposa tenta mover móveis pesados sem minha ajuda. Sempre fico com medo de ela se machucar. Desde que nos casamos peço à ela: “Nunca faça isso sozinha. É só me chamar e te ajudo”.

Quando vi o que ela havia feito, fulminei-a: “Mas que burrice! Você poderia ter se machucado. Por que não me chamou? Você sabe o que eu penso disso”. Coloquei a penteadeira de volta no lugar, o tempo todo murmurando: “Essa é a coisa mais burra que já vi. Nunca mais faça isso. Você não é a Mulher Maravilha”.

Quando voltei ao escritório, imediatamente fui à palavra “ira”. Pedi ao Espírito Santo que me mostrasse o que isso significava. Ele respondeu rapidamente: “Ira é o que você acabou de mostrar à tua mulher”. Ira é uma súbita explosão por nada – um rebuliço desnecessário, um barulhão feito sem propósito. Produzimos ira quando fazemos grande agitação de algo insignificante, ou produzimos uma cena em vez de tentar ajudar ou curar.

Imediatamente entendi o que eu houvera feito. Fui à Gwen e me desculpei: “Amor, me perdoe. A única coisa que eu fiz aqui foi produzir ira e muito barulho”.

O item final na lista de Paulo é malícia (“maldade” na Nova Versão Internacional). Malícia é o desejo de se ver alguma outra pessoa sofrer. Para muitos cristãos, malícia significa ter esperança de que Deus vá punir alguém que os tenha ferido; isso é um espírito diabólico, e geralmente está oculto fundo no coração. 

Em verdade, a maioria dos crentes nunca verbaliza sua malícia. Mas eventualmente ela cresce quando descobrem que seu inimigo foi atingido. Podem ter apenas um breve momento de satisfação, ou mesmo expressar pesar pela pessoa atingida – mas ainda têm um espírito de malícia.

Quando Paulo diz, “Remova de ti todas estas coisas más”, ele não está falando de um acerto instantâneo. Ele está descrevendo um processo – uma questão de crescimento que exige tempo. 

Às vezes, podemos falhar ao tentar nos livrar destes males. Mas se rapidamente nos arrependermos, e nos comprometermos a fazer a coisa certa com a outra pessoa, com o passar do tempo tais questões irão sumir.

Jesus deixa claro: não podemos continuar sem perdoar os outros, na ira ou na malícia. Se não livrarmos nossas vidas destas questões mortais, permaneceremos sem perdão para os nossos próprios pecados. Então as nossas iniquidades se acumularão contra nós, a despeito de nossa consagração e boas obras (v. Mateus 6.14-15).

Então, examine a sua vida cuidadosamente. E recorde estas definições: graça é a capacitação concedida pelo Espírito Santo para nos tornarmos mais como Jesus. E crescer na graça é aumentar na semelhança de Cristo através do poder do Espírito. Finalmente, continue fazendo essa pergunta: “Estou me tornando mais como Jesus pela confiança no poder do Espírito Santo?”.


                                                                                 Por: David Wilkerson

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...