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1 Samuel 16 - Deus manda Samuel ungir a Davi com rei / Saul é atormentado pelo espírito maligno




Deus manda Samuel ungir a Davi como rei


O mesmo tipo de olhar parece pairar no rosto dos líderes da vila de Belém com a chegada de Samuel (verso 4). “É de paz a tua vinda?”, perguntam. 

O que será que eles temem? Por que os rostos pálidos, o suor nas palmas das mãos e o tremor nos joelhos? O que eles temem de Samuel? Por que um profeta sairia de seu caminho para vir a esta tribo insignificante e a este lugar tão sem importância? 

Este homem viera por alguma razão, e a presença de um profeta podia ser vista como a presença do próprio Deus. Talvez seu receio venha de sua devoção e sincero temor a Deus. Talvez não. Talvez seja medo de Saul, uma vez que os pronunciamentos de Samuel a respeito do desprazer divino para com ele parecem ter se tornado públicos:

“Então, disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente em não guardar o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te ordenou; pois teria, agora, o SENHOR confirmado o teu reino sobre Israel para sempre. Já agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou.” (1 Samuel 13.13-14)

“Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei. Então, disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do SENHOR e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz. Agora, pois, te rogo, perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o SENHOR. Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, já ele te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel. Virando-se Samuel para se ir, Saul o segurou pela orla do manto, e este se rasgou. Então, Samuel lhe disse: O SENHOR rasgou, hoje, de ti o reino de Israel e o deu ao teu próximo, que é melhor do que tu. Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.” (1 Samuel 15.22-29)

Se Deus rejeitou Saul como rei e está prestes a apontar outro para assumir seu lugar, certamente Samuel irá designar o novo rei. Samuel está com medo de Saul, medo de que ele o mate (1 Samuel 16.2 que diz: "Porém disse Samuel: Como irei eu? pois, ouvindo-o Saul, me matará. Então disse o SENHOR: Toma uma bezerra das vacas em tuas mãos, e dize: Vim para sacrificar ao SENHOR"). 

Se Samuel teme que Saul o mate, não é razoável que o povo presuma que aqueles que estão ao seu lado possam também ser mortos por Saul? Afinal, Saul matará Aimeleque e os sacerdotes em Nobe simplesmente por alimentarem Davi (ver 1 Samuel 22). Os belemitas têm boas razões para temer Saul - e qualquer um que se oponha a ele e venha até eles.

Com um enorme suspiro de alívio, os anciãos de Belém ficam sabendo por Samuel que ele veio oferecer um sacrifício e que serão convidados para a refeição sacrificial. É claro que eles não sabem o resto da história, que é sobre o que realmente trata nossa lição. Temos muito a aprender deste capítulo que descreve a designação de Davi como rei de Israel, aquele que, no devido tempo, substituirá Saul.

As Ordens de Samuel (16.1-3)

Samuel deve ser elogiado por sua lealdade a Saul. Quando Saul desobedece a Deus no capítulo 15, Samuel fica angustiado e clama a Deus durante toda a noite (1 Samuel 15.11 que diz: "Arrependo-me de haver posto a Saul como rei; porquanto deixou de me seguir, e não cumpriu as minhas palavras. Então Samuel se contristou, e toda a noite clamou ao SENHOR"). 

Sua angústia é em resposta ao lamento de Deus por ter constituído Saul como rei. Samuel vem interceder por Saul diante de Deus. A reação de Saul à reprimenda de Samuel mal é de arrependimento, o que causa em Samuel ainda mais pesar:

“Nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porém tinha pena de Saul. O SENHOR se arrependeu de haver constituído Saul rei sobre Israel.” (1 Samuel 15.35)

É como se Samuel não estivesse disposto a desistir de Saul. Ele deve estar relutante em apontar o sucessor de Saul porque vai parecer como se colocasse o último prego no caixão político de Saul. A pergunta de Deus a Samuel soa como uma suave repreensão. 

Quanto tempo ainda Samuel lamentará sobre aquele que Deus rejeitou? Quanto tempo Samuel terá uma opinião diferente da de Deus? Deus rejeitou Saul e é tempo de Samuel agir de acordo com isto. Samuel deve encher um chifre com azeite e ir até Jessé, o belemita, onde deve ungir um de seus filhos como substituto de Saul.

A relutância de Samuel toma outra forma no verso 2, quando ele hesita devido aos perigos envolvidos. Samuel se queixa de que, se chegar aos ouvidos de Saul que ele está ungindo um novo rei, ele o matará. Parece que este é um perigo real. 

Afinal, Saul não hesita ao aniquilar quase todos os amalequitas (capítulo 15). Nem mesmo hesita ao condenar seu próprio filho à morte (capítulo 14). Como Herodes séculos mais tarde, ele não vacila ante o pensamento de dizimar qualquer ameaça potencial ao seu trono. Nem irá relutar em matar qualquer um que apoie um rei rival (ver capítulos 21 e 22). Samuel sente que sua preocupação é uma boa razão para hesitação.

Deus tem a solução para o problema de Samuel. Ele deve tomar um novilho e dizer ao povo de Belém que veio oferecer um sacrifício ao Senhor. Ele deve convidar Jessé para esta refeição sacrificial, a qual propiciará ocasião para que unja um de seus filhos como rei. O filho específico não é identificado, mas deve ser um dos filhos de Jessé. Esta será uma refeição muito semelhante àquela a que Saul foi convidado junto com seu servo (ver capítulos 9 e 10).

Algumas pessoas podem ficar perturbadas diante das instruções que Deus dá a Samuel. Deus não instrui pessoalmente Samuel a enganar Saul e o povo de Belém? É verdade que Deus não informa aos anciãos de Belém todas as coisas que está para fazer por meio de Samuel, mas aquilo que Ele mostra é absolutamente verdadeiro. Samuel vem realmente oferecer um sacrifício. Deus, muitas vezes, tem muito mais em mente do que nos revela de antemão. Este é só meio diferente. 

A maravilha mesmo é que Deus nos diga algumas das coisas que está por fazer (João 15:15 que diz: "Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer").

A Chegada de Samuel, o Sacrifício e a Escolha de Davi (16.4-13)

Os anciãos de Belém ficam pálidos com a chegada de Samuel. Eles temem que sua vinda não seja de paz. Mas as palavras de Samuel os acalmam. Ele veio para oferecer sacrifício e eles são convidados a participar. Eles se santificam e se juntam a Samuel no sacrifício. Além disso, Samuel também consagra Jessé e seus filhos como convidados especiais.

Anos antes, a escolha de Saul não fora tão difícil para Samuel. Deus lhe dissera com antecedência que o futuro rei chegaria no dia seguinte. Desde o princípio Deus tinha deixado claro que Saul era aquele a quem Ele escolhera (1 Samuel 9.15-17). 

No caso do substituto de Saul, Samuel sabe onde estará o novo rei e filho de quem será, mas não sabe qual dos filhos de Jessé será. Samuel tem seus próprios critérios para selecionar o novo rei, alguns dos quais deviam ter origem na designação de Saul, reforçados pelos critérios para designação dos reis daquela época e também da nossa.

Quais seriam exatamente estes critérios? Primeiro, esperava-se que o primogênito fosse o escolhido. O primogênito recebia porção dupla dos bens de seu pai. A liderança da família era transmitida a ele. Esperava-se que ele fosse o mais maduro, o mais experiente e o mais sábio da família. 

Assim, por que o filho mais novo seria o escolhido de Deus? Além de priorizar a ordem de nascimento, Samuel espera que o futuro rei seja revelado por sua aparência. Estudos mostram que executivos de alto escalão tendem a ser “altos, morenos e bonitos”. Samuel espera a mesma coisa. Foi exatamente assim com Saul (1 Samuel 9.2).

Jessé e seus sete filhos sabem o que Samuel veio fazer. É mais ou menos como encontrar a Cinderela. Eles devem estar assustados diante da possibilidade de alguém de sua família ser o próximo rei. E assim Jessé faz seus filhos passarem um a um diante de Samuel, começando pelo mais velho. Deus sabe o que Samuel está pensando quando ele olha para Eliabe, o filho mais velho de Jessé, um rapaz alto, de boa aparência (ver verso 7). 

Mas Ele diz a Samuel que esta não é a Sua escolha para o futuro rei de Israel, indicando que Seu critério tem mais a ver com o caráter de um homem do que com sua aparência exterior. E assim, o próximo filho de Jessé, Abinadabe, passa por Samuel e também é rejeitado. Então vem Samá, e depois os outros quatro filhos de Jessé, mas Deus não aponta nenhum deles como Seu escolhido.

Certamente Samuel fica perplexo e se pergunta qual deve ser o problema. Até parece que ninguém da família de Jessé considere Davi como rei, mesmo como uma possibilidade remota. Literalmente ele foge de seus pensamentos até que Samuel pergunte a Jessé se não há outros filhos. 

Bem, há Davi, é claro, mas ele é só um rapazinho - ainda é considerado uma criança - não um homem. Como poderia ser o novo rei? Ele tem um trabalho de criança - guardar as ovelhas. Quando viajo para o exterior, vejo muitas mulheres ou crianças cuidando de pequenos rebanhos de ovelhas. Este é o serviço de Davi, que parece dizer tudo. Como ele pode ser considerado como candidato a rei de Israel?

O que interessa para Deus é o coração de Davi. Saul é um homem cujo coração Deus teve que mudar:

“Sucedeu, pois, que, virando-se ele para despedir-se de Samuel, Deus lhe mudou o coração; e todos esses sinais se deram naquele mesmo dia.” (1 Samuel 10.9)

Mas o coração de Saul não continuou leal a Deus e ele tem que ser rejeitado e substituído por um homem como Davi, que tem um coração voltado para Deus. Por isso, Deus diz a Saul:

“Já agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou.” (1 Samuel 13.14)

O que ninguém percebe é que Deus dará a Davi tudo o que ele precisa para ser rei de Israel. O Espírito de Deus imediatamente se apossa dele para guiá-lo e capacitá-lo. 

Pela providência de Deus, ele é estrategicamente colocado na presença de Saul como seu escudeiro (1 Samuel 1621 que diz: "Assim Davi veio a Saul, e esteve perante ele, e o amou muito, e foi seu pajem de armas"), onde pode aprender como governa um rei. 

Davi não é escolhido para substituir Saul imediatamente, mas primeiro ele é colocado numa espécie de internato, para depois ser preparado mentalmente, moral e espiritualmente para reinar, o que ainda levará muitos anos.

Jessé manda alguém até Davi e ele é trazido diante de Samuel. Davi também é um jovem de boa aparência, com todas as qualidades encontradas em seus irmãos mais velhos, salvo sua idade e posição como primogênito. Vemos que Deus não desqualifica Davi por sua boa aparência, mas também não o escolhe por causa disso. 

Boa aparência num rei é como boa aparência numa esposa - não deve ser a base para a escolha da companheira para o resto da vida. Mas, tendo escolhido uma mulher temente a Deus, se ela for bonita também, de modo algum isto diminui sua atração (Provérbios 31.30 que diz: "Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa sim será louvada").

 O caráter de Davi é agradável a Deus e é a base de sua escolha para o serviço. A aparência física de Davi é um bônus extra; as deficiências de Davi serão supridas pelo Espírito Santo e pelo preparo de Deus.

Deus mostra a Samuel que Davi é, de fato, Seu escolhido como rei de Israel e, por isso, Samuel se põe de pé e o unge. O Espírito de Deus vem sobre Davi, apossando-se dele e capacitando-o daí em diante. Samuel, então, ergue-se e retorna para sua casa em Ramá.

A Escolha de Davi para Servir a Saul (16.14-23)

Em questão de tempo, é um longo caminho desde a designação profética de Davi como rei de Israel até sua ascensão ao trono; e ainda mais longo em termos de logística. 

Como um jovem rapaz, a quem nem mesmo a família considera como candidato a rei, ascende a essa posição, quando um rei paranoico já está nesse lugar, um rei que não hesita em matar seus concorrentes? 

A resposta a esta pergunta toma tempo e espaço nas Escrituras, mas os versos 14 a 23 nos dão uma amostra de como Deus providencialmente faz aquilo que indica mediante Seu profeta.

Obviamente, Saul não faz ideia do que aconteceu, conforme registrado nos versos 1 a 13 deste capítulo 16. Se ele acreditar nas palavras de Samuel (pode ser também que não acredite, especialmente à medida que o tempo passe e ele continue como rei de Israel), será realmente afastado e substituído por um homem da escolha de Deus. 

Ele não sabe que Samuel já designou e ungiu Davi como seu substituto, ou que o Espírito que Deus lhe deu agora é dado a Davi. O que ele realmente sabe é que as coisas estão bem diferentes do que eram. Ele não vê mais Samuel (1 Samuel 15.35 "E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o SENHOR se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel"). 

Ele não sente a presença e o poder do Senhor, através do Espírito. O que ele experimenta mesmo é um fenômeno espiritual bem diferente. Um “espírito maligno da parte de Deus” se apossa de Saul, aterrorizando-o. Ele parece ter ataques quando o terror deste espírito está presente e épocas que são mais normais.

Como seria de se esperar, existem várias teorias sobre este “espírito maligno da parte de Deus”. A aparição deste “espírito”, bem como o desaparecimento do Espírito Santo, vêm da parte de Deus. Ou seja, é o Senhor quem ordena que o Espírito Santo deixe Saul. 

Será possível que o pedido de Davi para que Deus não retire dele Seu Espírito (Sl. 51:11 "Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo") seja, de certa forma, conseqüência daquilo que ele observa com seus próprios olhos enquanto está a serviço de Saul? 

O espírito maligno também é da parte de Deus. Isto não deveria ser nenhuma surpresa, uma vez que Deus é soberano. 

Satanás não pode fazer nada a ninguém sem que Deus permita (ver, por exemplo, Jó 1 e 2). Para os servos de Saul, este “espírito maligno” não é novo ou incomum. Eles já o viram e o reconhecem, e sabem qual é o melhor tratamento para Saul. Todas estas coisas me levam a concluir que o espírito que oprime Saul seja demoníaco. 

Os servos de Saul creem que a música tenha efeito benéfico sobre Saul e recomendam que ele encontre um homem hábil no tocar da harpa para que, quando o espírito o atacar, o músico toque uma canção suave e acalme seu espírito atribulado. Saul aprova a ideia. Ele, acima de tudo, está aterrorizado pela opressão do espírito.

Subitamente um dos servos de Saul se lembra de alguém que se encaixa perfeitamente às suas necessidades. Em algum lugar ele viu e ouviu falar de Davi de Belém. Davi não é apenas um músico dotado que toca harpa com destreza, ele é também um valente guerreiro (talvez por suas “lutas” com o urso e o leão), um homem de boa aparência e de bom senso. 

Mais importante, é um homem com que o Senhor está presente. As mesmas coisas que qualificam Davi como rei são aquelas que o qualificam para servir ao rei. As qualidades reais de Davi estão se tornando evidentes, até mesmo para aqueles que estão no palácio.

Saul convoca Davi com educação, no entanto, este é um convite que ninguém ousa recusar. O pedido é feito a Jessé, uma vez que Davi ainda vive sob seu teto. Pelas palavras de Saul a Jessé, fica claro que ele sabe que Davi é guardador de ovelhas (Verso 19 "E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas"). 

Jessé envia Davi ao rei junto com uma oferta de alimentos, onde ele começa a servir como seu criado. Conforme o caráter e as habilidades de Davi vão ficando mais evidentes para Saul, ele é promovido à posição de seu escudeiro, provavelmente o serviço mais íntimo e pessoal de qualquer um dos servos de Saul. Saul não só começa a respeitar as habilidades de Davi, ele também começa a amá-lo. Talvez Davi seja quase como um filho para ele.

Termina o período de experiência de Davi e ele toma posse do cargo, por assim dizer, junto ao rei. De forma adequada, Saul solicita a Jessé que permite que Davi permaneça a seu serviço. 

Assim é que, toda vez que Saul é atormentado pelo espírito maligno, Davi toca sua harpa e tranquiliza o espírito atribulado do rei. O Espírito de Deus em Davi faz com que o espírito maligno, durante algum tempo, se retire de Saul. Como Saul soletra alívio? D A V I.

Conclusão

O pecado do capítulo 15 é o fim para Saul; não é o fim do seu reinado, mas o fim da oportunidade para ele mudar e se arrepender. Mas, por que ungir Davi tanto tempo antes dele ser nomeado e coroado como rei?

Primeiro: O Espírito que está sobre Saul para que desempenhe seus ofícios reais, pode agora ser removido e colocado sobre Davi. É no Espírito que Davi crescerá, amadurecerá e servirá a Saul, enquanto Deus o prepara para o seu ofício. Como é irônico e inesperado que Davi sirva ao rei em preparação para servir como rei. Os caminhos de Deus estão além da nossa capacidade de predizê-los.

Segundo: A unção de Davi acaba sendo um teste para os israelitas. Sua unção, diferentemente de Saul, é semipública. Seu pai e seus irmãos, assim como os homens proeminentes da cidade que comparecem ao banquete sacrificial, precisam saber que o novo rei que substituirá Saul está sendo designado. 

Na medida em que os homens compreendam que Davi é o próximo rei, sua reação é indicativa da alusão ao Rei de Israel e Seu Reino. Isto também determina seu lugar no reino de Davi.

Deixe-me ilustrar com a história de um homem e sua esposa, Nabal e Abigail, descrita em I Samuel 25. 

Davi está fugindo de Saul, e ele e seus homens se escondem onde os rebanhos de Nabal são guardados. Eles não molestam nenhum dos pastores de Nabal, nem tomam qualquer animal de seu rebanho. Eles são úteis a Nabal e, como estão na época da tosquia, educadamente lhe solicitam uma oferta. Nabal recusa, com estas palavras:

“Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos são, hoje em dia, os servos que fogem ao seu senhor. Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei donde vêm?” (1 Samuel 25.10b-11)

Não é que Nabal não saiba quem é Davi. Ele sabe que ele é o filho de Jessé, e também sabe que está fugindo de seu senhor, Saul. Em outras palavras, ele sabe que Davi é o rei designado para substituir Saul. Se há alguma dúvida disto, ouça as palavras de sua esposa, Abigail, ditas a Davi:

“Perdoa a transgressão da tua serva; pois, de fato, o SENHOR te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do SENHOR, e não se ache mal em ti por todos os teus dias. Se algum homem se levantar para te perseguir e buscar a tua vida, então, a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR, teu Deus; porém a vida de teus inimigos, este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda. E há de ser que, usando o SENHOR contigo segundo todo o bem que tem dito a teu respeito e te houver estabelecido príncipe sobre Israel, então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar ao coração o sangue que, sem causa, vieres a derramar e o te haveres vingado com as tuas próprias mãos; quando o SENHOR te houver feito o bem, lembrar-te-ás da tua serva.” (1 Samuel 25.28-31)

Nabal sabe exatamente quem é Davi e se recusa a fazer qualquer coisa por ele. Será por que ele pode ter repercussão negativa junto a Saul (ver os capítulos 21 e 22)? Abigail é uma mulher sábia e temente a Deus. Ela sabe quem é Davi, e sua resposta e seu apelo a ele se fundamentam em sua submissão a ele como futuro rei. A designação precoce de Davi como futuro rei de Israel, portanto, se torna um teste.

É quase o mesmo hoje em dia. Quando o autor de 1 Samuel volta sua atenção de Saul para Davi, ele nos leva a refletir sobre um homem que é um protótipo de nosso Senhor Jesus Cristo. Infelizmente, Saul se parece demais com Satanás. Saul recebe autoridade para governar segundo Deus, no entanto, suas regras e seu governo se tornam mais importantes para ele do que o governo e as leis de Deus. Por isso, ele é posto de lado. 

Davi é designado para ocupar seu lugar, para governar sobre o povo de Deus com retidão. Satanás, como o Saul dos tempos antigos, foi rejeitado por Deus. Na cruz do Calvário, nosso Senhor derrotou Satanás. Contudo, ele ainda está livre para se opor a Deus, embora seu julgamento e sua punição sejam certos. Neste ínterim, Jesus Cristo foi designado como o Rei de Deus. Ele não apenas proclamou o reino de Deus, 

Ele também o conquistou com Sua morte, sepultamento e ressurreição. Todos aqueles que se submetem a Ele como Rei entrarão em Seu reino e governarão com Ele por toda a eternidade. A questão para você e para mim, hoje, é: “A quem serviremos?” Quem reinará sobre nós? A que reino iremos nos submeter? 

Por natureza, todos os homens são nascidos no reino de Satanás. Somente pelo novo nascimento, por confiar na obra de Jesus Cristo na cruz do Calvário, é que os homens são transportados do reino das trevas para o reino da luz, do reino de Satanás para o reino de Deus. Você já mudou os reis, meu amigo?

Samuel erra sobre quem será o rei de Deus. Ele espera que o rei seja “alto, moreno e bonito”, por assim dizer. 

Deus deixa claro a Samuel que a aparência externa não é Seu critério para a escolha do rei (1 Samuel 16.7 "Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração"). 

Davi também tem boa aparência, mas esta não é a base para sua escolha por Deus. Por desígnio divino, nosso Senhor Jesus Cristo, o rei eterno de Deus, também não devia ser reconhecido por Sua aparência:

“Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.” (Isaías 53.1-3)

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.5-8)

Pelo que entendo destes textos e de outros, o Senhor Jesus não era uma pessoa que chamava a atenção, fisicamente falando. Os homens não eram atraídos a Ele por Seus belos traços ou por Sua voz profunda, tipo locutor de rádio. 

Os homens eram atraídos a Ele quando reconheciam Seu coração igual a Deus, Seu ser igual a Deus. Foram Sua submissão e obediência ao Pai que O distinguiram, junto ao fato dEle ter cumprido perfeitamente todas as profecias relativas ao Messias. 

Ele é aquele apontado por Deus para governar e, quando Ele voltar, todos os homens se ajoelharão diante Dele e O reconhecerão como o Rei de Deus (Filipenses 2.9-11 "Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai").

 A exortação das Escrituras é para que O recebamos como Rei e que nos tornemos parte de Seu reino, ou aguardemos Sua ira sobre nós como Seus inimigos (Salmos 2.10-12 "Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam").

Talvez esta seja uma boa ocasião para falarmos sobre música e sua relação com o reino espiritual. Você deve se recordar que em 1 Samuel 10 (versos 5-6, 10-13) os profetas com quem Saul se encontrou, e a quem se juntou como “um dos profetas” (pelo menos por alguns instantes) quando o Espírito desceu poderosamente sobre ele, estavam acompanhados de instrumentos musicais - tamborim, flauta e harpa (verso 5). 

De alguma forma, a descida do Espírito sobre Saul (e talvez sobre os outros profetas) está associada à música, ou até mesmo seja principiada por ela. No capítulo 16, as possessões demoníacas de Saul são acalmadas pelo toque da harpa de Davi. 

Em 2 Reis 3.14-15 que diz: "E disse Eliseu: Vive o SENHOR dos Exércitos, em cuja presença estou, que se eu não respeitasse a presença de Jeosafá, rei de Judá, não olharia para ti nem te veria.
Ora, pois, trazei-me um músico. E sucedeu que, tocando o músico, veio sobre ele a mão do SENHOR".

 Uma vez mais, Eliseu chama um menestrel a fim de profetizar no Espírito. Entendo que a música deva ter algum tipo de papel na ligação (ou desligamento) com o reino espiritual. Acho que devemos ter muito cuidado com o tipo de música que ouvimos. 

Sei que tem havido muita discussão sobre o “rock”, e não desejo ser muito loquaz neste assunto, mas sugiro que haja um tipo de música potencialmente benéfico e, provavelmente um tipo que possa invocar o espírito errado. Este texto deve nos dar uma pausa para pensar no tipo de música que ouvimos e sua influência sobre nós.

Nossa passagem fala sobre a escolha de Davi para desempenhar uma função dada por Deus - não para sua salvação. Alguns poderiam ficar tentados a se desviar desta passagem achando que Deus escolheu salvar Davi porque ele tinha um coração voltado para Ele. 

Deus escolheu Davi para servir por causa de seu coração. Há uma diferença enorme entre Deus escolher para um serviço e Sua eleição para salvação. Se Deus escolhesse salvar os que tivessem coração puro, Ele não salvaria ninguém:

(Provérbios 20.9 que diz: “Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?”, Ver também Romanos 3.9-18).

(Jeremias 17.9 diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”, Ver também Romanos 3.9-18)

Deus não salva os homens devido àquilo que vê em seus corações e gosta do que vê. Deus salva homens que são vis pecadores em seus corações e tem misericórdia deles, colocando seus pecados sobre Seu Filho, Jesus Cristo. 

Somente Cristo é sem pecado e, por isso, capaz de morrer pelos pecados dos outros. Há apenas uma pessoa em toda a história da raça humana cujo coração foi livre de pecado, e essa pessoa é Jesus Cristo. Deus salva aqueles que confiam Nele para serem perdoados de seus pecados e para terem o presente da vida eterna.

Hoje em dia há muita discussão sobre liderança, e devo dizer que as qualidades e qualificações procuradas nos líderes contemporâneos não são aquelas que Deus buscou em Davi. 

Os evangélicos escolhem seus líderes quase nas mesmas bases que a sociedade secular. Procuramos homens que tenham “recursos” (dinheiro e influência) e “uma boa cabeça para os negócios”. Deus buscou um homem que tinha um coração voltado para Ele. 

Creio que esta característica seja o primeiro e principal pré-requisito para o tipo de liderança que Deus quer. Vamos procurar ser o tipo de homens e mulheres que Deus busca para o Seu serviço.

Deus te abençoe!

1 Samuel 15 - Samuel Manda a Saul destruir os amalequitas / Deus rejeita Saul




Samuel manda a Saul destruir os amalequitas


A leitura de 1 de Samuel 15, no meu entender, é extremamente forte - Deus manda destruir tudo o que estivesse relacionado com os amalequitas, isto não só incluía o seu gado e bens como a morte de homens, mulheres e crianças.


Fazendo um paralelismo relacionado com a obediência, temos a ordem que o Patriarca Abraão recebeu do Senhor: "Sai da tua terra...". Foi uma ordem bem definida.


O homem tem sérias dificuldades em obedecer a algo que não entende ou desconhece. Quer saber tudo, quer tudo bem explicado e compreender o porquê de cada pormenor. No caso de Abraão, ele recebeu uma ordem que tinha de ser obedecida - o Senhor não lhe revelou cada detalhe, simplesmente o chamou e lhe deu uma certeza: Seria abençoado e seria uma bênção.


A obediência incondicional ao Senhor, implica muitas vezes, deixar tudo para trás e ir numa direção desconhecida.


O capítulo 15 de Samuel fala-nos de obediência.


Amaleque tinha causado grande dano a Israel. Eles eram idólatras e corruptos. Então o Senhor disse a Samuel aquilo que tinha de ser feito, 1 Samuel 15.3 que diz: "Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas e desde os camelos até aos jumentos". Tudo tinha de ser destruído.


Aparentemente Saul prontificou-se a obedecer às instruções que tinha recebido de Samuel, o qual tinha sido instruído pelo próprio Senhor.


Saul então junta as tropas, faz uma emboscada e aparentemente destrói tudo. Poupam os queneus, eles tinham sido misericordiosos com Israel, e poupa também o rei dos amalequitas, Agague.


Ao olhar para aquilo que era dos amalequitas, ele foi tentado a aproveitar o melhor que eles tinham - poupou o melhor das ovelhas e vacas e bens preciosos. 

Talvez ele tivesse pensado que era uma grande perda, um grande desperdício... ovelhas e vacas tão bem tratadas, tão bonitas, hum... e aquelas coisas preciosas... Só que Deus tinha dito para destruir tudo - era o julgamento sobre a perversidade daquele povo.


É evidente que esta atitude de Saul (ainda que aparentemente cheia de boas intenções) não agradou ao Senhor. Simplesmente ele desobedeceu.


Deus manda Samuel repreender a Saul

E, quando Samuel o interroga acerca das ovelhas e vacas, 1 Samuel 15.14 “Então disse Samuel: Que balido, pois, de ovelhas é este aos meus ouvidos, e o mugido de vacas que ouço?”


Saul encontra logo uma justificação 1  Samuel 15.15 que diz: “E disse Saul: De Amaleque as trouxeram; porque o povo poupou ao melhor das ovelhas, e das vacas, para as oferecer ao SENHOR teu Deus; o resto, porém, temos destruído totalmente”. 


Efetivamente parece uma coisa boa, afinal ele poupou aquilo mas é para oferecer ao Senhor. Mas a ordem não tinha em conta isso, a ordem foi para destruir tudo. Aquilo que Saul fez foi desobedecer.


Samuel pergunta-lhe, 1 Samuel 15.22: "Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”.


Quando olhamos para o que Deus mandou fazer e depois para aquilo que foi feito, podemos ver o nosso próprio retrato. O Senhor nos manda fazer algo, nós fazemos, mas à nossa maneira.


Aparentemente obedecemos. Por vezes tentamos como que compensar a desobediência ao fazermos aquilo que Saul fez; alterei só um pouco, e o que fiz vai ser para o Senhor. Se não estamos a fazer aquilo que Deus manda, ainda que contornemos a situação - estamos a desobedecer. 


Obedecer é melhor do que o sacrificar. Obedecer é melhor do que apresentar compensações. 

Atender é melhor do que a gordura dos carneiros. seguir os preceitos do Senhor é sempre melhor do que aquilo que podemos apresentar como alternativas.


Aqui ficam alguns exemplos:


“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12.2) -  É um mandamento. O não nos conformarmos com o mundo é não termos a nossa confiança nas coisas deste mundo, é o não servirmos a dois senhores e por ai adiante. 

É verdade que tentamos fazer isto e dizemos que não somos do mundo, mas ao mesmo tempo não abandonamos completamente determinadas coisas ou situações. Servimos a Deus mas também servimos o mundo. Isto é desobediência - desobediência é pecado.


“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis”. (João 13.34) - Se não estamos a nos amar uns aos outros, ainda que tentemos fazer outras coisas boas para compensar; estamos a desobedecer ao Senhor.


"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mateus 6.33) - Se não estamos a buscar ao Senhor em primeiro lugar, se o Senhor não é a prioridade na nossa vida, se não estamos a dar o melhor para o Senhor - ainda que depois tentemos compensar com outras coisas; estamos a desobedecer.


Obedecer ao Senhor é melhor! Obedecer ao Senhor é-lhe mais agradável do que os sacrifícios, os grandes feitos, as grandes ofertas.

                                                                                                                                                                            Que Deus o abençoe!

Um relacionamento de Santidade


A Banalização da Santidade

Lá está você. Chegou com seu All Star sujo em uma Sala Vip, sua mochila rasgada e pesada, cheia de pecados, de suas dores, de sua memória. De repente alguém dentro da Sala te disse: “Se você tiver uma vida de santidade, você terá uma viagem abençoada!”. 

Em outras palavras, alguém que disse que se manter puro até seu casamento, faria com que você tivesse um casamento abençoado. E nesse momento, você começou a se esforçar pra que isso acontecesse. Concorda? Pois bem, você está buscando “santidade” para ter seu relacionamento abençoado. Se eu não transar antes do casamento então terei um casamento feliz. Verdade? Sim. Mas totalmente ineficaz se a intenção do seu coração for errada e se você não atentar para amplitude do que é ser Santo.

A Palavra de Deus diz: Sede Santos, por que Eu Sou Santo,(1 Pedro 1,16). No entanto estamos “sendo santos” apenas por que disseram pra gente que se não formos, não seremos felizes em nosso casamento. E mais, as pessoas estão associando Santidade somente nas questões sexuais. 

Santidade engloba todas as áreas da sua vida: Santidade engloba auxilio aos necessitados, engloba o controle da sua língua, engloba testemunho de vida e não apenas isso, não deve ser buscada por que você queira ter um casamento abençoado, mas por que Deus é Santo e nós devemos ser. Compreende? Seu foco não deve ser o que você vai ganhar obedecendo a Deus e sim, fazer por que o ama. Independente se vai ganhar alguma coisa ou não


Ser Santo por que ELE é Santo e não pra ter algo em consequência. Se essa era a intenção do coração até aqui, precisamos nos arrepender.

Não é de hoje que ouço alguns jovens dizerem: “Não entendo por que a minha benção ainda não chegou. Mesmo ‘santificado-me’, eu tenho me mantido puro, tenho me consagrado e Deus não tem me dado nada, Deus não tem trazido pra mim  a pessoa D’Ele!”. 


Gente como dói ver essas situações. Jovens frustrados, castrados em seus sonhos, sem motivação e incrédulos, sem ter mais confiança em Deus, por que um dia alguém mentiu a eles dizendo, seja santo na vida sexual e você terá uma vida feliz relacional e só isso. Frustração. Esse é o sentimento gerado por quem busca santidade de forma errada pelos motivos errados. 

Ser Santo é uma demonstração de Amor a Deus por quem Ele é, não pelo que Ele faz, ser Santo não é somente se abster de sexo, mas também se abster de tudo aquilo que nos afasta de Deus. Santidade, significa ser separado. É impossível ser um homem santo e não ter alegria, independente da situação. É impossível ser santo e não ter confiança que Deus trará no tempo certo a Vontade D’Ele.

Santidade não é apenas o que você deixa de fazer, mas atos de justiça. Ações de amor, de cuidado de preocupação com o próximo, falaremos muito disso em outro momento. Por hora é imprescindível quebrarmos com a mentira de que se você fizer algo a Deus, Ele tem obrigação de te dar alguma coisa. E se você pensa assim, arrependa-se. 


Deus fará aquilo que é o melhor pra nós, melhor do que achamos. Seu sofrimento não vem da ausência de relacionamento. Muitos jovens cristãos, estão desesperados para ter um relacionamento para afanar a dor de suas almas. Ao longo de nossa caminhada, vamos descobrir que areas em nossa vida precisam ser transformadas antes de termos alguém ao lado e cada uma dessas areas será tratada aqui.

Existem áreas em nossa vida que precisam ser tratadas, tanto na alma quanto no corpo. 

Existem pendências na área familiar que precisam ser reparadas. 
A Sala de Espera é o lugar do tratamento de Deus, onde Ele vai te curar dos traumas, da ansiedade, da angustia, vai jogar fora sua mala velha cheia de pecado, vai tratar esses pecados. 

Gente, pelo amor de Deus, atentem para o que digo a vocês, querer um relacionamento só por que precisa de alguém do lado, é como pedir pra carregar duas malas, quando não se consegue carregar nem mesmo uma. 

E se você insistir de ter, mesmo não sendo a hora, você tem um inimigo que tem um arsenal de bandejas pra te oferecer. Não tem como buscar um relacionamento estando com a vida destruída, você entrará em um matrimônio, para destruir a sua vida, a do seu cônjuge e dos filhos. 

Enquanto você espera, busque em Deus, qual a vontade D’Ele pra você. Quais os erros que você precisa tratar. Quais os pecados que precisa abandonar. Quais os traumas que ELE quer curar na sua vida. 


Nós vamos falar de pecado abertamente, vamos falar de dores na alma, e vamos ajudá-lo a livre da mala velha, esperar tranquilamente ou embarcar numa viagem muito bem acompanhado, mas saudável e com condições de ter uma vida feliz ao lado de quem ama.

Que Deus te abençoe!

1 Samuel 14 - A vitória de Jônatas sobre os filisteus / O atrevido voto de Saul / Jônatas é condenado a morte




A vitória de Jônatas sobre os filisteus

Mesmo um terremoto “normal” (se é que existe tal coisa) teria abalado os filisteus, mas este parece extraordinário. O momento é perfeito, vindo logo após a rápida vitória de Jônatas e seu servo. O terremoto parece restrito aos lugares onde estão os filisteus. Nosso texto não dá nenhuma indicação de que os israelitas sintam, ou seja, aterrorizados pelo abalo. Na verdade, por essa narrativa, é possível que os israelitas nem mesmo saibam qual a razão para tal pânico entre os filisteus. É um terremoto de Deus, e seu impacto é assustador.

Imagine como deve ter sido para um soldado filisteu. O tremor pode ter sido precedido por um estrondo, que alguns descrevem como sendo mais forte que o estrondo de 1.000 canhões. A terra começa a sacudir para cima e para baixo. Num único tremor calcula-se que o solo se mova verticalmente até 2 polegadas, e até 240 vezes por minuto. O solo se encrespa como as ondas do mar, fazendo com que os soldados rodopiem e caiam. E, então, o pior de todos os tal vezes, o solo se move horizontalmente, sendo este movimento mais abrangente e devastador.

Pense no que pode ter acontecido nesse dia. Chega aos ouvidos do acampamento principal a notícia de que alguém (Jônatas e seu escudeiro) atacou o posto da guarda e causou muitas baixas. Os “saqueadores”, ou destruidores, enviados para matar e destruir, estão aterrorizados. Eles são as “forças especiais” do dia. O acampamento principal está em alerta total e as tropas são convocadas para formação de batalha. Com suas temíveis espadas desembainhadas e apontadas para frente (algo como baionetas), o exército se dirige para frente de batalha. Naquele instante, o rugido do terremoto assusta as tropas. 

À medida que avançam, o chão treme e se encrespa debaixo deles. Os homens começam a cair. E então, quando o chão se move horizontalmente, as espadas daqueles que estão atrás traspassam as costas desprotegidas dos homens que estão à sua frente. Os homens à frente, em pânico e talvez pensando que o inimigo esteja atrás, se voltam e atacam as pessoas atrás deles - de modo que muitos jazem mortos, todos pelos “golpes de suas próprias tropas”.

Posso não ter todos os detalhes precisos, mas as consequências são parecidas. Os filisteus ficam incapacitados e aterrorizados pelo terremoto. Em pânico absoluto, eles se voltam uns contra os outros e se matam uns aos outros com suas espadas. Todas as baixas são consequência de uma luta entre os próprios filisteus, antes que os israelitas entrem em combate com eles. Sem dúvida, isto é um “terror de Deus” (1 Samuel 14.15). 

Deveríamos temer diante desta poderosa intervenção de Deus a favor de Israel. Seus sentinelas observam como Deus traz o caos e a derrota ao poderoso exército filisteu. Eles podem não saber que isto é causado por um terremoto, mas podem ver os soldados se movendo pra lá e pra cá, em ondas. É por causa do movimento do solo? É porque o solo está se abrindo? Nós não sabemos, e duvido que os sentinelas israelitas soubessem. Mas, pelo que veem e ouvem, sabem que algo extraordinário está acontecendo.

O leitor deve estranhar a reação de Saul. A primeira coisa que ele faz é contar suas tropas, não para se preparar para a batalha, mas para saber quem está faltando.

Saul não está surpreso. Quando as tropas são contadas, o resultado é exatamente aquilo que ele teme. Pense nisso. Tudo vai relativamente bem com os filisteus (pelos padrões de Saul), até que Jônatas bagunça tudo atacando sua guarnição em Geba (1 Samuel 13.3 "Jônatas feriu a guarnição dos filisteus, que estava em Gibeá, o que os filisteus ouviram; pelo que Saul tocou a trombeta por toda a terra, dizendo: Ouçam os hebreus"). 

Este completo desastre (como Saul o vê), com o levantamento em massa dos filisteus em Micmás, é culpa de Jônatas. Ele não pode deixar isso pra lá. Agora, quando os dois exércitos estão acampados e em guerra um contra o outro, Saul maneja as coisas para evitar mais ação (estava Saul sentado sob a romãzeira - (1 Samuel 14.2 "E estava Saul à extremidade de Gibeá, debaixo da romeira que havia em Migrom; e o povo que estava com ele era uns seiscentos homens"). 

E, de repente, há a maior confusão entre os filisteus. Alguma coisa tem que causar este tumulto. Saul não pensa primeiro em Deus, mas em seu filho desordeiro, Jônatas. Ao contar as tropas, ele é capaz de descobrir quem não está entre eles, e então deduzir quem causou todo este problema - de novo.

Finalmente, Saul decide consultar a Deus - agora que está “num beco sem saída”, como se diz. Naquela época havia várias maneiras de se discernir a vontade de Deus. Um profeta, obviamente, poderia falar diretamente da parte de Deus, mas Samuel deixou Saul em Gilgal devido à sua desobediência (1 Samuel 13.8-14). Há a estola sacerdotal, vestida e usada pelo sacerdote, que está ali com Aías, o sacerdote (1 Samuel 14.3), mas Saul não requer seu uso. Em vez disto, ele manda buscar a arca da aliança. De certa maneira, isso envolve a intervenção do sacerdote Aías para que a vontade de Deus seja conhecida. 

Parece que este processo leva algum tempo. Se este fosse um aparelho elétrico (de válvula, é claro), ele estaria “aquecendo”. Todos sabem que Saul não é muito paciente (ver capítulo 13). O tumulto no acampamento filisteu fica tão grande que até Saul conclui que um ataque contra eles signifique vitória certa para Israel. Assim, ele instrui o sacerdote a reter a mão, para “desligar o aparelho da vontade de Deus”. Saul e seus homens vão então atrás dos apavorados e feridos filisteus, que estão se matando uns aos outros. Conforme os soldados israelitas se aproximam, podem ver com mais clareza a vitória operada por Deus.

Hesitantes, os guerreiros vão para a batalha contra os filisteus. Jônatas e seu escudeiro lideram a investida; Saul segue um tanto relutante, bem depois de a vitória estar assegurada. Junto com Saul e seus 600 homens estão aqueles que desertaram das fileiras de seu exército e venderam seus serviços aos filisteus (1 Samuel 14.21). Quando aqueles que fugiram de Saul e se esconderam nas colinas veem a derrota e retirada dos filisteus, eles também se juntam a Saul, a fim de multiplicar suas forças.


O atrevido voto de Saul

É uma derrota dos filisteus e uma vitória de Deus, mas não é a vitória que poderia ter sido; poderia ser muito mais categórica. Em resumo, os soldados israelitas estão “angustiados” nesse dia, de modo que não conseguem perseguir e destruir mais filisteus. O único responsável pela aflição de Israel é nenhum outro senão seu rei, Saul. É seu conjura mento insano que atrapalha os soldados israelitas.

Parece que a imagem de Saul entrou em decadência desde a sua impressionante vitória sobre os amonitas em Jabes-Gileade no capítulo 11. Saul é humilhado pelos filisteus, não só pela ocupação de Israel, mas também pela maneira como tiram proveito da tecnologia do ferro (1 Samuel 13.19-23). A maior parte das dificuldades de Saul é consequência direta do ataque de Jônatas aos filisteus. 

Agora, quando vê que os filisteus estão sendo derrotados pelos israelitas, ele resolve fazê-los pagar por sua humilhação. Sua luta contra eles vira uma questão pessoal. Não é uma batalha de Deus, ou mesmo de Israel; é sua batalha e sua vitória. Por isso, Saul coloca seus homens sob juramento: ninguém deve comer até o anoitecer. Os homens devem lutar com o estômago vazio. 

Saul parece raciocinar que isto evitará uma valiosa perda de tempo (e luz do dia?), parando para preparar e comer a refeição. (Uma vez que Saul não planejou esta batalha, nem ele nem seus homens estão realmente preparados para os acontecimentos do dia). Na pressa, não há rações prontas para os homens comerem, ou assim parece a Saul. Por isso, ele proíbe seus homens de comerem durante o dia, e eles lutam o dia inteiro sem comida.

Saul está errado em duas coisas. Primeiro, está errado em pensar que sua ordem produzirá uma vitória maior dos israelitas sobre os filisteus. Saul parece achar que suas ordens resultarão em mais tempo de perseguição à preciosa luz do dia e, assim, mais filisteus serão mortos. Não funciona desse jeito. À medida que os filisteus procuram fugir para seu país, a batalha se alastra para leste, primeiro para Bete-Áven (1 Samuel 14.23 "Assim livrou o SENHOR a Israel naquele dia; e o arraial passou a Bete-Aven".) e depois para Aijalom (1 Samuel 14.31"Feriram, porém, aquele dia aos filisteus, desde Micmás até Aijalom, e o povo desfaleceu em extremo".). 

Os israelitas os perseguem por mais de 20 milhas de território montanhoso, e isto sem comer. Eles ficam exaustos e debilitados pela fome, e não conseguem perseguir seus inimigos com tanta eficácia quanto se estivessem bem alimentados.


Saul está errado ainda numa segunda coisa. Está errado em supor que a única maneira de alimentar seus guerreiros é com “comida caseira”, o que levará muito tempo. Afinal, não é dia de “comida pronta” e Saul acha que não existe nenhuma chance de conseguir uma rápida fonte de energia. Ele está errado. Deus tem uma comida “mais do que pronta” disponível. Ele colocou estrategicamente um favo de mel na floresta, e comê-lo não demora absolutamente nada. 

Os soldados, da mesma maneira que Jônatas, só precisam enfiar a ponta da vara no mel, tirá-la e levá-la à boca. Não existe comida mais rápida, ou melhor, nos arredores. Este é o alimento mais perfeito e mais natural que alguém poderia esperar. Faz “Gatorade” parecer patético.

Jônatas não ouve a ordem de Saul até que seja muito tarde. Ele está ocupado demais atacando e lutando com os filisteus para se sentar no acampamento esperando que Saul passe um decreto. E assim, enquanto perseguem os filisteus, as forças de Saul se juntam a ele. Quando Jônatas se alimenta com o mel, um dos homens o informa sobre a ordem ridícula de Saul. Jônatas diz aquilo que a maioria de nós deve estar pensando neste momento: “Meu pai turbou a terra; ora, vede como brilham os meus olhos por eu ter provado um pouco deste mel. (1 Samuel 14.29).

Seu pai deve ser louco e egoísta para não deixar seus homens se alimentarem. Se os israelitas pudessem fazer o mesmo que ele, a vitória seria muito maior. Saul não é a fonte dos sucessos militares de Israel, mas um empecilho a eles. As vitórias de Israel são mais a despeito de seu rei do que consequências de sua liderança. Todos os soldados israelitas devem pensar isto, e Jônatas simplesmente tem coragem de dizê-lo.


Saul, uma Pedra de Tropeço para Israel (1 Samuel 14.31-35)


Já é ruim o suficiente quando as bobagens de Saul impedem uma grande vitória de Israel, mas é indesculpável quando sua ordem resulta em pecado. Obedientemente, os israelitas acatam a ordem insana de Saul para não comer até o anoitecer. E, devido à sua fadiga, menos filisteus são mortos. Mas, quando o dia chega ao fim, o povo faminto encontra o gado deixado por seus inimigos. É triste dizer que os soldados israelitas temem mais desobedecer às ordens de Saul do que temem desobedecer às leis de Deus. 

Os soldados famintos devoram o rebanho sem prepará-lo adequadamente, e por isso, acabam pecando (Levítico 17.10 "E qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra aquela alma porei a minha face, e a extirparei do seu povo''. ); (Levítico19.26 "Não comereis coisa alguma com o sangue; não agourareis nem adivinhareis").

Alguém diz a Saul que Israel está pecando desse jeito (1 Samuel 14.33 "E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que o povo peca contra o SENHOR, comendo com sangue. E disse: Aleivosamente procedestes; trazei-me aqui já uma grande pedra"). 

Se alguém não lhe tivesse dito, seria de admirar que Saul tivesse percebido. Em vez de assumir a responsabilidade por ser uma “pedra de tropeço” a sua compatriota, a justiça própria de Saul aponta seu dedo acusador para os homens famintos: “procedestes aleivosamente; rolai para aqui, hoje, uma grande pedra.” (1 Samuel 14.33b) Esta é uma tentativa de minimizar os prejuízos causados pelo próprio Saul com sua ordem insana. Pelo menos ele está preocupado em impedir que seus homens cometam mais pecado.

Duas coisas parecem estranhamente irônicas quanto ao fato de Saul edificar um altar de pedra na noite em que os israelitas fazem suas “ofertas”. 

Primeira: Esta Adoração mal pode ser chamada de sincera, tanto da parte dos israelitas, quanto da parte de Saul. Ela é simplesmente uma forma de santificar a satisfação do apetite dos soldados para que não pequem mais. E, quando é dito que este é o primeiro altar edificado por Saul, também não ficamos impressionados. 

Será que Saul precisa passar por esse tipo de crise para adorar a Deus? Será que ele só constrói altares em tempos de crise? Eu não chamaria este de um “momento santo” na história de Israel. Eles estão simplesmente cobrindo suas apostas, minimizando o dano causado pelo pecado, pecado este induzido por Saul e praticado por seus soldados.

Segundo, esta “refeição” é muito irônica. Saul proíbe seus soldados de comerem antes do anoitecer, embora a “comida pronta” providenciada por Deus não demore mais do que alguns minutos (como vemos pelo fato de Jônatas se satisfazer durante o combate). Saul acredita que comer será perda de tempo e um empecilho à capacidade de Israel de obter uma grande vitória. 

Mesmo assim os israelitas perseguem seus inimigos noite adentro; só que estão tão famintos e tentados pelos despojos de guerra, que pecam na maneira de comê-los. Para corrigir a situação, Saul tem que construir um altar e depois garantir que o sacrifício de cada homem seja feito e preparado de forma correta. Quanto tempo você acha que levou esta “refeição”? Isto é ineficiência!

Jônatas é condenado à morte

Finalmente, depois de uma espera recorde pelo jantar, a refeição está terminada. Agora Saul está pronto para lutar - mas, e Deus? Saul ordena que seus homens voltem à batalha para causar mais danos ao exército filisteu e obter mais despojos. O povo consente com ele. Eles estão prontos para voltar à batalha. Mas o sacerdote não está tão certo disto. Ele insiste em primeiro buscar a vontade de Deus. Quando Saul consulta a Deus, ele espera um “sim” ou ”não” como resposta. (1 Samuel 14.37 Então consultou Saul a Deus, dizendo: Descerei atrás dos filisteus? Entregá-los-ás na mão de Israel? Porém aquele dia não lhe respondeu”).

Saul tira uma porção de conclusões precipitadas. Primeiro ele conclui que, uma vez que não obteve resposta, deve ser porque alguém pecou. Parece não lhe ocorrer que o pecado seja dele mesmo ou de seus soldados por comerem carne sem drenar adequadamente o sangue. Ele presume que haja pecado, e que este pecado seja uma violação à sua ordem insana (não da lei de Deus). Além disso, ele presume que é bem possível que tenha sido Jônatas o culpado por este pecado. E finalmente ele conclui que este “pecado” seja digno de morte. 

Não creio que seja por coincidência que ele diga: Porque tão certo como vive o SENHOR, que salva a Israel, ainda que com meu filho Jônatas esteja a culpa, seja morto.” (v. 39) Por que, dentre os milhares de homens que estão com ele, Saul se concentra em Jônatas, seu filho? Receio saber o porquê, e não gosto disto em absoluto. Creio que o filho de Saul, Jônatas, é um homem muito parecido com Davi. 

Na guerra, Saul conclui que Jônatas seja, na melhor das hipóteses, uma amolação, e, com certeza, um obstáculo. Creio que ele esteja procurando uma desculpa para dar cabo de Jônatas, e esta situação parece perfeita para a ocasião. Antes que a sorte seja lançada, Saul deixa claro que, se Jônatas for indicado, ele morrerá. Creio que ele saiba que Jônatas será indicado.

Até onde vai o registro bíblico, Saul decide a questão com muita rapidez e arbitrariedade. Ele e seu filho ficam frente a frente com o restante dos soldados. Sem nenhuma surpresa, ele e Jônatas são indicados. Então Saul lança a sorte entre ele e Jônatas, e Jônatas é indicado. 

O povo consente com este processo, pelo menos por enquanto ( Verso 40 "Disse mais a todo o Israel: Vós estareis de um lado, e eu e meu filho Jônatas estaremos do outro lado. Então disse o povo a Saul: Faze o que parecer bem aos teus olhos"). Quem irá se opor a Saul nesse estado de espírito? Quando Jônatas é isolado pelo lançamento de sortes, seu pai lhe pergunta o que ele fez (não é interessante que Saul já tenha estabelecido a punição antes mesmo que o crime seja revelado?). 

Jônatas “confessa” que realmente provou um pouco de mel com a ponta da vara. Uma pequena lambida no mel, dada sem nenhum conhecimento da ordem de seu pai e nenhuma perda de tempo, é o crime abominável que Saul supõe seja a razão de Israel não ter conseguido concluir a batalha iniciada por Jônatas. Saul parece sentir que é melhor matar seu filho do que admitir seu próprio pecado e idiotice.


Mesmo aqui Jônatas é um filho exemplar. Ele não dá nenhuma desculpa, nem faz qualquer acusação contra seu pai. Jônatas coloca sua vida nas mãos de seu pai, o rei. Ele está disposto a morrer se essa for à vontade de seu pai, se essa for à vontade de Deus. Com grande pompa, Saul uma vez mais assevera a morte de Jônatas. É como se Saul não pudesse fazer nada mais justo.

Finalmente, o povo que calmamente suportara todas as cenas do rei, teve o suficiente. Eles estão dispostos a deixar que Saul submeta a si mesmo e a Jônatas à prova, mas não a permitir que Saul mate seu filho. Eles percebem o quanto as atitudes de Saul são insanas. 

Jônatas, não Saul, lhes deu grande libertação (verso 45 Porém o povo disse a Saul: Morrerá Jônatas, que efetuou tão grande salvação em Israel? Nunca tal suceda; vive o SENHOR, que não lhe há de cair no chão um só cabelo da sua cabeça! pois com Deus fez isso hoje. Assim o povo livrou a Jônatas, para que não morresse”). 

Será que ele deve ser morto por causa disto? Ele agiu com Deus, não contra Ele, e por isso não será morto como pecador. Muito pelo contrário! Nenhum fio de cabelo de sua cabeça cairá no chão. E assim é que Jônatas, trabalhando com Deus, salva Israel, e Israel, enfrentando Saul, salva Jônatas. Saul, que não salva ninguém, não tem permissão para destruir seu próprio filho. Com este incidente, tem fim à batalha com os filisteus, mais depressa e menos decisiva do que deveria tudo devido à insensatez de Saul, o “libertador” de Israel.



Encerrando com o “Sucesso” de Saul e Seus Sucessores (1 Samuel 14.46-52)

“E Saul deixou de perseguir os filisteus; e estes se foram para a sua terra. Tendo Saul assumido o reinado de Israel, pelejou contra todos os seus inimigos em redor: contra Moabe, os filhos de Amom e Edom; contra os reis de Zobá e os filisteus; e, para onde quer que se voltava, era vitorioso. Houve-se varonilmente, e feriu os amalequitas, e libertou a Israel das mãos dos que o saqueavam. 

Os filhos de Saul eram Jônatas, Isvi e Malquisua; os nomes de suas duas filhas eram: o da mais velha, Merabe; o da mais nova, Mical. A mulher de Saul chamava-se Ainoã, filha de Aimaás. O nome do general do seu exército, Abner, filho de Ner, tio de Saul. Quis era pai de Saul; e Ner, pai de Abner, era filho de Abiel. Por todos os dias de Saul, houve forte guerra contra os filisteus; pelo que Saul, a todos os homens fortes e valentes que via, os agregava a si.”

Há um sentido no qual este capítulo é uma espécie de bênção com relação à vida e reinado de Saul como rei de Israel. Há um sumário de seus aparentes sucessos, uma clara alusão a seus fracassos e uma lista de seus descendentes. O capítulo 15 descreve o pecado que significa o fim do reinado de Saul (o pecado anterior significava o fim da dinastia de Saul - o reinado de seus descendentes). 

Os capítulos posteriores apresentam Davi como seu substituto e mostram o ciúme de Saul e sua oposição a Davi. O último capítulo de I Samuel descreve a morte de Saul e seu filho. No entanto, este capítulo parece ser a bênção sobre Saul e seu reinado.

A batalha acabou, mas não a guerra. Os filisteus sofrem uma grande perda, mas não uma derrota total. Cada exército - israelita e filisteu - segue seu próprio caminho. As duas nações continuam em guerra uma contra a outra pelo resto da vida de Saul. Isto é particularmente acentuado no (Verso 52 “Por todos os dias de Saul, houve forte guerra contra os filisteus; pelo que Saul, a todos os homens fortes e valentes que via, os agregava a si”).

Pelo resto da vida de Saul haverá conflito, e sua consideração pelos filisteus pode ser vista no fato de ele procurar agregar a seu exército qualquer “homem forte e valente”. As consequências de sua loucura vão segui-lo todos os dias de seu reinado. Como veremos no capítulo 31, Saul e seu filho Jônatas morrem às mãos dos filisteus. Que lamentável que a vitória sobre os filisteus não tenha sido completa nesta batalha iniciada por Jônatas.

Tenho me referido a Saul como louco e fracassado. Como podemos, então, explicar a avaliação de seu reinado nos versos 47 e 48, que parecem colocá-lo sob um ângulo favorável? A resposta tem pelo menos dois aspectos. 

Primeiro, parece correto dizer que um homem pode ser um fracasso moral e espiritual e, no entanto, ser um grande líder militar. Veja o homem usado por Deus no livro de Juízes para libertar Seu povo. Sansão não é nenhum gigante moral, mas é usado por Deus para libertar Israel das mãos de seus inimigos. O mesmo pode ser dito de muitos outros juízes levantados por Deus. 

Deus não se limita a usar somente pessoas piedosas para cumprir Suas promessas e Seus propósitos. Portanto, a vitória militar pode ser alcançada por meio de um homem como Saul, a despeito do tipo de homem que ele é. Quantos de nós atribuímos nossos méritos e nossa bondade à graça e misericórdia de Deus para conosco?

Segundo, as coisas ditas nestes dois versos são realmente verdadeiras e representam a avaliação da liderança de Saul do ponto de vista de um historiador secular. Saul, como rei de Israel, realmente luta contra todas as nações em derredor e lhes impõe castigo. Com relação à batalha com os amalequitas, Saul age mesmo com valentia e livra Israel daqueles que os despojam.

Parece que a batalha entre Israel e os filisteus, descrita nos capítulos 13 e 14, é uma coisa típica da vida e do reinado de Saul em Israel. Ele luta com os filisteus e os israelitas vencem. A batalha é travada sob sua liderança. Mas a vitória não foi o que poderia ter sido devido à sua loucura. E a batalha não é resultante de sua fé e iniciativa, mas da fé e iniciativa de Jônatas. 

Apesar disto, como lemos em 1 Samuel 13.4, é divulgada uma notícia de que Saul “derrotara a guarnição dos filisteus”. Do ponto de vista de um historiador secular, as vitórias de Israel sob os cuidados de Saul são suas vitórias. Sabemos que estas vitórias foram obtidas pela graça de Deus, muitas vezes devido à atitude de pessoas como Jônatas e, com frequência, a despeito da inércia e loucura de Saul.

Apesar das “vitórias” de Saul e Israel, os filisteus jamais são destruídos, jamais são completamente derrotados, a fim de que Saul e Israel contendam com eles durante todo o seu reinado. Confiando no “braço da carne”, parece que Saul procura heróis que lutem por ele e por Israel. Com toda a certeza o terreno está sendo preparado para Davi e o papel que desempenhará na batalha com os filisteus e com Golias, seu campeão.



Conclusão

Primeiro, não é nada difícil perceber porque Jônatas e Davi se tornarão amigos dedicados. Na verdade, eles são almas gêmeas. Jônatas é um homem de fé e compreensão espiritual. Ele é um homem que age com ousadia devido à sua fé em Deus, enquanto seu pai espera que o mau tempo passe, não pedia uma direção a Deus, queria agir somente com suas forças, apesar de uma vez ter pedido a direção a Deus, e Deus de momento não o respondeu, não soube esperar a resposta de Deus, agindo assim com suas próprias forças. 

Jônatas teria sido um grande rei, mas ele é benjamita e não descendente de Judá; e, assim, nenhum de seus descendentes poderia ser o Messias. Mas, quando Jônatas vê que a mão de Deus está sobre Davi, ele é um dos primeiros israelitas a recebê-lo como o próximo rei de Israel, sem ciúmes ou hesitação.

Segundo, este texto prepara o terreno para a introdução de Davi nos capítulos 16 e 17. O caráter de Saul é evidente. Sua loucura e seu ciúme contra Davi não chegam a nos surpreender, pois já havia sido demonstrado no seu trato com seu próprio filho, Jônatas. Saul já havia tentado matá-lo; não será nenhuma surpresa vê-lo também tentando matar Davi, bem como outras pessoas. 

Assim como ele relutou em enfrentar os filisteus no princípio, ele também hesitará em enfrentá-los quando Golias for seu campeão. Nos próximos capítulos haverá poucas surpresas para nós sobre Saul, devido àquilo que já lemos nos primeiros capítulos de I Samuel.

Terceiro, vemos que a visão histórica de um homem pode ser muito diferente da visão de Deus. A avaliação feita por um semelhante com certeza não é perfeita. No que diz respeito a Deus, com certeza esta não é a verdadeira ”medida de um homem”, pois quando Deus julga o homem, Ele vê o coração. A história secular pode considerar Saul um sucesso, mas, em termos bíblicos e espirituais, ele é um miserável fracasso. 

Os índices seculares de sucesso não são indicadores da aprovação ou da bênção de Deus. O autor de I Samuel quer que vejamos Saul como um homem que é rejeitado por Deus. Como é triste ser valorizado pelo mundo e desprezado por Deus. Como é melhor, se necessário for, ser desprezado pelo mundo ou valorizado por Deus?

Gostaria que você lesse todo capítulo de 1 Pedro 4, mas vou deixar apenas 2 versículos 2 e 11 aqui para sua meditação do mesmo capítulo de 1 Pedro 4 que diz: Vers. 2 “Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus”, Vers. 11 “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.”

Quarto, vemos neste texto que os cristãos podem e agem de maneira que aparentemente atrapalhe a realização plena da obra de Deus. Em última análise, os homens não podem impedir aquilo que Deus propôs e prometeu fazer. Deus usa a fé e a obediência dos homens para cumprir Seus propósitos, mas Ele não se limita a estes meios. 

A soberania de Deus também permite que Ele empregue a incredulidade e a desobediência para alcançar Seus propósitos (Gênesis 50.20 Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida”, Salmos. 76:10 Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás”).

Ele usa até mesmo Satanás para atingi-los (Ver 2 Coríntios 12.5-10). Contudo, reconhecendo a soberania de Deus sobre todas as coisas, também deve ser dito que Deus, às vezes, permite que a ação (ou a inércia) dos homens atrapalhe aquilo que poderia ter sido feito (Ver 2 Reis 13.14-19). 

Deus é soberano na história mas, em Seu controle absoluto sobre todas as coisas, Ele estabeleceu que as ações têm consequências, e que a desobediência e a falta de fé podem resultar em algo menor do que poderia e deveria ter sido se tivéssemos agido de maneira santa. Com toda a certeza isto é ilustrado pela maneira como a loucura de Saul no capítulo 14 impede uma vitória cabal sobre os filisteus.

Quinto, o governo de Saul é fonte de grandes problemas para Israel, mas também é meio para a sua própria destituição. Sabemos pelo capítulo 14 que a ordem insana de Saul impede Israel de obter uma vitória esmagadora sobre os filisteus. 

Consequentemente, pelo resto de seus dias, ele e a nação são atormentados pelos filisteus (v. 52). O ataque do capítulo 17 lança a ascensão e projeção de Davi em Israel e o início do fim para Saul. A batalha de Israel com os filisteus no capítulo 31 resulta na morte de Saul e de Jônatas. Como lemos em Cantares de Salomão, são as “raposinhas que devastam os vinhedos” (2.15). Este momento aparentemente insignificante de insensatez tem graves consequências para Israel e seu rei.

Finalmente, vemos em nosso texto uma excelente ilustração de legalismo. Zelar pelo conhecimento e obediência aos mandamentos de Deus não é legalismo, é discipulado. Com muita frequência ouço algumas pessoas se referirem aos sermões baseados nos mandamentos de Deus (do Novo ou do Velho Testamento) como sendo “legalistas”. 

Embora algumas pessoas sejam legalistas na maneira como buscam obedecer aos mandamentos de Deus, o zelo pelo conhecimento e obediência a eles não é legalismo. O Salmo 119 é um excelente exemplo de um crente que zela pelo conhecimento e obediência aos mandamentos de Deus. O amor à lei do Senhor não é legalismo.

Legalismo é um descontentamento com os mandamentos de Deus da forma como eles são. O legalismo supõe que os mandamentos e as proibições de Deus não sejam suficientes. O legalismo procura consertar este “problema” adicionando mais regras e regulamentos. Estes acréscimos são mantidos de forma tão intensa quanto os mandamentos das Escrituras (às vezes, até mais). Aqueles que deixam de obedecê-los são severamente julgados por aqueles que os adotam.

Deixe-me ilustrar o legalismo do Novo Testamento. A lei de Moisés requeria que os homens guardassem o sábado, e isto significava que o sábado deveria ser um dia de descanso. Não significava que fosse pecado os discípulos de Jesus colherem alguns grãos e comê-los. Não significava que fosse pecado nosso Senhor curar um doente no sábado. 

Os escribas e fariseus não podiam acusar nosso Senhor de violar qualquer lei de Deus; eles apenas podiam acusá-lo de violar as leis do Antigo Testamento como eles as interpretavam e aplicavam, e como eles as aperfeiçoavam com suas tradições. Procurar “incrementar” as leis de Deus, acrescentando alguma coisa a elas, era colocar-se acima da Lei como juiz:

“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és que julgas o próximo?” (Tiago 4.11-12)

Pelo que entendo deste texto de Tiago, aqueles que “julgam” injustamente seus irmãos, geralmente o fazem com base em suas próprias regras legalistas, e não de acordo com a Palavra de Deus. Tiago diz que, aqueles que julgam os outros por suas próprias regras, julgam também a Lei de Deus como inadequada.

O rei Saul é um legalista. Como rei de Israel, ele deveria conhecer bem a lei de Deus, e ter cuidado em obedecê-la e cuidar que fosse obedecida em seu reino (Deuteronômio 17.18-20 Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas.
E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao SENHOR seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para cumpri-los;
Para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel”
).

Parece até que ele não teria percebido a violação da lei de Deus, caso alguém mais não lhe tivesse mostrado (1 Samuel 14.33 E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que o povo peca contra o SENHOR, comendo com sangue. E disse: Aleivosamente procedestes; trazei-me aqui já uma grande pedra”).

Saul facilmente justifica sua negligência em cumprir os mandamentos de Deus e, no entanto, está pronto - quase ansioso, para condenar seu próprio filho à morte por violar uma de suas regras idiotas. 

Como todos os legalistas, Saul acha fácil coar o mosquito e engolir o camelo (Mateus 23.23 e 24 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo”
)

Ele distila sua indignação quando os outros transgridem suas regras, mas é mais do que tolerante com suas flagrantes transgressões aos mandamentos de Deus.

Ao contrário do que os legalistas pensam o legalismo não impede o pecado; ele o favorece. As proibições que os legalistas amontoam sobre si e sobre os outros não são a cura para as concupiscências da carne (Colossenses 2.20-23 Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como:
Não toques, não proves, não manuseies?
As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens;
As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne”
).

Havia nos tempos do Novo Testamento aqueles que proibiam o casamento e comer certos alimentos ( 1 Timóteo 4.3 Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;”), mas estes eram enganadores e mentirosos que procuravam desviar o povo de Deus da verdade. 

Embora Paulo fosse solteiro, ele instruiu os maridos e as esposas a não se absterem de sexo, a menos que fosse por uma razão importante, e apenas por algum tempo. O legalismo faz os homens caírem, como a ordem legalista de Saul fez os israelitas pecarem ao comer carne sem o devido preparo. Vamos tomar cuidado com o legalismo, em todas as suas formas mais piedosas.

Uma palavra final. O contraste entre Saul e Jônatas em nosso texto é difícil de ser ignorado. Jônatas é aquilo que Saul não é. Não vamos nos esquecer de que Jônatas é filho de Saul. Não são os bons “cuidados paternais” de Saul que fazem de Jônatas o que ele é. Sua devoção é a despeito de Saul, não por causa dele. 

Que todos aqueles que gostariam de levar o crédito pelo modo como seus filhos se saem observem isto. E observemos também que muitos pais crentes dão à luz filhos descrentes. Lembro-me, por exemplo, de Sansão e seus pais (Juízes 13.1-23, especialmente o verso 8).

Até agora eu estava disposto a ver Saul como uma anomalia, uma espécie de caso excepcional. Seus pecados são mais notórios, mais visíveis, e talvez mais dramáticos do que os nossos, mas, em última análise, suas tentações e fracassos, na verdade, são “comuns aos homens” (1 Coríntios 10.13 Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”, Tiago 5.17 Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra”).

Suas falhas não estão registradas a fim de que gostemos de odiar este homem. Creio que estão registradas como advertência, para que não precisemos repetir os pecados que ele tão obviamente comete. 

Gostaria de pensar que minha vida se espelha mais em Jônatas do que em seu pai, mas este nem sempre é o caso. Vamos prestar atenção e aprender destes dois homens tão diferentes, Saul e Jônatas. E vamos nos esforçar para servir a Deus fielmente, obedecendo A Seus mandamentos, para que não nos tornemos exemplos negativos de desatino para as futuras gerações.

Que Deus o abençoe grandemente!

O que é dele, é seu e o que é seu, é dele! #Novela Gênesis | Capítulo 61

  ( “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2.24). Ser uma só carne ...